I'm Not the Enemy escrita por Queen B


Capítulo 17
Capítulo 17- O Soldado


Notas iniciais do capítulo

está chegando CAPITÃO AMÉRICA! uhu. capítulo gigante e muito fofo. obrigada pelos comentários.



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Descemos na linha me metro. Ele não quis me responder durante o caminho e eu desisti de perguntar. Steve me deixou ir andando ao seu lado, eu sabia que se negasse a andar, ele me carregaria de qualquer forma. Estávamos diante de um extenso parque, com longos caminhos, árvores, flores.

–Estamos no Central Park. Não era isso que queria saber?

–Sim! Mas porque? –volto a questionar.

Novamente ele sai na frente, me dando as costas. Rogers tinha o direito de fazer isso. Não fui muito legal com ele... Tenho dado altas mancadas, assim como ele. Mas como confiar alguém que mentiu tanto para mim? Que escondeu minha própria identidade?

–Eu apenas quero saber aonde estamos indo. Tenho o direito de saber. –resmungo.

–Flyer, continue andando.

Entramos por caminhos estranhos, atravessando matas e pedras. O Central Park é muito grande. Se não fosse o Steve que estivesse me guiando, eu juraria que estaria a caminho da minha morte. Ele finalmente para diante de uma enorme árvore.

–Precisa de ajuda para subir? –ele me olha nos olhos pela primeira vez e podia sentir o tom ignorante.

–Claro que sim. –uso o seu mesmo tom empinando o nariz. –Mas você vai na frente, porque como pode ver, estou de vestido. A não ser que o seu objetivo seja outro...

–Tudo bem.

Envergonhá-lo era fácil. Claro que Steve não hesitaria. Por uns pequenos degraus feito de madeira pregados ao tronco da árvore, ele subiu fácil e depois me ajudou. Sentamos em um galho grosso e pude ver nomes de outros casais que passaram por lá e decidiram registrar seus nomes.

–Porque estamos aqui? –suspiro perguntando.

–Para você ver Nova York vista por mim.

Olho para frente. Estávamos bem alto. Eu podia ver um lago, mais pistas de corridas, árvores e no fundo prédios. Mas eu já possuía essa vista da Torre Stark.

–Isto?

–Não. Isso.

Ele segura meu queixo e vira minha cabeça para o outro lado. Vi um grupo de pessoas sentado no chão e uma banda acústica tocando som. Troco de lado para poder ver melhor. Eu podia escutar o barulho baixinho da mulher cantando, mas via claramente as pessoas se divertindo. É, esse lado de Nova York era fantástico.

–Precisamos conversar. –sussurro baixo.

–Sim.

–Foi burrice o que você fez Steve. Não precisava ter feito isso por mim. Se era plano de vocês me deixarem com consciência pesada, estão conseguindo.

Olho para Steve. Ele parecia tão calmo, sentado para o lado oposto ao meu e observando as luzes dos prédios.

–Está me escutando? –aumento o tom de voz e ele me lança um olhar relaxado.

–Sim. Pense o que quiser. –disse indiferente.

–Ok.

Tentei entrar na sua onda e observar as pessoas se divertindo lá em baixo, com a música. Mas era difícil, eu não aguentei nem quarenta segundos sem falar.

–Porque me arrastou para cá então? –percebi que ele não responderia. –Eles parecem estar se divertindo bem mais que a gente. –reviro os olhos referindo ás pessoas lá em baixo.

–Porque você acha que eu me inscrevi no exército por sua causa?

–Porque –respirei fundo confiante. –Você foi convencido e estava bêbedo.

–É o que você acha? –me olhou decepcionado.

Seus mar azul decepcionado, de ondas tristes, céus sem cor me fizeram desistir da posse durona. Fechei os olhos por um instante. Eu o amava. Deixá-lo desse jeito por minha causa aumentava o peso em minhas costas.

–Eu sei que não foi isso. Mas não acredito na verdade. –confesso.

A verdade seria ele ter largado tudo por mim. Porque me amava também.

–Confia em mim?

–Confio.

–Então deve acreditar que larguei tudo por sua causa. Porque eu estou apaixonado e esperei por muito tempo para dizer isso.

Aproximei dele levemente, fechei meus olhos e senti um frio na barriga com medo de despencar do galho. Mas Steve estava ali, ele não me deixaria cair. Seus lábios tocaram os meus de leve. Foi como se fosse o nosso primeiro beijo, de inicio inocente. Ele inclinava devagar e soltei minhas mãos que seguravam firmemente o galho, porque eu realmente confiava nele. Os seus dedos tocaram meu rosto e separamos o beijo com um sorriso sincero.

–Você não é o único que está apaixonado.

Estremeci quando uma coruja saiu do meio das folhas do topo da árvore emitindo sons e Steve riu. Descemos da árvore e andamos pelas ruas de mãos dadas. Nova York ainda continuava viva. Atravessamos a ponte do Brooklyn a pé.

–Poderíamos ser censurados por isso. –sussurrou em meu ouvido depois de cessar um beijo.

