New Age escrita por Rafaela


Capítulo 10
Capítulo 9- Paintball


Notas iniciais do capítulo

Posso dizer que até eu fiquei surpresa com este final, então espero que gostem e me desculpem se houver erros.
Beijos



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Nós havíamos saído da floresta sem que eu me desse conta. Ainda estávamos bem perto, há dois ou três metros de distância.
Havia caixas de papelão no chão e Thiago estava se dirigindo até elas, provavelmente alguém tinha vindo aqui mais cedo para trazê-las.

–Como estamos em número impar um de vocês deveráficar de fora. -E então seus olhos encontram os meus e eu sustentei seu olhar até Sam me empurrar e eu andar um passo a frente quase caindo no chão.
–Desculpa. -Ele disse me segurando. Olhei para ele como se dissesse: ''Por que fez isso? Eu estou bem!'' E ele deu de ombros.
Voltei a olhar para Thiago, quecontinuava me encarando. Ele balançou a cabeça uma vez como se dissesse ''Venha''. Revirei os olhos e fui até ele. Me colocando ao seu lado.
–Tudo bem, agora façam uma fila na minha frente. -Ele manda e se vira para trás, onde estava a caixa. Enquanto estava abaixado ele olho para mim. -Consegue se abaixar? -Questionou.
Olhei-o praticamente dizendo ''Claro, quem voccê acha que eu sou?''
–E se levantar depois, consegue? -Perguntou novamente. Então ele havia entendido meu olhar. Revirei os olhos.
–O que quer que eu faça? -Essa foi a minha vez de perguntar.
–Você não deve falar com seu instrutor nesse tom. -Ele dissse, mas não como uma advertência.. Eu acho, seu tom era divertido, mas sério. Não dava para entendê-lo.
Então era assim que eu deveria chamá-lo, de Instrutor?
–Se você não me tratasse como... -Comecei, mas fui interrompida pelo próprio.
–Quero que pegue a caixa e destribua as roupas. -Pediu se voltando para a caixa e pegando-a do chão. Grunhi e me abaixei contendo um gemido de dor nas coxas e panturrilhas. Tentei levantar a caixa mas ela era pesada demais para os meus braços doloridos e sem muita massa muscular.
Resolvi então deixá-la no chão. Peguei a primeira peça de roupa e a analisei.
–Que atividadeé essa? -Levantei as sobrancelhas e então me virei para frente.
–Não temos todo o tempo do mundo, C. -Ele pareceu irritado. Já tinha entregado a primeira arma para um garoto de cabelos negros escorridos, um pouco magro demais, porém com largos ombros.
Espere. Eu disse arma?
–Oh. -E então eu entrego a roupa de macacão preto feito de um material forte e resistente que eu não sabia dizer o que era.
–Pegue o capacete na caixa ao lado. -Disse-me Thiago. Virei-me rapidamente, me abaixei, abri a caixa, peguei um capacete e entreguei ao garoto, tentando não ser tão lerda. -Bom, agora só tem que tentar fazer isso mais rápido. -Falou Thiago enquanto o garoto saia da fila.
O encarei por um momento, com ele sustentando o meu olhar. Então Lia deu uma tosse 'proposital'. Desviei meu olhar e me abaixei pegando o macacão e um capacete. Levantei-me e entreguei-os para Lia com um sorriso fraco enquanto ela babava por Thiago sem nem ao menos disfarçar.

