Quando Tudo Aconteceu escrita por Mi Freire


Capítulo 33
Capítulo XXXII


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, consegui escrever mais um capítulo sem muita enrolação. Eu gostei de escrever esse capítulo, tem uma mistura de tudo e ao mesmo tempo de nada, se é que vocês me entendem. Bom, leiam e avaliem com o ponto de vista de vocês.



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Poucas vezes na vida me senti tão inteira.

Agora, os dias são todos assim. Assim que eu coloco meus pés na rua mesmo contra a vontade do meu pai e vou correndo ver o Bernardo, seja lá onde for, eu me sinto verdadeiramente completa ao lado dele.

Tiramos a tarde para namorar no parque.

Estamos deitados na grama fresquinha de baixo da sombra de uma arvore, voltados para o céu azulzinho. Minha cabeça está apoiada sobre o braço dele, eu posso sentir o cheirinho do seu perfume na roupa e a cabeça dele encostada na minha. O loiro do meu cabelo cacheado misturando-se ao preto do cabelo liso dele.

Suspiro fundo, fechados os olhos por um momento. Desde que deitamos ali como um verdadeiro casal de namorados, apesar de não termos tido um pedido oficial ainda – e eu nem me preocupo com isso, por enquanto – não paramos de rir um só que minuto. Bernardo aponta para o céu, para uma nuvens e diz o que ele imagina, a forma que ela tem, e é sempre alguma coisa engraçada.

Por exemplo, um Pokémon. O mais engraçado é que mesmo olhando pra mesma nuvem, eu não consigo imaginar a mesma coisa. Ele realmente tem uma mente criativa. E isso me admira muito.

Pra ser sincera, tudo nele me admira muito. Desde o dedo mindinho do pé dele que é uma gracinha, até o ultimo fio de cabelo dele, tão preto que brilha mais que o céu da noite.

Eu sou muito sortuda por Bernardo ter se apaixonado logo por mim. Logo eu que nunca fui sempre uma boa pessoa, e agora, tudo o que eu mais quero é ser o melhor pra ele, fazer com que ele se sinta bem ao meu lado tanto quanto eu me sinto com ele, confortável, quero que ele me ame como eu o amo, me admire, confie em mim e que queira sempre, até mesmo nos meus piores dias.

Bernardo quebra a nossa pequena pausa de silencio, segura meu queixo e eleva meus lábios de encontro aos dele.

― Eu ainda não consigo distinguir se você é ou não real. – ele sussurrou, com os lábios colados nos meus. Os olhos tão azulzinhos quanto o céu, hipnotizantes. Adoráveis.

Ele me beijou com deleite, como se beija uma criança quando se está doente.

― Preciso de confessar uma coisa. – afasto-me um pouco, para poder olha-lo melhor. Sorrindo.

― Por favor, não me acorde. Não me diga que isso é só mais um sonho. – ele fez aquela carinha típica de cãozinho abandonado. Eu dei um beijinho na bochecha dele, risonha.

― Não bobo. É outra coisa. – dou uma pausa, ainda meio incerta do que estava prestes a dizer. Estava sem jeito. ― O que eu quero te confessar é que, bom, er... Você me deu o meu primeiro beijo.

Bernardo se afastou de imediato, olhando-me com espanto.

― Eu? Seu primeiro beijo? Aquele dia, no estacionamento da igreja? Quando eu te beijei....

― A força. – completei, sorridente. Relembrando-me daquele momento. ― Exatamente. Eu nunca antes tinha beijado ninguém.

― Eu não sabia, Clarissa. Juro que não sabia! Se soubesse não teria sido tão grosseiro com você. Não devia ter acontecido naquela maneira, não seu primeiro beijo. Devia ter sido especial.

― E foi, Bernardo. Foi especial. Foi com você. – voltei a unir nossos lábios, sentindo a suavidade de seus lábios úmidos. ― E também, como algum dia poderei me esquecer do tapa que dei em você?

Nós rimos.