–Nos anos 40 sim. Bem vindo ao século 21.

Apoiamos nas partes de metal e olhamos em volta. De um lado Manhattan outro Brooklyn. Ambos iluminados.

–Eu passava por aqui para voltar para casa. –revelou.

–Sua casa hoje é a mesma de antes?

–Sim.

Continuamos a andar por mais meia hora. Não foi nenhum esforço. Quer dizer, o tempo passou muito rápido.

–É aqui. -para na frente de um prédio bonitinho de cor marrom.

Subimos dois degraus, ele abre a porta da frente. O sigo ao ultimo andar pelos três lances de escadas. Era de se imaginar a toca do Capitão América.

–Ninguém vem aqui faz muito tempo.

O interior do apartamento era simples e cada detalhe o lembrava. Havia vasos de flores. A cozinha era simples, sem nenhum eletrodoméstico inovador, como máquina de café e microondas. Tinha uma TV grande na sala e...

–Um computador? -estranhei surpresa.

–Talvez em dia eu possa mexer. Sei ligar televisão também. -disse vitorioso e eu ri pelo nariz.

Até que estava bem organizado e decorado para um homem só morar. Tinha uma mesa de jantar de vidro próximo a uma varanda. A cozinha estilo americana bem limpa e branca. A TV e uma estante de livros. Um tocador de disco antigo. Uma mesinha com Telefone de discar dos anos 70 vermelho e umas escadas.

–Lá em cima é a minha parte favorita. Esse apartamento sempre foi meu, mas durante os anos que estive ausente a SHIELD assumiu como posse e redecorou.

Subimos uma escada caracol que dava a suite de cama de casal e uma porta de vidro. A porta levava a um maravilhoso terraço, com um sofá bastante aconchegante. Era ótimo o fato do Brooklyn não ter prédios altos.

–Antigamente eu observava as estrelas de Nova York, hoje não da mais.

–Bons tempos... -digo baixinho, mesmo que ele não escutasse.

–Devo pedir desculpas por não ter estado presente quando você acabou descobrindo aquilo tudo. Sei que é difícil.

–Não precisa se desculpar. Eu acredito em você.

–Nós queremos o seu bem. Todos. Até Furry. Ele me aconselhou a juntar ao exército para que deixassem você em paz. A SHIELD sabia tudo sobre você, mas sua organização é a nossa inimigo no momento. Nosso objetivo é coletar informações suas, mas acabamos gostando bastante de você. Nunca foi da nossa intenção de ferir.

–É bom ver que alguém me entende Steve. –sorrio sincera. –Você não tem culpa de nada. Eu me deixei levar pela emoção do momento.

–Depois de amanhã, vou para Washington. Mas te verei novamente logo.

–Preciso contar uma coisa. -interrompo colando nossas testas com a cara culpada.

Steve não parecia saber. Senti ele temer o que eu diria. Sua testa franziu e segurou minha mão mais forte. Ele não sabia da minha ida.

–Irei voltar para a Rússia em três dias.

–O que? Você não pode!-sua expressão leve se transformou em indignação. –Eles podem te machucar.

–Steve, a decisão foi minha. Começarei a decorar amanhã cada membro da minha família para fingir que nada aconteceu. E também eles precisam de mim, sabem que um dia vão ataca-los. -expliquei tranqüilamente. –Acho também que não me matariam. Eu não sou a inimiga.

Rogers afastou de mim negando com a cabeça ainda não acreditando e virou de costas. Eu não sabia que ele reagiria assim.

–E se atacarmos, você ficará de qual lado? -perguntou sobre o ombro.

–Não sei, estou indo com o objetivo de tomar essa decisão. Mas provavelmente do deles. Minha mãe, pai, irmã e amigos estão lá. Mesmo não me lembrando, eles me criaram! -toquei seu braço levemente.

–Então você morrerá por aqueles que tiraram outras vidas?

–Vou. Se vocês quiserem ou eles quiserem, irei morrer. -digo seria e fria.

Steve me fez pensar em algo que não passou por minha cabeça. Minhas chances de morrer eram altas. Provavelmente, se meus pais tiverem um bom coração, eles me deixaram viva. Afinal, voltarei para dar a minha vida por eles. E talvez eu seria assassinada por um dos vingadores.

–Não vá. Depois de tudo... -pediu e girou os tornozelos me olhando.

–Desculpe. Também não posso ficar aqui e ajudá-los a devastar a Rússia. E mesmo se eu ficar e não lutar com vocês, os Estados Unidos me querem viva ou morta. Quando tudo acabar, prometo que voltarei por você. Vocês se tornaram minha família também.

–Acho arriscado você ir Flyer. Ainda não me convenceu. Eu não deixaria nada acontecer com você. -passou a mão em meu rosto.

–Eu sei.

Beijei a palma de sua mão. Ele era uma parte do meu coração e vê-lo assim me deixava terrivelmente magoada. Uma terrível chuva começou a cair. Soltei um leve grito, sorrindo, peguei em sua mão e o puxei para dentro.

