The A Team escrita por Bellabitch


Capítulo 2
All I Know Is A Simple Name


Notas iniciais do capítulo

Hey people! Vejo que tive um retorno bom para a fic :) Obrigada.
Esse segundo capítulo já tem algumas revelações básicas, só pra aquecer...
Capítulo do ponto de vista do narrador.

Boa leitura ♥



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– Agora vamos ver se vocês pegaram o ritmo. – explicou Zachariah, o professor de francês. – Senhorita Fray, descreva-se na terceira pessoa na língua. – ele pediu se referindo a língua francesa.

– Elle a les cheveux rouges, yeux verts, peau blanche et est si petit et sans défense comme un hamster (Ela tem cabelos ruivos, olhos verdes, pele branca e é tão pequena e indefesa quanto um hamster). – Clary falou tentando fazer bastante biquinho, porque achava engraçado como franceses falavam desse jeito estranho.

– Muito bem senhorita Fray. – a ruiva quase conseguiu ver um meio sorriso se formar no rosto do professor. O sinal bateu e o que quer que estivesse ali, havia sumido. – Donc, c'est tous les gens (Então isso é tudo pessoal). Dispensados.

Logo a sala estava vazia e Clary viu que era a hora de sair. Ela nunca gostara muito do tumulto do término da aula, mas hoje, especificamente, estava se sentindo enjoada, tonta e exausta. Ela andava em passos lentos e tudo girava ao seu redor. Quando ela estava saindo da sala, sentiu como se arremessassem uma pedra em sua cabeça e cambaleou, se apoiando no batente da porta.

Logo após se recompor, ou parcialmente, ela continuou andando totalmente desnorteada. Ela tinha certeza que tinha alguma coisa a ver com os antidepressivos que tomara depois de se afastar de Simon.

Não podia negar, o que ele dissera a havia afetado e estava prestes a ter uma recaída. Seus remédios eram tarja preta e era recomendado que ela tomasse um comprimido por dia. Com certeza ter tomado dois antes de ir para a escola e mais três depois que se chateara com Simon não foi uma atitude sensata.

Não adiantava pedir ajuda a ninguém. Todos ali a achavam louca e era quase impossível achar Simon naquele colégio gigante.

Clary já não estava mais em suas condições e não respondia por seus atos. Ela andava se apoiando nas paredes, esbarrando nos alunos e dizendo coisas sem nexo.

– Wow! – um garoto que estava apoiado na máquina de lanches segurou a menina quando ela tropeçou em seu pé. – Perdão, eu não... – ele a observou por um segundo e Clary o olhou, fixamente, nos olhos. Os dele eram cor de mel e nenhum remédio podia fazê-la não perceber isso. – Você está bem? Parece um pouco... Com o olhar um pouco perdido. – ele a encarou mais enquanto franzia as sobrancelhas. O garoto encostou as costas da mão na testa de Clary e depois passou os dedos pela sua nuca, esfregando-os depois. – E você está soando frio.

Clary sentiu seu estomago embrulhar e calafrios percorreram sua espinha parando na garganta e, finalmente, toda aquela agonia se deu por encerrada quando a ruiva expeliu aquela gosma de dentro dela. Só teve um problema. Todo o vômito da garota foi despejado na jaqueta do pobre menino que a ajudara.

– Me perdoe! Eu não queria...

– Não se preocupe! É só uma jaqueta. – Ele acariciou o braço da menina com um olhar de ternura. – Você está se sentindo melhor?

– Acho que... – a garota foi interrompida por outra sessão de calafrios, mas passageira, porque logo tudo acabou, a agonia se encerrou e, como em um filme quando termina, tudo escureceu e Clary caiu na inconsciência.

+++

Quando Clary tentou abrir os olhos, o choque da claridade foi tão grande que a menina reprimiu o impulso de xingar. Ela praguejou baixo e tentou novamente focar a visão.

– Calem a boca, seus idiotas! Não estão vendo que ela tem que descansar?! – Essa voz era do garoto que a ajudara no corredor e ela, em troca, vomitara nele. Linda primeira impressão, hein, Clarissa.