Fiz isso mais oito vezes. Até que na última, quando me levantei, eu quase caí, mas Thiago me puxou pelo braço e se colocou na minha frente para me segurar. Bati no seu peito e mordi meu lábio para não deixar soltar um gemido.
–Custa olhar para onde anda?! -Reclamou. Saí de perto dele meio atordoada e enraivecida. Entreguei a roupa e o capacete para Samuel com um sorrisinho fraco nos lábios, ele o retribuiu e me olhou como se me perguntasse se eu estivesse bem. Balancei a cabeça em cconcordância e ele se foi, junto com os outros, que colocavam o macacão por cima da roupa.
Me virei para Thiago, que me olhou mas logo em seguida ignorou-me totalmente voltando-se para os outros.
–Muito bem, Iniciados. Agora separem-se em grupos de cinco pessoas e depois cada grupo fica de um lado dessa linha branca. -Ele explica e aponta para a linha que até então eu não havia percebido, em cimada grama seca. -O jogo de hoje se chama Paintball, mas á moda Força. Nós iremos jogar quase todos os dias, como um treinamento. Vocês devem se fortalecer e aproveitar o máximo disso. -Ele faz uma pausa. -Depois de certo tempo vocês irão jogar contra os Iniciados nascidos na Força e isso os ajudará a gaanhar pontos. Escolher um emprego por aqui... -Ele deixou a frase no ar.
–E porque a Cabeça está de fora? Poderia ser qualquer outro aqui. -Falou uma garota loira -águada, que deixe meu claro, pois suas raizes eram escuras- seus cabelos batiam no queixo e ela tinha olhos azuis.
–Por quê? quer tomar o lugar dela? -Questiona Thiago, com sua voz grossa. Até eu tive vergonha pela garota.
–Quero apenas uma resposta. Ela tem privilégios ou algo assim? -Sua voz era daquelas vadias que implicam com tudo e conseguem tudo o que querem...Oh, perdoem-me pelo adjetivo usado.
–Ela apenas se desgatou mais do que os outros por ter se esforçado mais no exercícios de ontem. -Thiago simplesmente respondeu. Simplesmente. Sem demonstrar nada, ele estava calmo. Talvez desgastado ou com um pouco de humor na voz. Como disse, era difícil compreende-lo.
–Toma! -Ouvi Samuel e Lia rirem e fazerem um hi-five. Para mim a situação era desconfortável. Me encolhi um pouco.
–Tá legal, agora que estão todos vestidos tem dez segundos para separarem-se em dois grupos e tomarem seus lugares. -Thiago disse e se afastou andando para trás e tropeçando nos meus pés.
–Por que você não olha por onde anda? -Retruco-o usando as mesmas palavras que ele dirigiu a mim momentos atrás. Thiago revirou os olhos e bufou.
–Se você não quiser ser acertada, então é melhor se afastar daqui. -Ele falou se concentrando nos Iniciados que estavam a postos com suas armas de paintball na mão.
–Quando acabar munição, tem mais nessa caixa. -Ele aponta para uma que estava quase a sua frente. -E naquela lá. -Ele aponta para uma outra do outro lado dos jogadores, mas na mesma reta da primeira. -O objetivo do jogo é acertar o adversário, portanto, desviem das bolas dando cambalhotas, piruetas, passos para o lado, pulos... Isso é para prepará-los. Sendo assim, concentrem-se. -Ele deixou um clima de tensão no ar e segurou meu braço, me empurrando para trás enquanto ele dava mais algumas passos para trás. -Quando eu disser já, vocês podem começar. -Ele avisou. Demos mais uns cinco passos para trás e então ele gritou: -Já!

Foi tudo tão rápido que mal deu para acompanhar. Em um momento todos os jogadores estavam se divertindo, se concentrando em dar saltos e acertar o adversário. Até que ouve-se um tiro estrondoso que doeu até meus ouvidos.
Todos pararam abruptamente o jogo e seus rostos tomaram uma expressão de susto, pavor, medo. E então um corpo cai. Morto.

Eu sei que eu gritei. Pude ouvir meu grito, mas não sabia que havia sido eu. Não parecia. Eu estava tão chocada, tão... Eu nem sei explicar.
Thiago saiu correndo até eles e eu fiquei parada por alguns segundos, com a boca aberta e a mão por cima dela, que ainda a tampava assim que havia soltado aquele berro. Eu não consegui me mover, não sabia quem havia sido. Sabia apenas que era um garoto. Poderia ser Samuel. Poderia ser o melhor amigo que ele poderia se tornar para mim. Mas eu não sabia quem era e estava chocada demais para ir lá ver.
De longe só pude perceber o corpo jogado no chão e algumas marcas de sangue que podiam ser enchergadas de longe, nada mais.


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Notas finais do capítulo

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