Shared escrita por Julius Brenig


Capítulo 1
Escavação - Alex


Notas iniciais do capítulo

Cada capitulo será narrado a partir do ponto de vista de um dos irmãos Share. Espero que gostem da história e deem uma chance a ela, e não esqueça de deixar review com a opinião de vocês.



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Era um dia quente, ensolarado. Alex trabalhava arduamente. As dunas de areia, o vento, o barulho das pessoas a seu redor, tudo muito intenso. O primeiro dia dele no local da escavação, mas não apenas dele, de seu irmão também, Max. A escavação ficava, num minideserto, perto da cidade de Irinea, que se situava no país da Sudônia. Tinham uma pista que algo da era do imperador Sifus estaria ali.

Possui cabelos castanhos sempre desgrenhados, pois ele dizia não precisar pentear, pele branca e olhos âmbar, uma das cores de olhos mais raras existentes, uma falha genética, rosto aparentemente jovem para seus trinta anos. Seu irmão possui as mesmas características, pois são gêmeos, porém seu irmão deixa sempre o cabelo estilo “a vaca lambeu” e os olhos dele não são âmbar e sim violeta. Uma coisa muito rara entre as raras de acontecer: irmãos gêmeos com olhos de cor diferente sendo cada uma muito rara.

Alex estava dentro de um buraco com cerca de seis metros de profundidade, espanando com um pequeno pincel o chão. Não era lá o trabalho mais legal do mundo, mas a arqueologia era uma paixão que ele tinha em comum com seu irmão. Cursaram a faculdade juntos, se formaram como os primeiros da turma, e não há quem não conheça o trabalho dos irmãos Share.

Debaixo daquele sol, Alex pensou como seria boa uma limonada, e de repente ouvi uma voz chamando-o de cima:

- Vamos entrar para fazer um lanche. – disse uma voz que era firme, porém suave. A voz de sua assistente, Jullie Grumord.

Ele sobe a escada para fora do buraco, e ela segura sua mão ajudando ele a sair. Quando ela tocou sua mão, ele sente um arrepio. Maldita timidez! Às vezes ele pensava em chama-la pra sair, mas o que ela ia querer com um cara como ele? Tirando seu trabalho, ele não tinha nada de mais para oferecer, pensava ele. Aqueles cabelos loiros e pele levemente bronzeada, olhos cor de mel, uma mulher realmente bonita, uma mulher que não era para ele.

Após sair de lá, eles seguem para uma tenda marrom que usavam para descansar, ao entrar lá tinha mais duas pessoas, Max e Theodor Coa, um jovem estagiário que estava acompanhando a escavação.

Jullie tem vinte e cinco anos, se formou a pouco mais de um ano, Theodor, vinte e três, ainda cursando. Alex temia ter algo entre eles, algo não profissional.

- E então Alex, algum progresso? – Perguntou Max.

- Ainda não, acho que teremos de escavar um pouco mais fundo. – respondeu ele.

- E se escavássemos mais ao norte? Lembre-se que o imperador Sifus era tratado como um deus, pelos seus súditos, e era conhecido por vários templos para sua adoração, que se situavam ao norte. – disse Jullie.

- Verdade. – concordou Theodor – As pessoas acreditavam que ele tinha poderes de cura e que conversava com espíritos, Mas são apenas mitos. E se achássemos um templo? Seria uma descoberta e tanto. E me daria prestigio também... Quer dizer, a todos nós.

Todos eles encaram Theodor, que fica sem graça. Pele morena, cabelos negros e lisos, olhos castanhos, será que Jullie se interessaria por um cara assim?

- Bem – falou Alex- Acho melhor continuarmos escavando neste lugar depois, iremos ao norte, pois não podemos deixar escapar nada, qualquer descoberta que fizermos, será importante.

Jullie o encarou e ele se esforça para não parecer constrangido.

- Concordo – Disse ela saindo – Vou tomar um banho, vejo vocês mais tarde.

Nesse momento ela dá uma leve piscada, o que faz Alex ficar com as bochechas vermelhas, ele desejou que nem um dos outros percebesse.

- Pode descansar Alex, eu continuo o trabalho, por enquanto. – disse Theodor, já saindo da tenda.

- Não gosto desse garoto. – resmungou Max – Ele só quer prestigio, não tem paixão pelo que faz.

