Sonho realizado escrita por Alice chan


Capítulo 1
Sonho realizado




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Pela primeira vez naquela noite, o silêncio reinou. A guilda estava vazia, só havia os dois ali. Era o momento perfeito para ele. Depois de muita conversa, uma única frase silenciou o casal.

“É porque eu te amo, Juvia.”

Na mente de Juvia, estas palavras ecoavam sem parar. Os olhos de Juvia brilharam como diamantes, e a voz de Gray tilintava em seus ouvidos. “Gray-sama... Gray-sama disse que... que ama Juvia...”

Dentro de si, Juvia dava pulos e pulos de alegria, e flutuava no ar! Por fora, Juvia corou. Corou, e esboçou um pequeno sorriso tímido. A vontade de Juvia era pular em cima do Gray, abraçando-o fortemente. Seu sonho tinha se realizado!

Mas Juvia estava paralisada. Estava tão encantada com a frase que nem conseguia se mexer. Apenas sorria, olhando fixamente o rosto de Gray à luz da lua. Sim, neste exato momento a luz da lua adentrou na guilda pela janela, atingindo o rosto de Gray. O momento não podia ser melhor.

O único movimento que Juvia conseguiu fazer foi virar o rosto, envergonhada. “Sim!” murmurou para si mesma. Seu coração pulsava tanto que talvez, até Gray ouvisse.

Enquanto Juvia se deliciava no momento mais encantador da sua vida, sentiu uma mão gélida e carinhosa tocando seu rosto. A mão de Gray tocou-lhe suavemente no queixo, virando o rosto dela para que ele pudesse enxergá-la.

– Não se vire, Juvia.

A coragem tomou lugar da vergonha. Suavemente, Gray virou o rosto de Juvia para ele, enquanto a puxava para perto de si. Juvia se deixou levar. O beijo deles durou alguns segundos, os mais encantadores para Juvia.

Gray estava orgulhoso de si. Finalmente se declarou para ela, e até roubou-lhe um beijo! Mas quando ele abriu os olhos, não era Juvia quem estava lá.

***

– Natsu?! Happy?!

Quando Gray percebeu, estava deitado em cima da mesa da guilda, já era de manhã. Natsu e Happy olhavam-no atordoados, e com uma cara de terror.

– O que vocês fazem aqui?! – gritou Gray, furioso para Natsu e Happy.

– Por que você estava beijando o ar? – disse Natsu, pausadamente, ainda se recuperando daquela visão.

Gray se deu conta de que tudo não passara de um sonho. O melhor momento da sua vida, o seu primeiro beijo com Juvia, o momento mais marcante da vida de ambos não passara de um... Sonho. Gray deprimiu-se.

“Ah, mas hoje vai ser pra valer!” E com um pulo e um sorriso no rosto, Gray decidiu que, nesta noite, tudo aquilo que sonhou se realizaria! Faria tudo aquilo de novo, só que dessa vez, na vida real. Saiu andando para fora da guilda, tinha muitas coisas a fazer! Natsu e Happy... Bem, eles apenas observavam tudo, chocados e surpresos.

– O que ele tem? – perguntou Happy, tremendo. Estava apavorado demais para ter outra reação.

– Ah, eu não sei, Happy! Gray tem uns hábitos estranhos... Como tirar a roupa, e... – Natsu hesitou. Um sorriso surgiu em seu rosto.

– Beijar o ar?! – disse Happy, que juntamente com o Natsu, deram altas gargalhadas. Uma voz feminina foi ouvida pelos dois amigos:

– Não julguem o Gray. Às vezes, era apenas um sonho bom.

Natsu e Gray pararam. Olhando para trás, enxergaram Mirajane, bem rente a eles. Natsu deu um pulo de susto, com Happy no seu ombro. “Ah quanto tempo ela está aqui?” sussurrou Natsu. “Não sei, Natsu.” Respondeu Happy, no mesmo tom de voz.

Mirajane abaixou a cabeça, sorrindo. Virou-se e foi até o balcão. As portas da guilda estavam abertas, logo mais magos chegariam. Mais um dia começou. Mirajane continuou falando com Natsu:

– Sabe, percebi que Gray estava estranho, ultimamente. Deve ser o amor!

– Amor? – indagou Natsu. Deu mais gargalhadas com o Happy, que já estava rolando na mesa de tanto rir.

– Não é brincadeira. Gray pode estar amando alguém da guilda. Tantas mulheres por aqui... Eu não duvidaria.

