Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas! Gente, mil perdões pela demora, sério. Obrigada pela paciência.
Boa leitura!



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Andava apressada tentando chegar o mais rápido possível à pequena estrada que dava acesso a cidade enquanto pensava em sua mãe. Rose sempre chegava em casa com cheiro de bebida e soltando todos os xingamentos que Zelena não fazia ideia de onde poderiam ter saído, mas também não queria saber, apenas ajudava a mãe raivosa a encontrar o caminho do quarto todos os dias e sempre se atrasava para a primeira aula. Porém, naquele dia, mal pôs os pés na estrada para Storybrooke e ao seu lado um fusca amarelo para. Dentro dele Emma sorri e buzina insistentemente para a garota que continuava caminhando sem se importar.

–Hey...quer carona? – Grita de dentro do carro.

Zelena finalmente para. Olha a loira e faz sua típica expressão de desprezo pelo universo.

–Não!

–Anda logo, você vai atrasar.

–Já disse que não, Swan! – Continua sua caminhada agora com uma visível irritação. Aquilo só podia ser uma pegadinha, de muito mau gosto. Não queria olhar para Emma tão cedo, não depois de tudo que se pegou sentindo e pensando por aqueles dias.

–Não seja assim tão dura, eu não sou nenhuma assassina em série nem vou tentar te estuprar e jogar seu corpo roxo num barranco, juro.

Zelena para mais uma vez e fuzila a garota com o olhar. Por mais que seu coração se derretesse por dentro a expressão dura e fria de seus olhos não deixava que nenhum sentimento pudesse ser percebido além do desprezo.

–Pensei que fossemos algo como amigas. – Fala fazendo bico.

–O que te faz supor isso?

–Bem, acho que nos damos bem de alguma forma e você sorriu pra mim uma vez, acho que isso faz de mim algo como uma amiga, talvez?

–Você não vai desistir, né?

–Não! – Responde com um sorriso.

Zelena revira os olhos. Abre a porta do fusca, senta-se no banco do passageiro e bufa desgostosa enquanto encara a expressão vitoriosa no sorriso de Emma Swan. Por uns segundos também quase sorri, quase demonstra, quase se entrega. Passa o caminho todo em silencio enquanto a garota loira tenta insistentemente fazer com que a ruiva não seja tão monossilábica com suas respostas.

–Vou entrar pro grupo de leitura, já que não tem mais Rugby pra mim, né? Já pensou no que fazer?

–Não. – Responde olhando a paisagem do lado de fora da janela.

–O que você tem?

–Nada. – Abaixa a cabeça e encara os próprios pés.

–Você poderia me dizer, se quiser.

–Já disse, não é nada. – Pensa por um instante, o que Emma fazia por aquelas bandas da estrada aquela hora da manhã? – O que você fazia por aqui?

–Aqui na estrada?

–Sim.

–Estava indo até sua casa. –Fala sorrindo como se aquilo fosse a coisa mais natural do universo, mas pra Zelena com certeza não era. A ruiva quase pula do acento quando ouve Emma dizer que estava indo trás dela.

–Como assim? Como sabe onde moro? Por quê?

Emma sorri mais uma vez. Era engraçado as expressões de Zelena.

–Soube que mora meio longe e chega na escola atrasada todos os dias, deve ser porque vai andando e tals, então...

–Não preciso da sua caridade.

–Não é caridade, como disse, pensei que fossemos amigas.

–Não somos!

Calam-se e assim permanecem todo o percurso que não era tão longo, mas que parecia não ter fim. Emma estaciona o fusca numa das vagas em frente à escola. Mal para o carro e Zelena sai.

–Um ‘Muito Obrigada’, seria suficiente! – Emma fala alto saindo do carro e vendo a garota se afastar.

Zelena para. Dá meia volta. Suspira. Poucos passos e se põe a frente da garota loira. Encara seus olhos verdes e sua boca muda.

– Você gosta de maçãs?

–Como? – Emma pergunta confusa.

–Perguntei se gosta de maçãs? – pergunta mais uma vez tentando engolir a impaciência.

–Gosto, muito até.

