Sombrio Limiar escrita por Anwar Pike
Notas iniciais do capítulo
Mais um, pessoal..
– Vamos ter que passar a noite aqui. – Flynn disse. Ele estivera silencioso durante o resto da viagem. E toda vez que ele virava o rosto ate Elsa, a expressão dele se contraia em tristeza e raiva.
Astrid se perguntava o porque. Ela nunca fora realmente boa com relacionamentos. Mas a melancolia que rodeava os dois a sua frente era certamente contagiante.
Eles haviam parado em uma pequena estalagem decadente a beira do caminho, quase encoberta pelas arvores secas e curvadas.
Mas eles não podiam reclamar, afinal, era isso ou passar a noite na floresta.
As garotas se lavaram enquanto Flynn esperava. Ele tinha a expressão carrancuda.
Depois de recuperar as memorias, mesmo depois de receber o olhar indiferente de Elsa, seu coração batia com a mesma intensidade quando ela chegava perto. Droga, cara, você esta tão ferrado.
Quando Astrid entrou no quarto ele agarrou as próprias coisas e se dirigiu ao banheiro sem prestar atenção onde estava indo. Quando abriu a porta, porem, um grito indignado recebeu-o.
– AHHH, RIDER!
– Desculpe, desculpe. – Ele disse, revertendo os passos e fechando a porta o mais rápido que pode.
Sentiu seu rosto queimar. Você acaba de ficar mais ferrado.
Após alguns minutos, uma Elsa de cabelos bagunçados e com uma cara furiosa apareceu, já vestida do lado de fora.
– O que você estava pensando, seu pervertido. – Ela sussurrou sua voz destilando raiva.
– Desculpe, n-não foi minha intenção, eu...
– Ah, esqueça, só se afaste de mim.
Mas ele não seguiu o conselho.
– NÃO!
O grito nervoso dele a fez voltar-se com o rosto surpreso.
– Como é que você pode agir como se nada tivesse acontecido, como se, como se... Ah, como se você não sentisse nada!
A explosão do ex-ladrão a fez recuar por um momento. As palavras a atingiram violentamente e por pouco as lagrimas não saíram.
– Eu... E quem disse que eu senti algo?
Dessa vez Flynn congelou. Pouco a pouco, as linhas de seu rosto se contraíram com mágoa.
Ele fez menção de caminhar ate o banheiro, mas a garota deu um passo a frente, tão rápido como um relâmpago e agarrou o braço dele.
Ela abriu a boca como se fosse dizer alguma coisa, mas, ao invés disso, levou a mão livre ate o rosto do moreno e puxou para perto de si.
Flynn apenas prendeu a respiração. Devagar ele levou suas mãos ate os cabelos brancos da garota e acariciou os fios ternamente.
Quando se separaram, Elsa colocou as mãos sobre o peito dele e sussurrou, com tristeza em seus olhos.
– Eu senti tudo, Flynn, mas, eu não posso me distrair com coisas como... Como paixão.
Ele ainda estava estático, mas reuniu força suficiente para falar.
– Não tenho pressa, se quiser, você pode se decidir depois que essa maluquice acabar.
Elsa sorriu e se jogou nos braços dele.
Quando voltaram ao quarto, Astrid estava comendo e, ao ver o casal entrando com sorrisos contidos, não pode deixar de gargalhar.
Já não era sem tempo hein?
∞∞∞∞∞
Um barulho de algo rachando despertou a loira, fazendo seu corpo dar um impulso para frente.
– Elsa, Flynn, acordem. – Ela sussurrou, cutucando os dois, que dormiam no chão e na cama.
Flynn abriu os olhos, sonolento e tentou se por de pé, mas Astrid barrou o movimento.
– Eu acho que estamos cercados. – Ela apontou para a porta e a janela, de onde os barulhos vinham.
Após cinco segundos, um estrondo fez Elsa pular de sua cama, alerta.
Pelo buraco na porta, um trio entrou. As sombras davam a perceber se tratarem de uma mulher, um garoto e um homem.
Elsa se perguntou porque eram tão familiares.
– Há, então parece que nos finalmente encontramos vocês. – Uma voz debochada, vinda da direção do garoto, vibrou em seus ouvidos.
Um minuto se silencio agoniante ate Astrid gritar.
– Quem são vocês, mostrem suas caras, seus covardes!
Entre a poeira e os destroços de madeira, os três vieram ate a luz.
O primeiro, um garotinho de uns doze anos, vestido com roupas modernas, sorria convencido. A segunda, uma mulher de cabelos cinza-prateados, magra e com olhos sedutores mostrou-se.
O terceiro, alto e com o corpo definido, apareceu por ultimo. Seu cabelo meio ruivo, as costeletas em ambos lados de seu rosto...
– Hans.
Ele sorriu porem seus olhos mantiveram o olhar malicioso.
– Então, eu acho que vamos ter que matar vocês.
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