Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!!! Espero que gostem desse capítulo!!

*Música para acompanhar o capítulo*

https://www.youtube.com/watch?v=dicWOvAC330



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Emma abria a porta devagar, silenciosamente, temendo que o entregador de pizza ouvisse o que acontecia no quarto. “Bem que elas poderiam ser mais silenciosas”, pensa. “Se ele ouvir eu vou morrer de vergonha, se ele ouvir e comentar pela cidade inteira estarei de castigo a vida inteira, ou melhor, até a próxima e na próxima vida”.

Abre uma fresta que mal cabia sua cabeça e olha para fora desconfiada, mas, para sua surpresa, não foi o entregador de uniforme laranja, boné e um sorriso engraçado no rosto que Emma viu parado de costas pra porta, mas sim alguém que jamais imaginou que bateria na sua porta, principalmente àquela hora da noite e vestida daquele jeito. Vestido preto longo, bem justo ao corpo, delineando toda a silhueta, - e que silhueta- pensou-, um profundo decote em V nas costas, os cabelos levantados em um penteado que deixava seu pescoço todo à mostra assim como sua perna direita que saía inteira por abertura na perna esquerda, ela batia o salto no chão demonstrando impaciência. Emma levou algum tempo pra conseguir entender o que estava vendo e principalmente pra conseguir encontrar alguma palavra em sua cabeça, aquela imagem a deixou tonta por alguns segundos e só então conseguiu dizer com uma voz baixa, falhada:

– R-Regina?!

No mesmo segundo a morena vira-se e em um solavanco escara a porta entrando apressadamente no apartamento enquanto fala sem parar em desespero:

– Emma, você precisa me ajudar, o Henry sumiu tem mais de uma hora e... - Regina para de falar subitamente. Sua expressão antes desesperada agora é de total confusão e algo mais que Emma não consegue decifrar:

– Que gemidos são esses, Emma? - Pergunta para loira com a voz num tom frio.

– Gemidos? Que gemidos? – Emma se faz de desentendida.

Regina tomba a cabeça para o lado, frustrada. Seus olhos pareciam querer fulminar a loira encolhida próxima a porta ainda aberta.

– Que gemidos?! Não me faça de idiota, Swan!! - Grita a morena. - Seus pais saem de casa e a primeira coisa que você faz é trazer a amigas pra um ménage?! Que ridículo!!!! E eu que cheguei a imaginar que você tivesse algum juízo nessa sua cabeça loira, mas pelo visto estava completamente enganada!!!! - Regina grita sem parar olhando pra Emma, sem conseguir conter o que estava sentindo naquele momento, nem pensava no motivo de tanta raiva, apenas despejava na loira toda amargura, decepção e até mesmo ciúme que havia lhe tomado conta no instante em que percebeu o que acontecia ali.

– Regina, não é o que você está pensando! - Foi a única coisa, e exatamente a mais clichê, que Emma consegui dizer naquele momento. - Eu não estou fazendo nada, eu não fiz nada. - Se defendia.

–Me poupe do que você fez ou deixou de fazer, Swan. Eu não tenho nada a ver com o que você faz ou deixa de fazer com a sua vida. Só pensei, e nem sei mais por qual motivo idiota, que você era uma pessoa um pouco mais madura. Mas..., burrice minha! O que esperar de uma ‘adolescentezinha’ petulante feito você??! Eu que fui muito burra vindo aqui. - Fala de forma seca colocando um desprezo na voz que faz o coração de Emma murchar. A loira segura uma lágrima que insistia em querer cair ao sentir toda a raiva e desprezo com que Regina falava. A morena sai pisando duro, mas antes que conseguisse chegar à porta Emma a fecha, segurou firme em seus dois braços, olha fixamente em seus olhos castanhos, pressiona Regina com os braços até encostar a mulher na parede de forma que ela não conseguia se soltar.

– Você não tem o direito de entrar na minha casa e falar absurdos ao meu respeito. Sim, minhas amigas estão no meu quarto e não sei se você percebeu senhorita Mills, eu me encontro muito bem vestida aqui, sem nenhuma peça de roupa faltando. Foi um erro meu as deixar fazerem sexo na minha casa? Foi..., Foi um erro que eu cometi, mas não porque esteja interessada em sair por aí pegando ninguém, isso também não significa que eu não sou puritana ou santa, por que eu não sou. - Faz uma pausa, abaixa de leve a cabeça, respira fundo e continua: - Elas começaram a se pegar no quarto e eu simplesmente não deixei que parassem por que eu estava gostando de ver aquilo, cada gemido, cada toque, cada...