– Mas quem? Quem pode ser? – perguntou Happy, que começou a se interessar na conversa.

***

Mirajane não respondeu. Ficou pensativa por uns instantes, e os dois garotos também. A manhã foi passando, mais magos foram chegando, e a conversa terminou ali. Ninguém mais disse nenhuma palavra a respeito daquilo. Também, Natsu e Happy esqueceram completamente do assunto.

Lucy, Erza, Wendy, Cana, Natsu e Happy estavam em uma mesa. Conversavam sobre várias coisas. Até que Juvia e Gajeel chegaram na guilda. Gajeel e Natsu se entreolharam com um olhar maligno e desafiador, como sempre. Juvia parou atrás de Gajeel. Olhava para todos os lados, aflita. “Gray-sama não está aqui?” Lucy enxergou a companheira, e a chamou:

– Ei, Juvia! Junte-se a nós, senta aqui com a gente! – gesticulou Lucy, sorrindo.

Juvia aceitou. Sentou-se ao lado de Wendy, pois não gostava muito de Lucy. Rival do amor, era assim como Juvia a chamava. Deixando tudo de lado, continuou procurando por Gray com o olhar, mas sem sucesso.

– Ei, Juvia-san. Está procurando por quem? – perguntou Wendy.

– Gray-sama ainda não chegou? – indagou Juvia, aflita. Wendy ia responder, mas Natsu ignorou Gajeel e interviu na conversa:

– Eu e Happy vimos Gray hoje de manhã! Ele estava beijando o ar, né Happy?! – Natsu começou a gargalhar com Happy, novamente. Todos da mesa riram baixinho, tentando imaginar a cena. Juvia corou, pois na imaginação dela, Gray não beijava o ar, e sim, ela. Juvia deu um sorrisinho tímido e abaixou a cabeça. “Queria que fosse com Juvia...”

A conversa rolou solta, e Juvia continuava silenciosa. Até Erza começou a falar um pouco sobre seus pequenos trabalhos recentes, e todos a olhavam admirados. Menos Juvia. Juvia olhava para o chão, mexia na roupa e olhava de canto para Cana, que bebia outro barril de saquê.

"Ah... Se Gray-sama estivesse aqui, Juvia teria algo para fazer..." lamentava Juvia em seus pensamentos. Para ela, a guilda sem o Gray estava incompleta. Juvia estava tão absorta em suas lamentações que não ouviu os passos de alguém chegando.

Um segundo depois, uma silhueta se aproxima da porta da Guilda. Era Gray. Parecia desapontado, mas decidido ao mesmo tempo. Ao aparecer na porta, os olhos de Juvia brilharam como diamantes. Ele caminhou até a mesa que seus amigos estavam. Sentou-se entre Wendy e Lucy. Juvia irritou-se, mas não disse nada.

– Bom dia gente. – disse Gray, sem levantar a cabeça, e sem mostrar um pingo de ânimo.

– Como vai, beijoqueiro? – caçoou Natsu. Gray resmungou algo, e levantou a cabeça com um sorriso sarcástico.

– Eu não sou beijoqueiro, bafo de fogo.

– Mas estava beijando hoje de manhã, seu stripper congelado.

– F-Foi um sonho que tive – disse Gray corando. Olhou para Juvia por um rápido momento, e voltou seu olhar ao Natsu. Juvia tapou sua boca com as mãos. Gray olhou para ela, e corou? Gray, por acaso, sonhou com ela? Juvia continuou olhando para Gray, torcendo que seus olhos se encontrassem novamente. Em vão. Gray não queria olhar para ela de novo, um olhar a mais entregaria tudo. Voltou sua atenção ao Natsu. – E-E você não tem que se intrometer, seu fósforo ambulante!

– Quem que é fósforo ambulante? – gritou Natsu, pulando em cima do Gray. Começaram a brigar, como sempre. Elfman entrou na briga, dizendo algo sobre ser homem; Gajeel pulou no montinho, gritando que não ia perder uma briga dessas. Jet e Droy entraram na briga também, queriam mostrar à Levy que eram bons. E assim, quase todos os homens da guilda estavam brigando, como sempre! As meninas da mesa apenas olhavam aquilo, e suspiravam. Não tinham o que falar.

