How to survive escrita por Hayley Deschannell


Capítulo 11
Quem ele é


Notas iniciais do capítulo

SÓ SAUDADES DO TEMPO EM QUE EU TINHA TEMPO D:
Sério, me desculpem pela demora ):



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Ellie.

Eu não fui embora. E agora?

– Alooo! Terra chamando Ellie! – Mable estava cutucando minha testa – Ouviu o que eu disse?

– Ah, não ouvi, desculpe...

– Você tá estranha... Vai me esconder mais um segredo?

– Não, é que... – Tommy chegou na porta do quarto antes que eu pudesse dizer algo.

– E aí? Ta pronta? – Ele segurava uma espingarda.

– Pronta pra quê??

– É isso que eu tinha falado – Disse Mable cutucando minha cabeça – Mas você tá lenta hoje...

– Nós vamos caçar, vai logo. – Ele disse e saiu.

Eu tinha acabado de acordar. Não sonhei com nada. Na verdade nem dormi. Na noite anterior, eu simplesmente desisti de um plano super fundamentado, com um milhão de motivos para ser a escolha certa, por causa de um beijo. Cara, naquela noite eu não dormi porque fiquei pensando o quanto eu era fraca e sentimental. Isso que já acabei com dezenas de vidas. Quanta ironia.

Mas caçar seria bom para esfriar a cabeça. Ao menos que...

– Droga! – Me voltei para Mable. Ela pulou de susto.

– Que foi?! Ta louca?

– Quem vai nessa caça?

– Provavelmente, você, o Tommy, um cara legal que ajuda o Tommy, chamado Brandon, e claro o Aiden.

– Ah... – Minha cara de frustração me obrigou a contar tudo para ela.

Aiden.

Estávamos esperando a Ellie. Não sabia se me arrependia ou não do que tinha feiro na noite passada. Pelo menos, ela ainda estava lá. Mas não sabia o que ela sentia. Não sabia nem o que eu sentia. Foi totalmente involuntário.

O que eu sabia, é que eu não gostava daquele tal de Brandon. Ele queria aparecer mais do que devia. Ele era como o “braço direito” do Tommy. Sempre interrompia minhas falas e, quando Ellie chegou, foi logo pra cima dela.

– Você deve ser a Ellie não é? – Disse estendendo a mão – Eu sou o Brandon.

Ela apertou a mão dele. Eu sentia que ela estava evitando meu olhar. Logo entendi que fiz besteira na noite anterior.

– Ouvi dizer que você é ótima com arco e flecha! – O cara era um puxa-saco.

Ellie assentia e respondia algumas coisas que ele dizia, sem prolongar o assunto. O que mais me irritava, além da voz dele, era o barulho da sua câmera Polaroid, que ele insistia em usar para tirar fotos, e dar algumas para a garota, que não estava nem aí. Mas também, não parecia incomodada. Ellie simplesmente não estava ali. Ela não dirigiu nem um olhar ou palavra para mim desde que saímos.

Uma das fotos recém imprimidas voaram da câmera e caíram no chão. Eu, como não consigo não arranjar encrencas, “sem querer” pisei em cima, e fingi que não percebi. Ele me olhou com uma cara feia, e eu levantei as mãos como alguém que não tinha a menor ideia do que estava acontecendo.

Por fim, Brandon parou de tirar fotos, pois Tommy avistou algumas presas.

Mas eu avistei algo mais. Avistei pessoas que não deveriam estar ali. Pessoas que eu já conhecia. Mas que podiam nos matar.

– Droga, luke! – Sussurrei. Espero que não tenham escutado.

Ellie.

Estávamos esperando o momento certo para atacar. Esse foi o único momento que Brandon me deixou em paz. Decidi dizer algo a Aiden. Mas quando virei para trás, ele não estava mais lá.

– Ei, esperem. – Os dois me olharam.

– O que foi? – Tommy parecia impaciente.

– Aiden sumiu!

– Mas o que? – Olharam em volta.

Aiden não estava em lugar nenhum.

– Se separem e procurem ele. Com cuidado e em silêncio. Pode ser outro grupo de caça.

Procuramos. E procuramos. Nada. Voltamos para onde nós estávamos. Nesse momento, a preocupação já tinha passado dos limites. Pelo menos a minha.

As batidas no peito ficavam cada vez mais fortes. Eu sentia um nó na garganta. Nada podia ter acontecido com ele. Nada.

