New Age escrita por Rafaela


Capítulo 8
Capítulo 7 - Preparo


Notas iniciais do capítulo

Oi amores. Aqui está o novo capítulo.
Espero que gostem e desculpem se houver erros. Xx



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Fomos em silêncio o caminho todo até chegarmos em uma sala escura. As luzes se acenderam assim que entramos.

–Sensor automático. -Explicou Thiago, que respondeu a pergunta que todos -pelo menos eu acho- estavam se fazendo.
Thiago nos guiou até alguns sacos de boxe que estavam dependurados no teto.

–Alguns ficarão aqui. -Ele indicou os cinco sacos de boxe. -Outros ficarão aqui. -Ele indicou as várias cordas que estavam no chão. -E por fim, quem for descansar quando eu permitir, sentará ali. -Ele apontou para uma ''banco'' de concreto da cor do piso. -Façam essas atividades até não aguentarem mais. Depois me avisem e eu lhes direi se poderão ou não se sentar e beber água para relaxar um pouco até a próxima atividade. -Ele se virou de costas e então todos corremos para fazer algo, eu e Lia fomos correndo para as cordas e Samuel para um dos cinco sacos de boxe. logo todos começaram a se movimentar.

50... 60... 80... 100... 150... 200. Foi o número de pulos que aguentei. Parei alguns minutos para tomar fôlego.

–Candy! -Gritou Thiago. Levei um susto e olhei para ele. -Boxe. -Ele falou e apontou para um saco livre. Meus músculos já estavam tremendo, eu realmente não tinha nenhum preparo físico.
Comecei a ficar enjoada, levando em conta o fato de termos comido a apenas meia-hora. Não seria mal para a saúde? Quer dizer, comemos pouco, mas...

–Vamos. -Ele falou quase sem paciência quando não me movi. Assenti e fui em direção ao saco.
Me mal-posicionei em frente ao mesmo quando Thiago se aproximou de mim.

–Assim. Deixe-me mostrar. -Ele encostou a mão em meu braço em sinal de que queria que eu me afastasse. Foi o que eu fiz, dei espaço para ele.
Thiago se posicionou afastando as pernas, de lado, e fechou as mãos em punho, socando o saco. -Entendeu? -Perguntou. Assenti com a cabeça, meio atordoada e tomei o seu lugar. Posicionei-me tentando fazer como ele e logo pude sentir o calor de seu corpo cotra as minhas costas.

–Assim. -Ele colocou uma mão em minha barriga e a outra em minhas costas. Ajeitando a minha postura. -Erga os ombros. -Ele disse puxando meus ombros para trás. Suas mãos deixando o local em que ele me tocou pegando fogo. Ele dá a volta me examinando e chega na minha frente. Para um pouco e depois encosta em meu queixo levando-o para cima. -Erga a cabeça. -Ele diz. -Bem melhor. -Ele diz, ainda com a mão em meu queixo, porém não por muito tempo pois ele larga os braços ao lado do corpo. -Tudo bem. Manda ver. -Ele diz meio descontraído e eu rio com o nariz, em ironia.

Mandar a ver, com meu corpo todo doído como eu mandaria a ver?
Fechei meus olhos com força tentei relaxar. Mas então percebi que para eu conseguir um soco bom eu teria que estar com raiva. O que então eu poderia imaginar para estar com raiva?

''Olhem para ela, uma nerd ridícula e feia.'' ''Cabeçaa!''

Me veio na cabeça vários dos muitos insultos que ouvi deste que comecei meus estudos, mais de uma década. Isso me deu forças para dar o primeiro soco com força.

''Pode tentar o quanto quiser, nunca será ninguém importante'' ''Ninguém se importa com gente como você''

E eu me viro, chutando com força e grunhindo. Meu corpo se enche de adrenalina, não sinto mais a tremedeira. Me liguei aos insultos, me liguei a raiva, me liguei a indignação com o Governo e a tudo que somos expostos. Me indignei pelo fato de quase termos sidos levados ao extermínio, me liguei ao fato ridículo dos Radioativos correrem tanto risco.

Chutei e soquei sem perceber, eu só estava com raiva e não notava mais nada.
Até duas mãos quentes me tocarem e me virarem para ele. Para Thiago.
Incrível como a raiva pode te cegar.

–Está tudo bem com você? -Ele perguntou, serio. Assenti sem saber ao certo. Olhei em volta, todos havia parado para me ver.

–O que houve? -Murmurei baixinho, achei que só eu havia ouvido, mas me enganei, pois Thiago também ouviu. -Tudo bem, vá descansar. -Ele fala e eu respondo quase imediatamente:

–Não estou cansada. -Eu franzo a testa. Thiago me olha com preocupação, e então sinto o meu corpo pesando. Os meus músculos começam a tremer com mais intensidade e eu percebo que que estou acabada. Tudo havia sido excesso de adrenalina, foi isso o que me fez agir daquele jeito, afinal?