O único que estava de fora era o Happy. Com um peixe na mão, tentava falar com Charlie, em vão também. Ela não queria peixe nenhum, e ignorava sua presença. Virada de costas para Happy, deu um pequeno sorriso, mas andou em direção à Wendy, deixando Happy na mesa, deprimido.

Alguns minutos depois, Makarov separou todos da briga. Bateu em todo mundo e mandou cada um para seu devido lugar. Anunciou que iria para uma reunião do Conselho, e Mirajane ficaria no comando. Todos assentiram. E recomeçaram a brigar, como o rotineiro. Claro, foi Natsu quem recomeçou a disputa.

***

A tarde passou. Aconteceram outras brigas, mas nenhuma preocupante. Todos fizeram o costumeiro, menos Gray. De tarde, ele foi para a rua e sumiu. Não voltou mais. Era algo estranho, mas apenas Juvia se preocupou de verdade. O amor possessivo dela fazia vigiá-lo 24 horas, mas ela não o seguiu. Ficou na guilda, deprimida. Todos conversavam com ela, e ela dava respostas curtas.

Foi chegando à noite. Muitos magos foram embora, alguns ficaram por lá. Juvia quis ficar, na esperança de que Gray voltaria. Juvia acabou cochilando, e Mirajane não quis incomodá-la. Colocou uma pequena manta, cobrindo-a do frio. Ao olhar para Juvia, que dormia tranquilamente, Mirajane pensou “Oras... Pode ser que Gray ame Juvia.” Hesitou por uns momentos, olhou novamente para Juvia e pensou “Não, ele já teria dado uma chance a ela... Pelo tanto que ela o ama, ele já teria notado e falado com ela. É, estou pensando demais...”

Ah! Mirajane estava enganada. Enquanto voltava ao balcão, a porta da Guilda se abriu. Gray passou pela porta, com um buquê de flores na mão. Mirajane virou-se, e olhou para o buquê com uma cara assustada. “Pra quem é?”

– Mira-san! Mira-san! Poderia guardar este buquê? Quero fazer uma surpresa amanhã. - apenas de imaginar a cena, Gray deu um sorriso confiante!

– Gray, para quem é este buquê maravilhoso? – Mirajane analisava o buquê, admirada. – Que belo arranjo! Como conseguiu comprar?

– Peguei um pequeno trabalho hoje de tarde. Fiz correndo, e consegui comprar as flores a tempo. Só agora consegui chegar à guilda... Me atrasei demais.

– Você não me respondeu. Para quem é este buquê? – indagou Mirajane.

Gray corou. Ele ia responder, porém, ao olhar para o lado, viu Juvia, dormindo. “Tão bonita...” Gray sorriu, suavemente. Mirajane entendeu tudo, apenas com aquele olhar, e com a reação de Gray.

– Para Juvia-san? Oh Gray, ela vai adorar! Vamos acordá-la agora, e mostrar o lindo buquê que você trouxe a ela!

– Não, Mira-san! Não a acorde! E-Eu ainda n-não estou p-pronto, e...

Tarde demais. Mirajane já estava acordando Juvia, passando a mão em seu rosto, suavemente. Gray ainda não tinha criado o seu discurso, nem pensado em nada, mas a hora era agora. Juvia acordou, olhando para Mirajane com uma feição cansada. Mas seu rosto mudou completamente quando viu Gray, com um buquê na mão. Mirajane não teve que dizer nada: apenas virou-se e deixou os dois ali, sozinhos. “Agora é com o Gray.”

***

Gray tremeu. Juvia levantou-se da mesa onde estava deitada (sim, Juvia dormira em cima da mesa) e foi até em direção de seu amado. Ela também estava receosa, mas Gray, parado ali, com um buquê, era muito mais atraente do que o normal. Além do mais, ele também estava sem camisa – como sempre.

Juvia hesitou. Sempre que tentava falar de amor com o Gray, ele negava, se virava, falava com outras meninas, etc. Infinitos casos de rejeição. Então, será que o buquê era para ela mesmo? Ao pensar nessa possibilidade, Juvia simplesmente desabou. Sentou-se na cadeira, com a cabeça baixa, e chorava baixinho. Ela nem quis começar nada, dessa vez.

Gray correu para sentar-se ao lado de Juvia. Passou os braços em volta do corpo de Juvia, perguntando “O que foi?”. Não houve nenhuma resposta. Juvia estava muito emotiva para dizer algo. Gray resmungou e disse para ela:

– Ora, Juvia, não chore! – e parou. Gray queria dizer muito mais, queria dizer coisas bonitas. Mas a voz não queria sair. Deu-lhe um nó na garganta, e Gray só tremeu mais. Juvia levantou o rosto, logo depois de ter secado as lágrimas. Olhou para Gray. Notou que ele estava nervoso, e só aí percebeu que ele estava com o braço em sua cintura, acolhendo-a.

