Sombrio Limiar escrita por Anwar Pike


Capítulo 41
Quando o Sol se Oculta


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo, continuando.... aproveitem!



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Aaron era simplesmente fantástica. Ainda mais quando seu guia era Wilbur. O garoto conhecia cada pequena parte daquela cidade cheia de sons e cores.

Ele havia levado Violeta em todas as lojas e mercados, sempre cuidando para que o capuz da capa da garota estivesse cobrindo seu rosto.

Eles haviam caminhado por toda a cidade. Pelos mercados, casas de armas e por uma estalagem.

A princesa estava transbordante de alegria, dando pulinhos de animação cada vez que via algo que a interessava.

Agora ele estava preocupado. Prometera levar a garota para conhecer a floresta, mas continuava com a estranha sensação de estar sendo seguido.

Resolveu ignorar a impressão e cautelosamente se esgueirou com Violeta para dentro das arvores.

Já baixava o sol, portanto uma leve escuridão começava a tomar conta da floresta. Mas os dois adolescentes não notaram. Correndo e saltando sobre troncos caídos, dançando por entre os galhos das arvores eles foram parar as margens de um rio. Um estalo de alerta fez Wilbur arregalar os olhos por um instante, mas ao ver Violeta saltar para dentro da agua e começar a jogar agua sobre ele, suas preocupações desvaneceram.

As risadas dos dois soavam na floresta como sons irreais, passando por entre as folhas verde-escuras e despertando os animais.

Enquanto brincavam Violeta se desequilibrou e caiu dentro do rio. Um segundo depois a cabeça dela surgiu, os cabelos molhados cobrindo seu rosto. Ela os afastou com as duas mãos e sorriu. Um curvar de lábios contidos, que fez o coração de Wilbur saltar e dar piruetas.

Ele se aproximou mais, e ela não se afastou. Seus olhos brilhavam e em seu rosto, as sombras do por do sol dançavam travessam nas faces garota.

Porem nesse momento um movimento nos arbustos próximos, e um estalar de galhos desfez o encanto.

Um garoto de cabelos brancos surgiu em meio às arvores, as roupas cheias de espinhos e os cabelos bagunçados por pedaços de galhos.

– Ah, finalmente achei vocês. Os guardas estão enlouquecendo na cidade, sabem. Princesa você tem que voltar imediatamente.

Violeta parecia ter sido atingida por esguicho de agua fria diretamente no rosto.

– Mas... – Eu comecei, mas o garoto cortou.

– Eu realmente não queria estragar o momento de diversão de vocês, mas se ficarem aqui depois do sol baixar... Acreditem em mim, não vão querer descobrir que criaturas se escodem nas trevas dessa floresta.

Como que combinado as palavras dele, um uivo penetrou em seus ouvidos, causando arrepios involuntários.

– Droga, tarde demais.

Wilbur e Violeta não entenderam, mas então compreensão se espalhou em seus olhos ao verem que não havia a luz do sol, apenas uma pequena faixa de céu claro ainda aparecia em um mar de negrume.

Sem demora Jack agarrou os dois pelos braços e começou a caminhar mais para fundo das arvores.

– Mas o que você esta fazendo, a cidade é pra lá! – O moreno arriscou um palpite.

Os olhos azuis do mais velho cintilaram taciturnos.

– Se tentarmos encontrar a cidade nessa escuridão, vamos acabar perdidos nessas arvores pela eternidade. O que você estava pensando em trazê-la tão longe da borda da floresta?

O garoto menor tentou argumentar, mas não saíram palavras coerentes então ele virou o rosto e se calou.

A princesa parecia prestes a entrar em pânico, mas mantinha a calma respirando devagar.

Finalmente a três metros a frente eles divisaram uma rocha maior do que o normal.

– Uma caverna. Vamos, apressem-se. – Jack suspirou aliviado. Estavam quase lá.

Mas esse era o problema. Estavam quase lá.

Sem aviso, um enorme Javali, com presas afiadas e grossas saltou a sua frente, correndo diretamente contra Violeta.

– Oh-oh. – Wilbur se atirou contra o bicho, machucando seus braços nas presas da fera.

Jack precisava agir rápido. Ele ergueu seu cajado. Se essa fosse a única maneira, ele iria usar magia. Mas antes que sequer apontasse o cajado contra a fera, um brilho dourado, saído de dentro da caverna chicoteou o bicho com precisão, e ele se afastou tão rápido como viera, choramingando alto.

Os três olharam para a entrada da caverna, onde viram um pé descalço tocar o chão de fora e depois outro. Uma garota de cabelos absurdamente compridos apareceu, o rosto parcialmente encoberto.

Quando ela falou, toda a respiração do garoto de cabelos brancos pareceu ter sido tirada dele. Jack abria e fechava a boca, mas nenhum som saia.

Em poucos segundos eles haviam entrado na caverna e se aqueciam em uma pequena fogueira.

A garota disse que seu nome era Rapunzel. Ela se aproximou de Wilbur e disse que poderia cura-lo, mas, que isso requeria um objeto de estima de algum deles.

A garota de cabelos negros e lisos, sem piscar, tirou um bracelete entalhado de seu pulso e entregou a outra.

A loira começou a cantar, seguindo se a sua voz, o brilho de seus cabelos. Os arranhões de Wilbur desapareceram e o sangue secou.

Milhares de perguntas pipocavam na mente de Violeta. Ela e Rapunzel conversaram durante toda a noite, e apesar da mais velha não parecer disposta e contar tudo, a morena descobriu que ela tinha os poderes por uma flor dourada, que havia brotado de uma gota de sol.

A fantasia e a magica sensação que Violeta sentiu, quando finalmente encontrou alguém com dons mágicos era inexplicável. Logo ela adormeceu um sorriso de alegria em seu rosto. Aquele dia havia sido o melhor de sua existência.

Os garotos adormeceram rápido. Ou pelo menos fecharam os olhos, porque Wilbur não podia deixar de repetir uma e outra vez o momento em que se aproximara de Violeta e ela permanecera parada, como que esperando que o garoto chegasse mais perto.

Jack por sua vez sentia o frio chão da caverna contra seu rosto como o mais suave travesseiro. A garota de cabelos dourados não deixava de aparecer em frente a seus olhos, sua voz soando suave em seus ouvidos.

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Notas finais do capítulo

Comentem!! :D



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