Rose Weasley

Não me recordo quando fiquei tão diferente. Meus amigos falam que foi depois que eu tive o azar de conhecer o Malfoy. Falam que antes daquele loiro aguado aparecer na cabine do trem e soltar uma cantada, idiota por sinal, eu pensava diferente, que eu era diferente, mais quieta, mais tímida e que passava mais tempo com eles.

Eu concordo em parte, pois eu mudei, no entanto não foi minha culpa eu me afastar dos meus amigos. Como posso explicar leitor? Apesar de eu odiar aquele idiota, ele acabou por fazer meus dias mais divertidos, por que se não fosse ele, com certeza eu seria mais uma nerd que nunca beijara na vida. Ah, e não, eu nunca beijei o loiro, é que ele é bem conhecido em hogwarts e como sempre brigamos eu fui ficando conhecida e os garotos foram chegando.

Er... voltando ao assunto, apesar de parecer contraditório o que eu falei, o Malfoy faz parte da minha vida, e mesmo o odiando, ainda é muito querido por mim. Ele já me fez dar boa risadas, já me fez ter muitos ataques de fúria, concluindo, ele me transformou e sou muito grata por isso. Mas não demonstro essa gratidão. Sim, sou bem confusa.

É mas esqueça de que eu pensei nele como uma pessoa querida, pois nesse momento sou capaz de joga-lo duma ponte.

O Malfoy explodiu o maldito do bolo de cenoura, que acabou sujando a cozinha inteirinha. E sabe quem teve de limpar? Euzinha. E sabe por que? Porque o filhote de doninha disparou na corrida até o quarto, afirmando que iria dormir. Confesse leitor, que alguma vez você já se perguntou o que esse garoto tem no lugar do cérebro. Porque não é normal uma pessoa ser tão estúpida ao ponto de explodir um BOLO!

É nessas horas que me arrependo. Eu deveria ter feito o bolo, mas estava muito chateada com o Malfoy. Ele não deveria ter chamado-me de prostituta, ele pegou muito pesado com essa brincadeira.

E agora aqui estou eu, com a minha saia preta cheia de respingos da gosma e camisete molhado, Ah sem falar nos sapatos que de brancos ficaram marrons.

Vou em direção ao quarto e vejo Malfoy dormindo. Olhando-o assim, você pensa que é um ser bondoso, vulnerável que não causa problema algum. Hum, quem disse a frase: As aparências enganam, acertou em cheio. Pois é complicado conviver com esse loiro.

Olho para o lado e localizo minha mala. Pego uma blusa verde palha e uma sai preta. Calço minhas botas. Vou em direção ao banheiro para me trocar. Olho-me no espelho. Não me classifico como uma das garotas mais lindas da escola, porém não sou feia, apenas comum. Sorriu. Quem imaginaria que eu, Rose Weasley estaria numa casa com Scorpius Malfoy? É, acho que ninguém.

Pensando em Malfoy(Novidade!) ainda temos que comprar um bolo, eu decidi que é o melhor, pois eu estou muito cansada para ficar preparando massas. Já que ele está dormindo que tal eu acorda-lo com uma surpresinha?

Vou caminhando nas pontas dos pés até a cozinha, cato uma jarra e encho-a d’agua, tentando fazer o mínimo barulho ando até o quarto, paro a uma boa distância do Malfoy e viro minha linda mãozinha com o jarro em seu rosto.

Gargalho com a cara de assustado do loiro aguado.

— Vamos palerma, temos um bolo para comprar.

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— Aihnnn, isso está pesado- Reclamo. Eu estou carregando o lindo do bolo, e isso não foi irônico leitor, esse bolo está mesmo bonito, tem até fatias de cenoura para enfeita-lo. Mas também ele representa pesar mais que 20 kg.

— Dá isso aqui- Estaco. Não, isso não está certo. O Malfoy pegou o bolo do meu colo e começou a carrega-lo, como assim ele está me ajudando? Okay, isso me impressionou.