Não retruquei, movi a cabeça indicando que faria o que me foi mandado e caminhei em direção ao concreto, onde me sentei e permiti que minhas costas se curvassem, desabando.

–Muito bem, voltem a se movimentar. -Thiago falou para o pessoal que ainda estava prestando atenção na cena.

Ele foi até mim com uma garrafa de água na mão mas dispensei com um aceno de cabeça murmurando um ''Obrigada''. A única coisa que queria no momento era dormir. Dormir e acordar bem tarde.

...

–Hora de acordarem. -Alguém entrou no quarto deixando a pouca luz do corredor adentrar ao quarto. Murmurei algo incoerente e virei-me para o lado da parede. Dormíamos em Beliche e o meu era o de cima. Puxei a coberta para tampar meus olhos, mas não adiantou porque ligaram a luz. Virei-me de costas na cama e tampei os olhos com a mão, esfregando-os. Acabei murmurando um palavrão e logo pisquei os olhos várias vezes para me acostumar com a claridade.

–Que horas são? -Perguntou um garoto. Eu também gostaria de receber uma resposta!

–Quatro e meia. -Respondeu a voz de Thiago, já conhecida.

Merda! Não chegava nem perto das oito horas de sono necessárias para uma pessoa. Lembro-me de chegar e me atirar na minha parte do beliche, morta de cansaço. Apaguei na hora, sem nem ter tempo para pensar em algo. Nunca estive tão cansada na minha vida, e agora devo acordar as quatro e meia da madrugada!

–Só podem estar de brincadeira. -Disse uma garota, tirando as palavras de minha boca... Reconheci a voz, era Lia.

–Não estamos, andem logo, não temos o dia todo. -Agora era a voz de Everton. Que me deixou tensa. Saber que ele estava no mesmo quarto que eu... Urgh.

–Claro que não, temos toda a madrugada, o dia, a tarde e a noite pela frente. -falou Lia naquele tom de voz ironizante.

Algum dos dois -Everton ou Thiago, apesar de eu achar que deve ser Everton- bufou e começou a puxar as cobertas de todos que estavam no beliche de baixo. Soube pois ouvi o barulho das cobertas serem puxadas e logo o pessoal levantando irritado.

–E você? Quer que eu suba aí em cima, Cabeça? -Ouvi a voz de Everton. Cabeça. Óbvio que era eu. Sentei-me na cama, empurrei a coberta e pus os pés para fora. Então notei que todos já estavam em pé, menos eu.
Apressei-me para descer os degraus do beliche e por fim coloquei meus pés no chão. Agradeci por meus pijamas serem mais decentes e não como os de Lia, que estava com uma camisola que ia tampouco a metade da coxa. Ela lutava para mantê-la baixa e para isso precisou se curvar puxando a barra da camisola para baixo. O meu era um short, curto mas nem tanto, devo dizer, e uma blusinha. Mas confesso que fiquei meio desconfortável com o fato de estar de pijamas na frente de Everton e Thiago.

–Por que estamos acordados a essa hora? -Questionou Samuel.

–Porque temos deveres a fazer. -Respondeu Thiago. -Agora troquem de roupa e nos encontrem no refeitório em no máximo sete minutos, ou serão deixados para trás. -E então eles saíram fechando a porta. Quase saí correndo pegando meu pijama. Fiquei desconfortável em me trocar na frente de todos ali, por isso fui até o banheiro andando em passos largos. Ao tirar o short e vestir a calça de moletom senti uma dor aguda na minha perna ao levantá-la. Ao esticar os braços para tirar a blusa, senti a mesma dor dos braços.

Então essa era a minha primeira dor na Força.


Chegamos no refeitório, nós três, correndo. Dessa vez não fomos os primeiros, fomos os últimos.

–Até que enfim. -Thiago soltou o ar. -Então os adiantados resolveram se atrasar hoje? Que ótimo! -Ele ironizou. Samuel e Lia pegaram uma maçã, eu, tendo m pequeno trauma da fruta, peguei uma laranja rapidamente. Mas não conseguia descascá-la sem tirar um pedaço da fruta e isso piorava levanto em consideração a minha dor nos músculos. Motivo que levou Samuel a tirar a faca da minha mão e descascar a laranja rapidamente. Olhei-o agradecida e pus a fruta na boca.
Thiago me olhava com uma expressão séria. Quase me encolhi diante de seu olhar, mas o correu o contrário, eu o encarei.
Seria ele bipolar? Em um momento ele era legal, no outro desprezível ou rude.


Mal a mal coloquei a laranja outra vez na boca e já tivemos que sair correndo atrás de Everton, que havia chegado e mandado irmos atrás dele. Não sabíamos o que iriamos fazer, mas corríamos e isso estava sendo dificultado pela minha forte dor nas pernas. Mas continuava.


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Notas finais do capítulo

Quase não consegui parar de escrever, mds. Meu dedos não se quietaram em cima desse teclado, heuahsu. espero que tenha ficado bom e que vocês tenham gostado.
Xx



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