― Um tapa que doeu muito. – ele observou, sorrindo. ― Mas se bem que, aquele tapa que você me deu, apesar de ter doido bastante, me fez ter a certeza de que você era diferente, não era como as outras. Era especial. Uma garota de atitude.

Olhamos um para o outro por um momento, sorrindo. Até que ele puxou-me, com as mãos nas minhas costas, pra mais perto dele.

― Eu amo você. E fico feliz em você ter compartilhado algo tão importante pra você comigo. Eu nunca vou me esquecer daquele dia, dos nosso dias, do nosso beijo, dos nosso beijos. Nossos momentos.

Cheguei em casa no comecinho da noite, ainda muito boba, sentindo-me meio zonza, com todo o meu amor que preenchia o meu coração. Vicente estava jantando com Karen. A Karen que estava em um dos seus melhores dias, sem crises de ciúmes. Vicente sempre conseguia o que queria, pelo menos com ela. E dava a volta por cima, ela, tolinha, voltava correndo pra ele, com o rabo entre as pernas e era obrigada a aceitar a maneira como ele decidia por tudo e todos, inclusive o relacionamento entre eles. Ignorando a Aline, a nova amiga, como se ela não existisse, como se não fosse um problema real.

― Onde está a sua irmã? – ele logo perguntou, assim que me viu entrar. ― Pensei que estivesse com você.

― Não, não está. – respondi de imediato. ― E como é que eu vou saber onde ela está? Se sua própria filha não confia em contar seus segredos a você, o que você esperava?

Encarei-o por alguns segundos.

Karen parecia chocada com a minha resposta.

― Quem você pensa que eu sou pra falar assim comigo? – Vicente veio firme até mim. Pegou-me pelo braço, machucando-me. Um pouco acima do cotovelo. Fuzilando-me com seus olhos sombrios.

― O que você vai fazer comigo? Vai me bater agora, é? – eu não desviei meus olhos dele. ― Ou melhor, me mandar de volta pro orfanato? Do lugar onde eu nunca deveria ter saído? Quem sabe assim um outra família, menos cruel que você, pudesse me adotar outra vez...

― Cala a boca, Clarissa! – ele gritou, jogando meu braço para o lado, como se fosse um objeto. As marcas dos seus dedos marcando a minha pele clara. ― Eu não vou fazer nada com você. Não por enquanto. Saiba que, você tem agido muito mal comigo ultimamente. Você não era assim. E tudo isso, porque o amor que você sente por aquele garoto, ou que acredita sentir, te deixa cega. E enquanto você não quebrar a cara, não vai escutar nada do que eu tenha a dizer. Mas saiba que quando você sentir que o mundo te deu as costas, eu estarei aqui, esperando por você. Porque eu sou seu pai. Agora, sobe já para o seu quarto.

― Não! Não e não. Eu não vou ficar lá em cima, trancada naquele quarto porque você, que se diz meu pai, quer. Saiba você, que eu estou muito feliz com o Bernardo, e nem você vai estragar isso. Eu o amo, e esse sentimento é real. Não é uma brincadeirinha, como você acredita que seja. Se você pode enganar a todos, fingindo amar essa daí – olhei pra Karen, olhando para nós. ― não pense que todos são como você. O que eu sinto é real, e o Bernardo, nunca vai me dar as costas. Ele me ama também e juntos somos capazes de qualquer coisa.

Virei as costas e saí de casa outra vez, batendo a porta. Peguei minha bicicleta na garagem, mas antes de subir nela, eu liguei para o Bernardo, desesperada, já com os olhos transbordando em lagrimas.

― Oi, Bernardo? Você já ta ai, na casa do Miguel? É, eu sei que vocês iam ter uma noite entre meninos. Mas, por favor, você tem um tempinho pra mim? Eu preciso muito te ver agora.

― Clarissa, acalma-se, por favor. O que aconteceu? Você está... Chorando? – não consegui responder. ― Já sei, você e seu pai brigaram outra vez. Olha, tudo bem. Venha até aqui, estarei esperando por você.

