Ariel PdV

Acordei com uma imensa dor de cabeça.

Levantei-me com dores pelo corpo todo, sentindo-me fraca. Olhei em volta, procurando saber onde estava, mas não sabia. Tudo o que via eram árvores frondosas e muita terra, e folhas espalhadas pelo chão.

– Ariel? Cadê você? - Eu ouvia alguém me chamando, mas não sabia o quê ou quem que me chamava. Então, optei por seguir a voz, não antes de pegar todos os meus pertences que estavam espalhados pelo local.

Olhei para trás, me certificando de que não havia esquecido de nada e quando voltei meu olhar para frente, me deparei com Lily.

– Aí está você! - Gritou ela, antes de me esmagar com um abraço muito forte. - Procurei-a por todos os lados, mas não a achava.

– Eu estava desacordada, sua tonta. - Reclamei pondo minha mão esquerda na minha coluna vertebral e massageando o local. - E você, aonde caiu?

Ela apontou para o trás e eu olhei por cima do ombro dela. Enquanto fazia isso, ela mexia na sua grande mala e retirou de lá uma pequena barrinha de cereal.

– Ow Ow Ow. Guarde isso. - Lily fez uma careta e guardou em um dos bolsos pequenos. - E agora? O que vamos fazer? Ficar sentadas esperando um grande monstro chegar e nos devorar?

– Ou sermos mortas por aquele monstrengo parado à alguns metros atrás de você! - Virei-me trêmula e vi o que ela havia chamado de monstrengo.

Essa criatura humanoide era feia. Ô se era feia. Ela tinha braços compridos como os de macacos, e as costas e pernas arqueadas. Seu rosto era atarracado e largo, um nariz achatado, uma pele desbotada e olhos oblíquos. Ele olhava para outra coisa e parecia não nos ver.

– Bichinho feio que dói.– Sussurrou Lily, dando passos para trás. Ela pisou em um galho que havia caído e eu a xinguei internamente. Isso chamou a atenção do bicho que começou a correr atrás de nós. - Corre Ariel!

Saímos correndo por toda a estradinha de barro, e parecia que ela não tinha fim. Minhas pernas doíam, minha cabeça girava e eu não sabia mais o que fazer.

Foi quando me lembrei do meu arco-e-flecha. Tirei uma flecha da aljava, arrumei meu arco, mas quando me virei, o monstro estava jogado no chão, com uma flecha bem no peito. Neste momento, fiquei muito confusa. Eu não havia atirado nele, muito menos Lily, que mal sabia manejar um arco.

Quem havia atirado nesta coisa?

– Paradas humanas. Permaneçam em seus lugares e não faça nenhum movimento. - Uma voz de homem foi ouvida vinda da floresta. Quem seria?