A garota ruiva retira da mochila uma maçã enrolada num papel toalha. Desenrola e põe o fruto inteiro na palma da sua mão.

–Já provou uma maçã verde?

Emma apenas acena com a cabeça em negação.

–Imaginei que não. Elas têm um gosto meio ácido, trava na boca. É difícil alguém que aprecie, é uma fruta difícil. Mas você pode tentar se quiser.

Fala pegando a mão da loira e depositando a maçã verde, tão verde quanto os olhos de Emma que olhavam toda aquela cena meio confusa.

–Não tenho medo de desafios. – Fala de maneira divertida.

–Aposto que não. – Zelena mostra o que seria o inicio de um pequeno sorriso quando ouvem o sino da escola badalar marcando o inicio da primeira aula. – Obrigada pela carona – Agradece. Solta a mão da loira, não se tocara de ainda estar segurando, e sai apressada pra dentro da escola.

Emma encara a maçã em sua mão, completamente verde. Suas papilas gustativas gritavam. Era um mistério aquela casca lustrosa, lisa, quase brilhante que se mostrava pra ela ali tão facilmente ao alcance da boca. Sua cabeça se confundia: o que havia acontecido ali? Pisca os olhos algumas vezes, tenta sorri meio desconcertada, guarda a maçã na bolsa e segue.

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–Nostalgia já nessa idade, querida? – Regina dá um pequeno pulo. A voz da mulher havia chegado de maneira abrupta demais quebrando todos os seus pensamentos, trazendo a diretora de volta a realidade como se puxada por um cometa.

–Não sei do que está falando. – Tenta disfarçar a surpresa enquanto pega uma pasta no banco de trás do carro, arruma uns papéis com rapidez e fecha a porta com mais força que o necessário.

–Não se faça de desentendida, Regina. Peguei você encarando sua meia irmã flertando descaradamente com a filha do xerife. – sorri ironicamente -, tenho certeza que isso te trouxe lembranças, não? Sabe, essa coisa nojenta só pode ter vindo do sangue ruim do seu pai, não vejo outra resposta pra tanta...

–O que você quer aqui, Cora?! – Regina interrompe a mãe encarando-a numa expressão raivosa e impaciente.

–Oh... não imaginei que isso te irritaria tanto, querida! Vim tratar dos negócios da família e visitar minha filha, claro. Você nunca aparece pro chá da tarde, nem pro jantar, nem pra nada, é uma filha desnaturada.

Regina fecha os olhos procurando a paciência que já lhe havia abandonado no instante em que ouviu a voz de Cora.

–Não estou interessada nos negócios da família. Já falei várias vezes. Sei muito bem o que veio fazer aqui, Cora, não vou me candidatar à prefeitura dessa cidade. Não tenho o mínimo interesse. Eu não sou você.

–Isso é perfeitamente perceptível, querida. Você não tem a mesma postura, a mesma classe ou a mesma inteligência, nem a mesma educação. Não sei porque ainda estamos conversando aqui no estacionamento.

Regina revira os olhos e estende o braço fazendo um movimento com a mão, convidando a mãe a segui-la escola a dentro.

Na diretoria, Cora retira o casaco e se instala no sofá enquanto analisa as expressões e a postura da filha.

–Está diferente?

–O quê? – Responde enquanto arruma vários papéis em sua mesa.

–Você está diferente.

–Estou cheia de trabalho, se ainda não percebeu, e você meio que está atrapalhando logo o começo do meu dia. – Fala irritada enquanto senta em sua poltrona atrás da mesa ainda sem encarar a mãe.

Cora cruza as pernas. Seus olhos de águia experiente iam certeiros nos cantos dos olhos de Regina. Ignora o que a filha lhe acabara de dizer.

–Devia pensar melhor sobre minha proposta. Esse trabalho está deixando você nervosa demais, querida. Acredite, a prefeitura dessa cidade lhe daria menos rugas. – Fala encarando as próprias unhas.

Regina levanta a cabeça franzindo a testa.

–Não tenho rugas.

Cora sorri com os cantos da boca.

–A idade chega para todas nós, meu bem. Acho que deveria pensar em se aposentar dessa escolinha e cuidar do futuro do seu filho, um dia toda essa cidade será do Henry.

