Sombrio Limiar escrita por Anwar Pike


Capítulo 43
Um Laço em meio á Floresta


Notas iniciais do capítulo

Olha quem esta de volta.... Alice e Nico, yei! Ok, so me ignorem e proveitem a leitura :D



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Alice acordou tarde. Esfregou o rosto por um tempo no travesseiro ate tomar coragem para se levantar.

Quando desceu para o café da manha, apenas seu pai continuava a mesa lendo um livro. Ela ajeitou seu vestido longo com detalhes roxos por toda a parte do busto. Francamente, aquilo era muito desconfortável, apertava e pinicava, mas ela não demonstrou isso.

Seu pai mal levantou os olhos e acenou com a mão um bom dia. Ela assentiu e sorriu um pouco. Seu pai, sempre enterrado em seus livros.

Comeu rapidamente e se retirou, amarrando os cabelos com um laço.

Ao sentir o vento fresco do lado de fora da casa, ela se deixou levar, imaginando que flutuava no ar, dançando ate a floresta próxima.

Rindo ela percebeu sua voz se tornar um eco enquanto avançava mais fundo na floresta.

Sua família vivia distante, afastada de praticamente qualquer civilização e essa floresta era a barreira entre eles.

Rodopiando a garota só parou ao perceber que não era a única entre as arvores.

A poucos metros a frente um garoto de cabelos negros como a noite, pele pálida como um fantasma, estava abaixado, brincando com um animal estranho.

A criatura era puramente ossos, mas ainda assim parecia estar viva. Ela passava o crânio na mao do garoto como um animal de estimação bizarro.

– Quem é você?

De onde tirou a coragem para sequer falar, ela não tinha certeza, mas a curiosidade a queimava viva e ela não pode impedir as palavras de saírem.

O garoto se virou lenta e calculadamente, os olhos negros como poços escuros se detendo nela por um momento.

– Eu sou Nico. Nico diAngelo.

A garota se afastou imediatamente ao ouvir o nome, como se tivesse tido atingida por um soco.

DiAngelo era uma família inimiga de seu pai. Eles lutavam por território sempre que houvesse uma brecha na proteção, e ela fora avisada de que não deveria ter nenhum contato com eles.

Além do mais havia os estranhos rumores de que essa família se comunicava com mortos. Só os boatos já a tinham deixado cautelosa, mas ao ver a caveirinha pular alegremente ao lado do garoto seu coração se acelerou com medo.

Ela fez menção de correr, mas o garoto se aproximou seus olhos com um suave brilho amistoso.

– Não, espera! Eu não quero que você vá.

Alice piscou algumas vezes, não compreendendo o que ouvia.

– Como é que é?

– Olhe, eu... Não sou como a minha família. Por favor, eu não quero... Perder a única amizade possível nesse lugar. Não me deixa aqui sozinho.

Essas palavras produziram em Alice algo parecido a um dejavú. Sentiu que estava muito próxima de descobrir algo importante, mas tudo sumiu repentinamente.

– Ok, tudo bem.

Ela se sentou afastada dele. Arrumou os cabelos com o laço de novo e falou:

– Você também é o único que poderia ser meu amigo nesse lugar. Mas tem que prometer que não vai contar para sua família. E a gente se encontra aqui para conversar, nesse exato lugar. Entendeu?

O garoto voltou a sua expressão seria e sombria, mas deu um curto sorriso e assentiu, concordando com as palavras da menina.

– Então, me diga, que tipo de animal é esse?

Ao tempo em que a tarde passava, o garoto e a garota ficavam cada vez mais próximos. Conversaram sobre tudo, e embora Nico não se sentisse a vontade de falar sobre seus pais, os grandes olhos azuis de Alice o forçaram a falar. E ele gostou disse, apesar de que nunca admitiria em voz alta.

Antes que a lua subisse no céu, os dois voltaram a suas casas, com o acordo de regressar no dia seguinte.

∞∞∞∞∞

Mal conseguindo descansar propriamente Nico virava de um lado a outro em sua cama. A escuridão era completa, não deixando nem mesmo a suave claridade da lua entrar no aposento.

Seus pensamentos haviam entrado em um estado hipnótico onde ele assistia vezes seguidas os acontecimentos daquela tarde.

Uma garota aparecera na floresta e assim, sem ao menos um aviso, um laço se criara entre eles. Verdadeira amizade enchia o coração de Nico antes somente habitado por sombras.

No outro lado da propriedade, muitos hectares distantes, Alice se revolvia entre os lençóis. Um amigo se mostrara em um lugar sem esperanças. E agora ela lutaria para mantê-lo.

Sem o conhecimento das crianças, uma guerra se armava fora de seus quartos, sob o teto das casas.

Duas vozes ecoaram na noite, sem perturbar o sono dos que já dormiam.

– Falta pouco agora. O território deles será nosso!

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Notas finais do capítulo

Comentem! :D



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