What have you done today to make you feel proud? escrita por bluelagoon


Capítulo 1
A Primeira Vez!


Notas iniciais do capítulo

O título se refere à música-tema de Felix & Niko na novela, por Heather Small. Mas a fic é em português :)



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Anjinho, sentado na cama, pensava. Sentia-se imensamente grato por tudo o que Felix havia feito por ele. E ele conhecia Felix muito bem. Ou ao menos achava que conhecia.

Felix não era capaz de um ato desinteressado. É obvio que ao chegarem ao apartamento, Felix seria contemplado com seus favores. Afinal, ele fizera por merecer... e além disso, Anjinho tinha até um carinho verdadeiro por Felix, mesmo sendo uma coisa assim, mais física.

Por isso, agora ele estava sem entender nada. Felix indo embora assim¿ conversar amanha, na academia¿¿ mas que...é essa¿

Esse comportamento estranhíssimo só tinha uma explicação plausível. Felix tinha uma nova pessoa. Sim, só podia ser isso. Anjinho suspirou. Bem, depois de tanto tempo na prisão... era justo que ele acabasse conhecendo alguém. Justo não, era natural. Sim, era lógico, ele tinha que ter um novo boy. Anjinho sentiria falta de Felix. Mas pelo menos poderiam ser amigos. Quem sabe?

Felix saiu do condomínio com a cabeça a mil. Dirigindo em direção a casa de Niko, só pensava por que raios Niko teria voltado a dar trela a Eron? Nada mais fazia sentido. Depois de tudo o que aconteceu... Niko era uma bicha burra, definitivamente! Pensou, meneando a cabeça, inconformado.

Niko, chorando ao lado de Fabricio, pensava em Felix. Como pode, alguém não ter sentimentos? Pensar nos outros só com fim utilitário? Será possível que para Felix qualquer relacionamento se resumia somente a sexo? Ah, que pessoa infeliz é esse Felix! Ele não aprendeu a ser feliz, a amar...

Nesse momento, Niko levantou a cabeça, e olhando pela janela, à distancia, começou a lembrar de tudo o que presenciou, desde que conheceu Felix, suas atitudes. Ao mesmo tempo em que ele era tudo isso – egoísta, individualista, utilitarista... também teve seus momentos de fragilidade. E justamente nestes momentos é que ele era mais forte, pois demonstrava que tinha valor como ser humano. Porque usar e jogar fora, qualquer um pode. Mas pedir ajuda, chorar no ombro e oferecer o ombro para chorar, requeria muita coragem. Algo que Felix desenvolveu muito recentemente. Com a ajuda dele, será? Niko não queria se sentir presunçoso de ter ensinado algo a Felix. Queria acreditar que o amigo era realmente bom, não precisava aprender nada com ele nem com ninguém, apesar dele próprio ter dito o contrario.

Por outro lado, Niko sentia que Felix ainda tinha segredos, que ocultava mistérios, talvez vergonhosos no julgamento dele. E que ele talvez precisasse botar pra fora pra se sentir mais leve. Seu semblante era muitas vezes pesado, carregado com tantas angustias e culpas, embora as vezes fosse tao sorridente e ate sensual.

Niko sorriu ao lembrar-se do charme do amigo. Nossa, tudo que ele queria era que Felix chegasse naquele momento, que tocasse a campainha, que entrasse porta adentro... em vez de estar com aquele... desgraçado do Anjinho!

E não é que chega alguém mesmo, naquele momento? Será o Felix? Não, esquece... ele esta nos braços daquela peste, digo, rapaz horroroso, digo, ah sei lá, não interessa! Suspiro. Deve ser o Eron. Niko vai abrir a porta.

– Felix??

– Oi Niko... eu... preciso falar com você.

– Ah... sim, senta, você é de casa. Quer alguma coisa? Niko evita olhar para Felix, sentindo-se entre magoado, raivoso e aliviado.

– Niko, olha pra mim. Niko levanta o olhar e olha nos olhos de Felix. Niko, o que é que está acontecendo? Agita-se, impaciente. Por que você está saindo com a lacraia? Voce... Agita as mãos. Droga, não queria dizer isso – “você vai me trocar por ele?? Não acredito!” Niko, eu exijo uma explicação.

– Felix, você não tá em posição de exigir nada. – cruza os braços. - Eu saio com quem eu quero. Aliás, o que você tá fazendo aqui? Voce não devia tá lá com o Anjinho agora? - Sua fala era de desprezo.

– Como é que você sabe que eu tava com o Anjinho?

– O Eron me contou.

– Ah. Apunhalado pelas costas mais uma vez. Vou mudar o apelido. Em vez de lacraia, vai ser escorpião de agora em diante. E dos bem venenosos.

– Pára Felix, eu vi tudo, o Eron me levou ate lá e...

– Você, quer dizer, vocês, me seguiram?? Horrorizado.

– Sim, eu pedi pro Eron fazer isso. Não bota a culpa nele.

– Porque, carneirinho? Sua voz era suave, para sua própria surpresa. Ele não conseguia ter raiva do amigo. Talvez porque sentisse que Niko tinha feito aquilo por ciúme.

– Eu... eu queria ver... saber como era esse Anjinho.

– Porque?

– Por que... por que... ai não sei Felix, eu fiquei louco quando soube que você tinha outro cara.

