One Life escrita por Mel Valdez, MrsFrost, Lia


Capítulo 1
Salvando Percy Jackson


Notas iniciais do capítulo

Sou a co-autora... Quer dizer, era para ser. Estou postando no lugar da MrsFrost, porque sou muito ansiosa. Esperamos que gostem.



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Nico

Nico apertou o casaco de aviador em volta de seu corpo. Ao passar pelos campos de punição, notou que seu pai já havia implantado as torturas de inverno. Almas eram congeladas em temperaturas muito abaixo de zero. Outras eram jogadas a ursos polares ferozes. Até tinham aquelas que eram engolidas por flocos de neve demoníacos.

Concentre-se na missão. Lembrou a si mesmo. Lady Hécate está contando com você. O mundo está contando com você. Entretanto, ele já começava a duvidar das palavras da deusa. Arrependeu-se de ter deixado o treinador Hedge e Reyna sozinhos para levar aquela estátua.

– Você tem que fazer o que lhe foi mandado, Di Ângelo. – A romana havia dito, sorrindo. – Vamos ficar bem.

Você tem que fazer o que lhe foi mandado. Pra ela era fácil falar. Ela, a comandante de uma legião de romanos sanguinários que querem destruir os gregos. Ela manda eles obedecem. Nico queria algum dia fazer algo grande assim.

Cumprimentou Dédalo, que inspecionava a construção de uma estrada que levaria os campos de Asfodélos até o palácio de Hades. Ele parecia feliz, só um pouco tenso. Sra. O'Leary, que acompanhava Nico na viagem, latiu alegremente quando viu o antigo dono.

Subitamente, o filho de Hades parou. Haviam chegado às portas do Elísio.

–Abram – Ordenou.

As portas de bronze se abriram com um agradável estalido. Os sapatos de Nico tocaram a grama macia e bem aparada. O lugar era infinitamente agradável. Havia todo o tipo de animal silvestre espalhado, desde pássaros inofensivos e macacos, á tigres e onças de aparência assustadora, mais mansa.

Nico suspirou.

–Pode aparecer. Eu sei que você está aí.

Uma imagem tremulou. A deusa esfregou o pelo pontudo da cadela infernal, e disse com uma voz doce como a primavera:

– Fui avisada da sua chegada, Di Ângelo. Vim ajudar.

– Eu NÃO preciso da sua ajuda.

– Ah é? – A ironia era presente na voz de Perséfone. – Como pretende sair com um herói dos Elíseos sem que Hades perceba?

O garoto mordeu o lábio.

– Você...

–Infelizmente, você não poderá levar os melhores heróis. Meu poder não é suficiente para acobertar a fuga de mais de um herói daqui. – Perséfone sentou na relva. A grama e as flores pareciam aconchegá-la, como um colchão de penas.

Nico correu os olhos pelo local. Procurava três pessoas e elas não estavam à vista. Ela não pode ter reencarnado. Disse a si mesmo.

Sra. O'Leary – Sussurrou ao ouvido da cadela. – Vá procurar o Jackson!

– Au?

–Sim, é aquele idiota. Vá acha-lo.

Sra. O'Leary não esperou segunda ordem; Saiu latindo, feliz por entre as árvores, indo em direção á uma colina, de onde era possível se ver algumas construções.

***

Minutos depois, três almas estavam prostradas à frente dele, com uma cadela alegre balançando o rabo.

– Oi, Nico! – Bianca disse, abraçando o irmão.

– Graças... À... Zeus... Bianca! – Ele disse, sendo sufocado pelo abraço. – Eu pensei que você pudesse ter reencarnado.

A garota deu de ombros, rompendo o abraço.

– E eu reencarnei. Mas sofri um acidente sério e pedi a Perséfone que me deixasse na forma antiga.

– Você lembrou–se da sua vida passada? – O susto do menino era evidente.

– Gaia está tirando as coisas da ordem natural – Suspirou Perséfone. Os olhos dela pareciam mudar de cor, conforme a posição do sol. Como um girassol arco íris. – Muitos que reencarnam, estão lembrando-se de coisas que não deviam. Teseu por exemplo, já reencarnou quatro vezes, e sempre se lembra das suas antigas façanhas.

– Droga – Nico murmurou.

– Qual o motivo da visita? – Indagou uma voz. Por um momento pareceu ser Bianca, mais Nico logo notou que a voz saíra de trás dela. – Qual o problema, Di Ângelo?

A garota que saíra de trás da irmã de Nico, era extremamente familiar. Os olhos eram cinza, severos e levemente calorosos. Os caracóis loiros caiam até a altura das costas e usava uma túnica branca, como papel. Tinha uma estranha faca de bronze celestial presa à cintura e os lábios estavam franzidos de preocupação. Annabeth.

Ao seu lado, havia um garoto moreno. Este já estava menos formal; Usava uma camiseta queimada e rasgada. Seu jeans estava esfarrapado e havia rasgos feitos por garras. Havia um pequeno corte no queixo, e havia poeira em seu cabelo negro. Os olhos verdes estavam tempestuosos e ele exalava um cheiro imponente de maresia. Percy.

– Eu vim buscar. Um de vocês – Nico murmurou, hesitando em suas palavras.

– Nico – A voz de Bianca estava trêmula, mais havia repreensão em suas palavras. – Você sabe que nosso pai não permite isso. A punição...

–Eu sei. Ele pode me jogar no tártaro. Mais todos nós estamos em jogo Bianca. E sabe o quê mais? Eu não ligo. Já fui até lá e voltei. Sozinho.

–Nico...