–Não. Essa escola será do Henry, não a cidade. Essas pessoas não são um bem material. Você não pode falar como se Storybrooke fosse sua casa de bonecas, Cora! Essa escola será do Henry, eu darei a ele assim como meu pai deu pra mim.

Cora sorri irônica.

–Acho que esqueceu um pequeno detalhe. Henry é meu herdeiro, não seu. Estou te dando uma oportunidade de cuidar do que um dia será do seu filho. – Descruza e cruza as penas para o outro lado.

–Resolveremos essa situação. Ele não ficará sob sua guarda a vida inteira, Cora.

–Por favor, Regina, esse processo já corre na justiça há doze anos, acha mesmo que pode ganhar? Pois eu duvido muito.

A diretora enche os pulmões de ar. Solta tudo lentamente.

–Acho que já tem sua resposta, não precisa continuar insistindo, muito menos fazendo o que você mais gosta de fazer: interferir na vida alheia. Agora você pode ir embora, faz favor?

A prefeita ergue uma das sobrancelhas. Levanta-se arrumando o vestido social.

–Já estava mesmo de saída. Sua sala não é confortável, precisa mudar esses móveis, Regina. São muito ultrapassados! Ah..., antes que me esqueça, não permita namoricos dentro dessa escola, muito menos entre as garotas ou os garotos, você entendeu. Na minha época isso era punido severamente. Deve lembrar disso muito bem, não é?! Aposto que não vai querer que eu saia daqui até a delegacia e, bem..., deixe o xerife a par do que sua filha anda fazendo sob o consentimento da direção. Seria péssimo pra imagem do instituto. Tenha um bom dia, querida e você precisa aparecer lá em casa pro jantar. – Faz um cumprimento com a cabeça e deixa a sala da diretoria batendo seus saltos elegantemente pelo corredor.

Regina relaxa os ombros. Como aquela mulher poderia ser tão baixa? Até onde ela iria apenas para satisfazer seu desejo de poder desenfreado? Sua ganância em ter tudo sob seu controle. Fecha os olhos tentando impedir uma lágrima nostálgica e raivosa rolar em seu rosto. É inútil. A lágrima rola. Desce lentamente, se aconchega na cicatriz em seu lábio superior e faz sentir-se salgada em sua boca.

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1996– Instituto de Educação Mills.

–Gina, isso não me parece certo! – A garota fala entre suspiros, preocupada com o fato de fazerem aquilo em um dos armários de limpeza da escola.

–Relaxa, Ash..., ninguém vai abrir essa porta. – A garota mais velha tenta acalmar a outra enquanto sobe sua saia colegial e apalpa suas nádegas com firmeza, pressionando cada vez mais o corpo da menina contra a parede.

A menina segura como pode nas prateleiras cheias de produtos de limpeza, vassouras e esfregões pendurados pela pequena sala. Seus olhos fechados, a boca aberta em suspiros cada vez mais altos intensificados pelos beijos ardentes de Regina em seu pescoço e pelas mãos da morena que passeavam por todo seu corpo, explodindo a garota de desejo.

Ashley era novata na escola. Caloura do primeiro ano. Seus quinze anos recém completados, seus cabelinhos dourados compridos e seus olhinhos azuis, logo atraíram o interesse de Regina, a filha da diretora; que não sossegava enquanto não rendesse as garotas mais bonitas do instituto aos seus encantos e, para isso não era necessário muito. A morena de cabelos curtos e repicados, um visual Rocker despojado, despreocupado, deixava qualquer um babando por ela, fosse garota ou garoto, todos queriam um momento de glória nos braços de Regina Mills. A pequena Ashley era a garota da vez.

Suspirava e sorria cada vez mais com seus olhos azuis bem fechados deixando passar por seu corpo todas as sensações que Regina lhe proporcionava enquanto chupava seus seios pequenos e levava os dedos em movimentos lentos em sua vulva molhada. Ashley geme alto. Regina tapa a boca da menina com uma das mãos e a repreende com o olhar, mas fora tarde demais. Alguns segundos apenas e a porta da saleta é aberta de forma abrupta. Do lado de fora uma das orientadoras da escola as olha horrorizada. Ashley agora com os olhos bem abertos recompõe o uniforme tremendo de medo. Foram pegas. Regina tenta conversar com a pedagoga, se utilizando de todos os artifícios possíveis do qual poderia, mas sem sucesso. A mulher estava impassível quase arrastando as duas pelas orelhas até a sala da diretoria.

