A Winter With You escrita por ars3nicSociopath


Capítulo 1
Já esperado


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo! :33 Boa leitura!



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Dave Strider grunhiu amargamente, endireitando suas costas sobre o colchão duro e velho de sua cama, que já quase caía aos pedaços.

Ah, mas que dor de cabeça do cão.

Sentou-se de joelhos sobre o cômodo para puxar de lado as persianas que se encontravam à sua esquerda, na parede, não totalmente, porém, por se irritar com a luz do dia que entrava pela fresta recém-aberta. Sonolento e mal acostumado com a claridade, o jovem pegou um travesseiro e enfiou o rosto no paraíso fofo, com muito cheiro de amaciante.

Ai, ai. Terça-feira. Que grande merda.

Jogou o a almofada de lado, abriu totalmente a janela e se deparou com o estado da rua: cheia de neve. Era inverno e suas férias tinham começado há uma semana. Sim, isso realmente o fazia satisfeito. O único problema era o frio, mas não é como se fosse algo impossível de aturar. Bem, antes fresco do que quente como o inferno.

Cansado de ficar parado, o jovem vestiu seus chinelos e caminhou lentamente até a cozinha, quase caindo no meio do caminho. Sua disposição era ótima nas manhãs.

– Para de cambalear, molenga. - Dave ouviu a voz de seu irmão, ainda que não tivesse ideia de onde este se encontrava. Um súbito estalar de passos começou a soar rapidamente em sua direção. No momento em que se virou, seus olhos se arregalaram ao se depararem com Dirk correndo, nas suas mãos uma de suas espada merrecas (que não cortavam nada, obviamente) e aquele boneco irritante chamado Lil Cal. Dave foi rápido o bastante para agarrar uma vassoura, antes encostada na parede, e bloquear o ataque do outro, mas não de manter sua postura. Ele caiu em meros milésimos no chão. Bro sorriu, estendendo a mão. - Viu? Pare de cambalear.

O garoto levantou-se sozinho.

– E aí?

– O café da manhã tá na mesa. Se quiser, tem leite na geladeira e cereal no armário. - Dirk disse, com a expressão novamente austera e cheia de grandiosidade no rosto. Ele vestiu seu casaco e pegou sua mochila. Então, deixou aquele boneco amedrontador sobre a mesa.

– Qual armário?

– Você sabe qual. - O irmão mais velho abriu a porta e finalmente saiu.

Era, com certeza, o da estante mais alta, do qual Dave precisava de um baita trabalho duro só para alcançar. Dirk sabia que seu irmão gostava de cereal e odiava aquela droga de shake que ele fazia todas as manhãs. Suas brincadeiras irônicas... Ele era muito bom.

“Foda-se.” Pensou. O loiro agarrou o copo com as duas mãos e colocou o bico do recipiente em sua boca. Ele cuspiu. "Não dá." Arrastou a cadeira de metal pelo chão, fazendo o máximo de barulho possível, afinal, se ele tinha dor de cabeça, era melhor ser caridoso e compartilhar com seus amáveis vizinhos. É, talvez recebesse um daqueles bolos de agradecimento em retorno, como no dia em que havia se mudado. Caramba, ou eles eram ignorantes ou só fingiam que não detectavam o sarcasmo.

Então, subiu nesta e abriu as portinhas do armário, que rangiam por qualquer tipo de movimento ao mero contato. Dave logo viu a caixa do cereal Lucky Charms e a agarrou: ela estava mais leve que o normal.

“Ahhh não.”

Ele abriu a caixa.

Vazia.

“Puta que...” Dave bateu sua mão contra o móvel e, então, suspirou. Ah! Quem precisava de cereal quando havia uma lanchonete ao lado de seu prédio?

O garoto, assim, saltou da cadeira e saiu correndo para seu quarto, trocou de roupa, colocou seus óculos escuros e pegou as chaves de casa. Saiu, trancou a porta e apertou o botão do elevador, esperando que este chegasse o mais rápido possível.

Não foi meio minuto sequer e este havia alcançado seu destino, com um leve tilintar para anunciar sua chegada.

– Abrindo portas - Uma voz metálica soou, o que Dave já estava bem acostumado com. A porta cinza lentamente abriu, e, entrando em passos rápidos, Dave a avistou: Terezi.

– Bom dia, Dave. - Ela disse, abrindo um sorriso um tanto quanto torto. Cara, era revoltante como a garota sempre sabia o que acontecia à sua volta, mesmo sendo cega. Era possível ela ter um sexto sentido? Dave já havia desistido de se questionar sobre o tal assunto, de tantas vezes que havia pensado no caso.

– Oi. O que vai fazer lá embaixo? - O jovem perguntou, não se afligindo em como a garota deixava sua bengala de lado ou alternava em batê-la contra a parede, pois ele já sabia que Terezi o fazia por querer.

