O já havia feito seu espetáculo matinal e nenhum dos dois havia acordado. Porém assim que um fresta de luz vence as cortinas Violetta levanta e faz sua rotina matinal,após se vestir desce até a cozinha e prepara a mesa para León tomar café,novamente olhar toda aquela comida lhe dá enjôos,mais sabe que precisa se alimentar,então enche uma tigela com frutas,coloca um pouco de mel e cereais. Em um copo médio despeja iogurte de morango. Se encaminha para sala e senta no sofá,assim que põe a primeira colherada na boca seu estomago revira,mais fecha os olhos e se concentra,mastiga e engole,outra colherada mastiga e engole.

Quando abre os olhos vê León parado olhando pra ela sorrindo,ela sorri de volta e tenta mais uma vez,mastiga e engole,suspira.

Pega o copo de iogurte e ingere o líquido com dificuldade.

– Mais devagar,isso.-Diz León sentando ao seu lado.

–Obrigada.

–Pelo quê?

–Por estar comigo,me apoiar,cuidar de mim. Não consigo me imaginar sem você.

–Eu faço porque te amo e que ama cuida.-Ela o puxa para um beijo,o beijo tinha sabor de hortelã,desde sempre fora o mesmo sabor.

–Vilu eu vou sair,eu consegui um emprego numa agência de modelos,eles precisavam de um fotógrafo com experiência e cá estou eu.

–Tudo bem tome cuidado as ruas são perigosas use o capacete,você já tomou café?

–Tomo cuidado sim,vou usar o capacete,vou tomar café agora.- Depois que ele saiu Violetta decidiu fazer uma faxina terminou lá pro meio-dia,sentou no sofá exausta pensou no que León estaria fazendo agora riu só de pensar nele tendo que fotografar uma daquelas menininhas teimosas.

Violetta levanta e pega seu notebook e pesquisa algumas receitas,León não poderia cozinhar para ela sempre,decidiu tentar fazer uma lasanha tinha todos os ingredientes,era uma porção pequena e o recheio era de queijo e presunto,resolveu ir devagar a massa já era pronta,fez o molho,preparou o recheio se concentrando em uma coisa de cada vez. No final a cozinha não estava tão suja e a lasanha no forno.

Como estava exausta resolveu tomar banho e esperar a lasanha ficar pronta,não antes de pensar em algo para a sobremesa,musse de maracujá o preferido dele.

Agora já passava das duas da tarde o almoço esfriou e León não havia chegado,Violetta guardou tudo na geladeira e sentou na sala com telefone em mãos,impaciente.

Bem longe dali León estava jogado no chão envolto a uma poça de sangue. Um carro desgovernado invadira a pista e atropelou ele,uma dor invadiu seu corpo e tudo que pode ouvir antes de fechar os olhos foi a voz de Violetta dentro da sua cabeça dizendo eu te amo pela primeira vez,de forma engasgada mais não por incerteza e sim por falta de uso.

Em seu apartamento Violetta estava ansiosa,ligou algumas vezes para o número de León e nada. Quando derrepente seu telefone toca.

Alou León onde você está?

Bom eu não sou o León sou o médico que estava cuidando dele,eu preciso que venha ao hospital central da cidade onde lhe explicarei tudo,quando chegar lá pergunte por Doutor Roberto.

E desligou sem dar maiores explicações,Violetta subiu na sua moto e vôo até o hospital.

Chegou no balcão da recepcionista eufórica perguntando sobre o doutor Roberto,então um homem que aparentava ter mais de 30 anos apareceu,cabelos ruivos assim como os dela,alto e moreno mais não era hora de reparar em detalhes.

–Por favor você é Violetta Castilho,namorada de León Vargas?

–Sou eu sim o que houve com ele?

–Por favor me acompanhe.- Ela o segui em direção ao fim do corredor passando por nada além do vazio,era alívio saber que não tinha muitas pessoas naquele hospital,ela não gostava do sofrimento dos outros.

Ele abriu a porta de um dos quarto e quando Violetta entrou viu a imagem de um de seus pesadelos.

León,deitado numa cama de hospital,pálido,com várias máquinas ligadas a ele por fios e mais fios. E para piorar havia um aparelho em seu nariz,chegou a conclusão que nem respirar sozinho ele conseguiria.

–Bom senhorita Violetta,seu namorado sofreu um acidente de carro o culpado fugiu pelo que disseram testemunhas, ele chegou no hospital inconsciente mais algo o fez acordar e por poucos segundos ele disse as palavras: celular,ligar Violetta então apagou. Eu fiz a cirurgia dele e assim que terminei fiz que ele havia me pedido,com o impacto da batida ele quebrou 2 costelas e bom vou ser franco com você. Ele está em coma e nossa previsão de melhoras é incerta.

–Eu posso ficar sozinha com ele?

–Pode. Com licença. – Depois que ele saiu Violetta se manteve forte até encostar na mão gélida do seu amado e desabar em lágrimas.

Ela não conseguia compreender o porque de tanta dor,a vida sempre tirou que ela amava mais isso fora demasiado cruel.