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Bate a porta da frente da mansão com força. Mais um pouco e literalmente soltaria fogo pelas ventas. A imagem da família Mills era uma preocupação deveras séria para Cora, que tinha a pretensão de conseguir o lugar do marido, Henry Mills, na prefeitura de Storybrooke, no fim de seu mandato, mas como conseguir após aquele escândalo? A única solução seria aquela. Expulsara a própria filha da escola para dar exemplo e a mandaria para bem longe das vistas de todos da cidade, todos esqueceriam o ocorrido e ela reinaria senhora da família e dos bons costumes. Mas a jovem Regina, em seus dezessete anos, boa adolescente que era, não aceitava de jeito algum a ideia de deixar a cidade.

–Não vou estudar na Europa, não vou embora daqui. Aqui estão todos os meus amigos, minha vida está nessa cidade, também não vou deixar meu pai sozinho com você, Cora! Você é uma megera!

–Olha bem como fala comigo, mocinha! Se é que você pode ser chamada de mocinha, com esse seu jeito rude e pavoroso! Você vai pra fora do país, sim, não tem o mínimo de querer aqui nessa família, eu sou sua mãe e sei o que é melhor pra você!

–O que é melhor pra mim? É sério isso? Não seria o que é melhor pra sua futura campanha, prefeita Mills? Aposto que você já pode ouvir o povo clamando seu nome, “CORA, CORA CORA PARA PREFEITA!”, enquanto manda a vergonha da sua única filha pra bem longe! – Regina gritava no hall de entrada da mansão levantando os braços no ar, fazendo caras e bocas, debochando e atiçando a raiva da mãe.

–É isso mesmo. Você é uma VERGONHA, Regina! Eu que tanto pensei que teria criado uma filha para reinar ao meu lado, nasce você, uma desonra pra essa família. Você não tem dignidade, não tem o mínimo de educação, eu joguei anos do meu dinheiro no lixo tentando educar você, mas você vai aprender Regina. De um jeito ou de outro você vai aprender a ser uma pessoa normal, não uma anomalia! – Gritava com a garota enquanto apertava com força suas bochechas.

–NÃO VOU, NÃO SOU UMA ANOMALIA!– Regina grita arrancando as mãos da mãe de sou rosto enquanto as lágrimas rolavam quentes por sua bochecha. – VOCÊ QUE É UMA BRUXA SEM CORAÇÃO, UMA MULHERZINHA MAL AMADA QUE TEVE DE ROUBAR O MARIDO DA PRÓPRIA IRMÃ PRA PODER CONSEGUIR UM HOMEM!

Regina termina a frase com ódio nas palavras e em troca recebe a mão pesada da mãe de encontro ao seu rosto. O sangue escorre quente de seu lábio superior, rachado pelo anel grande que a mãe usava no dedo. Cora não se assusta com a quantidade de sangue e continua sacudindo a garota, insistindo que ela iria embora dali, que ela iria se tornar alguém, que ela não tinha gastado tanto tempo, paciência e dinheiro pra que ela fosse aquela aberração. Regina lutava inutilmente contra os braços da mãe. Já não dizia mais nada, não retrucava, apenas deixava sentir a dor de seu lábio partido.

–Cora, pelo amor de Deus, solta a garota! – Henry entra em casa desesperado agarrando a escola por trás, soltando Regina que corre desesperada escada acima e se tranca no quarto.

Se cobre inteira colocando todas as cobertas em seus ouvidos, tentando abafar os gritos do hall. Seus pais brigavam mais uma vez por sua causa. Apesar de seu pai sempre dizer que não era culpa sua, que Cora era uma mulher difícil, que aquele casamento na verdade nunca devia ter acontecido, mas, ainda assim, não conseguia deixar de sentir uma culpa insistente por aquele inferno que era sua vida familiar. Seu único escape sempre fora os amigos, as noites de bebedeira com os amigos no navio que o pai tinha ancorado no cais, o abraço do pai e o beijo antes de dormir, o único carinho que tinha e a única família que considerava.

