Hermione. Esse nome traz novamente todas as sensações, sentimentos, em que eu lutei quinze longos anos para esquecer. Ainda me lembro de quando a conheci, tínhamos apenas onze anos, não sabíamos oque era o amor e o ódio. Nós entramos em Hogwarts, no salão principal para a seleção das casas, todos impressionados com o céu estrelado, então eu ouvi a voz dela pela primeira vez “O teto está apenas enfeitiçado para parecer o céu à noite, li isso em Hogwarts: uma história”. Não posso lhe dizer o momento exato em que me apaixonei por ela, mas por ironia do destino, nós nunca chegamos a ser “colegas”, ela logo virou melhor amiga do Potter, e ainda por cima uma nascida trouxa, um Malfoy como eu não poderia ser amigo dela, porque eu sabia que ela se machucaria. Então nós já éramos inimigos, lembro-me do dia em que ela ganhou pontos para sua casa no ultimo dia de aula, acho que nunca a vi com um sorriso mais radiante. Então já estávamos no segundo ano, nos encontramos no Beco Diagonal, ela estava tão linda, e como sempre cheguei sendo o arrogante, e sim eu odiava ser essa pessoa, meu pai estava lá então começou uma briga com Arthur Weasley, e me lembro de que a ultima coisa que lhe disse foi “nos vemos em Hogwarts”, e cheguei em casa e meu pai obviamente me puniu com uma sessão de maldição cruciatus, também teve o dia em que a chamei de “sangue-ruim”, e ela quase chorou na minha frente e não eu não gostei de chama-la assim. Ao longo dos anos meu amor foi cada vez aumentando, e o ódio dela também. Até que estávamos no nosso sexto ano, e me pai me obrigou a me tornar um comensal da morte e então foi onde meu mundo desabou. Meu “querido” pai me torturou até eu ficar desacordado e quando acordei havia a marca negra queimando em meu braço e com um bilhete do lado: “Draco, eu tive que fazer isso, o Lorde das Trevas lhe deu uma missão, MATE ALVO DUMBLEDORE”. Certo dia a encontrei chorando, pelo Weasley, nos corredores, me sentei ao seu lado e ela me contou tudo oque havia acontecido desde estar apaixonada pelo Weasley até ele beijo a Lilá, claro que aquilo me matou por dentro, mas como sempre o escudo que criei, não demonstrou isso, nós conversamos como se fossemos velhos amigos, até que ela puxou minha camisa sem querer como disse ela e viu a marca, obviamente ela começou a gritar e eu a acalmei e lhe contei sobre tudo na minha vida, sobre ela, sobre como eu a achava à menina mais perfeita do mundo e de que nunca teria uma chance com ela, a esse certo ponto eu já estava chorando como uma criança, falar isso para ela foi como tirar um peso que estava em mim desde o começo desse ano. Ela me beijou. Depois disso começamos o nosso romance escondido, acho que foi a época mais feliz da minha vida, ela me mudou, ela me surpreendia a cada dia a mais, ela me fazia questionar a vida e acreditar, me fazia vivo. Lembro-me que ela viva me dizendo “nunca me deixe partir”. E eu deixei. No natal ouvi meu pai conversando com minha mãe sobre ela, sobre o “nosso” Draco estar apaixonado por uma sangue- ruim e que a única solução era mata-la antes que isso se aprofundasse. Não eu não poderia deixar eles a matarem e então eu simplesmente tomei a pior decisão da minha vida inteira, eu tinha que a deixar ir. No primeiro dia em Hogwarts depois das férias, a chamei na sala precisa a meia noite. E só lhe disse essas palavras “Eu não posso mais fazer isso, Hermione, eu estou terminando tudo com você e não me pergunte os motivos, porque eu só tenho um, eu teria mais motivos para ficar com você, mas por você ser quem você é nós não podemos ficar juntos, sim, você me mudou bastante, mas não adianta, eu sou uma pessoa condenada, mas você não, eu não posso mudar isso em você. Eu estou deixando você partir” e ela me perguntou com olhos cheios d’agua “Porque isso?” eu somente lhe respondi” Porque eu te amo, e prefiro você viva e longe de mim do que você morta”. O tempo se passou é claro, eu não cumpri aquela missão e sim Snape, posso dizer, eu devo ser o maior covarde que existe, porque eu sempre fujo, na guerra nós perdemos. Eu desapareci por anos. E claro que quando voltei ela estava casada com o Weasley, tinha uma bela família, e por cima de tudo estava feliz. E minha cabeça sempre volta aquele dia na sala precisa, eu fui muito estupido, sempre fugindo, eu poderia ter ficado com ela e ter lutado para ela sobreviver, e isso está se arrebentando sobre mim, não tem como parar e depois de todos esses anos, eu estou acabando com isso, não pense que estou desistindo, eu estou me rendendo. Eu já estou morto há muito tempo, nunca vou estar liberto dessa paixão, desse mundo, afinal oque eu faria aqui a não ser viver com ela, como eu disse antes ela me fazia ficar vivo, sem ela eu não sou nada. Espero que os braços desse oceano em que estou olhando no momento, me acolham e me libertem. E antes de pular o último pensamento que passa pela minha cabeça, são quatro palavras : Never let me go.