– Café da manhã. Eles fazem as melhores panquecas no Rufio’s. - Terezi respondeu. Nem havia necessidade de perguntar, ambos sabiam quem iria pagar a refeição. - Já sei, um suco de maçã e duas panquecas.

– Três.

– Isso é abuso. - Terezi arqueou uma das sobrancelhas.

– Nah. - Dave sorriu.

Assim, o elevador finalmente alcançou o andar térreo. Ambos não perderam tempo: saíram correndo fora da área, cruzando a faixa de pedestres e apenas relaxando em frente à entrada do local. Nesta encontrava-se uma placa, no qual se tinha “ABERTO, puxe para abrir” escrito, em letras grandes e redondas. Terezi empurrou Dave de lado, puxando a porta e adentrando o restaurante em passos rápidos. Estes sentaram-se numa mesa qualquer, logo ao lado da parede.

O complexo do lugar era um tanto quanto escuro, mas por ventura aconchegante, adornado por reimpressões de alguns quadros, várias poltronas e sofás posicionados aleatoriamente. Os poucos clientes ou olhavam esgotados para dentro de suas xícaras de café ou para o menu, ainda que este fosse apenas um quadro na frente do caixa, afinal, era de manhã e o estabelecimento ficava aberto até tarde: o menu em papel era apenas disponibilizado na hora do almoço e do jantar. A garçonete, Aradia, chegou em alguns minutos e anotou os pedidos.

– Então, Dave. - Terezi chamou sua atenção, pois este olhava para os dedos batendo lentamente na mesa. - Eu achei um site interessante ontem.

– Legal. Da última vez que você me disse isso, a gente-

– Ainda não acabei, seu idiota. - Ela fingiu ficar brava, mas seu sorriso colado na face a entregava. - Tava pensando em perguntar se gostaria de checá-lo depois de comer?

– Meh. Talvez. - Ele fingiu indiferença.

Logo após o loiro finalizar sua resposta, Aradia voltou com dois pratos com três panquecas, cada uma com muito charope de maple, e dois copos, um com suco de maçã e o outro de cereja.

– Bon’appetit.

– Cala a boca.

Terezi sorriu audaciosamente. Era bom demais conversar com Dave Strider.

~*~

O garoto abriu a porta, jogou o casaco sobre uma das cadeiras da cozinha e foi andando até seu quarto. Terezi, por sua vez, tateou a mesa buscando a origem do cheiro já familiar para seu olfato e papilas gustativas. Assim que o encontrou, ela correu ao encontro de seu amigo, sem nenhuma vez esbarrar na pouca mobília da casa.

– Eca. Como você gosta dessa coisa? - Dave ligou seu computador, rodando com sua cadeira de rodinhas, tendo ambos os pés posicionados sobre o assento. Ele expressou seu asco ao apontar para o shake feito por Dirk, mas ao perceber com quem falava, ele recolheu-se. O que adiantava apontar para aquela gororoba se ele conversava, naquele momento, com uma garota cega? Às vezes Dave se surpreendia com sua própria inteligência.

– Como você não gosta disso? - Ela riu, tomando outro gole. - É tão gostoso! o sabor de frutas vermelhas, ovos, baunilha e uh... ok. - A garota pausou por alguns momentos, tentando decifrar o último ingrediente da misteriosa mistura. - Eu realmente não sei o que é o último negócio que seu irmão coloca nesse treco. Mas é bom. Eu te garanto.

Dave arqueou uma sobrancelha, mas relevou o comentário de Terezi, fez log-on e abriu seu browser, Hephaestus.

– Bem, tá na hora de me mostrar esse tal site interessante que você me disse. - Ele levantou-se da cadeira, que foi em meros segundos ocupada pela cega. Esta, por sua vez, digitou o url de um site desconhecido. Seu layout era organizado, o botão de registro era fácil de ser encontrado, enfim, parecia confiável. - Poderia ao menos me dizer sobre o que ele se trata?

– Ah, vai descobrindo. Tenho que ir, o Karkat tá me ligando. - Terezi disse, segurando seu celular em sua mão direita, firme. - Até mais tarde, cara. - Ela mostrou sua língua, no meio de dentes brancos e brilhantes.

Tão rápido quanto entrou, a garota foi embora.

Dave, assim, sentou-se novamente em seu assento aconchegante. Ele clicou em alguns links e finalmente descobriu do que este se tratava. Era um site de relacionamentos.

– Não. - Ele fechou a aba. Por alguns instantes, porém, pensou na ideia de ter uma companheira ao seu lado, dizendo palavras carinhosas, acariciando sua cabeça quando estivesse sentindo mal, e... O jovem engoliu em seco, sentindo o calor subir até a ponta das orelhas.

Dave abriu seu histórico.

"Terezi de merda."

Ele clicou no link.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :> Apesar de não estar muito acostumada em escrever sobre os irmãos Strider, eu adorei descrever os sentimentos do Dave, mas obviamente preciso melhorar em vários aspectos na minha escrita. Estou aberta para críticas. c:



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