– Me solta, Emma!!! Eu não quero ouvir isso... !!! - A morena se contorcia enquanto a loira espertava ainda mais seu corpo contra a parede.

– Sabe por que eu gostava? Sabe por quê? - Emma firmou seus olhos nos da morena, tentava conter a voz para que não falhasse, mas o que estava prestes a falar a deixaria completamente desarmada. nem entendia por que estava tão preocupada em esclarecer as coisas, mas era mais que um simples esclarecimento, aquilo estava queimando em sua garganta, precisava gritar o quanto queria Regina - Porque aquilo me fazia lembrar você, me fazia imaginar seu corpo no meu, sua boca na minha, seu cheiro..., me fazia desejar você tão intensamente... - Emma aperta os olhos com força pra tentar impedir uma lágrima enquanto solta um dos braços de Regina. Sua mão escorre para a abertura frontal do vestido da morena e pousa em sua coxa exposta - Me fazia desejar você tão intensamente, Regina. - Conclui sussurrando, soltando a morena completamente, faz-se silêncio por alguns segundos:

–Você não tem o direito de fugir de mim assim, você não tem o direito de fazer isso comigo... – Emma fala com a voz embargada pousando a cabeça no ombro da morena.

– Eu não fiz nada pra você, Swan! - Diz Regina afastando a loira.- Eu não sei que sentimento platônico você nutre e nem por qual motivo acha que é correspondida. Isso é infantil, patético e espero que você pare com isso o mais rápido possível!

–Patético? - Exclama a loira - Você entra na minha casa dando show de ciúme e eu sou patética e infantil? -Emma questiona.

– Ciúme, Eu!? Ponha- se no seu lugar, menina! - Fala de forma rude apressando-se para sair de perto da loira - Agora sai da minha frente que preciso procurar meu filho! - Emma sente seu corpo todo se afrouxando como se antes estivesse presa por cordas invisíveis. Não era possível que Regina pensasse realmente aquilo, uma paixãozinha platônica, um sentimento pequeno e ridículo que ela nutria por alguém inalcançável; não conseguia acreditar. Não era isso que o olhar de Regina dizia. Não era isso que toda aquela raiva que tomou conta da morena no exato momento em que ouviu os gemidos do quarto dizia. Não era isso que todo o corpo da morena queria dizer. Emma conseguiu sentir Regina resistindo enquanto a segurava firme contra a parede, conseguiu sentir a morena tremer quando sua mão tocou sua coxa, o corpo da morena resistia e ao mesmo tempo se entregava, conseguia perceber em seus olhos o medo, conseguia ler nas íris castanhas que tanto lhe deixava sem sentidos: Regina estava criando um motivo pra não se entregar. Emma sabia o que era necessário fazer, precisava lutar. Engoliu toda sua vontade de chorar, correu até Regina do jeito que pode antes da morena alcançar a porta se enfiando em sua frente:

– Se alguém aqui deveria parecer mais madura esse alguém é você ou acha que vai entrar aqui, gritar comigo e sair correndo? Não, você não vai!! Você vai me dizer o que aconteceu com Henry e eu vou tentar te ajudar. Nem sei por que eu deveria, não depois disse seu showzinho bobo, mas eu vou, porque eu jamais deixaria de ajudar você, Regina! Eu posso me odiar por isso depois, você pode me desprezar depois disso, você pode sentir nojo, raiva, o que você quiser, mas agora você vai me contar o que aconteceu e me deixar te ajudar. Depois você grita o quanto quiser depois você some de novo, desaparece, depois você finge que não sente absolutamente nada, mas agora não!! - Fala de forma firme e séria olhando nos olhos de Regina.

Naquele momento a loira nem se reconhecia mais. Como podia se expor daquele jeito aquela mulher? Como poderia passar por cima do próprio orgulho só porque sabia que a morena estava fragilizada...? Ainda assim, sentia que era o certo a ser feito, e falou tudo aquilo com um nó no peito. A morena poderia simplesmente ir embora e fingir que ela não tinha falado nada, poderia simplesmente sumir, poderia realmente pensar que o que Emma sentia era um sentimentozinho platônico e infantil, mas não podia deixar a morena naquele estado. A vontade de por Regina em seu colo e fazer sua dor passar era maior que qualquer orgulho, era maior que qualquer palavra dolorosa que saísse daqueles lábios perfeitos. -Eu não vou deixar você ir embora assim, Regina. – Conclui.