Juvia sorriu. Fungando, olhou para Gray. Gray corou muito, e lembrou-se do seu sonho. “Se eu fizer como no sonho, vai dar tudo certo. Tudo certo. Entregue o buquê Gray, vamos.” Gray levantou a outra mão, que segurava o buquê, e entregou-o para Juvia.

– É pra você – disse Gray, corando, de olhos fechados, e desviando o olhar.

Juvia aceitou o buquê de bom grado. Inspirou o cheiro das flores profundamente. Expirou pela boca, sorrindo como nunca antes. Gray, vendo aquela cena, sorriu. O buquê agradara Juvia. Agora, o resto, ele devia fazer como no sonho. Mas antes, deviam estar sobre a mesa. Os bancos não eram o lugar em que eles estavam deitados, no sonho. Gray estendeu sua mão à Juvia, sem soltar de sua cintura.

– Suba na mesa. É mais espaçoso. – dizendo isso, Gray subiu, e deitou-se, ajeitando um lado para que Juvia se deitasse junto. Muito corada, ela aceitou a proposta - e prefiro não citar as imagens que passaram na cabeça de Juvia. Deitou-se ao lado de Gray, com um pouco de espaço entre eles.

Não foi como no sonho. Durante o sonho, eles conversaram durante horas, para depois, houver um pouco de silêncio. Naquele momento, o silêncio já estava acontecendo, e era perturbador. Gray não sabia o que dizer, mas Juvia sabia.

– O-Obrigada pelo buquê. – gaguejou Juvia, fechando os olhos.

– Ah! É... Bem... D-De nada. – Gray estava irritado. Aquilo era mais difícil do que parecia.

– Então – continuou Juvia, que não queria perder aquele momento – você comprou este buquê com... Que dinheiro?

– Fiz um pequeno trabalho hoje de tarde. Não era em Magnólia, e sim, em uma cidade vizinha. Atrasei um pouco por causa disso...

– Entendo...

O silêncio voltou a reinar. Gray queria conversar mais com Juvia, queria ouvir a voz dela. E precisava de um motivo para dizer que a amava. Se ela fizesse a mesma pergunta do sonho... Tudo estaria resolvido.

Às vezes, o destino nos é favorável. E para Gray foi. Juvia fez a pergunta, como se ela tivesse presenciado o sonho de Gray:

– Gray-sama... Por que você comprou o buquê para Juvia?

– É porque eu te amo, Juvia.

Juvia paralisou. Seus olhos brilharam como diamantes, e a voz de Gray tilintava em seus ouvidos. “Gray-sama... disse que ama Juvia...”

Dentro de si, Juvia pulava de alegria (e Gray também)! Por fora, Juvia corou. Corou, e sorriu timidamente. A vontade de Juvia era abraçar Gray tão forte... Mas Juvia estava paralisada. Estava tão encantada com a frase que nem conseguia se mexer. Apenas sorria, olhando fixamente o rosto de Gray à luz da lua. Como no sonho dele, o momento não podia ser melhor.

A única coisa que Juvia fez, foi virar o rosto, envergonhada. Seu coração pulsava tanto que talvez, até Gray ouvisse. Mas o coração de Juvia não era o único que pulsava com mais intensidade...

Enquanto Juvia se deliciava no momento mais encantador da sua vida, sentiu uma mão gélida e carinhosa tocando seu rosto. A mão de Gray tocou-lhe suavemente no queixo, virando o rosto dela para que ele pudesse enxergá-la.

– Não se vire, Juvia.

Suavemente, Gray puxou Juvia para perto de si. Juvia se deixou levar, e fechou os olhos. Sentiu seus lábios tocando o de Gray. O beijo deles durou alguns segundos, os mais encantadores para ela.

Gray se sentia orgulhoso. E muito feliz! Seu sonho (e o sonho de Juvia) se realizara! Ele mal abriu seus olhos e sentiu algo pulando em cima dele.

– Oh, Gray-sama! – gritou Juvia, enquanto lhe dava um abraço muito apertado, e outro beijo.

*


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler! Que seus sonhos se realizem *3*