– Na verdade, parece que ela está acordando. – Essa voz era bem familiar aos ouvidos de Clary, mas não podia ser quem ela imaginava.

Fez-se silêncio. Clary conseguiu abrir completamente os olhos e tentou reconhecer o local. Só sabia que não estava na escola, pois a enfermaria de lá não era tão branca. Com certeza ela estava em algum hospital.

– AH! CLARY, SUA LOUCA, A GENTE ACABA CHEGAR E VOCÊ NOS RECEBE COM ESSE SUSTO?! – Clary viu uma nuvem negra se jogar em cima dela e logo confirmou suas suspeitas.

– Izzy? – A menina perguntou ainda um pouco tonta.

– Não, sua avó! Claro que sou eu, sua vadiazinha! – ela soltou Clary e repousou as mãos na cintura.

– Quando você chegou? Porque Alec não veio com você?

– Mas eu estou aqui. – o garoto dos olhos azuis levantou da poltrona e pegou a mão de Clary, fazendo carinho na mesma. – Como está se sentindo?

– Melhor, mas porque vocês voltaram? Não tinham que apoiar o filho do amigo dos pais de vocês?

– Sim, eles tinham, mas eu percebi que Izzy e Alec já tinham uma vida aqui e é mais fácil eu me inserir nela do que força-los a fazer uma nova. – um garoto, no canto escuro do quarto, explicou, mas a ruiva não conseguia ver seu rosto.

– E você é o famoso quem?

– Eu sou o filho do amigo dos pais que você disse ou garoto descarga de vômito. – ele saiu da escuridão e se aproximou da cama de Clary. – Mas pode me chamar de Jonathan ou Jace. Como preferir.

Um bolo de vergonha, nojo e encanto atingiu Clary em cheio. Vergonha pelo o que havia feito ao pobre novato, daí vinha o nojo junto, como em um combo, e encanto por ele ser tão... Uau.

Jace não era como qualquer novato que você deseja ter como amigo. Ele era aquele novato que todas as garotas fariam de tudo para fazê-lo usa-las, independente das consequências ou dos atos que tivessem que fazer para chegar a sua cama.

Jonathan tinha cabelos loiros dourados que iam até seus ombros, pele bronzeada e era musculoso, mas não exageradamente. Ele era tão encantadoramente perfeito que o desejo de Clary naquele momento era pedir um lápis e seu caderno para tentar passar para o papel aquela escultura angelical.

– Me perdoe por isso. Eu estava realmente muito mal. Eu não queria... – Clary queria tentar comove-lo com suas lágrimas.

A ruiva começou a tentar se levantar e a tonteira a consumiu novamente. Jace a ajudou a se deitar e ajeitou a posição da cama, depois se sentou na ponta e pegou sua outra mão.

– Clary, eu quero ser seu amigo. – Essas palavras deixaram a menina mole. – Quero te ajudar e te proteger tanto quanto Alec e Izzy. Não trocamos meia dúzia de palavras, mas tenho certeza que é uma honra ter sido vomitado por você.

– E pelo que nós conhecemos do Jace nessas últimas semanas sabemos que não há nenhuma outra pessoa no mundo que nós confiemos mais para deixar você nas mãos. – Izzy falou enquanto se apoiva no ombro do loiro.

– Mas também não pense que vai se livrar da gente tão fácil. – Alec brincou. – Nós ainda vamos ficar de olho em você ruiva.

Todos estavam rindo da brincadeira quando uma mulher que aparentava pouco mais de trinta anos adentrou o quarto e se aproximou de Clary e dos amigos.

– Olá, eu sou a doutora Amatis Graymark e sou a médica responsável pela sua ocorrência senhorita... – Ela checou uns papéis que tinha em sua prancheta. – Fray. – Ela encarou a prancheta novamente. – Onde estão seus pais, mocinha?

