Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 14
Objeto desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Esse é um capítulo maroto, pra começar o esclarecimento das coisas.
Ou, pra começarem as verdadeiras dúvidas. asashuahsua
Boa leitura.



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Lugar desconhecido/ 05h12min

– Você já se perguntou Skye, por que nunca conseguiu ficar em um lar? – Martina a encarava com um olhar irônico. E isso incitava várias dores dentro dela. Não uma dor física, provocada pelos machucados e as perfurações à bala. As dores eram emocionais, a dor da perda, da desesperança, do medo, da solidão.

Aos nove anos, depois de ter voltado de dois lares adotivos, Skye teve as esperanças renovadas quando uma possível adoção circundou sua vida. Ela teria uma mãe, um pai e um irmão mais velho. Seria a vida que sempre quis. Entretanto, algo aconteceu, e a família que iria adota-la sumiu misteriosamente. Nunca soube se eles desistiram dela, ou se fora outra coisa. Desde esse dia, perdeu as esperanças em ser adotada.

– Não me diga que isso tem a ver com quem eu sou. – Murmurou, podia sentir as lágrimas formando-se no canto dos olhos. Mas ela não iria chorar, não na frente daquela mulher.

– Vou repetir a pergunta, Skye. Você sabe o que é um 0-8-4?

– Um número? – Buscou no fundo de si o último resquício de ironia.

– Um 0-8-4, segundo a S.H.I.E.L.D., é um objeto de origem não identificada. Normalmente, é algo alienígena. – Martina parecia saborear cada palavra que saia de sua boca. – Quando você foi encontrada, ainda bebê, abandonada, sozinha, foi por dois agentes da S.H.I.E.L.D. Eles receberam um chamado de emergência, em uma cidade do interior no Chile. A cidade estava dizimada. Não havia uma alma viva, um monstro havia acabado com tudo aquilo. Com vidas de jovens, de velhos, de crianças...

A asgardiana fez uma pausa e a encarou. Sentiu o coração bater freneticamente pelo peito. E uma lágrima rolou por sua bochecha. Controle-se, Skye! Brigou consigo mesma, rezando para manter o autocontrole. Remexer na história do seu passado era bem mais doloroso do que imaginara. Martina sorriu e deu uma volta completa ao redor de Skye. Os únicos sons que se escutavam naquela sala, eram os de sua respiração pesada e os sapatos da outra mulher batendo no chão de cerâmica branca.

– Você era a única criatura viva naquela cidade. – Skye sentiu o corpo inteiro arrepiar, ela falou criatura, não pessoa. – Você, Skye. Você era o 0-8-4. Você é o monstro que acabou com aquela cidade. E não só com a cidade, você também acabou com a vida dos dois agentes que tentaram lhe salvar. Agora me diga, minha querida, se não é muito irônico você ter tentado salvar seu amado Ward?

Não conseguiu mais conter as lágrimas, deixou que rolassem livremente por seu rosto, enquanto soluços rompiam de sua garganta. O coração mais acelerado que nunca. Aquilo não poderia ser verdade. Eu não sou um monstro. Pensou. Ela não poderia ser perigosa, não ela. Ela não poderia ter acabado com a vida de uma cidade inteira, sendo apenas um bebê. Martina poderia estar mentindo, mas, algo dentro de Skye, sabia que era quase impossível que ela fizesse isso. Afinal, o que ganharia falando uma mentira?

Se ela era mesmo tão perigosa quanto dizia a história. Todos à sua volta estavam inseguros. A imagem de Ward surgiu em sua mente, e sentiu o peito se apertar. Fechou os olhos e pôde sentir o toque dos lábios dele nos seus. Pensava que o estava protegendo, entretanto ela era o maior perigo para ele, ou para qualquer um que se aproximasse de mais dela. Abriu os olhos e encarou Martina, precisava de mais explicações. Precisava de toda a verdade.

~*~

Avião/ 5h48min

– Achamos a localização dela! – Simmons gritou e ele correu para perto dela. Olhou na grande tela o ponto vermelho piscando bem no meio da Europa, no que parecia ser Portugal. Sorriu de alegria, e não conseguindo conter-se abraçou Simmons e girou-a no ar.