– Preciso levar um de vocês para salvar o olimpo – Insistiu ele. Estava consciente do perigo que tinha corrido para chegar até ali e deixado uma romana e um sátiro levando uma estátua gigante que deveria devolver a paz. Não podia deixar nada estragar a missão que Hécate havia lhe confiado. – Só preciso decidir quem irá.

– Você, talvez, filha de Hades. – Perséfone sugeriu. Ela tinha um pequeno filhote de leopardo nas mãos. – Não quer voltar a sua vida de caçadora?

Bianca mordeu o lábio e relaxou os ombros. Com muito esforço, Nico notou, ela negou.

– Percy deve ir – Ela disse com firmeza. –Ele salvou o olimpo milhares de vezes. Merece a chance de recomeçar. Percy Jackson é que deve ir.

Ela olhou para trás de si, para o filho de Poseidon, indicando-o.

Percy olhou para os dois lados, confuso.

–Eu? Quer dizer... – Ele hesitou. – Eu nunca fiz nada demais... Quer dizer... Salvei um olimpo sei lá quantas vezes mais... Não é nada demais! Bianca deve ir. Ela é uma caçadora experiente e...

–Cabeça de alga – Annabeth o cortou. Seu olhar transmitia divertimento e um pouco de seriedade. – Não entendeu ainda? Eu... Eu devo ir.

Nico ficou pasmo.

– Não! Quer dizer... Se Percy acha que Bianca é a mais apropriada...

–Nico. Nenhum dos dois quer ir... Mais eu quero. Por favor. Eu quero... – Ela apertou os lábios. – Preciso ver minha mãe.

Ela olhou suplicantemente para a deusa ali presente. Quando Perséfone notou os olhares em cima de si, apenas suspirou e assentiu. Depositou o filhote de leopardo no chão e acariciou a cabeça peluda do filhote. Agitou as mãos delicadas no ar até um grande espelho de prata surgir.

A deusa o pegou no ar e pronunciou algumas palavras. Cipós cresceram em volta do objeto, fazendo-o flutuar.

A imagem que era transmitida era de assustar. Nico observou com tristeza sua meia-irmã Romana Hazel, lutando contra um gigante. Ao seu lado, havia duas deusas. Nico reconheceu a primeira como Artemis. Os olhos de prata estavam ferozes e assustadores. Depois, Atena se destacou. Portava uma grande lâmina e tinha um escudo de ouro em seus braços. A armadura que usava era tão imponente que cegava o inimigo. As deusas lutavam com tamanha fúria, que o ar parecia não existir no campo de batalha.

– Aquela... Aquela é minha mãe? – Indagou Annabeth, surpresa com a técnica da deusa.

Perséfone sorriu e assentiu. Nico continuou observando.

Notou uma criatura baixa, segurando um taco de beisebol e gritando “morra, seu gigante tampinha”.

Treinador – Concluíram os três em uníssono. Os três eram Nico, Annabeth e Percy. Já que Perséfone estava ocupada observando e Bianca não o conhecia.

Uma garota de cabelos longos e negros com armadura de batalha romana sobrevoava o campo de batalha montada em um Pégaso negro.

– Blackjack!– Percy sorriu. Parecia uma criança de três anos que encontrara seu brinquedo perdido.

Annabeth bagunçou os cabelos dele e o beijou. Nico fez questão de ignorar a cena.

O espelho desapareceu e um silêncio pairou no ar.

– Vamos Annabeth. – Nico chamou.

– Só um minuto – Ela pediu. Mandou uma piscadela para Nico. Ela já havia entendido o plano. – Vou buscar meus acessórios.

Nico virou-se para a deusa ali presente.

–Vaze – pediu “gentilmente”. E deu-lhe as costas de uma maneira fria.

–Nico – Ela chamou. O puxou para trás, pelo ombro. Suas palavras eram quase inaudíveis. – Se vir a mamãe... Diga a ela que sinto muito.

Nico franziu a sobrancelhas.

– Deméter não está no palácio?

A deusa negou.

– Hades ofereceu proteção máxima. – Ela hesitou. – Quando Zeus fechou o olimpo, ofereceu a ela a opção de poder controlar ainda mais as plantações mundiais. E um jardim. –Ela deu ênfase na última palavra.

Nico suspirou, indignado.

–Sua mãe trocou a companhia da própria filha por uma porcaria de jardim?

Ele não conseguia acreditar nisso. Famílias imortais deveriam ser unidas não é? Ou vai ver, os deuses levam a individualidade ao extremo.

Perséfone deu um suspiro cheio de mágoa.

– Quando mais séculos vivemos mais egoístas nos tornamos. Adeus Nico. Faça bom proveito da guerra.

Ela sumiu, deixando um leve aroma de primavera que foi rapidamente levado pelo vento.

Annabeth chegou correndo. Havia trocado de roupa. Usava uma calça jeans surrada e uma armadura, por cima de uma camiseta laranja do acampamento meio sangue. Puxava Percy pela gola da camisa.

– Nem pense em fugir – Ordenou ela.

Jogou o garoto no chão, não sem antes lhe dar um longo e demorado beijo.

– Valeu a pena – Percy deu de ombros, gemendo de dor. – Boa sorte sabidinha.

–Cale a boca, Cabeça de alga. Nico, Você tem um plano pra nos tirar daqui?

– Claro que tenho Chase. – Ele deu um sorriso maníaco, que a loira com certeza nunca havia visto. Pegou a mão de Bianca e a apertou, pedindo confiança por meio desse ato. – Venho treinado por dias pra exercer isso. Venha Percy. Temos um feitiço pra fazer.


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Notas finais do capítulo

Então? Quem gostou comenta!!



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