– Minha mãe está viajando e meu pai morreu há alguns meses, mas... Alec dê a ela aquele negócio que minha mãe deixou antes de ir. – Clary pediu ao amigo que rapidamente retirou do bolso, desdobrou e entregou a médica o papel. – Essa é uma autorização registrada em cartório que em caso de qualquer problema, Alexander Lightwood, no caso ele... – a ruiva apontou o amigo. – ...é meu responsável legal, já que tem dezoito anos. Minha mãe deixou antes de viajar.

– Tudo bem, então. Vamos à explicação do seu caso Clarissa. – Amatis folheou os papeis e suspirou derrotada. – Eu estava olhando os exames psicológicos que você fez a três meses atrás com a doutora Madeleine Bellefleur e vi que você tem sinais de depressão, por isso toma os remédios, não é? – A menina assentiu. – Poderia, por favor, deixar eu ver?

– Claro. – Clary fez sinal para a amiga passar sua bolsa e assim Izzy fez. A ruiva pegou a caixa e entregou a médica.

– Hum... Espera aí. – A médica analisou bem a caixa. – Isso aqui é tarja preta. – Ela automaticamente tirou a bula da caixa e começou a ler. – Clarissa! Aqui diz que você deve tomar apenas um comprimido por dia! Nós achamos pelo menos cinco desses no seu organismo!

– Clary! – Izzy cortou a médica. – Foi muita sorte! Por acaso você sabe os efeitos que isso pode causar em caso de dosagem exagerada? No mínimo uma overdose.

– Desculpe, eu não sabia que isso era tão forte. Eu só... – Clary sentiu lágrimas brotarem em seus olhos. – Eu só não queria ter outra recaída. Coisas ruins, muito, muito ruins acontecem quando eu tenho recaídas e...

– Tudo bem senhorita Fray, mas se sinta avisada quanto às consequências de atos impulsivos. Ah, e com isso vou encaminha-la de volta as sessões com a doutora Madeleine.

– Mais sessões? Mas eu já havia encerrado o acompanhamento.

– Mas depois do que vimos hoje, vemos que terá que retomar de onde parou. Ah, e eu vou pedir novos exames psicológicos, neurológicos, entre outros. Posteriormente você será informada quanto às datas e horários. Por ora está tudo nos conformes, então vou te dar alta, mas os próximos dias você terá que se hospedar na casa dos Lightwood, já que Alexander é seu responsável temporário.

– Tudo bem pra vocês? – Clary perguntou aos amigos.

– Clary, você é como nossa irmã mais nova, já é de casa. – Alec disse, o que a fez sorrir.

– Ótimo. Vou trocar minhas roupas e já volto. – A ruiva levantou da cama e foi apressada até o banheiro.

Foi só a menina fechar a porta que Amatis retornou a falar com os amigos de Clary, porém em um tom mais baixo, impedindo ela de escutar.

– Escutem com bastante atenção o que vou dizer agora a vocês. – A médica ficou em silêncio por um instante para ouvir o que a ruiva fazia. Ela resolvera tomar banho, porque Amatis ouvia barulho de água correndo. – Os problemas de Clarissa são muito maiores do que da última vez que viu Madeleine. Seu psicológico tomou proporções inimagináveis para alguém que acabara de ser considerada “equilibrada”.

– O que isso quer dizer? – Jace perguntou aflito.

– Quer dizer que Clarissa manteu os antigos diagnósticos, não ouve melhora alguma, porém, felizmente, também não houve piora. E além de tudo isso, ela acabou aderindo novos “defeitos”. – A doutora fez aspas no ar.

– Por favor, doutora, desembuche logo. – Izzy segurava a mão do irmão. Eles suavam frio. – O que a minha amiga tem?

– Os testes da senhorita Fray apontaram... – ela deixou a frase morrer.

– Apontaram...? – Alec cobrou a resposta completa da médica.

– Os testes da senhorita Fray apontaram bipolaridade e... E bulimia, sinto muito.


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Notas finais do capítulo

Mas e esse "primeiro encontro" de Clace, hein? Não foi dos mais românticos, longe disso rs.
Tadinha da Clary, né gente? Agora além de depressiva, ela ainda é bipolar e bulímica. 'O'
Quero reviews! Até o próximo capítulo.