No dia seguinte, quase todos ainda estavam desconfiados a respeito de todos os incidentes que vinham ocorrendo entre Seiya e seus amigos, os únicos que ainda falavam com eles eram a Mônica, o Cebola, o Cascão, a Magali, a Maria Cascuda, Marina e a Aninha, e para piorar, o Ikki achava que aquilo não estava dando certo e que eles deveriam desistir daquilo.

(Ikki): Esse pessoal nos enxerga como se fôssemos aberrações da natureza! Por que a gente ainda vai nessa escola?

(Hyoga): Tem algo muito estranho acontecendo com todos nós! Mas não podemos simplesmente largar tudo!

(Shun): Jovens normais sofrem com acne, com voz fina, com crise de caspa... Porque nós sofremos com eventos paranormais?

(Ikki): Eu não vou voltar para aquela escola, lá ninguém vai com a minha cara, então eu não preciso ir com a cara de ninguém!

(Shiryu): E quanto à Maria?

(Ikki): O quê?

(Shiryu): Você diz que ninguém gosta de você. Isso inclui a Maria Cascuda?

(Ikki): ..............

(Seiya): O Shiryu tem razão: nós temos amigos nesta escola, amigos de verdade, e eles gostam de nós apesar de tudo!

(Hyoga): Então temos que fazer nossa escolha agora: vamos ficar aqui, na nossa nova escola, com nossos novos amigos, ou vamos largar tudo porque o resto do pessoal fica olhando atravessado para a gente? Eu vou ficar!

(Seiya): Eu também!

(Shun): Tô pouco me lixando pro Toni, eu fico!

(Shiryu): Eles que pensem de mim o que quiserem, mas eu não vou sair daqui!

(Shun): E você Ikki?

(Ikki): .................................. Tá bom, mas só por causa de vocês, hein?

(Seiya): Ah claro, como se a garota loira de cabelos encaracolados não tivesse nada a ver com isso.

(Ikki): Humpf!

Depois disso, todos saíram para dar uma volta e espairecer, cada um foi para um lugar diferente, no caminho Shiryu encontrou a Marina com um cachorro preto.

(Marina): Oi Shiryu.

(Shiryu): Oi Marina, quem é esse cachorro?

(Marina): Ele se chama 42.

(Shiryu): 42? Pelo que eu saiba, cachorros recebem um nome, não um número.

(Marina): Ah, é uma história engraçada!

(Shiryu): Sério? Eu quero ouvir.

Marina estava indo a um spa canino, onde ia deixar o 42, Shiryu achou muito engraçada a história envolvendo o cachorro de Marina.

(Shiryu): Então, você tinha medo de cachorros? Isso chega a ser meio irônico, não?

(Marina): É sim. Olha, chegamos ao spa, obrigada por nos acompanhar, Shiryu.

(42): Au.

(Shiryu): De nada, agora eu vou indo.

Passaram 30 minutos e quando Shiryu voltou para casa, todo mundo já estava lá: Seiya estava cozinhando, Shun estava quebrando a cabeça com uns cálculos de matemática, Hyoga estava arrumando os quartos e o Ikki estava assistindo televisão.

(Seiya): Ei gente, o jantar está servido.

Seiya tinha preparado macarronada, e todo mundo adorou! Depois do jantar, Ikki ficou lavando a louça (já que ele era o único que estava assistindo televisão enquanto todos faziam algo) e o resto do pessoal foi assistir televisão.

(Seiya, procurando em todos os canais): Cara, a gente devia assinar um plano de televisão a cabo, não tem nada de interessante passando em nenhum canal.

Seiya parou justo no canal do SBT, onde se ouvia a seguinte notícia:

(Âncora do telejornal): Um estabelecimento de tratamento para cães e gatos está pegando fogo...

(Hyoga): Muda daí Seiya, não quero ficar vendo esse tipo de coisa.

(Shiryu): Espera aí...

Shiryu continuou vendo a notícia e seus temores se confirmaram.

(Shiryu): Ah não, Marina! Eu tenho que ajuda-la!

Shiryu saiu de casa correndo seguido pelos amigos, quando chegou no local via que tudo estava em chamas e os bombeiros lutavam para controlar a situação.

(Bombeiro 1, com a mangueira): O local já foi evacuado?

