New Age escrita por Rafaela


Capítulo 28
Capítulo 27 - Ligação


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por não postar durante a semana, eu ainda não estou de férias.
Espero que gostem desse capítulo e não esqueçam de deixar seus comentários. Não custa nada, certo?
Kisses



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A semana que se seguiu foi incrivelmente puxada e longa, eu treinava todos os dias, até mesmo nos finais de semana. Lia não estava gostando disso, mas dessa vez Thiago estava do meu lado. Para ele também não foi nada fácil, ter que nos treinar e ainda por cima manter contato com aquelas pessoas que ele não gostava para descobrir informações que seriam repassadas para J-Hidden ou outro dos R que entrariam em contato conosco.

Trabalhávamos nisso juntos, mesmo quase não tendo tempo para nós dois. Nos víamos apenas em algumas horas de refeições -pois ele não aparecia em todas- e quando nos esbarrávamos no corredor. Não trocávamos mais que meia dúzia de palavras nessas ocasiões e, o maior tempo que tínhamos era a noite, quando dormíamos juntos. Mesmo assim, isso nem sempre acontecia pois Thiago ficava trabalhando algumas noites na sala de segurança.

Pode-se dizer que estávamos mais separados juntos, do que quando estávamos separados. É uma frase meio confusa e prefiro não pensar nisso. Estamos lidando bem e fazemos isso para o melhor de ambas as raças.

Com Thiago em volta dos nossos Líderes, Everton exalava irritação e estresse por onde passava. As semanas seguintes continuaram sendo estressantes, ainda mais com apenas Everton nos instruindo. Thiago passava o tempo todo estudando táticas e observando tudo e qualquer detalhe que pudesse ser notado ou até mesmo os impossíveis de serem notados. Ele estava começando a me preocupar e eu estava me coçando para chamar J-Hidden que a exatos cinco dias descobrimos que tínhamos uma Ligação.

''Era duas da manhã e eu não conseguia dormir, era mais uma daquelas noites que Thiago estava fora. Minha preocupação com ele ainda não era tanta naquele momento. Estava pensando em tudo e em nada ao mesmo tempo, deitada na minha cama, no meio do escuro enquanto olhava para o teto do recinto. De repente começo a ouvir uns chiados em meus ouvidos e me preocupo.
Até ouvir uma voz conhecida que representava surpresa tanto quanto eu.

–Alguém? Quem é? -Ouvi em claro e bom som, como se a pessoa estivesse ao meu lado.

–J-Hidden? -Perguntei intrigada.

–Eu sou J-Hidden... Candy? -O rapaz acrescentou surpreso.

–Como você fez isso? -Foi o que eu perguntei. Nessa altura eu já estava sentada na cama mais desperta que antes.

–Eu não... Ligação! -Exclamou no que parecia ser um tom de surpresa, estranheza e algo que eu não reconheci.

–Ligação? O que é isso?

–Oh meu Deus! Explico depois, Candy. Até mais. -E assim, sem nada a acrescentar, parei de escutá-lo como se ele estivesse desligado o telefone na minha cara, só que sem o tu tu tu.''

Então, quando o dia amanheceu e eu fui treinar, J-Hidden apareceu e me explicou o que seria a tal ligação:

Nem todo Radioativo possuía uma ligação com alguém, hoje em dia, na verdade, tornava-se quase raro algo assim acontecer. Normalmente se tinha ligação com apenas um Radioativo, mais do que isso nunca se vira. Ligação é, como diz a própria palavra, algo que te mantêm ligado à uma pessoa. Você pode manter contato com ela a partir de pensamentos de curta e longa distância, além de sentir as emoções da pessoa que você tem ligação. E em casos extremos você pode entrar no corpo da pessoa.

A ideia de entrar no corpo da pessoa me espantou no momento, mas J me explicou que isso só ocorreria se nos tornássemos muito próximos ou se um de nós estiver correndo perigo, mesmo assim a permanência seria curta. Não havia contado isso para Thiago, sobre a Ligação. Não tínhamos tempo para conversarmos, não mais.

Já passava-se quase um mês desde que eu conheci os Radioativos. Thiago e eu nos esbarramos no corredor há quatro horas atrás e ele disse que hoje à noite nós teríamos que conversar. De início eu aceitei, deveria ser alguma coisa que ele descobrira. Mas durante essas outras quatro horas enchi minha cabeça de coisas como, por exemplo, o pensamento de que ele terminaria tudo comigo.

De nada adiantaria eu ficar sentada pensando no que ele pderia me dizer, então fui agir. Entrei em uma das salas de treinamento mas uma vez, estava vazia. Era a primeira vez que eu entrava nessa sala. Era a sala de tiros.

A sala era clara no centro, assim como todas, e escura nos cantos. Havia uma parede repleta de armas, foi para onde me direcionei. Minha mão um pouco trêmula pegou o cabo de uma, eu não tinha nenhum conhecimento sobre armas e não sabia o que fazer. Qualquer movimento poderia ser um risco.

Mas o que é viver se não arriscar?

Se eu não tivesse arriscado vir para a Força não teria conhecido Thiago. Se Não tivesse arriscado sair da Força com Thiago não teria conhecido os Radioativos. Tudo na vida é correr riscos, você tem que arriscar, fazer o que julga ser certo. Acontece que nada do que estamos enfrentando hoje em dia é certo, nossas Guerras não foram nada certas. Por os humanos em risco novamente não é certo. Por os Radioativos, um povo que nos ajudou a reconstruir onde vivemos no momento, em peigo, não é certo. E esses riscos que estamos correndo hoje em dia foi porque no passado, pessoas arriscaram a vida de milhares pois acharam que eram certo. E essas são as consequências.

...

Com a arma na mão em posição para atirar, mirando no coração do alvo...

Eu caí para trás, literalmente. O impacto foi tão forte que me fez cambalear e perder o equilíbrio.

Levantei. Levantei e notei que o que eu tinha acertado era a parede.

Soltei um suspiro de frustração e preparei-me novamente para atirar, só que desta vez eu senti um par de mãos quentes e conecidas se posicionarem em minha cintura. O calor que emanava dele era algo tão bom, era conhecido e eu sentia falta do conhecido.

–Você está se posicionando errado. –Ele falou com sua voz rouca e baixa.

Assenti com a cabeça rápidamente.

–Então, o que devo fazer? –Perguntei.

Thiago me posicionou do jeito que ele dizia ser certo, então pegou uma arma para ele mesmo e me ensinou o que fazer. Depois de quase vinte tiros o impacto parou de ser tão grande.

–Como me achou aqui? –Foi minha pergunta, estava curiosa na verdade.

–Procurei por todas as salas que eu sei que você sempre vai e não a encontrei. Julguei que estava tentando algo novo e vim para cá. Por que veio treinar tiros? –Acrescentou.

–Acho que talvez seja necessário. Você sabe...

Thiago soltou um suspiro.

–Sei.

E largou a arma dele dentro de uma das caixas, logo após ele tiroude minhas mãos a que eu segurava e largou-a junto com a dele.

–Venha, já está tarde e precisamos conversar. –Ele segurou a minha mão e passamos pela porta.

Ao sentir sua mão na minha notei que não nos beijávamos a dias. Será que ele já havia percebido isso?

Passamos pelos corredores rapidamente e sem falar mais nada até ele abrir a porta do seu próprio quarto e deixar eu entrar na frente dele.

–Tudo bem, fale. –Pedi assim que ele fechou a porta. –Descobriu algo?

–Eles estão prontos para atacar.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Xx



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