A Jovem Do Ar escrita por Cakeyloser


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!



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Aquela carta dizia muito, mas explicava pouco. Não havia um endereço ou algo que me informasse quem tinha me enviado aquilo. Talvez tenha sido apenas uma brincadeira de meu irmão ou de meus pais, mas por que eles fariam isso em meio de uma crise familiar? E também ninguém havia a letra T em seu nome. Minha mãe se chamava Millie, ou seja M. Não foi ela. Meu irmão, se chamava Zender, ou seja Z. Não foi ele também. Já meu pai se chamava Thomas, ou seja T. Então não era... Thomas... T. Combinava. Mas, meu pai? Por que ele faria isso comigo?

Sai do meu quarto às pressas para encontrar meu pai. Fiz isso tão apressada que esqueci de abrir a porta e trompei com ela. Doeu! Abri e continuei meu percurso. Assim, eu o encontrei na sala assistindo televisão.

— Pai, pai! - Disse o sacudindo.

— Ei, não sou um globo de neve para você ficar me balançando assim desse jeito. - Disse ele se levantando do sofá.

— Desculpa, não queria perturbá-lo. Você que escreveu isso para mim? - Disse o entregando o bilhete. Ele ficou examinando o papel um bom tempo.

— Eu não enviei isso para você, Annie. Por que, em sã consciência, eu faria uma brincadeira estúpida assim? - Perguntou ele ainda olhando para o bilhete.

— Eu não sei. - Dou de ombros. - Você é o único da casa cujo o nome tem a letra T. Então achei que tinha sido você. - Agora ele olha para mim.

— Tem certeza de que não foi nenhum de seus amigos?

— Não tenho amigos! - Respondo mais rispidamente do que realmente quero. - Não tenho amigos. - Repito mais suavemente agora.

— Então eu não sei em que pensar. Isso é uma brincadeira de muito mal gosto! - Disse ele balançando o papel no ar. - Vamos achar quem escreveu isso Annie, eu prometo! - Disse ele com as mãos em meus ombros.

— Não se preocupe. Isso eu resolvo pai. - Sorri para ele.

Com isso peguei o bilhete de suas mãos, sai de casa e aqui estava, sentada na praça perto de onde moro lendo o bilhete mais de mil vezes e tentando decifrá-lo. Observando o céu que, por incrível que pareça, estava limpo.

Agora não havia ninguém em casa. Fiquei horas naquela praça. Era linda e tranquila, no geral. Árvores grandes e verdes espalhadas por todos os cantos, poucas pessoas conversando e passeando. Lagos pequenos com peixes de cores diversas. Luminárias iluminando cada ponto da praça e bancos em suas pausas. Fiquei pensando e relendo pela milésima vez o bilhete. Percebi que estava começando a escurecer e então resolvi voltar para casa. Estaria sozinha hoje, meu pai viajara depois que eu saí para fazer suas entregas mais uma vez e minha mãe decidiu às presas que iria junto. Ela estava muito triste por conta de minha avó e uma viagem a ajudaria a esquecer pelo menos um pouco disso tudo. Já Zender, estava de plantão no hospital em que trabalhava, um médico acabou tendo que sair rapidamente para a cidade vizinha porque sua mãe estava passando mal e Zender se ofereceu para ficar com seu turno.

Voltei a pé com o bilhete pesando em minha mãos e ainda estava pensado nele. Milhares de perguntas sem resposta que eu vinha acumulando durante o caminho.

Quem será T?

Quem será "Eles"?

O que estava acontecendo?

E como assim eu não sei coisas sobre mim mesma?

Quando cheguei em casa a porta estava entreaberta. Pensei que talvez fosse meus pais, pois talvez esqueceram algo, mas nem sinal do carro deles. Então pensei em Zender, mas lembrei que ele estava de carona. Quem seria? 

Entrei tentando fazer o mínimo de barulho possível. Minha casa estava de cabeça para baixo. Tudo revirado, bagunçado, como se houvesse acabado uma festa em poucos minutos. O sofá estava rasgado. A televisão estava quebrada, a geladeira arreganhada e as coisas que estavam dentro dela, agora espalhadas no chão. Quadros caídos e quebrados. Estava tudo revirado.

Atravessei o corredor em direção aos quartos. Móveis fora do lugar, colchões rasgados, estantes quebradas e roupas espalhadas.

O único comodo da casa que não estava de pernas para o ar, era meu quarto. Estava do jeito que eu havia o deixado. Apenas uma única diferença, outro bilhete em cima de minha cama.

" Isso é uma das coisas que nós conseguimos fazer. Da próxima vez, será sua linda família feliz. Fique esperta, Annie."

Será o T de novo? Ele estava tentando me avisar de algo, então não foi ele. Foram os "Eles" que o T tinha mencionado. Agora, quem são "Eles"?

Ouço um barulho e me viro.

Atrás de mim há um menino de no máximo 18 anos. Ele é alto e musculoso, como se fosse para acadêmia todos os dias durante uns quatro anos. Era moreno com pele branca, mas bronzeada. Olhos verdes brilhando pela luz que emanava da janela do quarto. Ele passava a imagem de alguém misterioso.

— Quem é você? - Pergunto pegando algo que não vejo para me defender. - Estou armada! - Digo.

— Uau, nossa! Que medo da ruivinha com uma almofada na mão - Debocha ele.

Olho para minhas mãos e nelas estão mesmo um almofada. Resmungo de frustração e jogo nele, ele desvia rindo.

— Não sou do mal se quer saber. - Diz ele ainda rindo.

— Então quem é você? - Pergunto o encarando.

— Meu nome é Luca Torres - Disse ele estendendo a mão.

E agora que ligo os pontos. Luca Torres. O sobrenome dele é Torres, ou seja, T.

Ele é o T.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem! Próximo capítulo em alguns dias



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