Pedalei depressa, tentando limpar as lágrimas algumas vezes.

Chegando até a casa do Miguel, onde eu sabia exatamente onde ficava, não muito longe da minha ou da do Bernardo, todos nós moramos muito perto um do outro. A cidade é realmente muito pequena. O Bernardo já estava esperando por mim do lado de fora, sozinho, pra minha sorte. Larguei a bicicleta na calçada mesmo e corri até ele, indo direto ao encontro de seus braços, sempre disposto a me abrigar.

― Desculpe. Por favor, me desculpe. – enterrei meu rosto na camiseta branca dele. ― Eu não queria estragar a sua noite. Eu não queria de transtornar com meus problemas. Mas eu só tenho você.

― E sempre vai ter, sempre que precisar. – ele me abraçou forte, passando a mão no meu cabelo. ― Seus problemas, agora são meus problemas. – ele se afastou, beijando a minha testa. Bernardo pegou a minha mão, puxando-me. ― Vem, senta aqui. Fica calma, e me conta tudo que aconteceu. Porque você está chorando desse jeito?

Um pouco sem jeito, contei a ele sobre a briga de agora pouco com o Vicente. Bernardo me olhava afetuoso, com os olhos azuis escuro por causa da noite. A única luz que nos iluminava era a que vinha dos poucos postes acessos na rua e da janela da casa do Miguel.

― Que tal esquecer isso por um momento? Você não quer entrar?

― Eu? Ah não, a noite é de vocês, garotos.

― Agora, não mais. – ele sorriu. ― Vamos, entre comigo.

Eu não tive tempo nem para protestar, quando dei por mim Bernardo já havia me arrastado para dentro da casa do Miguel, seu melhor amigo. Na sala de estar, muito bem decorada, onde eu já estive ali uma vez, na festa de aniversário do Miguel, com o Diego, não me pareceu muito diferente, apesar de vazia. Onde estavam todos?

― O Miguel tá lá em cima, jogando. O Gustavo ainda não chegou. E o Edu, bom, ele sumiu. Não atende o celular.

― Já posso até imaginar onde ele está. – lembrei-me de algo, sorrindo. ― Ele está com a Isabel, é claro. Os dois sumiram juntos!

― Bernardo eu queria sua aju... Ah, oi. Você deve ser a Clarissa, o Bernardo fala muito de você. – a tal Aline, mãe do Miguel e amiga suspeita do Vicente apareceu sorrindo, vindo da cozinha.

― Aline, essa é a minha namorada, Clarissa. – ele nos apresentou, como se não nos conhecêssemos. Eu sorri pra ela, e ela pra mim. ― Clarissa, essa é a Aline, minha segunda mãe. Bom, deixando de lado as apresentações, você queria a minha ajuda...?

― Ah sim, eu queria. Queria que fosse até o mercadinho, aqui na esquina, e me comprasse leite e farinha de trigo. Queria fazer um bolo!

― Claro! Eu vou sim. Faço questão. – Bernardo, sempre o menino de ouro de todos. Tem como não amar?

― O dinheiro está ali, sobre a mesinha. Pegue pra mim, por favor. E Clarissa, fique à vontade. Sinta-se em casa. – ela saiu de cena, voltando pra sua cozinha.

― Você fica aqui? – Bernardo me perguntou, já com o dinheiro em mãos para o leite e a farinha. ― Eu vou dar um pulo rapidinho no mercado aqui do lado, no caminho aproveito pra ligar pra Mari, pra ela vir até aqui, te fazer companhia na noite dos meninos. – assenti, sentando-me no sofá, meio receosa.

Bernardo foi até a ponta da escada.

― Miguel, tem visita! Desce ai. – dito isso, ele foi até a porta, mandou um beijinho e saiu, fechando a porta com cuidado.