Regina estava parada ouvindo cada palavra. Não sabia se dizia alguma coisa ou simplesmente saia pela porta sem olhar pra trás e fingindo que nada daquilo a abalava. Durante anos tinha se especializado em fingir: fingia que não se importava, fingia que não sentia, fingia que não tinha um coração, fingia que era uma mulher forte e inabalável. Passou anos construindo uma muralha em volta de si, cuidando pra que ninguém ultrapassasse aquela barreira que punha entre si mesma e o mundo. já havia perdido coisas demais. Já havia passado por situações dolorosas demais. A única coisa que ainda a mantinha humana era Henry, o amor pelo seu filho, filho de um amor pelo qual Regina tentou lutar em vão e cuja dor lhe cortava o peito mesmo depois de tantos anos. Agora se via ali. Seu filho sumido e sentindo-se a pior mãe do mundo, sentindo que havia falhado em fazê-lo feliz, sentia que havia afundado o próprio filho em sua solidão. Olhava a íris esmeralda de Emma e uma mistura de sentimentos fazia seu coração se acalmar. Aquela garota, menina, ali na sua frente tentando convencê-la que sua muralha não era tão forte assim, e se era, que ela poderia quebrá-la, pois iria insistir o quanto fosse necessário, a deixava confusa. Regina sentiu-se cansada como se suas pernas não conseguissem mais sustentar seu corpo, como se, mesmo com toda força que pudesse ter, não conseguia mais segurar aquela muralha. Naquele momento convenceu-se de que não precisava, não precisava mais lutar, não queria mais lutar... . Se aproximou da loira e desobedecendo todas as probabilidades que passavam na cabeça de Emma, Regina a abraçou. Deitou sua cabeça no peito da garota chorando sem parar:

–E-eu sou a pior mãe do mundo, Emma! Meu filho me odeia. - Diz entre lágrimas - Ele fugiu por que me odeia.

Emma cerra os olhos, respira fundo até encher os pulmões e recebe Regina em um abraço acolhedor. A morena desaba em seu peito. A loira levanta seu rosto lavado pelas lágrimas, enxuga o que pode com a costa do polegar e conduz a morena até o sofá da sala. Sentam-se. Emma acolhe a morena em seu peito novamente pedindo para que ela lhe contasse o que havia acontecido com Henry.

–Nós estávamos chegando ao aniversário na casa dos Frozen, Rob havia acabado de estacionar o carro, - Fala sem tirar o rosto do peito da loira - Ele disse algo sobre já parecermos uma grande família bonita e feliz... eu não sei o que houve, Henry saiu correndo pro meio da floresta. Neal foi atrás dele. Ele sumiu entre as árvores, procuramos ele pela cidade inteira, nem no castelo da praia ele está. Depois de um tempo lembrei o quanto ele gosta de você e vim aqui ver se você sabia de algo, mas quando chego aqui você está... - A voz de Regina começava a se alterar quando Emma levanta sua cabeça novamente fazendo-a calar, enxuga suas lágrimas outra vez, encosta a testa na da morena:

–Ele está bem, Regina. Henry jamais se perderia na floresta, ele é esperto demais pra isso. - As lágrimas insistem em rolar pelo rosto da morena e continua: – Regina, Henry não odeia você, ele só não gosta da ideia da mãe dele ser infeliz ao lado de alguém que ela não ama. - Fala tranquilamente com os olhos fixos no da morena e as mãos passando pelos cabelos negros. - Você acha que é isso mesmo? – Regina pergunta.

–Tenho quase certeza, minha rainha. – Emma fala sem se importar com a reação da outra e pousando seus lábios próximos aos lábios de Regina. A morena abaixa a cabeça confusa e pergunta: - Você sabe onde ele pode ter ido?

–Tenho uma ideia. A casa dos Frozen fica bem próxima à ponte do pedágio, ali perto também tem um poço, não? Henry me falou sobre esse poço.

–Sim, ele chama de poço dos desejos. - Regina sorri.

–Então vamos ao poço dos desejos resgatar seu príncipe perdido. - Regina levanta os olhos fixando-os nos da loira e sorri meio sem jeito.

***

Estavam no carro de Regina. A morena havia dirigido até as proximidades do poço. Quando chegam Emma pede pra que Regina espere no carro, queria conversar com Henry sozinha. A morena concorda com relutância, não estava em estado de discutir com Emma mais uma vez.

