Changes escrita por Bia Valdez, Lonely Couto


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Nos desculpem a demora, meeesmo!!! Por favor, não nos matem! Espero que gostem desse cap! Beijos!



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As aulas seguintes passaram quase que despercebidas. Biologia e Álgebra, respectivamente. Quando chegou o intervalo eu literalmente corri para o refeitório e eu NÃO consegui uma mesa.

– Katniss! – me virei, Madge estava acenando para mim do outro lado do refeitório. Ela soltara o cabelo, deixando-o pender para o lado esquerdo e fazendo com que seu rosto não parecesse ter passado por uma cirurgia plástica.

Sentei-me entre Madge e uma garota, também loira, que parecia estar odiando o bolo de carne em sua bandeja.

– Glimmer! Alô? – Madge cutucou a garota, que parou de mexer na comida e olhou para mim, com cara de desgosto.

– Olá. – Glimmer abriu um sorriso falso e estendeu a mão em minha direção – Glimmer Castor.

– Katniss Everdeen. – abri um sorriso igual e apertei-lhe a mão, notando as unhas perfeitamente pintadas de vermelho-sangue.

– Madge falou de você durante nossa aula de Geometria. Inglesa, não? Eu morei em Liverpool por dois anos antes de vir para o Colorado. Lugar... Pitoresco. – Glimmer voltou a me ignorar enquanto voltava sua atenção ao bolo de carne.

– Eu sou de Londres. – expliquei e ela fez um aceno de modo ignorante.

– Tanto faz.

Arqueei as sombrancelhas. Parece que eu e Glimmer não vamos nos dar muito bem esse ano. Ela me deu um sorriso desajeitado, e logo depois começou a rir.

–Você leva tudo á serio mesmo? - Disse ela entre gargalhadas.

[...]

Tentei prestar atenção nas aulas seguintes. Juro. Mas era impossível. O professor de Sociologia, por exemplo, falava tão devagar que ás vezes eu me perguntava se havia algum botão para desativar a câmera lenta. A professora de Geometria nem se fala...

Era uma mulher baixa e um pouco acima do peso, seu cabelo era cortado bem curto com algumas luzes mal-feitas. Não que a aula fosse realmente chata, mas os professores realmente tem que tomar uma boa dose de energético antes de sair para trabalhar...

No final da aula foi como a libertação dos escravos. Milhares de pessoas correndo como loucas e derrubando umas as outras. Uma garoto da primeira série quase foi atropelado, sério.

– Vai fazer alguma coisa hoje Kat? – perguntou Madge, ao meu lado. Estava começando a me perguntar como ela conseguia aparecer do nada tão rápido.

– Não. – respondi sem rodeios.

– Ótimo. A Glimmer convidou a gente para ir numa pizzaria às sete, que acha? – encarei a loira levantando uma sobrancelha – Ora vamos! Vai ser legal!

– Tá, vou ver se posso ir.

– Ótimo! Agora me dá seu telefone que eu te dou o meu. Assim podemos nos falar... – revirei os olhos enquanto entregava meu celular para Madge e ela me entregava o dela. Não demorou muito e ela me devolveu. Entreguei o celular dela. – Me ligue assim que tiver resposta.

– Okay. – e lá se foi a doida.

Observei Madge enquanto a loira corria até um carro de luxo parado na esquina do colégio. Ela me deu tchau através do vidro escuro.

Dei um sorriso sem mostrar os dentes. Fico feliz por ter conseguido conquistar a confiança de alguém no primeiro dia de aula, por mais irritante que esse 'alguém' seja. Minha mãe não chegara ainda, então comecei a dar voltas em frente á escola, pensando em como seria esse ano. Estava tão concentrada em meus próprios pensamentos que, sem querer, esbarrei em um garoto que conversava com alguns amigos.

–Ei, você não olha por onde anda? - Ele resmungou com uma expressão ameaçadora, mas ao me encarar, mudou de expressão.

–Si... Sinto muito. - Eu gaguejei.

–Desculpe, não costumo ser grosseiro. - Ele disse, formando um largo sorriso - Eu sou Peeta, e qual é o seu nome?

