Por Kate Beckett

A chuva começa desde cedo, apesar de o quarto estar muito escuro, percebo que já amanheceu. Ainda deitada, sinto as mãos de Castle em minhas costas, ele se aproxima até ficar o mais próximo possível. Ele sussurra atrás de mim:

–Bom dia.

–Ótimo dia. –o respondo.

Seus beijos em minha orelha estavam me arrepiando. Pedia para que ele parasse, mas Castle não obedecia. Finalmente ele me virou para que nossos olhares se cruzassem. Ele sabia que eu tinha que me levantar, mas mesmo assim, não deixou eu sair do seu lado. Meu celular tocou, com muita dificuldade consegui pega-lo. Sentada na cama, o atendi.

–Beckett!

Eu estava ouvindo a voz do outro lado da linha, mas Castle começou a me beijar, ficou atrás de mim, mexendo em meu cabelo, sussurrando meu nome no meu ouvido, suas mãos explorando meu corpo. Não conseguia segurar o celular, os meus olhos já estavam fechados quando desliguei o aparelho. Meu corpo respondia só aos toques dele, estava me sentindo leve, ele sabia que só ele estava no comando. Com muito cuidado, ele me deitou clamando pela sua presença, foi quando ele notou que estava pronta. Ele sorriu e foi ao meu encontro, sua respiração estava ofegante, seus movimentos estavam precisos, os meus gritos ecoaram pelo quarto, estávamos unidos em prol de um só sentimento.

Ficamos abraçados quando adormecemos. Acordei com o meu celular tocando novamente. Saí dos braços do Castle.

–Beckett!

–Kate, como você esta? Você não liga a dias.

–Oi pai. Me desculpa, tenho andado muito ocupada.

–Tentei te ligar mais cedo...

–Pois é. A bateria do celular tinha acabado. –me virei para o homem que estava dormindo em minha cama e sorri.

–Poderíamos nos ver. O que você acha?

–Claro! Estou de folga. Você pode vim ao longo da tarde. –eu o respondi.

–Irei. Te amo filha.

–Eu também te amo pai.

Vesti-me, deixei Castle dormindo e fui ate a cozinha. Quando acabei de preparar o café, e o vi se aproximar.

–Era meu pai ao telefone mais cedo.

–Sério? Não foi minha culpa! –ele disse levantando as mãos ao alto se rendendo.

–Não foi culpa sua, imagina!! –falei com ironia.

–E o que ele queria tão cedo?

–Estava com saudades. Faz alguns dias que não nos falamos. Ele virá aqui hoje pela tarde. E você também ira recebe-lo.

–Tenho que escolher a roupa que vou usar. –ele brincou.

–Verdade! Porque só de calção, você não pode ficar. –falei indicando a única peça de roupa que ele estava usando.

Ele sorriu.

Castle se despediu e foi até sua casa a fim de se arrumar para encontrar o meu pai. Ele estava nervoso. Confesso que até foi engraçado vê-lo nessa situação.

Fui até o quarto arruma-lo, porque até parecia que tinha passado um terremoto, logo lembrei que esse terremoto tinha nome, acabei sorrindo ao lembrar do que tinha acontecido na noite anterior. Acabo de ajeitar tudo, fiquei por um bom tempo sob o chuveiro. Depois de um bom tempo, Castle estava de volta. Ele trazia chocolates, deixou bem claro que era presente para o meu pai. Não demorou muito e a campainha tocou.

–Fique calmo Cas, ele é só o meu pai. –fui em direção a porta.

–Ele é só o seu pai, isso me preocupa. –ele respondeu rapidamente.

Antes de abrir a porta, pisquei para Castle para ele se sentir mais confiante, ele respondeu com o mesmo gesto.

–Pai! Estava com saudades. –o abracei.

–Sinto saudades todo o dia filha. –ele me abraçou forte.

–Lembra do Castle, pai? –fechei a porta quando ele adentrou a sala.

–Claro! O grande escritor. –meu pai foi o cumprimentar.

–Não tão grande assim senhor. É um prazer. –Castle segurou firme a mão do homem a sua frente.

–Não precisa me chamar de senhor. –sorriu.

Castle fez um movimento positivo com a cabeça. Sentamos no sofá, Castle entregou o chocolate para o sogro.

–E você filha, além do trabalho, como estão as coisas?

–Estou namorando. –o surpreendi.

–Quem é? O conheço? Ou é algum policial?

–É um escritor, Castle.

Castle quase caiu no chão com um ataque cardíaco, fui direta ao ponto, mas isso não justifica o Castle engasgando com o chocolate.

Meu pai se virou para o genro.

–É meu rapaz! A Kate foi direta, não foi? Ela é assim mesmo... –meu pai sorriu.

–Eu sei... Eu queria ter contado... –Castle gaguejou.

Meu pai olhou para nós dois.

–Sabe, por todas as vezes que eu conversava com a Kate, depois que ela passou a ter você como parceiro, ela só falava em um nome. Eu fico feliz que tenham finalmente se acertado.

Castle respirou aliviado. Depois disso, Rick ficou a vontade, os dois conversaram , riram, enquanto eu preparava algo na cozinha. Ver os dois homens mais importantes da minha vida se dando bem, me trazia paz. Comemos, conversamos. Já estava ficando tarde quando meu pai decidiu ir embora.

–Obrigada por ter vindo pai.

–Não tem que agradecer filha.

–Foi um prazer. –Castle pegou em sua mão.

–Bem vindo a família. –meu pai o abraçou.

Ao fechar a porta, Castle me surpreende com um beijo longo, seus braços ao meu redor, minha mão passando por seus cabelos e sua nuca. Quando finalmente nos separamos, eu arqueei uma sobrancelha e fiz uma expressão de dúvida. Ele recuperou o fôlego e disse:

–Estou oficialmente na família!