- Não é pra tanto... – falou Alex.

- Por que não se declara para ela? – disse Max mudando de assunto.

Nesse momento Alex fica todo embaraçado e diz meio gaguejando:

- Me dec... Dec... Declarar para quem? – falou desviando o olhar, fixando em uma das laterais da tenda.

- Não se faça de bobo, para a Jullie! Tá na cara que você gosta dela.

- Você não entende! Eu ainda não posso fazer isso.

- Escute um conselho meu: Se declare para ela ou a perderá.

- E o que você entende de mulheres? – disse Alex, sarcasticamente.

- O bastante para saber que elas não esperam por um príncipe encantado.

Alex fica pensativo com as palavras do irmão. Esse pode ser o primeiro dia dele na escavação, mas não era a primeira vez que ele e Jullie trabalhavam juntos, e consequentemente Max também. Os três já fizeram grandes descobertas juntos e desde que Alex que conheceu Jullie, ele se sentiu atraído.

Max sai da cabana dizendo:

- Vou supervisionar o Coa e aproveitar para aumentar a profundidade daquele buraco.

- Ok. Vou fazer mais algumas pesquisas sobre o imperador, tentar descobrir algo que nos deixe mais próximos de alguma coisa.

Seu irmão assentiu com a cabeça e sai da tenda, deixando-o a sós.

Ele pega seu notebook e faz uma pesquisa no Doogle sobre o imperador Sifus. Ele achou várias coisas, mas algumas lendas sobre esse tal imperador o surpreendeu.

Algumas delas diziam que ele podia reencarnar pessoas recém-mortas em outros corpos, e que também amaldiçoava pessoas fazendo com que elas reencarnassem em corpos estranhos, como os de animais, insetos e etc.

Diziam também que ele tem discípulos que o cultuam até hoje, acreditando na reencarnação. Sifus também era conhecido como o imperador da vida, mas era mais conhecido ainda por proporcionar a morte ou até algo pior que ela, a seus súditos desobedientes.

Ele fecha o notebook e percebi que já anoiteceu, ele sai da tenda e observa o céu do deserto, tão azul e suas estrelas bem definidas. Era noite de lua cheia. Jullie aparece, vestindo uma calça jeans e uma blusa branca com um colete marrom.

- Uma bela noite não é? – suspirou ela.

Ele constrangido responde:

- Sim, uma bela noite.

- Romântica... - falou ela sonhadora

- Se você diz. Não sei muito de romance – falou ele suando frio.

- Quer dizer então que você não entende de romance? E de amor você entende?

Ele sentiu as bochechas ficarem quente e depois perguntou:

- Por que a pergunta?

- Porque nós nos conhecemos faz um tempo e sei muito pouco sobre você.

- Bem... Uma vez eu li que o amor é como uma noite de lua cheia, e as estrelas são os pingos de felicidade. Acho que se bem as características da noite de hoje, porém eu não entendi o real significado dela. – respondeu.

- Conheço a frase - disse ela. – E pra mim ela quer dizer que o amor pode ser grande, como a lua, mas as coisas pequenas nele é que nos faz felizes. Acho que já vou para o dormitório, esta um pouco tarde.

Ela sai deixando novamente, ele a sós. Começa uma ventania, antes que Jullie tivesse chegado ao dormitório, uma ventania tão forte que jogou ela para trás, na verdade não era uma ventania e sim uma tempestade de areia.

Ao jogar Jullie para trás, ela cai em cima de Alex, e ele sente uma parte macia do corpo dela tocando seu abdômen, ao perceber o que era ele ficou feliz por os dois estarem de olhos fechados por causa da areia, pois assim ela não perceberia seu constrangimento. A tempestade não cessou, pelo contrario, ficou intensamente mais forte, a ponto de jogar eles dentro do buraco, que estava mais fundo.

A queda foi mais rápida e menos dolorosa do que ele pensou. Ficaram lá dentro até a tempestade passar. E ao abrir os olhos, eles perceberam que o vento havia retirado parte da areia de dentro do buraco, revelando algo soterrado. Não dava pra saber o que era, mas com certeza era feita de ouro.

Eles saíram do buraco com o auxilio da escada e foram chamar os outros dois arqueólogos para ajudar a retirar o tal objeto.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Deixem nos reviews e obrigado por ler!



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