Fiquei ali, por um momento, sentada, olhando curiosamente para os lados. Vendo que sobre os moveis haviam muitos retratos do Miguel e sua mãe, eles mais pareciam dois irmãos. Ela é realmente jovem e muito, muito bonita. Não é de me admirar que o Vicente se sinta atraído por ela, diferentemente da Karen, Aline tem uma beleza natural, genuína.

― Quer um pouco de suco? – Aline reaparece outra vez, assustando-me um pouco.

― Muito obrigada. Eu aceito o suco. – ela me entregou o copo, com suco de morango. E sentou-se ao meu lado, mas não muito perto.

― O Bernardo ama mesmo você, e pelo visto você também ama muito ele. É muito bonito, sabe, ver dois jovens tão envolvidos. Ao ponto de enxergarem somente um ao outro quando aparecem os problemas. – do que ela estava falando exatamente? Tive medo de perguntar. ― Não me diga que você brigou com seu pai? Você está com uma carinha...

― É, nós brigamos. Mas já estou melhor, obrigada. Eu realmente amo muito o Bernardo, e conversar com ele já me ajuda muito.

― O Vicente também ama muito você, você e a Isabel. E se preocupa com vocês. É difícil enxergar isso, mas ele não está sabendo lidar com essa nova fase de vocês. Um pai, geralmente, tem muito ciúmes de suas filhas. E nunca imagina que sua princesinha algum dia irá encontrar um príncipe, e que ele, que sempre foi rei, vai acabar sendo deixado de lado, como segunda opção. É difícil pra ele aceitar esse fato, de que vocês estão crescendo, tornando-se lindas mulheres, encontrando seus amores, um refúgio, que não seja mais ele.

― Eu entendo, entendo tudo isso. Sei que é difícil pra ele, porque também é difícil pra mim. Eu não imaginava que algum dia precisaria tanto de alguém que não fosse ele, tanto quanto eu sinto que preciso do Bernardo. Mas não seria tão mais fácil pra ele, facilitar um pouco as coisas e aceitar certas coisas de uma vez por todas?

― Vocês deveriam conversar mais, uma conversa franca entre pai e filha. – ela colocou a mão sobre a minha perna, sorrindo. Senti, de repente, um conforto maternal.

― Eu tentei muito conversar com ele, inúmeras vezes. Mas ele sempre briga comigo, diz coisas sem sentidos, me afronta, é irônico e sarcástico, ele não acredita em mim, não confia em nós ou ele simplesmente foge de uma conversa civilizada. Eu só queria por um momento que ele fosse mais compreensível, que ele confiasse em mim e parasse de tantos mistérios, tantos segredos e de dificultar tanto as coisas.

― Porque você não diz isso diretamente a ele? Talvez, depois de ouvir isso de você, ele reavalie essa situação.

― Você faz parecer fácil, mas é que ele que não facilita. Eu estou tentando, juro que estou. – olhei bem pra ela, agora mais intrigada que antes. ― Mas porque estamos conversando sobre isso? Porque é que você sabe tanto sobre nós, sobre ele? Por acaso vocês dois...

― Não, não é nada disso que você está pensando. – ela riu, descontraída. Não ficou ofendida como eu imaginei que ficaria. ― Somos apenas amigos, bons amigos. E somos pais de adolescentes, nós entendemos bem. É só isso.

― Eu acredito, mas existem vários rumores por ai, você sabe, não sabe? Muitos desconfiam que vocês têm algo a mais...

― Sim, nós sabemos. Mas não ligamos. Porque sabemos que nada disso é verdade. – ela ainda sorria, e tinha um sorriso simples e bonito. ― O Bernardo está demorando! Assim nunca vou fazer o meu bolo. – ela riu, levantou-se e saiu, assim, sem mais, nem menos.

― Clarissa! Oi, você está aqui. – Miguel descia as escadas, sorrindo pra mim. Ele deu-me um rápido abraço. ― Não me diga que você estava tentando convencer a minha mãe a ficar com seu pai? Só porque você morre de vontade de ser minha meia irmã.

