Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 16
O reencontro


Notas iniciais do capítulo

Gente, ainda não tô recuperada desse episódio novo da série, de jeito nenhum! SOCORRO!
Well, tava SUPER ansiosa pra postar esse capítulo.
Vou avisando que essa é só a primeira parte nhonhonho.
Boa leitura.



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Edifício Belos Mares, Coimbra, Portugal / 08h32min.

O sangue lhe escorria pelas mãos e o cheiro daquela mulher inundava suas narinas. Mas ainda assim, ele havia encontrado uma força para sorrir. E essa força tinha um nome e um sorriso encantador. Era como se aquele cenário destruidor não existisse e ali, naquele momento, só ela importasse. Realmente assim o era, só ela importava. Caminhou com certa dificuldade, a perna ainda não estava completamente recuperada e em algum momento daquela missão ele havia se machucado mais. A respiração também não estava das melhores, entretanto o maior motivo daquela respiração falha não era físico.

– Oi lerdinha. – Agachou-se ao seu lado. Tocou a face coberta de hematomas, sentindo o peito apertar. Uma parte daquilo tudo era culpa sua. Skye gemeu de dor ao sentir seu toque e retraiu-se. As imagens da cidade chilena vieram em sua mente. Ela não poderia ser a responsável por aquilo tudo, ela não era responsável. Porque mesmo que fosse de origem desconhecida, mesmo que ele não soubesse quase nada sobre ela, sabia de uma coisa: Skye não era um monstro.

– Ward...- Falou com a voz fraca, fazendo-o quase pular de alegria. Num ato completamente impulsivo envolveu-a num abraço, abraço que foi retribuído com igual intensidade. Lágrimas caíram de seu rosto, ela estava ali finalmente, estava em seus braços. Salva, bem, viva. Inspirou e expirou o cheiro do cabelo cor de bronze. Queria memoriza-la e guarda-la consigo.

– Eu pensei... – Tornou a falar com a voz embargada de emoção. Os olhos castanhos encontraram os seus. E tudo ao seu redor pareceu iluminar, como se a certeza que agora ele carregava dentro de si nunca o tivesse abandonado. Aquilo o trazia uma das poucas lembranças do passado. Lembranças de uma menina do orfanato, menina essa que sua mãe iria adotar. Se seu pai não tivesse sofrido um grave acidente e deixado a mulher sozinha com três filhos.

– Você vai ser meu irmãosinho? – A garota perguntou risonha.

– Acho que sim. – Respondeu abraçando a menina que era alguns anos mais nova, ela envolveu o rosto dele com ambas as mãos e beijou-o na bochecha. Quando os olhos de ambos se encontraram Ward sentiu algo que nunca mais veio sentir. Até é claro, a chegada de Skye.

Skye.

Que agora envolvia seu rosto com ambas as mãos, assim como a garotinha do orfanato fizera anos atrás. Olhou-a firmemente. Mesmo com todos aqueles machucados sobre a pele bronzeada ela coseguia ser linda. Suas mãos foram de encontro às dela que estavam em seu rosto, e ele as apertou delicadamente. Sentindo o quão gelada estavam. O sorriso de Skye foi sumindo lentamente, na mesma velocidade em que as mãos que envolviam seu rosto foram caindo. Ward sentiu o coração acelerar no peito e depois começar a falhar, lhe dando pequenas dores agudas. Apertou a mão de Skye para que ela não fechasse os olhos, mas o esforço foi inútil. Lá estava ele, numa espécie de dejavú, com Skye desmaiada em seus braços.

~*~

Avião / 23h47min.

A última coisa de que se lembrava com certeza era de ter visto o rosto de Ward, antes de apagar mais uma vez naquele dia. Várias imagens se misturavam na sua cabeça, rapidamente, alguns de forma reconhecível, outros nem tanto. A fita que rodava em sua mente parou em uma cena que fez seu corpo arrepiar. Ward. Não o Ward que chorara por ela depois de levar o tiro, mas sim o Ward que a batia e que lhe falava coisas que ela não estava preparada para ouvir. Coisas que lhe machucavam.

Abriu os olhos lentamente.

E seu coração deu um salto. Lá estava ele, estendo a mão para tocar seu cabelo. Entretanto esse Ward era diferente do de sua última lembrança, esse Ward era diferente de qualquer uma de suas lembranças na verdade. Não parecia o Ward agressivo, o herói e tampouco o robô. Algo no olhar daquele homem, e no modo como ele lhe tocava estavam diferentes. E ela gostava daquilo, gostava daquela coisa nova que via em seus olhos. Pois aquilo o deixava quase humano.

– Ei, você acordou. – Grant sussurrou e abriu um sorriso.

– Ei, você está aqui. – Estendeu o braço para acariciar o rosto dele. Sentiu algo úmido em seus dedos, uma lágrima. – Você não pode chorar sabia? Fica tão humano... – Brincou.