Observo ao redor, faz tempo que não caminho por essas ruas. Sempre que passo aqui um grande desejo que possuo desde pequeninha vem à mente. Morar em uma casa aconchegante com meu marido sentado sobre uma cadeira de balanço à espera de meus filhos com suas próprias histórias de magia. Todos bebericando um pouco de cerveja amanteigada com sorrisos nos lábios. Essa é a vida que quero. Porém, querer não é poder. Escuto um bufo do loiro e levo meus olhos até ele, que por sinal está com uma cara emburrada. Penso que está bravo por eu tê-lo molhado, já que fez um enorme escanda-lo por algumas gotas de água, no entanto mais uma vez nesse dia ele me surpreende com seus atos:

— Ruiva, será que você não teria uma sai mais comprida? Isso está parecendo um cinto. E todos os homens estão babando nessas pernas.

Olho para elas e tenho que concordar com ele, essa saia é muito curta. Mas eu nem notei quando peguei a roupa.

— Eu sei, mas não reparei quando catei-a- Digo baixinho. Odeio concordar com o Malfoy.

— Sabe se estivesse apenas nos dois em casa eu nem reclamaria, porém aqui na rua está cheio de garotos malandros procurando por belas pernas.

Fico vermelha. Não sei distinguir se é de raiva por ele ter me cantado ou de vergonha por ter mesmo meninos me olhando com olhares assassinos.

Puxo a saia mais pra baixo. Olho pro Malfoy e ele olha de volta. Levo um susto, leitor tentarei descrever para você o que aconteceu: posso afirmar que é semelhante à um choque, mas muito mais forte, meu coração até acelerou. Foi como se uma linha se prendesse dos meus olhos até os seus. Conectando meus sentimentos mais íntimos até os dele. Nossos olhares em uma dança sensual e única, como se estivesse em uma conversa apenas deles. Depois de não sei quanto tempo consigo desviar o olhar. Puxo o ar para meus pulmões. Meus olhos lacrimejam, pode parecer clichê leitor, mas isso que eu senti foi tão bom, foi fantástico. O Malfoy abaixa a cabeça, mas consigo ver um sorrisinho em seus lábios.

O silêncio predomina até chegarmos ao endereço que está no papel. A casa em si é a típica de Londres, telhado em forma de V, quatro pilares suportando a estrutura principal e as paredes forradas de branco com grafiato em azul. A entrada é cercada por folhagens, em minha opinião está mais para selva do que jardim de entrada.

O loiro caminha ao meu lado até a campainha, aperto e escuto o característico som. Logo a porta se abre e revela uma idosa de cabelos curto amendoados, olhos azuis e rosto em formato de coração. Aposto que quando era jovem fazia sucesso com os garotos.

— Em que posso ajudar crianças?- Pergunta em um timbre manso e logo em seguida abre um sorriso. É por isso que gosto de idosos, a maioria são simpáticos com as pessoas e sempre estão com a alegria estampada na face.

— A senhora encomendou um bolo, estou certa? – Ela maneja a cabeça em afirmação— Ótimo! Então trouxemos! Espero que goste- Abro um sorriso. O Malfoy joga-literalmente- o bolo no colo da senhora.

— Olha que bolo mais lindo! Mal posso esperar para comê-lo. Mas, vou ter que esperar meus filhos chegarem para a janta. Faz um tempão que não os vejo.-Ela ri com si mesma por falar deles. Deve ser complicado para uma mãe ficar longe dos filhos. Tenho uma base pela dona Hermione, que sempre quer saber onde estou. A senhora fala novamente:

— Vocês não querem entrar?

— Oh, não. Estamos com pressa. Mas agradeço o convite.- O Malfoy recusa com uma expressão de gratidão.

—Qual o preço meus queridos?- Opa! Tinha me esquecido de cobrar, que cabeça boa a minha em leitor. Bom à padaria cobrou R$14 então acho que 25 dará um lucrinho.

— Vai ficar R$25, senhora.

— Esperem um momento- ela entra rapidamente na casa, espio pelo canto do olho o loiro, sua pele está um pouco vermelha por conta do sol forte e seus lábios estão entreabertos, provavelmente buscando um pouco de ar, sabe leitor ele tem lábios tão convidativos, mas não contem isso pra ele, por favor. Minha moral abaixaria. — Aqui, muito obrigada meus queridos- A dona me entrega o dinheiro. Ainda bem que ela voltou logo, se não vai saber o que eu estaria pensando sobre certos lábios.