Peeta tinha cabelo loiro-escuro. Me lembrava muito a Prim. Ele estava vestindo um gorro, e tinham alguns flocos de neve nele. Quase deixo escapar uma risada. Viro de costas, para não ter muito contato visual. Logo, respondo:

–Katniss...

–Katniss... - Ele repete. Ugh, por que ele não acaba logo com isso? É claro que ele queria me zoar. - Lindo nome. - Arregalo os olhos. Viro para ele e vejo que não há nenhum sinal de sarcasmo em sua expressão. Sinto meu rosto queimar.

–Obrigada... Eu tenho que ir... - Eu disse, me virando e andando o mais rápido (e natural) possível.

– Katniss! – me virei e encarei minha irmã, Prim sorria como louca.

– Oi Prim.

– Como foi o primeiro dia?

– Normal.

– Pois o meu foi ótimo! Eu conheci uma garota chamada Stephanie e... – Prim começou a contar todos os acontecimentos do dia com uma euforia fora do normal. Não prestei muita atenção enquanto procurava com os olhos a caminhonete de minha mãe.

Não demorou muito para achar, é claro. Quem não acha uma caminhonete vermelha no meio de um bando de carros de passeio? Lembrei-me que aquela era a antiga meu tio Carl, que morava somente a dois ou três quarteirões de nossa nova casa. Minha mãe deve tê-la pegado emprestado.

Entrei no carro com minha irmã me contando sobre sua primeira aula de espanhol e como um garoto tinha confundido a palavra “piñata” com “pizca” e acabara pedindo uma pinhata de açúcar.

– Então, como foi na escola? – perguntou minha mãe e a caminhonete começou a andar.

– Vou bem legal! Minha professora de inglês faltou e a substituta tinha uma perna robótica! – Prim exclamou, não pude deixar de rir.

– Perna robótica? Tem certeza disso? – minha mãe ergueu uma sobrancelha através do espelho retrovisor.

– Ahã. – Prim assentiu, com um sorriso enorme estampado na cara.

– Ei! Olha só! – minha mãe cortou a conversa sobre a professora de perna robótica no meio e indicou a janela com a cabeça – Não somos os únicos novos por aqui.

Só então notei que já estávamos bem em frente a nossa nova casa, porém, um enorme caminhão de mudança bloqueava a passagem para a nossa garagem.

Minha mãe buzinou e o motorista a encarou, carrancudo, antes de voltar a ler seu jornal.

– Acho que vamos ter de estacionar na calçada mesmo... – minha mãe resmungou – Você e sua irmã podem ir saindo.

Eu assenti. Saí do carro e procurei a chave que minha mãe me dera antes de ir pra escola. Encontrei-a e abri a porta para a minha irmã entrar. Olhei para a casa ao lado e vi um rosto bem familiar. Ele olhou para mim.

Oh, não...

Peeta.

Corei completamente. Cobri meu rosto com a minha luva e entrei em casa o mais rápido possível. Subi para o meu quarto e pulei na cama.

Não é normal uma garota agir desse jeito só por um garoto elogiar seu nome. Mas comigo é outra história. Em Londres, ninguém nem olhava pra mim e nem me elogiava. Só Gale, que não tem nenhum tipo de atração por mim.

Comecei a lembrar de Gale. Ah, não. Lágrimas começaram a sair de meus olhos. Que saudades dele... O único que me apoiava e que me ajudava em tudo. O único que eu podia contar. Olhei pela janela do meu quarto, sem sair da cama.

Engano o meu que nada podia ficar pior. O quarto da casa do lado era de Peeta. E a sua janela era em frente á minha. Peeta estava tirando as coisas das caixas que havia no chão do seu quarto. Coisa que eu já tinha de ter feito.

O garoto percebeu minha presença e deu um largo sorriso. Já chega. Enxuguei as lágrimas, me levantei da cama e fechei as cortinas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Deixem reviews! O próximo cap só sai quando tivermos pelo menos dois reviews nesse cap aqui.



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