Não fora fácil de conseguir a localização de Skye. Tentaram por horas conseguir rastrear o sinal emitido pela pulseira que Skye carregava no pulso. A pulseira que a impedia de acessar sistemas tecnológicos complexos, em outra língua, a impedia de hackear. Mas, a pulseira que antes significava uma prisão para ela, agora poderia ser o passaporte de sua liberdade. Ward colocou Jemma de volta no chão. O sorriso ainda estava em seus lábios, e a loira também fazia o mesmo, ela apertou sua mão e uma sensação de reconforto chegou até ele.

– Chegamos a Portugal em menos de uma hora. – May disse e então voltou ao seu posto.

FitzSimmons continuaram monitorando Skye, enquanto tentavam descobrir o máximo possível de sua localização. Ward já podia sentir uma ponta de esperança tomar-lhe, assim como a raiva também crescia. Mas em breve ele não teria de se preocupar mais com aquilo, descarregaria todo o seu ódio em Quinn, e em Martina. E poderia ver Skye novamente, poderia abraça-la e dizer o que deveria ter dito antes. Muito antes.

– Ward, precisamos conversar. – Coulson disse e o guiou até sua sala. Sentou-se na cadeira em frente à mesa cheia de papéis e esperou que Coulson falasse. – Você sabe que eu, FitszSimmons e May estávamos em uma missão. – Sim, ele sabia. – Bem, essa missão tinha a ver com Skye. E com o que ela tanto queria da S.H.I.E.L.D., respostas do seu passado desconhecido.

– E vocês descobriram algo? – Indagou não contendo a curiosidade.

Coulson o encarou pelo que pareceram longos minutos. A espera só conseguiu acelerar os batimentos cardíacos de Ward. Fechou os olhos e respirou fundo. E, ao fechar as pálpebras, a imagem de Skye flutuou diante dele, o sangue escorrendo de seu corpo, e cor esvaindo de sua pele. Tornou a abrir os olhos rapidamente, a imagem de uma Skye quase morta em seus braços era assustadora de mais para ver de novo. Trazia dor e culpa, do passado e do presente.

– Skye é um 0-8-4, Ward.

Gargalhou alto, aquilo só poderia ser uma piada. Em anos de profissão nunca ouvira falar em um 0-8-4 sendo uma pessoa. E, mesmo que houvesse essa possibilidade Skye não seria um. Porque isso significaria que ela não era deste mundo, e isso não podia ser. Ela humana, bem humana. Os olhos de Coulson endureceram, e o sorriso de Ward murchou. Engoliu em seco e deixou que o mais velho continuasse a falar.

– Ela foi responsável pela dizimação da população de uma cidade do interior, no Chile. Quando era apenas um bebê, uma das agentes responsável por ela, Huertz, morreu logo depois de salva-la. E a S.H.I.E.L.D. monitorou Skye durante 18 anos, até que ela saiu do orfanato em que morava. Os arquivos sobre a missão do Chile foram todos censurados, para a segurança de Skye e dos outros envolvidos. Foi isso que eu fui fazer com o resto da equipe, conseguir estes arquivos. – Jogou uma pilha de papéis em cima da mesa. – Leia.

Os documentos continham fotos da cidade chilena acabada, pessoas mortas, e destruição por todos os lados. Havia também algumas fotos de um bebê, que ele reconheceu como sendo Skye. Um carimbo em uma das fotos informava “0-8-4”. Outras folhas continham relatórios da missão. Em uma delas as seguintes palavras poderiam ser lidas “Objeto de origem não identificada, nível de periculosidade: alto”. As palavras ficaram ecoando em sua mente, misturadas a imagens de Skye. De quando ele a vira pela primeira vez, e da última. Seu sorriso, suas lágrimas. Tudo se misturando na sua memória com a ilustração de uma cidade destruída. Ela não podia ser a responsável. Aquilo era de uma monstruosidade sem tamanho.

E não, Skye não era um monstro.


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Notas finais do capítulo

Pra quem té reclamando da lentidão da história, gente, não tem como explicar uma história como a da Skye colocando e enredo num ritmo frenético. RELAXEM! Vai ter porradaria de sobra no próximo capítulo.
Espero vocês nos comentários.
DICA RÁPIDA::: Tem uma história super legal de SkyeWard aqui no Nyah. Chamada "Item de colecionador", quem ainda não leu, dá uma olhada lá. Eu super curti.
PS:. Aos que leram Doce Garota (minha fic FitzSimmons) e pediram por mais, tenho uma boa notícia. Em breve a continuação será postada. Enfim, agora é o fim das notas finais. Um beijo de luz :*



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