Brandon surgiu com uma expressão séria. Ele tinha algo na mão. Mas guardou quando ouvimos um barulho. Aiden surgiu, passando por arbustos, com coelhos mortos. Alívio. Não teve como eu não olhar pra ele. Não teve como eu não correr na sua direção e abraça-lo.

Ele pegou alguns coelhos. Tommy acertou um veado. Estávamos voltando para casa.

Ninguém disse nenhuma palavra, além de mim e Aiden, até chegarmos. O que eu achei estranho. Brandon nem olhava para mim. Ele e Tommy trocavam olhares. Eu não tinha a menor ideia do que estava acontecendo. Mas estava feliz por ter criado coragem e quebrado uma barreira estranha entre eu e o cara dos olhos cinzentos. Talvez nós finalmente iríamos entender os sentimentos um do outro. E os próprios.

Quando chegamos, um pouco antes da hora do almoço, o mesmo clima estranho continuou. Era como se eu não pudesse estar feliz por estar com Aiden. Na hora do almoço todos se reuniam no salão principal, que ficava um pouco antes da usina. Depois que todos comem, sempre ficamos reunidos por mais um tempo, para conversar um pouco antes de voltar ao trabalho. Mas notei Tommy e Joel saindo do salão com Aiden. Eu fui atrás deles.

Eu andava na direção deles. Não pareciam notar. Eles estavam longe. Eu vi Tommy apontando o dedo para Aiden e mostrando algo para ele e Joel. Joel também apontou algo para ele mais era uma arma.

– Que merda tá acontecendo?! – Eu disse antes de começar a correr.

– Ellie! – Brandon me segurou – É melhor não ir pra lá!

Vários outros que estavam almoçando saíram para ver o que estava acontecendo. Inclusive Mable.

– Mas...

– Ele é um traidor, Ellie! É dos caras que sempre tenta invadir nossa área! Eu tirei fotos!

– Para de mentir, Brandon! – Eu o empurrei, fazendo ele cair sentado na neve, espirrando lama nos próprios cabelos pretos.

Eu corri na direção dos três. Não podia ser verdade. Atrás de mim eu ouvia Brandon gritando para eu parar. Ele também disse algo sobre Aiden ter mentido sobre seu verdadeiro nome. Ele não podia ter mentido para mim.

Cheguei perto deles e segurei Joel, impedindo de acertar um soco no rapaz.

– Elie, sai daqui! Ele não é quem você pensa! – Disse Joel me afastando.

– Então quem ele é? Me expliquem que droga é essa?

Tommy se aproximou com a cabeça baixa. Me mostrou algumas fotos. Estavam meio tremidas, mas perceptíveis. Maria se aproximou de mim, pelo jeito já sabia do acontecido. Senti a mão de Mable tocar o meu ombro.

As fotos mostravam Aiden conversando com um grupo de pessoas. Provavelmente um grupo de ladrões. E era justamente o grupo que mais ameaçava a segurança daquele lugar.

– Isso é mentira né? – Olhei para Aiden em busca de uma resposta. Joel apontava uma arma para ele. Ninguém disse nada. Eu senti um nó na garganta. Brandon se intrometeu.

– O nome dele nem é Aiden! Aqueles caras chamavam ele de “Willyboy” ... Acho que ouvi um deles também chamar de Will, ou William.

– Isso é verdade? – Eu ainda olhava para ele. Ele desviou o olhar. Aquilo foi um sim.

Eu não disse mais nada. Nem sabia o que dizer. Joel o deixou vivo, mas avisou que se o visse de novo, o mataria. Ele concordou sem dizer nada. Já estava com sua bolsa. O portão de abriu. Praticamente jogaram ele para fora. Os guardas nas torres de vigilância confirmaram que ele se afastou do perímetro.

Tommy disse para todos dispersarem, mas me ignorou. Eu continuei no mesmo lugar ajoelhada no chão. Mable me abraçava e dizia coisas que eu não lembro. Maria também estava ali. Brandon estava em algum lugar atrás de mim. E eu, mais uma vez, estava chorando. Mas eu não ligava.


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Notas finais do capítulo

É, gente... O Aiden/William, assim como Joel, já esteve dos dois lados. Ou será que ele ainda está só do outro lado?
Cara que confuso...
Me desculpem pela eternidade dessa demora, denovo.
Comentem, acompanhem e tudo mais.
Tchau!



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