Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olá, mais uma vez! Quero agradecer de novo pelos comentários e pelo número de acompanhamentos, estou vendo que estão curiosos e isso é muito bom.



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O que dizer sobre aquele jantar?? Emma não tinha ideia do que pensar. Tudo passava por sua cabeça rápido demais. Primeiro Regina descendo a escada que dava pro hall num vestido azul que delineava suas curvas, “e que curvas”, e ela ali parada feito pedra como se tivesse desaprendido a respirar. Depois a chegada de um homem com cara de bobo se apresentando pra todo mundo como noivo de Regina Mills. Emma, de primeira, não gostou muito dele. Loiro, alto, olhos claros, um porte perfeito. Aquele tipo de homem que tira o fôlego de muita mulher por aí. Para ela, não pareceu grande coisa. Ele se achava demais e não é por menos, noivo de uma deusa daquela! Ele se chamava Robert Hood, ou, como todos o chamavam: Rob. Nome estranho pensou, mas preferiu não perguntar nada, não depois do que já havia perguntado. O tal do Rob, ou a família dele eram donos de uma madeireira, ou melhor, uma fábrica de palitos, na hora Emma meio que ri quando ele diz isso a David durante o jantar e Emma não perde a oportunidade de fazer a pergunta que julgaria muito idiota, mas naquele momento queria falar alguma coisa. Queria chamar a atenção daquela mulher sem nem ao menos saber por que.

– Vocês cortam as árvores pra fazer palito? Quantos palitos vocês conseguem fazer com uma árvore? - Foi aterrador. Rob, que já tinha uma expressão boba natural, ficou ainda mais idiota, sorriu amarelo e disse: - Milhares, milhares.

Porém, o mais intrigante de tudo isso foi que Regina sorriu. Sim, ela sorriu! Sorriu assim meio de lado tentando esconder que tinha achado engraçada a pergunta da garota. Foi a única hora do jantar inteiro em que ela esboçou um meio sorriso, de resto ficava lá com aquele queixo levantado, virando levemente os olhos enquanto falava como se dissesse a todos: “Eu sou gostosa e sei disso”. “Não, calma”, Emma pensava. Ela havia começado a imaginar aquilo, ela via aquilo, não quer dizer que as outras pessoas também viam.

Foi tudo tão confuso que ainda não conseguia entender direito. Quase não conseguia comer nada. Tentava sem êxito não passar horas olhando os movimentos dela. Era tentador para seus olhos ter aquela mulher ali tão próxima e não poder parar o tempo apenas para encará-la o quanto quisesse.

Quando terminado o jantar Henry chama a nova amiga para ir ao jardim. Emma vê no convite uma ótima oportunidade para respirar e vai. Neal não demora muito para encontrá-los. Conversam os três durante um bom tempo, mas só quando Regina chama Henry pra que ele fosse dormir, pode conversar com Neal e saber mais coisas.

Não aguentava mais de ansiedade e faz perguntas como quem não quer nada. Descobre que Regina é diretora da escola, única escola de Storybrooke, por isso já estava matriculada, Cora fez questão. Talvez ela e Neal até ficassem na mesma classe; isso seria legal, pensa, já teria alguém com quem falar. Ser novata numa escola em que não se conhece ninguém é meio complicado. Também soube que aquela casa é da Regina, Cora e Gold moram em uma casa mais afastada da cidade e Neal mora ali na mansão a pedido do Henry, ele não tem muitos amigos e particularmente achava aquilo ótimo, confessou, pois sente calafrios só de olhar pra Cora. Emma sorri concordando com a cabeça. Regina é como uma irmã pra ele, já que seu pai se casou com Cora quando ele ainda era um bebê. Sua mãe havia morrido e até hoje sei pau não se recuperou de sua morte.

Emma pergunta mais por Regina, não queria ser muito intrometida ou parecer interessada demais, não sabia direito o que acontecia consigo, era naturalmente curiosa, mas naquele dia sua curiosidade caíra sobre ela como um meteoro, não conseguia segurar.