–Tenho que ir. Eles devem estar preocupados.

Ele concorda, liga para um taxi vir me buscar e pega uma blusa de frio para mim. Vesti enquanto ele fazia a ligação junto com o mini short preto que usava debaixo da minha roupa. Parecia um vestido! Praticamente não via mais o outro que estava por baixo. Sento ao seu lado no sofá, encosto a cabeça em seu ombro e brinco com suas mãos.

–Sim. Para a Torre Stark. -Steve me olha e sorri. -Ok. Obrigado, boa noite senhor.

–Em quanto tempo chega?

–Em dez minutos. Aqui está o dinheiro. -entregou uma nota de vinte dólares.

–Eu tenho meu dinheiro aqui. -digo empurrando sua mão.

–Onde? Você não trouxe bolsa!

–Onde você acha que eu guardo o dinheiro? Na bolsa que não é. -respondo como se fosse obvio e seu rosto cora. Minha fala saiu errado e ele provavelmente pensou em besteira. -Não! Eu guardo no meu sutiã! -expliquei imediatamente. -As mulheres geralmente fazem isso.

–Flyer, pegue isso logo! -jogou em meu cabelo.

Abri a boca recolhendo as notas, puxo sua camisa e coloco dentro. Para distraí-lo dou milhares de beijos em suas bochechas e boca, Steve ri. Ele pega meu rosto delicadamente com as duas mãos e devolve o beijo. Envolvo minhas mãos em sua nuca, aproximo meu corpo do seu e sento em seu colo. Estávamos em ritmo intenso, como nunca estivemos antes. Ele interrompe tirando a blusa de frio, meu cabelo deve ter ficado bagunçado, mas não me importo voltando a onde estávamos. O movimento me deixou surpresa por vir do inocente Rogers. Com um pouco de hesitação, tiro sua blusa molhada devagar. Tenho a melhor vista que já vi em toda vida, o seu corpo malhado. Minhas mãos se seguram a querer tocar cada parte e fico apenas em suas costas. O seu beijo desce para meu obro, arredando uma alça do vestido, mas ele para.

–Desculpa. Eu não posso. -sussurrou.

–Tudo bem.

–Desculpe mesmo. Eu devo ser um idiota. -falou magoado e senti um peso sobre meus ombros.

–Não Steve. Você é um príncipe. Melhor nós dois querermos, do que ser forçado. Acho legal da sua parte ter coragem de admitir, muitas pessoas não fazem isso. -sorrio.

–Obrigado.

Ele me abraça. Escutamos a campainha, devia ser o taxi. Steve veste sua blusa e me da a sua de frio. Descemos as escadas. Esse podia ser um dos nossos últimos momentos sozinhos, ele iria pra Washington e eu para a Rússia. Talvez nos veríamos lá, mas um de nós teria que morrer. Antes de entrar no taxi eu o abraço novamente forte.

–Pode ser um dos...

–Últimos momentos juntos. -completou. -Mas nós veremos amanhã.

–Não sabemos o que pode acontecer amanhã.

–Não diga isso Flyer. -disse magoado.

Beijo sua bochecha e depois sua boca. Rogers entrega o dinheiro do taxi e rio desistindo de gerar outra pequena briga. Ele abre a porta para mim do carro, como um cavaleiro. Me aconchego no banco e o olho. Seu corpo enorme, ombros largos, a blusa do exército colada em seu corpo por causa da chuva que caia.

–Vamos para a Torre Stark. Sabe onde é? -indico ao motorista.

–Claro senhorita. -assentiu olhando pelo vidro e liga o carro.

Afastamos um pouco. Deito a cabeça na janela e olho para cima, vendo a chuva cair. Uma pena Nova York não ter estrelas.

–Senhorita. Ele está vindo aqui. -o taxista para o carro.

–Ele quem? -estranho e olho para trás, observando a rua pelo vidro traseiro.

Vejo o corpo do capitão atravessando a chuva correndo, mal iluminado pelas luzes da rua. Entrego todo dinheiro ao motorista e digo boa noite saindo correndo do carro. Tiro o meu salto alto e continuo correndo desajeitadamente.

–Eu te amo! -ele grita quando nós encontramos.

–O que? -reajo sorrindo com os olhos iluminados. -Eu também te amo!

Voltamos para seu prédio andando tranquilamente, chegamos rindo e encontramos com um vizinho que nos olha assustado. Subimos as escadas e ao entrar no apartamento, Steve me beija urgentemente. Devolvo a intensidade. Deixamos a blusa de frio encharcada cair no chão, junto com meu vestido e a blusa dele. Ele me guia na escada de caracol e me deixa em sua cama, sem parar de me beijar. Essa foi a melhor noite de minha vida.


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Notas finais do capítulo

não mereço comentários? demorou, mas eles ficaram juntos. yeah! quem sabe a Flyer rejeita essa ideia louca de voltar para a Rússia? quem sabe...
beijos



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