– Niko, você ficou com ciúme? Disse Felix, sorrindo e caminhando dois passos na direção de Niko.

Niko recuou e olhou para baixo, para o lado, evitando Felix. – não, é obvio que não, eu só queria saber com que espécie de gente você se relaciona, e esse Anjinho eu acho que é da pior espécie. É tipo um boy, né? Um garoto de programa. Olhando direto para Felix. - Felix, você sabia que relacionamentos incluem sentimentos além de sexo??

– Sim. É por isso que eu estou aqui. Pra te dizer isso, Niko. Pra mim você... - seus olhos se enchem de água. – você é puro, Niko, é puro sentimento. Os dois estão frente a frente, Felix chega bem perto. Eu nunca senti por ninguém o que sinto por você, Niko.

Niko já estava sem respirar, seu coração parou de bater, quando de repente juntou as forças que lhe restavam e perguntou, tentando ser racional[1]. – Tá mas, mas, e o Anjinho? Voces não tavam juntos e tal? Só love? Ele não é teu boy magia?

– Foi, Carneirinho, foi. Felix senta no sofá, enquanto Niko continua em pé, ouvindo e olhando para ele. Eu tenho muito carinho pelo Anjinho. Mas eu não sinto mais nada por ele. Aliás, minto. Sinto por ele o que eu sempre senti. Atração física. Só. O anjinho é uma excelente pessoa, um querido. Mas é burro que dói, e eu não suporto gente burra.

– Bom, então você não me suporta também. E o pior é que eu dei prova da minha burrice, acreditando na Amarylis. Ai que horror. Não posso nem me lembrar.

– Carneirinho, você não vê maldade nas pessoas. Eu te chamo de burro por... por impaciência minha. É que eu vejo a maldade de longe, eu sinto o cheiro da maldade a quilômetros! E você... é tão tapadinho... pausa. – mas eu te adoro, assim do jeito que você é.

Niko se aproxima de Felix, devagar. Está maravilhado por ouvir aquelas palavras. – Sério, Felix?

– Aham.

Os dois se olham nos olhos, Niko aproxima-se e ajoelha-se no chão, ao lado do sofá, e estende os braços para abraçar Felix, enlaçando-o na cintura. Felix desprende os braços dele e vai escorregando do sofá em direção a Niko. Segurando seus braços, gentilmente vai empurrando Niko ate que o faz deitar-se de costas no tapete. Lentamente, Felix ajoelha-se por cima de Niko, coloca uma perna de cada lado. Olhando em seus olhos verdes, segura seu rosto com as duas mãos. Fecha os olhos e mergulha.

Niko respira ofegante, ruidoso, passa as mãos pela camisa de Felix ate a cintura, vai puxando-a para fora da calca. Consegue alcançar as costas de Felix, que envolve com suas duas mãos, indo ate os ombros. Nesse momento Felix descola sua boca da de Niko, pra conseguir desabotoar sua própria camisa.

Niko olha embevecido, como se visse uma pintura, uma obra de arte. Passa suas mãos pelo peito de Felix, como se o estivesse modelando.

– Niko, nunca fiz preliminares tão longas em toda minha vida.

– Haha! Felix, nós tamos só começando... minhas preliminares são muuuuito mais elaboradas que isso...

– Aff, ah meu deus, não sei se vou aguentar... revira os olhos e suspira. – eu to enlouquecendo, carneirinho...

– Ah que bom. Vem cá, me beija. – disse, segurando o rosto de Felix com as duas mãos.

Felix recomeçou a beijar Niko, dessa vez mais devagar e profundamente que antes. Niko lentamente girou o corpo enquanto segurava Felix, deixando-o deitado no tapete e ajoelhando-se sobre ele. Procurou suas mãos e segurou-as, palma com palma, entrelaçando os dedos. Devagar, ergueu o rosto, sua boca entreaberta, úmida, quente.

Soltando Felix, passeou as mãos por todo o peito dele, indo parar na cintura, no cinto, na calça e no volume sob a calça, contornando-o com as mãos, envolvendo-o enquanto o olhava nos olhos.

– Carneirinho, você quer me deixar louco? - disse, revirando os olhos e suspirando. Nossa, você e mais lento que uma mulher.

– Pra que pressa, Felix? disse Niko, sorrindo. Vem, me sente também. Niko guiou a mão de Felix ate o seu jeans, fazendo-o sentir o mesmo que ele.

Felix sentiu que esta noite seria diferente de qualquer outra até então. Nunca tinha vivido uma coisa assim, tão intensa. Talvez só na sua primeira vez. De certa forma, esta era também uma primeira vez: a primeira vez que fazia amor com um homem, não somente sexo. Ele estava aprendendo... todas as suas horas de vôo não eram nada quando estava diante de uma pessoa de verdade, com quem se importava ao ponto de compartilhar lágrimas. E isso era só o começo...


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Notas finais do capítulo

1 Sério, Niko? (nota do autor)
Espero que tenham gostado. Aguardo comentarios, sugestoes, etc. Torço muito pelo fim do preconceito na TV Brasileira e que, de uma vez por todas, as cenas homoafetivas sejam tratadas da mesma forma que as heteroafetivas, com toda a sensualidade a que estas últimas têm tido direito. Igualdade e respeito à diversidade! Uhul!



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