(Bombeiro 2): Não, ainda tem uma garota que entrou lá para salvar o cachorro.

(Bombeiro 1): Como ela era?

(Bombeiro 2): Ela era branca e tinha o cabelo castanho e ondulado.

(Shiryu): Essa não, Marina!

Vários voluntários estavam trazendo baldes d’água para ajudar, Shiryu tomou um desses baldes e jogou no próprio corpo.

(Bombeiro 1): O que você vai fazer? Não entre aí!

Mas foi em vão, Shiryu se atirou para dentro das chamas. Procurando por Marina, ele começou a olhar em cada sala, até chegar numa escada que levava para o depósito que ficava num local mais baixo, lá Marina estava abraçada com 42, chorando.

(Marina, chorando): Eu sinto muito 42, eu não vou conseguir tirar a gente daqui!

(42): Caim, caim!

Ela começou a ficar sufocada com a fumaça, mas bem neste momento, Shiryu arrombou a porta com um chute e entrou na sala.

(Marina, abraçando o Shiryu): Shiryu, estou tão feliz em ver você!

(Shiryu): Eu também, que bom que você está bem, agora temos que sair daqui.

Shiryu tentou voltar pelo caminho de onde veio, mas bem nesta hora uma parte do teto e das paredes desabou no meio do caminho, selando os dois.

(Marina, desesperada): Shiryu, o que nós vamos fazer?

Sem perspectiva de como iria sair dali, ele ofereceu a única coisa que tinha: um ombro amigo para a hora do adeus.

(Shiryu, pensando): Eu não posso salvar nós dois, vamos morrer aqui e agora! Seiya, Hyoga, Shun, Ikki, me desculpem meus amigos! Shunrei, adeus, saiba que eu morri tentando salvar uma vida, assim como o Seiya quase teve que morrer de hemorragia quando ele me salvou há muito tempo.

(Voz Misteriosa, falando com Shiryu): Soque a parede!

(Shiryu, pensando): Socar a parede? Isso é loucura! Eu vou queimar o meu braço, talvez o meu corpo inteiro!

(Voz Misteriosa, falando com Shiryu): Não se preocupe, pois isso não acontecerá! Apenas se concentre em salvar a sua amiga e soque a parede!

Shiryu sabia que, por mais insano que isso pudesse parecer, ele não poderia ficar ali esperando a morte.

(Marina): Não faça isso Shiryu!

(Shiryu): AAAHHH!!!

Shiryu investiu furiosamente contra a parede, enquanto ele avançava contra ela, uma corrente de água voava atrás dele, quando ele deu o soco essa corrente de água assumiu a forma de um dragão e, soltando um terrível rugido, demoliu a parede!

(Marina): Como você fez isso?

(Shiryu): Eu não sei, mas temos que aproveitar isso!

Então eles voltaram a fugir, mas no meio do caminho uma parte do forro do teto derreteu e caiu em cima de Shiryu, causando queimaduras graves. Shiryu então foi carregado por Marina para fora. Todos comemoraram menos Seiya e seus amigos.

(Hyoga): Minha nossa, temos que leva-lo para o hospital agora!

Shiryu foi internado na UTI, todos os amigos ficaram apreensivos, até que a enfermeira chegou e disse:

– Eu não vou mentir: o estado dele é muito grave! Ele pode não sobreviver!

Ninguém quis ir para casa, todos passaram a noite no hospital, até que um por um todos adormeceram no chão. 42 sem querer esbarrou com o rabo no rosto da Marina, despertando-a, então ela se dirigiu a cama de Shiryu e se aproximou dele.

(Marina, cochichando no ouvido dele com lágrimas nos olhos): Shiryu, eu não sei se você pode me ouvir, mas eu te agradeço muito. Eu só... Não queria que isso tivesse acontecido com você.

Marina pegou a compressa no criado mudo, molhou-a e começou a passar nas costas do Shiryu, mas ela secava muito rápido. Quando acabou-se toda a água, a Marina foi pegar mais, mas mudou de ideia quando viu algo estranho: toda a água que supostamente havia sido evaporada criou vida e se colocou sobre as queimaduras dele, curando-as instantaneamente e revelando o desenho do dragão que havia nas costas de Shiryu.