De repente, os gritos cessam. A porta da frente é batida com força mais uma vez e uma voz forte e familiar é ouvida pela casa inteira acompanhada de palmas. Palmas? Regina sai do quarto ainda enrolada no cobertor. O lábio superior ainda inchado e sujo de sangue. O corte tinha sido profundo, ela podia sentir, mas naquele momento o que importava?

Aproxima-se do topo da escada. Sua tia Rose aplaudia a briga de seus pais. Suas sobrancelhas e os cantos de sua boca se contraiam em expressão de deboche. Depois de Cora, Rose era a mulher por quem Regina contraía mais antipatia, desde que a tia a olhara com os cantos dos olhos no dia do enterro de seu avô. Rose havia acabado de voltar para Storybrooke, após um longo exílio forçado e em seus olhos Regina pôde perceber que a tia havia voltado para causar problemas e não foi diferente.

–Acho que cheguei na hora certa e olha que nem era minha intenção.

–O que você que aqui, Rose?

–Calma, irmã! Estou aqui em missão de paz. – Fala levantando as mãos como se rendesse.

Regina observava tudo. O deboche de Rose, a raiva de Cora e o nervosismo de Henry. Nada ali parecia certo, nada de bom parecia sair daquele encontro.

–Fala logo o que você que e saia. Não é bem vinda aqui, muito menos nessa hora.

–Oh, perdão. Não queria causar nenhum incomodo, mas preciso fazer um pronunciamento à família real de Storybrooke.

–Rose... – Henry falar nervoso como se quisesse impedir as palavras da cunhada. – Por favor...

–Querido, seu pedido agora já não me vale de muita coisa.

–O que você quer dizer com isso? – Cora pergunta desconfiada.

–Sem delongas. Sua princesinha, - Fala olhando para Regina -, o querida você está machucada, sinto muito, como diziam, sua princesinha não reinará sozinha.

–Do que você está falando? –Cora insiste.

Henry trazia a testa completamente franzida. Levara a mão direita ao peito como se quisesse segurar o coração impedindo que ele saltasse para fora de seu corpo.

–Rose, por favor... – Insistia.

A mulher ruiva não se importa e continua:

–Estou grávida!

–E o que eu tenho a ver com isso? – Cora pergunta revirando os olhos enquanto Henry tentava puxar o ar com dificuldade apoiando-se na parede atrás de si.

–Grávida do seu marido, minha irmã! – Fala sorrindo como se tivesse alcançado a vitoria que tanto desejou durante anos.

Do alto da escada Regina abre os olhos castanhos o máximo possível. Seu pai tentava se manter de pé. A morena desce as escadas correndo, gritando por ele, enquanto as duas irmãs continuavam trocando farpas sem a mínima intenção de ajudar no que fosse. Regina gritava, chamava o pai, chamava a mãe, chamava a tia para acudir. Mas as duas pouco se importavam com os gritos da garota ou com Henry no chão. “Deve ser teatro”, pensava uma. “Quero mesmo que ele morra”, pensava a outra. Sem ajuda, a garota deixa o pai no chão e corre até o telefone, chama a emergência e, em poucos minutos, Henry chega ao hospital, morto.

–Senhorita Mills? – A diretora é tirada de seus pensamentos pela voz da secretária.

–Sim, Alex? – Responde enquanto enxuga uma lágrima disfarçadamente.

–A senhora me pediu pra avisar quando os senhores da secretaria de educação chegassem.

–Sim. Desculpe, eu me distrai. Peça para que eles entrem, por favor. Vamos começar logo essa reunião. – A secretária sai. Regina se recompõe o máximo que pode. Teria um dia longo, não tinha tempo nem cabeça para lembranças fossem elas boas ou ruins.


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Notas finais do capítulo

Espero que vcs tenham gostado, mesmo. Até sábado! Abraços pra todo mundo!