**

Agora, depois de tudo passado, deitada em seu quarto e livre daquele vestido, Emma tem uma ficha em sua cabeça: Regina tem 35 anos e estudou em Londres. Namora Rob já tem alguns anos, noivaram recentemente e ninguém entende o porquê de eles ainda não serem casados. Lembra-se da teoria do Henry naquele dia na praia: ela não o ama, ele não a ama, portanto, sem ‘happy ending’! Não conseguiu saber nada sobre o pai do Henry, mas Neal lhe disse algo muito interessante sobre Regina, segundo ele, a morena cor de oliva tem uma pedra de gelo no lugar do coração, mas ama Henry de verdade e às vezes até é um pouco amável com ele também; saber disso deixou-a com mais curiosidade.

Na manhã deitada na cama, ainda repassava toda a noite anterior e todas as informações que obteve e sem entender direito aquele deslumbramento todo. A única coisa que vinha sem sua cabeça era desejo, mas não podia ser. Ela desejando uma mulher? Uma mulher 18 anos mais velha? Não podia ser... “Deve ser apenas curiosidades, pura curiosidade, daqui a pouco passa e tudo volta ao normal”, pensa e esperava mesmo que passe logo porque Henry a convidara pra ir à sua casa hoje e acabara de enviar uma mensagem para avisar que Regina havia concordado. Pensa no garoto. Henry era solitário e entendia o sentimento de Regina ao querer que ele faça amigos, mas tinha que ser logo ela? Emma não sabia se queria vê-la de novo assim tão rápido. Era tudo muito estranho. Sentia-se feliz e nervosa. Levanta da cama, toma banho, come, fala com os pais, assiste TV e continua nervosa. “O que está acontecendo com você, Emma Swan?”

***

– Comentários sobre o jantar de ontem? - Pergunta David enquanto tomam café.

– Cora e Gold me dão medo. - Emma fala sem muita expressão.

– Em você também? - Pergunta Mary. - Pensei que só eu tivesse essa impressão. Cora, Gold e Regina. – Completa.

– Regina não dá medo. – Emma fala exagerando um pouco e com medo que parecesse que queria defendê-la. - Ela só me pareceu meio fechada demais. – Conclui levando à boca uma colher cheia de cereal tentando disfarçar os olhos baixos o quanto ouvir o nome de Regina havia mexido com ela instantaneamente.

– Fechada e metida, né? Aquela mulher parece ter um rei na barriga. – Comenta sua mãe.

“Um rei não, uma rainha”, pensa consigo lembrando que mais tarde iria à casa dela. Será que a veria? O que usaria? Como ela estaria vestida? Como iria ser recebida?

– Henry te chamou pra que exatamente, Emma? - Pergunta David.

– Acho que..., pra jogar vídeo game. – Responde.

– Mas o Neal não mora lá? Eles não podem jogar vídeo game juntos? Precisa mesmo de você? - Pergunta Mary parecendo meio incomodada com a ideia de Emma ir àquela casa de novo e sozinha.

– Você não entende, mãe. Sim o Neal mora lá e sim, eles jogam vídeo game, mas eu sou Emm Swan e sou invencível no vídeo game, e por é por isso que Henry quer me desafiar. Mas é claro que ele vai perder. – Fala sorrindo.

David apontou para a filha com a cabeça dizendo: - Olha ai, Mary, Emma também tem um rei na barriga.

**

14:00 horas, número 108.

Emma esperava ansiosa alguém atender a campainha quando ouve os saltos do lado de dentro vindo em direção à porta. Era ela, ela veio atender a porta, ela ali na sua frente tão deslumbrante quanto no dia anterior.

– Boa tarde, Swan. Entra, Henry está na sala instalando o vídeo game. É naquela porta. - Diz apontando para uma porta à sua esquerda enquanto Emma entrava sentindo que havia desaprendido a andar.

– Você pode ficar a vontade, mas sem essa parte de 'a casa é sua', não tolero bagunças, Swan. Muito menos comportamentos inapropriados! - Diz séria olhando diretamente os olhos verdes da garota como se ela tivesse cinco anos de idade e fosse totalmente idiota. Agora entendia porque Henry não tinha amigos. Ela com certeza intimidava todos eles. Emma devia se sentir completamente incomodada e querer sair dali correndo, mas... Digamos que, pelo contrário, aquilo a fazia sentir ainda mais curiosa; Regina áspera, com aquele olhar que parecia engoli-la por inteiro atiçava um fogo dentro da garota que não sabia até onde conseguiria segurar sem explodir. Com certeza aquela seria uma longa tarde de domingo.