– Isso é culpa sua. – O dedo polegar dele brincava com seus lábios, tentou ignorar todas as sensações que aquilo lhe causava e se concentrar na conversa. – Você me mudou, Skye. Não sei como, nem quando você fez isso, mas se tornou uma parte importante de mim. E tomou um lugar no meu coração, e eu nem sabia que ainda tinha um! – Ward riu abafado, então envolveu seu rosto com ambas as mãos, fazendo sua respiração tornar-se um fio, assim como a dele. – Por um momento, na verdade por mais de um, eu pensei que fosse te perder. Pensei que nunca mais ouviria você me chamar de robô, ou qualquer uma das suas ironias... – Ele balançou a cabeça em negativa, como se quisesse espantar um mau pensamento. – Então eu percebi, admiti a mim mesmo, que eu não ia conseguir viver muito bem sem isso. Sem sua lerdeza, sem suas ironias, sem você. - Ele continuou - Desde que eu te vi, naquela sala de interrogatório, eu senti uma vontade imensa de te beijar. E eu sei que é idiota falar isso agora, mas depois que eu vi você quase morrer daquela maneira, decidi que não ia mais esperar para falar te falar toda a verdade.

A verdade.

Aquelas duas palavras flutuaram em sua cabeça. Era a verdade que ela queria. Fora pela verdade que ela se metera com a S.H.I.E.L.D. Acho que você pode me chamar de mamãe. Ouviu a voz da asgardiana falecida em sua cabeça. Você nasceu, ou surgiu de um experimento. Continuou a voz. Você era o 0-8-4. Você é o monstro que acabou com aquela cidade. Sentiu o peito apertar, porque ela estava vivendo aquilo de novo? Agora me diga, minha querida. Martina continuou. Se não é muito irônico você ter tentado salvar seu amado Ward? Ward. Ela era perigosa para ele. Você não passa de um experimentosinho, idiota. Ela era perigosa para todos.

– Não fale nada, Ward. – Interrompeu-o antes que ele pudesse continuar. – Não podemos ficar juntos.

– Por quê? – Ele parecia confuso.

– Porque eu não quero. – Mentiu.

– Que droga, Skye! – Ele socou a parede ao seu lado. – Eu sei okay? Sei de toda essa história de 0-8-4 e de Chile, Coulson me contou.

– Se você sabe, então deve entender... – Começou, mas foi interrompida.

– Entenda você, eu não ligo! Não ligo. - Aproximou-se dela novamente, colando as testas um do outro. – Eu não acredito que você seja um monstro, porque você não é um monstro. Você é você, Skye. Não me importa se você é da Terra, de Júpiter, de Asgard, ou de qualquer outro planeta. Porque, mesmo que eles ponham isso no papel, o importante é que você é por dentro, você mesma me ensinou isso. – Ele afastou-se um pouco para olha-la nos olhos. – E isso é uma coisa linda, não é mesmo? – Skye sentiu as lágrimas lhe escorrerem pela face, e desviou o olhar. – Olhe pra mim. – Ward segurou seu queixo com firmeza mantendo os olhares firmes. – Você. Não. É. Um. Monstro.

– Ward eu...

– Só me diga uma coisa. – Ele a interrompeu novamente. – Você quer ficar comigo?

– É séria essa pergunta? – Fez uma careta e riu nervoso. – Depois eu que sou a lerda? Isso é tão claro, cowboy robô. Eu estou apaixonada por você.

– E, contrariando todas as minhas vontades, eu estou perdidamente apaixonado por você, lerdinha. - Ele disse e ambos gargalharam. Então depois de unir seus corações de uma forma tão inusitada e inesperada, eles uniram os lábios. E Skye agradeceu por isso. Agradeceu pelo toque daquele homem ser como um remédio que aliviava suas dores físicas, agradeceu pelo sentimento que aliviava suas dores emocionais. Agradeceu. E entregou-se ao beijo que desejava desde a primeira que o vira.

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?


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Notas finais do capítulo

Essa citação final PERFEITA é do Fernando Pessoa, acho que já perceberam que eu sou louca por ele né? hahahahaha
Enfim, tô morrendo com esse carinho de vocês, sério mesmo. A felicidade é de mais, de mais, que vou até postar outro capítulo antes do domingo (Alerta de FitzSimmons :3).
Cíntia, que surtou comigo lá no twitter por causa do episódio novo, esse capítulo foi pra você HUE.
Hoje eu não tenho nenhuma dica de leitura, não de fics de Agents, mas tem uma história muito boa (uma original) que é postada lá no obsession, vejam lá: ( http://fanficobsession.com.br/ffobs/b/beunpredictable.html )
Por hoje é só, beijos de luz.
Vejo vocês nos coments, certo?



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