Danger escrita por Vespertilio


Capítulo 12
Contos de fada


Notas iniciais do capítulo

Sobre vocês: BANDO DE DESESPERADOS!
aushauhsuahsuahsuahs
Sobre mim; Autora legal que merece um monte de reviews por estar adiantando o capítulo!
Não respondi as reviews ainda, mas juro que vou responder, quando tiver um tempinho, okay? A vida tá corrida. Enfim, boa leitura, boa leitura.



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Ruas de Paris/ 19h49min

– Skye. – Escutou a voz de Ward chama-la. Mas ao abrir a boca para responder, tudo o que saiu foi um grunhido grotesco. A dor estava ficando insuportável, e se espalhava por todo seu corpo. – Skye me responda, por favor. – Sentiu lágrimas em sua bochecha, lágrimas que não eram suas. – Eu prometo pegar mais leve no treinamento, só me chame de robô de novo. Por favor. – Mais lágrimas caíram sobre ela.

Tornou a abrir a boca, desta vez, nada saiu. Um formigamento foi tomando-a por completo, a dor alucinante foi atenuando, e era como se ela estivesse flutuando. As mãos ficando leves, os sons ao redor diminuindo, a voz de Ward ficando cada vez mais longe. Entretanto suas lágrimas ainda eram sentidas. Forçou seus olhos a ficarem abertos. Tinha de memorizar cada traço daquele rosto. Estendeu a mão para tocar seu cabelo, e, com muito esforço, acariciou seu rosto. Ele sorriu e aproximou seus rostos. Mais lágrimas. Os lábios dele encostaram-se aos seus suavemente, de uma forma breve. Depois mais uma vez, e mais outra. Mas ela já não podia sentir. Estava perdendo a luta contra o peso de suas pálpebras. Então tudo ficou escuro.

~*~

– SKYE! – Gritou. E, mais uma vez, nada aconteceu.

A mão que estava em seu rosto caindo lentamente. E o desespero o tomando por completo. Ela estava morrendo, e ele não podia salvá-la. Havia falhado, falhado de novo. Era outra pessoa que havia morrido por sua culpa. Sacudiu uma, duas vezes. As gargalhadas ao seu redor se tornando mais altas, fazendo com que a tristeza que o dominava virasse ódio. Tornou a olhar para Skye e o ódio apenas acumulou-se dentro de si. Acariciou o rosto, que mesmo sem cor, era lindo.

– Grant, você lembra que mamãe leu aquela história do príncipe que salvava a princesa com um beijo de amor verdadeiro? - A voz surgiu em sua cabeça. Era como se ele estivesse lá, com seus treze anos de idade, conversando com o irmão mais novo. Besteiras que sempre conversavam.

– Sim. – Ele murmurara sem muito interesse, desde sempre fora um pouco cético em relação aos contos de fada.

– Você acha que, algum dia, um de nós fará algo assim? Salvar uma donzela em perigo? – Teve de conter uma gargalhada. Seu irmão realmente acreditava que histórias de amor aconteciam, e que havia poder em ações realizadas com boas intenções.

– Gale, cada um de nós pode ser o que quiser. – Respondeu. Era o que sua mãe diria numa situação daquelas.

– Eu quero ser o herói de alguém. Fazer o bem, e me sentir bem por isso. – Seu irmão sorria – E você Grant, o que quer?

As lágrimas se acumularam mais em seus olhos. E ele era ele novamente. O Ward com uma Skye quase morte nos braços. Você Grant, o que quer? Seu irmão perguntou mais uma vez. Eu quero salvá-la. Tentou gritar, mas a frase ficou entalada em sua garganta. Fechou os olhos, respirou fundo, fechou as mãos em torno do rosto de Skye. Eu quero ser o herói dela. Murmurou em sua mente. Talvez, contos de fada existam. Os pensamentos continuavam a fluir enquanto ele acariciava distraidamente o rosto de Skye. Aproximou o rosto do dela, e sentiu sua respiração fraca, devia tê-la beijado enquanto sua respiração ainda era pulsante. Tocou seus lábios nos dela, brevemente. Mais uma vez, depois outra. Demorando-se um pouco mais na última vez. Ela não retribuía o beijo, entretanto aquele não era um sinal de rejeição, era um sinal de que ela estava morrendo.

– Lerdinha, por favor. – Pôs a boca contra sua orelha, enquanto, com as mãos, pressionava sua barriga, para estancar o sangue. – Vamos lá, vamos lá. – Beijou-a de novo. – Por favor. – De novo. – Lerdinha... – Murmurou antes de beijar-lhe a testa. Não conseguia mais sentir sua respiração. Agarrou o corpo caído contra o seu e gritou desesperadamente. Tentou contatar FitzSimmons, mas eles estavam em uma outra missão com Coulson e May.