***

Os dois jogaram até não sentir mais os dedos, o garoto era bom. Neal aparecia de vez em quando e jogava uma partida. No final da tarde estavam sentados no chão encostados no sofá quando Regina entra na sala com uma bandeja com suco e dois sanduíches.

– Estão com fome? - Pergunta.

–Ficando verde. - Responde Henry.

Ela se abaixa pra pôr a bandeja na mesa de centro próxima ao sofá. Aquele momento parece, para Emma, feito de segundos intermináveis. Por que ela tinha de usar um decote daqueles? Por que a sua saia se colava tão lindamente ao quadril quando ele se abaixava? Por que isso acontecia? Por que Emma não conseguia parar de olhar pra ela naquela posição e, e... Por que naquele momento lhe pareceu que Regina havia percebido seu olhar? Emma de desconcentra totalmente. Não havia duvidas em sua mente. Regina tinha percebido ela a olhando como se fosse um pedaço de carne. Seu olhar ficou sustentado nos olhos verdes enquanto se levantava com a bandeja nas mãos. Era como se ela me dissesse sem dizer: “Eu sei o que você está pensando, Swan”.

Aqueles poucos segundos. Aquele simples movimento, estava deixando Emma desconfortável e completamente sem jeito. Não sabia onde por as mãos. Não sabia para onde olhar. A mulher ali à sua frente era a única coisa com a qual queria preencher seus olhos naquele momento, mas não podia. Não era certo que olhasse para Regina daquele jeito e, principalmente, por saber que ela havia percebido; porém, algo lhe empurrava, lhe dizia, chamava, implorava que ela fizesse alguma coisa.

– Vai lavar as mãos antes de comer, Henry. - Regina ordena e o garoto sai da sala.

Era a oportunidade perfeita.

– Você não joga, Regina?

–Não! E é senhorita Mills pra você, Swan. Nunca Regina. – Diz arrumando com a mão livre uma mecha de cabelo atrás da orelha.

Emma levanta do chão e de frente a morena, pergunta sem saber de onde lhe havia saído tanta coragem:

–Qual, é..., tem medo de perder?

Regina abre um sorriso debochado:

–Por que eu teria medo de perder algo em um jogo idiota?

–Nossa! Não precisa ser assim tão rude, senhorita Mills.

–E você não precisa ser assim tão insolente, Swan! Até imaginei que você poderia ser uma boa garota, mas pelo visto você é petulante demais. Termine de comer e vá pra sua casa, Henry já se divertiu demais por hoje. - Diz dando as costas e indo em direção à porta. Esse comportamento deixa Emma ainda mais intrigada. Por que diabos ela se irritaria tão fácil com uma pergunta tão boba? Aquilo não ficaria assim. Se Regina queria mostrar o quanto conseguia ser arrogante Emma mostraria que sabia também:

– Então você imaginou coisas sobre mim? Sinto desapontá-la, senhorita Mills, mas..., ainda dá tempo de reverter essa situação. Me diz o que significa ser uma boa garota pra você, quem sabe eu poderia tentar? - Sorri ironicamente.

Regina vira para encará-la com uma expressão raivosa e pronta para contra atacar, mas Henry volta pra sala no mesmo instante. A morena apenas dá de ombros e sai falando que já estava anoitecendo e Emma precisava ir embora.

Meia hora depois Emma despede-se e vai para casa andando mais devagar que o normal. Não estava observando nada, rua, paisagem, pessoas, tudo passava despercebido, só conseguia manter aquele sorriso sínico no rosto e pensar que estava ficando louca, era a única explicação. Pensava na próxima vez que veria Regina Mills. Comportar-se-ia ou perderia de novo a noção do perigo? Mas o que a morena poderia fazer? Matá-la é que não iria, né? Apenas veria sua cara de brava e, falando sério, a garota estava adorando aquilo.


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Notas finais do capítulo

Críticas e sugestões nos comentários, pfv.