— Nós que agradecemos.

Aceno pra ela e voltamos a percorrer o longo caminho até a minha casa temporária.

— Sabe, até que estou gostando dessas nossas férias, ruiva! O Malfoy começa uma conversa e sei que ele está com outras intenções, o seu sorrisinho sacana mostra tudo.

— Só se for você, pois desde que eu cheguei aqui tenho apenas ficado no tédio- Falo rindo. Ele sabe que minha intenção era ofender ele e por isso faz uma pose teatral de indignação.

— Como você pode falar isso? Comigo aqui você nunca ficaria no tédio. É só me chamar que nos já estaremos rolando por entre os lençóis.

— Hum, você? Deve ser um brochador.

— Ah é? Quer provar? Deixo você fazer um test drive por esse carrão- Ele fala e sinaliza seu corpo com os braços.

— Desculpe querido, mas recusarei.

— Tsé tsé, não sabe o que está perdendo, ruiva. Isso é de primeira linha- Fala piscando.

— Ah, eu...

Interrompo minha fala, pois o dinheiro cai no chão e olhando ao redor percebo que estou na frente do minha casa. A conversa com o Malfoy me distraiu. Abaixo-me para pegar as notas de papel. Escuto um assobio, volto-me para o Malfoy que está com uma cara safada.

— Adorei sua calcinha pink, combina com seu tom de pele.

Pode apostar leitor, eu corei dos dedos do meu pé até a raiz do cabelo.

— Ora seu maldito! Por que você olhou pra minha bunda?- Grito, estou muito irritada. Odeio quando alguém olha pro meu corpo sem minha permissão, ainda mais quando esse alguém é Scorpius Malfoy. É pura invasão de privacidade.

— Se você tivesse colocado uma saia mais comprida eu não teria visto.-Rebate.

—Argh! Você é um idiota Malfoy.

Entro em casa e bato a porta com força.

Calma, é disso que eu preciso. Respiro fundo e ando até a geladeira. Pego uma das únicas maçãs que possui lá dentro e vou andando até o quarto. Ouço um barulho, levanto o olhar da fruta e vejo que o maldito loiro está abrindo a porta do quarto. Acontece que eu estou muito brava com ele e o quarto tem duas camas, o que quer dizer é que terei de dormir no mesmo quarto que ele. E isso não irá acontecer, ele merece um castigo.

Ando rapidamente em sua direção e puxo-o pela manga da blusa.

—Não- Grito— Você trata de dormir em outro lugar, no mesmo quarto que eu não.

— Ah, ruiva, deixe de criancice, onde você espera que eu durma?

—Não sei, se vira. Mas nesse quarto você não dorme hoje.

Corro até dentro do quarto e passo a chave. Dou risada da tentativa do Malfoy em tentar destrancar a porta.

— Ruivinha, por favor, abre a porta. Desculpa, olha eu prometo nunca mais ver a cor da sua calcinha. Eu tenho até uma solução, é apenas ficar sem calcinha quando colocar saia. Eu irei adorar.

Notaram leitores? Não tem como conviver com esse paspalho.

— Malfoy, eu juro, se você não sair de trás dessa porta eu irei pegar a varinha e usar magia em você.

— Hahaha, duvido isso é contra as regras.

— Não me importo. Agora saía dai e vai falar oi para o sofá- Digo rangendo os dentes de raiva.

— Ahhhh, você me paga ruiva. E pode apostar que o sofá vai amar meu corpo em contato com seu almofadado.

Sorriu quando percebo que ele já está longe. Apenas ele mesmo pra tirar minha paciência.

Como minha maçã e olho pra cama que está tão chamativa que não me importo que meu corpo esteja coberto de roupas e jogo-me nela. Abraço o travesseiro e fecho meus olhos.

Como eu gostaria de ser aquele sofá.

Esqueça esse pensamento leitor, é apenas o sono okay?