A loira caminhou até o poço e como havia pensado o garoto estava lá sentado olhando a floresta.

– Hey, garoto sua mãe está procurando por você, sabia que você a deixa preocupada?!

–Eu sei... - Responde com uma voz fraca.

Emma senta ao seu lado, bagunça seus cabelos.

–Henry, eu entendo você. Entendo que não gosta do noivo da sua mãe, entendo que você quer vê-la feliz, mas fugir assim não é a melhor forma de você fazer sua mãe te entender. Você tem que conversar com ela, dizer que ela não precisa casar com alguém que ela não ama, dizer que você quer vê-la feliz. Já parou pra pensar que talvez sua mãe esteja casando por sua causa? Por pensar que você precisa de um pai? De um pulso mais firme, não que o dela não seja, sua mãe é osso duro de roer. - Henry sorri concordando. - Garoto, conversa com ela. Tenho certeza que ela vai te ouvir. Ela te ama tanto Henry!

–Eu a amo também, Emma. Não quero que ela se case com alguém que não ama por minha causa. - Fala cabisbaixo.

–Então fala com ela. Mostra pra ela que você não precisa de nenhum cara metido a pai pra te mostrar o quanto você pode ser um bom garoto e não foge, fugir assim só vai provar pra ela que você é um menino bobo que nem aquele noivo bobão dela. - Henry sorri novamente e abraça Emma.

–Você vai ser minha prima? – Henry pergunta animado.

–Prima? – Questiona sem entender.

–É. Eu soube que você e Neal se beijaram e você bateu na Tamara. Vocês vão se casar e você será minha prima. Isso é maravilhoso! - Diz com os olhos brilhando. Emma olha pra ele com uma expressão solidária: - Henry..., eu e Neal não estamos namorando e... eu nem penso em casar, mas eu posso ser sua melhor amiga... o que você acha?

–É, acho que amigos tá bom. – Concorda meio chateado. Adoraria que Emma fizesse parte da família.

–Ah, garoto, Muitos amigos são bem mais que irmãos, sabia!? São.. superirmãos! - Fala ajudando o garoto a levantar.

***

Regina estaciona o carro em frente a mansão Mills, Neal e Rob os esperavam no jardim de entrada. Ao ver o homem Henry sai correndo em direção a casa sem falar com ninguém.

–Dá um tempo pra ele. - Regina diz ao noivo.

–Então, se está tudo bem vou indo. Roland está morrendo de sono. Te vejo amanhã? - Pergunta aproximando-se de Regina, pondo uma das mãos em suas costas e dando-lhe um beijo na cabeça. - Não sei ainda. Eu te ligo. – A morena responde e Rob despede-se.

Emma assistia a cena encostada no carro da diretora enquanto seu coração se apertava, sentia uma corrente de dor fina passar por todo seu corpo. Odiava imaginar aquele homem tocando em Regina, na rainha que não era dela, infelizmente.

–Te levo em casa? - Pergunta Neal se aproximando da loira. - Seria bom. – Emma responde forçando um sorriso.

–Eu a levo. - Regina interrompe.

–Não precisa. - Fala Emma. - Acho que Henry quer conversar com você, Regina. É melhor você ir falar com ele. - A morena ia retrucar, mas conteve as palavras, não falaria o que estava pensando na frente de Neal. Queria dizer Emma o quanto se sentia desconfortável com aquilo, com seu meio irmão indo deixá-la em casa. Queria dizer que ela gostaria de acompanhá-la, de cuidar dela como naquela noite; queria dizer que todos aqueles dias em que esteve longe não conseguia parar de pensar na loira, de sentir falta dos seus olhos, da sua voz, do seu jeito petulante; queria dizer, principalmente, que não havia esquecido aquele quase beijo, que não havia esquecido a sensação de estarem tão próximas como se quase pertencessem uma a outra; queria dizer que ainda sentia a mão aconchegante e quente na sua; queria dizer que não ia mais lutar, era sua se ela quisesse, era sua, sua rainha..., mas ficou parada na calçada de sua mansão vendo os dois partirem. Tão errado, tão contra o que havia imaginado pra sua vida e ainda assim, Emma Swan havia se tornado tão necessária, era como respirar novamente, era como uma segunda chance, era como amar mais uma vez.

“Whenever I'm alone with you

You make me feel like I am whole again...”


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Notas finais do capítulo