It's Leviosa, not Leviosá! escrita por log dot com


Capítulo 1
One-Shot - Capítulo Único




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“É leviosa, não leviosá!”, disse eu brincando com Rony enquanto jantávamos.

Era uma noite calorosa e receptiva, e estávamos comemorando o aniversário de um dos nossos filhos, Hugo. Harry e Gina também estavam lá, e foi tipo... Mágico. Uma verdadeira lembrança do tempo em que tínhamos apenas onze anos, e ficávamos andando sem parar por Hogwarts, nos metendo em confusões e lutando contra as forças do Mal.

Parecia ter acontecido há tanto tempo. Afinal, eu já tenho noventa e quatro! Harry e Rony riam e conversavam, enquanto eu e Gina nos lembravamos de tempos atrás. Quando ainda éramos crianças. Quando ainda éramos vivos.

Ele parecia tão alegre e vivaz. Meu querido marido. Meu won-won.

Voltamos da festa logo em seguida, e fomos nos deitar. Eu dei apenas boa-noite para ele, afinal, seria apenas mais uma boa e longa noite de sono corriqueira... E ele morreu.

Estava duro quando eu acordei. Frio e assustador como qualquer Dementador. Seus olhos estavam arregalados, e seu coração não pulsava mais. Eu não soube o que pensar. Foi tão súbito. Numa noite, ele estava bem, conversando, rindo alto, contando piadas... Relembrando nosso tempo de jovem.

Se eu soubesse que naquela hora em que íamos dormir... Se eu soubesse que seria a última vez... Se eu soubesse que toda a vida existente nele iria se esvair...

Mas é assim. Nunca esperamos. A Morte se esgueira silenciosamente e começa a afetar nossa mente. Nosso corpo. Nosso coração. E quando menos esperamos, já não existimos. Já não sentimos. Já não estamos mais vivos.

Eu lembro quando foi a primeira vez que eu o vi. No vagão, rindo com o Harry. Eu estava ajudando Neville, um amigo meu. E ele olhou para mim. Na época, eu não sabia que seríamos amigos. Eu não sabia que nos apaixonaríamos. Eu não sabia que algum dia aquele menino alegre e cheio de energia estaria estirado, frio e duro, na minha cama. Morto.

No enterro, todos estavam lá. Harry, Gina, Neville, Hugo... Todos.

Quando ele morreu, eu senti que uma parte de mim se perdia. Que uma parte da minha alma tinha se perdido completamente. Uma parte de mim morreu quando Rony se foi.

Era ele que me prendia à vida. Ele que me fazia ter vontade de viver cada manhã, cada tarde, cada noite, cada segundo da vida. Agora, eu já não tenho motivações para viver. Meus filhos, cresceram. Tem sua própria vida, seus próprios filhos... Eles têm tudo. Não precisam mais de mim.

Rony era minha Horcrux. E ele se fora para sempre.

Eu ouço ele me chamando. Rony. Quando eu vou dormir, ele sussurra no meu ouvido palavras de reconforto. Quando eu acordo, ele sussurra um “Bom-dia”. Eu sinto saudades dele. Ele me mantinha viva.

Ouço uma voz sussurrando para mim nesse exato momento. Ouço a voz dele. Eu te ouço, Rony. Sua voz sai de um antigo desiluminador, me chamando. Me chamando.

Eu estou indo. Rony, eu irei me juntar a você. Já não sinto vontade de viver, e eu sei que minha felicidade não se encontra mais nesse plano. Se encontra com você.

E, pela enésima vez, é leviosa, não leviosá.


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Notas finais do capítulo

Bom, comentem o que gostaram e o que não gostaram também. E obrigado a quem leu até aqui :-))))