Resolvi dar uma fugida e entrei em uma loja de CD’s. Na verdade, eu ultimamente tenho evitado de ler coisas. Porque para mim ficava tudo embaçado. Mas meu real objetivo de ter saído, era a minha discussão com Tony e eu também precisava esfriar a cabeça para pensar. As fotos denunciavam que eu estava com alguém e esse talvez seja Klaus, um cara que apareceu em várias fotos. Voltei para a Torre.

–Jarvis. Tony está ai? -perguntei entrando no elevador.

–Sim senhorita. E está a aguardando com o Sr. Furry e o Capitão Rogers.

Droga! Massageio minhas têmporas prevendo Steve se desapontar comigo ao descobrir minha fuga, pois mais cedo ele pediu para que eu não brigasse com o Stark.E Furry provavelmente apoiaria Tony se fosse para discutir comigo. As portas do elevador se abrem e meu coração acelera.

–Onde esteve? -foi a primeira coisa que ouvi antes de colocar meu pé para fora.

–Eu sai para tomar um ar, estava bastante estressada. -respondo ao Tony.

–Você não pode me desobedecer! -resmungou bebendo o seu típico uísque.

–Na verdade eu posso. -passo por ele e aperto as mãos do Furry. -Olá Furry, porque a visita?

–Você está vendo Furry? É por isso que não tenho filhos.

Rio pelo nariz e reviro os olhos. Aproximo de Steve e faço continência, ele estava um pouco tímido devido a nossa última noite juntos.

–Capitão.

–Morozov.

–Stark, ela precisa se acalmar, não é bom para Morozov ficar estressada. -Natasha apareceu com seu uniforme.

Fiquei aliviada por ela ter me defendido. Não olhei para Tony e cruzei os braços evitando dar um sorriso vitorioso. Era uma surpresa Furry aparecer. Na verdade, nunca imaginei ele fazendo visitas pessoais.

–Vim aqui para verificar se está tudo em ordem. Pelo que vejo estão com pequenos conflitos. -Furry falou pela primeira vez.

–Isso nunca aconteceu antes. -pronuncio.

–Podemos conversar a sós? –o tapa olho pergunta.

Olhei para Tony e depois para Steve, ambos calados, mas o primeiro se divertia com sua bebida enquanto o outro parecia desconfortável. Levei Furry para o meu quarto em outro andar.

–Você volta para Rússia quando?

–Amanhã à noite.

–Recebeu os arquivos que eu trouxe? -pergunta ele me entregando um pacote pardo. -Tenho mais alguns aqui.

Responder essa pergunta ainda é difícil. Eu queria ir, mas sei que seria super arriscado. Parte de mim deseja ficar. Balancei a cabeça afirmando e Furry não parecia muito convencido. Transferi a atenção para o pacote em minhas mãos.

–Abra apenas quando estiver no avião, para não comprometer informações sobre sua vida pessoal. -avisou ele bastante apreensível.

–O que farei ao chegar lá?

–Eles provavelmente já devem saber da sua ida. Compramos passagens em seu nome e além disso, toda a Rússia é controlado pela ALRS. Câmeras, voos, documentações. E se perguntarem sobre porque você defendeu os agentes da SHIELD de sua irmã, dirá que tinha perdido a memória, mas depois de algum tempo recuperou. Esta tudo dentro do pacote.

Assenti novamente. Mesmo Furry sendo um pouco "megero", ele faria falta nos meus dias lá. Porque, principalmente, ele era a própria SHIELD e todo o clima harmonioso -talvez harmonioso- fosse um motivo para eu me arrepender futuramente de ter ido.

–Olá? Steve? -chamo ao perceber o silêncio da sala.

–Aqui. -escuto a voz vindo da varanda.

Meu coração acelerou e me senti culpada. Afinal, nossa última noite foi tão perfeita, nem parecia real. Era algo para eu descrever detalhadamente em meu diário.

–Onde está todo mundo? -pergunto encostando no parapeito e olhando para baixo me arrependendo em seguida.

–Thor esta em Asgard e volta logo. Tony, Natasha e Clint saíram com Furry e o Dr. Banner está no laboratório. -responde olhando para baixo também um pouco envergonhado. -Eu trouxe isso.

Eu devia estar tão nervosa que nem percebi o buque de flores em suas mãos. Não era um problema por ter proporcionado a melhor noite de minha vida desde que me lembre, não era um problema ele ter feito eu me apaixonar loucamente e a culpa não era dele se ele me fizesse querer desistir de tudo e ficar aqui. Eu também estava envergonhada da noite anterior, mas não mudaria nenhuma parte.

–São lindas. Não precisava disso. -exclamo e olho em seus olhos finalmente. Eles brilham um azul perfeito.

Tento segurar as lágrimas em meus olhos. Era clima de despedida. Eu me sentia tão mal agora... Preferia ter evitado essa visita.

–Flyer, eu vou te amar até a ultima flor morrer. -disse carinhosamente com a mão em meu queixo e me puxa para um beijo.

Respira Flyer. Sorrio confiante e olho para o buquê esperando encontrar a flor de plástico em que todos namorados dão para as garotas e dizem a mesma coisa. Mas dessa vez, ele se surpreendeu.

–Steve, todas as flores são verdadeiras. -percebi franzindo a testa.

–Sim. É por isso que você não deve deixá-las morrer.

Sorrio com suas palavras. Ele não era chicle. Foi a coisa mais fofa do mundo e cada pensamento meu provava o quanto eu estava apaixonada. Passo a mão tentando esconder meu rosto corado e Steve ri pelo nariz.

–Quando eu chegar na Rússia e voltar com minha rotina, saiba que não terei me arrependido de nada.

Suas mãos me contornaram para um abraço forte. Era nosso último abraço e momento juntos. Um ato que foi o começo de tudo. O abraço do Steve é o melhor remédios de todo ou talvez o pior, que fez eu me odiar por ir. Fechei os olhos inalando seu perfume e sentindo a brisa em meu rosto. Steve iria embora hoje, levando uma parte de mim consigo.