O Crime escrita por Dreamy, Teud


Capítulo 2
Investigação, teorias e "habeas corpus"


Notas iniciais do capítulo

Capítulo digitado e revisado por Mateus Tebaldi.
Confiram o capítulo 1 novamente. Fiz pequenas correções.



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A sala era quente e pequena. Mal cabiam três pessoas e os móveis. Suando muito, o chefe do escritório da polícia estadual do Rio de Janeiro ouvia impacientemente as notificações do perito forense após cinco dias de investigação:

– Ninguém viu quem havia atirado. Os dois suspeitos afirmam entre si que são culpados. No caso, Eduardo afirma que Daniel é culpado e vice-versa.

– Eles já foram interrogados? - o chefe questionou.

– Sim, senhor. Nada pode ser afirmado.

– Os suspeitos estavam perto da vítima?

– Não, senhor. Vou informar a teoria que nossa equipe de investigação forense têm sobre o caso Amanda por hora.

– Fale logo! - o chefe berrou. - Desculpe-me, estou nervoso. Pode falar.

– Sim, senhor - o perito secou o suor da testa e prosseguiu. - Os dois eram de classes diferentes, sendo uma em cada andar diferente. O pátio da escola, onde a garota fora baleada direto no coração, é no centro da escola quadricular e com uma abertura no teto central. A classe de Eduardo ficava no extremo leste do terceiro andar, e a de Daniel, sudoeste do segundo. Não pudemos enterrá-la como indulgente porque o caso acabou vazando para a imprensa mundial porque a mãe da falecida era repórter... Assim sendo, descobrimos...--

– Mas que merda! - interrompeu.

– Com certeza. Continuando, descobrimos a trajetória da bala, o que sugere que o tiro tenha sido disparado do terceiro andar, à leste ou sudeste. A perfuração estava, digamos, atravessando o seio esquerdo, então foi difícil afirmar com certeza.

– Então podemos declarar Eduardo como culpado?! - perguntou eufórico. Aquilo era um problema que deveria ser descartado o mais rápido possível.

– Não, senhor. Não encontramos a arma do crime, nem armas na posse do menino. Também averiguamos a casa dele. Nada ilícito, além de revistas pornô debaixo do colchão do menino, foi encontrado.

– Puta merda! Então não foi ele?!

– Pode ter sido ele. Pode ser que ele tenha escondido a arma do crime em algum lugar ou a jogado fora. Assim que encontrarmos a arma, poderemos afirmar quem foi o culpado.

– Beleza!

– Mas... há a chance de ter sido Daniel. Ele foi visto pelas testemunhas correndo até a sala de aula de Eduardo. O disparo foi feito antes do encontro dos dois. Mas ninguém viu quem atirou. Além disso, há a hipótese de ter sido outra pessoa que não foi vista pelos alunos.

O chefe já estava começando a ficar com rugas de expressão tão severas que seu rosto ameaçava rasgar-se por completo.

– Coloque a culpa em um dos dois e faça o esqueminha: prenda um dos dois por duas horas e então libere-o. Eles são menores mesmo.

– Mas senhor... O inquérito foi adiado para daqui a dois meses...

– Mas o quê?!

– A investigação não foi completada no prazo mínimo, três dias, então... temos que esperar o habeas corpus deles acabar para culpar alguém lá no juíz.

– Puta que pariu! Se perdermos o caso pros federais ou pra ONU, FBI ou qualquer merda que seja... estaremos fodidos em todos os sentidos. O mundo inteiro saberá de nossa incopetência!

O investigador engoliu em seco.

– Traremos notícias melhores em breve! - e se retirou.

O policial relaxou na cadeira e suspirou exasperado.

– Caralho, era só o que me faltava... Um caso bosta desse aparecer bem quando eu ia me aposen--

– Calado - uma voz distorcida ordenou atrás dele.

Antes do homem velho ter a chance de se virar, um cano gélido tocou-lhe a nuca. O arrepio e medo foram tão grandes que ele fez a cadeira de escritório tremer intensamente junto de si. O homem a suas costas, todo tampado para não ser identificado, disse com uma voz quase inaudível e ainda distorcida:

– O caso deve terminar como suicídio. A arma foi chutada pela vítima e caiu em um alçapão secreto no chão do pátio, que se fechou após a arma do crime cair. Mande os peritos irem até lá procurarem. Acharam a arma só com as digitais dela. Boa sorte com sua aposentadoria.

E, misteriosamente, o homem sumiu sem deixar rastros.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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