A culpa de tudo aquilo era sua. No fundo ele sabia que havia riscos em ir para uma missão apenas com Skye, sabendo que ela ficaria mais segura com o resto da equipe, ele sempre soubera se defender, sempre trabalhara sozinho. Então porque, pela primeira vez, desde que entrara para equipe do agente Coulson, quando ele tivera a oportunidade de fazer aquilo sozinho, chamou-a para ir com ele?

– Que ceninha bonita. – As palmas altas que ecoavam na viela interromperam seus pensamentos. – Juro. Não temos declarações de amor como essas em Asgard.

Relutantemente soltou o corpo de Skye e levantou-se. A visão estava turva por conta das lágrimas, esfregou os olhos só para ver a fonte da voz mais claramente. Martina. Agora já não parecia bonita. O ódio crescente em seu peito o fazia querer mata-la. Ao seu lado, onde estava o homem loiro, que continuava desmaiado, agora estava Quinn. O maldito Quinn.

– Desde quando um empresário do seu tipo se passa a matar pessoas, Quinn? – Arqueou a sobrancelha. Iria matar aquele homem, mas antes usaria toda a ironia que pudesse para massacra-lo, devia isso a Skye.

– Desde quando um agente do seu tipo tem sentimentos? – Quinn devolveu na mesma moeda.

– Você contou para ela, Ward? – Martina perguntou, o modo como ela falara seu nome o dava arrepios. – Contou para Skye que está apaixonado?

– Eu. Não. Estou. – Pontuou cada palavra, não conseguindo falar a última “apaixonado”.

Martina caminhou até ele lentamente. Com um sorriso nos lábios. Tentou, de todas as maneiras, desviar o olhar, mas não conseguia. Estava preso àquela mulher por alguma força misteriosa. Como se estivesse hipnotizado. À medida que ia se aproximando Martina ia ficando mais baixa, então sua pele foi ficando um pouco mais alva, até chegar ao tom bronzeado de Skye, os cabelos caindo em ondas castanhas. Agora Martina não era Martina. Era Skye. Skye estava ali, na sua frente. Tentou olhar para o lado, tinha certeza de que Skye estava caída. E, definitivamente ela não estava usando aquele macacão preto. Entretanto não conseguia virar a cabeça.

– Skye? – Indagou confuso.

– Shhh! – Ela colocou um dedo em seus lábios. Acariciou o rosto dele suavemente, e sorriu. Ele imitou o gesto. Perguntando-se em que momento da missão pôde ter imaginado que ela havia morrido. Envolveu-a num abraço forte, mas, no lugar do aconchego e conforto que esperava sentir, sentiu uma forte dor perto das costelas. Skye o havia esfaqueado. Olhou para ela confuso, sorria triunfante. Antes que pudesse perguntar o motivo dela ter o traído dessa maneira, ela sumiu. E na sua frente estava a asgardiana novamente. A confusão estava tomando conta dele. Não conseguia pensar claramente. Até que olhou para o lado e viu Skye caída no chão. Havia sido um truque, aquela mulher podia assumir formas de outras pessoas.

– Você não sabe do que eu sou capaz, agente Ward. – Sussurrou junto a sua orelha.

Então algo atingiu a lateral de sua cabeça e ele foi tomado pela inconsciência.

~*~

Ruas de Paris/ 03h12min

A dor em sua cabeça era latejante. Pôs a mão em sua nuca e sentiu a umidade que estava ali. Olhou para os dedos. O cheiro de sangue que o inundou fez sua cabeça latejar ainda mais. Tentou lembrar-se dos últimos acontecimentos. Viu o rosto de Skye sorrindo, depois uma faca sendo enfiada entre suas costelas. Tocou o local para conferir, o machucado fora superficial e não sangrava mais. Outro flash veio sua mente, Skye jogando-se em frente às balas para salvá-lo.

Qual daquelas versões de Skye era real? A que tentou o matar ou o salvar?

Você não sabe do que eu sou capaz, agente Ward. Uma voz surgiu em sua cabeça, e ele lembrou-se de tudo. De Martina, de Quinn, de Skye morta em seus braços, do truque que a mulher asgardiana usou para confundi-lo. Levantou-se com um pulo, ignorando as várias dores que sentia. Ainda estava no beco sem saída de antes, mas estava sozinho. Nenhum carro, nenhum corpo. Nada. Foi tomado pelo desespero, e teria começado a correr que nem louco em busca de Skye, se seu celular não tivesse tocado bem na hora.

– Ward! – A voz de Simmons era aflita do outro da linha. – Por favor, Ward, vocês tem que abortar essa missão. A Martina não está aqui para fazer negócios com o Quinn, eles querem a Skye, eles querem...

– Eles a levaram, Simmons. – Murmurou. A compreensão chegando-lhe a mente, acompanhada com uma tonelada de culpa e desespero. – Eles levaram a Skye, e eu não consegui salvá-la.


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Notas finais do capítulo

Então, pra'queles que quiserem um contato mais pessoal comigo - como alguns já pediram - meu twitter é: @bluishnanda.
E...... Sinceramente, quero minha reviews seus moços, se não, sem fanfic. BRINCADEIRA