Sombrio Limiar escrita por Anwar Pike


Capítulo 48
Tabuleiro de Xadrez


Notas iniciais do capítulo

Outro capitulo!



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Naquela tarde, seu pai estava ocupado com algo diferente dos livros. Ele estava estudando um tabuleiro muito parecido ao de xadrez. Com uma olhada mais de perto, Alice pode ver que era a réplica de um campo de batalha e com choque em seu rosto, reconheceu a propriedade onde ficava sua casa no mapa.

– Pai, o que é isso?

Seu rosto ingênuo sorrindo para o pai.

O homem levou uma das mãos ao rosto e acariciou a barba pensativa, buscando uma maneira de explicar o que estava a ponto de acontecer.

– Minha filha, nós... Bem, vou ser sincero com você. Uma guerra vai estourar novamente entre os donos de território.

Ele parou por um momento ponderando suas próximas palavras.

– Mas, quando?

– Essa noite.

Duas palavras. Duas palavras curtas, que estilhaçaram seu peito de dentro para fora, enchendo o vazio com medo e preocupação.

– Papai! Por que vão se enfrentar novamente? Já não chega às muitas vidas perdidas antes?

– Eu sinto muito, minha filha, mas esses assuntos não concernem á mulheres. Não se preocupe você estará segura.

Pouco sabia o pai da garotinha, que sua maior preocupação, que fazia seus olhos se moverem velozes com desespero contido, era o garoto do outro lado do terreno. Ela seria obrigada a observar enquanto seu amigo era ameaçado de morte? Ah, mas nem em uma centena de anos!

Alice bateu seu pé contra o chão de madeira com força, surpreendendo seu pai.

– Isso não é certo, não é justo. Por favor, pai, não vá em frente com esse plano.

As sobrancelhas do mais velho se juntaram em uma expressão de raiva.

– Alice, eu já lhe avisei uma vez. Se não subir para seu quarto de livre vontade vou mandar que a tranquem lá dentro. Essa batalha não deve te preocupar. Agora, silencio e deixe-me estudar a estratégia em paz!

– Não, não deixo! – A garota gritou na direção de seu pai.

– Agora já chega! Por favor, Guy, Sandy tirem Alice daqui e a levem a seus aposentos.

Os dois homens que serviam a casa de seu pai se aproximaram, os rostos insensíveis e serios.

Mas nem pensar, eu não vou deixar isso acontecer.

Alice agarrou a barra de seu vestido e subiu-o ate os joelhos, se livrando dos guardas acertando-os com os ombros, e seguindo o caminho para fora de casa correndo desenfreada.

– Alice, volte imediatamente!

A voz de seu pai soou atrás de si, mas ela nem ao menos virou o rosto, continuou correndo, a renda da barra do vestido pinicando seus joelhos enquanto se embrenhava em meio às arvores.

Ao alcançar o lugar familiar de encontro, ela gritou com todas as forças.

– Nico!

Pânico fazia suas mãos tremerem à medida que os minutos passavam e ela não recebia resposta. Os sons ao redor assustavam-na, fazendo com que pensasse em seu ato irracional.

Refletindo, ideias malvadas penetravam sua mente no silencio antigo da floresta.

E se ele a traísse? E se, todo esse tempo, ele estava apenas fingindo ser seu amigo?

Ela sentiu um de seus pés virar involuntariamente na direção da trilha.

Não Alice! Ele não mentiu, eu tenho certeza!

Mas talvez...

– Alice? – Uma voz sussurrante e rouca soou do meio das folhas. Momentos depois, um garoto de vestes negras e botas de caça também negras surgiu á sua frente.

Um sorriso brincou nos lábios dele.

– Finalmente te encontrei. Você sabe, meu pai esta fazendo...

– Uma guerra. eu sei. – Os olhos da garota brilharam com determinação. – Você tem que sair daqui, tem que fugir Nico.

– O que? – Um pouco de raiva tomou conta do rosto do garoto. – Eu tenho que fugir? Você realmente acha que eu vou deixar que fique sozinha no meio dessa guerra?

– Ora, por favor, Nico! – A garota estava nervosa, o que não era bom sinal. Mas ele não ia deixar que ela o tratasse como um garotinho indefeso.

– Por favor, nada! Escute...

Contudo, Alice nunca soube o que ele ia dizer, pois nesse momento um som rompeu a tranquilidade e silencio da floresta.

– Começou.

Os dois encararam as faces assustadas a frente de si.

– Nico...

Gritos e o choque de espadas contra os escudos fez Nico despertar de seu estupor.

– Alice, corra!

A garota não pareceu entender, ela mexeu-se lentamente, como se tentasse compreender as palavras dele.

O garoto DiAngelo gritou mais uma vez.

– CORRA!

Mas era tarde de mais.

Um som constante de galope penetrou seus ouvidos, fazendo seus instintos ficarem alerta. Com um movimento rápido e preciso empurrou a garota na direção de um arbusto. No momento que seu corpo ficou oculto uma tropa surgiu como saída das sombras ao redor.

Um homem alto de cabelos ate os ombros com uma postura arrogante e olhos cheios de ódio apeou sua montaria, tão negra como a noite e se dirigiu ao filho:

– O que você faz aqui, Nico?

De onde estava, escondida pelas folhagens, Alice pode ver o pálido garoto trincar os dentes e cerrar os punhos.

Porem, após uns poucos segundos, sua expressão voltou ao normal e ele abriu a boca para responder.

– Esqueça. Não me importa. Pegue uma espada e se junte aos outros.

Obedientemente, Nico se moveu na direção do pequeno exercito.

– Vamos homens, nossa vitória se aproxima!

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Notas finais do capítulo

:D



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