― Não! Não. – eu ri, nós rimos. ― De forma alguma! Apesar de que, eu não me importaria de ser sua meia irmã. Desde que você não fosse um meio irmão desses, hum, digamos.... Pé no saco.

Naquele momento, o Bernardo voltou, com sacolas na mão. E adivinhem só quem estava com ele? Exatamente, a Marina. Ela correu pra me abraçar, um abraço caloroso e apertado.

O Gustavo chegou alguns minutos depois, contando aos meninos da demora no mercado para comprar guloseimas para todos eles. Os três subiram e foram ter sua noite de garotos lá em cima, no videogame. Era possível ouvir a risada deles dali de baixo, enquanto Marina muito familiarizada com a casa e com a Aline, me induzia a ajudar na cozinha, com o bolo de Aline, que não se importou nenhum pouco com a nossa invasão, já que não tínhamos nada melhor pra fazer.

Um pouco antes da meia noite, após Aline gentilmente ter ligado para o meu pai para avisar que estive ali em sua casa e já estava indo embora, pra aliviar minha barra, já que ela é muito mais legal do que aparenta ser; o Bernardo me chamou pra ir embora, ele fazia questão de me acompanhar até em casa.

― Eu teria ficado pra dormir. – ele fechou a porta, logo em seguida pegou minha mão para segurar. ― Mas deixei a Liz em casa com os meus pais. Eu preciso ficar com ela.

Vi minha bicicleta parada na lateral da casa.

― Ah, você guardou a minha bicicleta!

― Mas é claro, caso contrário já teriam roubado.

Ele levou a bicicleta, ao mesmo tempo segurando a minha mão.

Chegando em casa, antes de deixa-lo ir, nós nos abraçamos e ficamos assim, por um longo tempo. Beijamo-nos carinhosamente.

― Vamos ficar juntos amanhã? Eu, você a a Liz, que tal?

― Eu vou adorar. – sorri, dando-lhe um último abraço. ― Se cuida, qualquer coisa me liga. Eu amo você. Até amanhã.

Entrei em casa e passei direito pelo Vicente agarrado a Karen no sofá como um casal de adolescentes, vendo a um filme qualquer.

Por sorte ele não disse nada.

Antes de me recolher em meu quarto, eu passei no quarto da Isabel, só para me certificar de que ela chegara bem de seu passeio com o Eduardo. Ela vinha agindo como eu, saindo de casa sem ao menos pedir autorização ao Vicente. Ou era eu que estava agindo como ela?

Abri a porta do seu quarto lilás devagar, vendo-a estirada sobre a sua cama, com os fones de ouvido, dormindo e um abajur ligado, pois ela nunca apaga totalmente as luzes. Desliguei seu celular, colocando-o de lado sobre o criado mudo, ajeitei seu cobertor e antes de sair dei-lhe um beijinho de boa noite, no alto da cabeça.

Sai de fininho, da mesma forma que entrei.

Já em meu quarto, após vestir meu pijama, corri pra de baixo do meu lençol e me cobri. Antes de pegar no sono vi que o Bernardo havia deixado duas mensagens de texto. Uma dizendo que ele chegara em casa bem e a outra dizia o seguinte:

“Eu quero estar com você, todo o tempo. Eu quero que o mundo veja o que você significa pra mim.”

Quando acordei na manhã seguinte, encontrei Isabel vendo desenho animado, jogada no sofá da sala comendo seu cereal matinal.

Pelo visto, nada do Vicente ou Karen em casa. Que alivio.

Peguei meu copo de leite, torradas com geleia e me juntei a ela, no sofá, como fazíamos nos velhos tempos.

Inclinei-me sobre a mesinha de centro, para posicionar meu copo de leite por um momento, para eu comer minhas torradas com mais calma, quando vi um envelope escuro, virado pra baixo.

― Isso é do... Vicente? – olhei pra Isabel, curiosa.

Ela tirou os olhos da televisão por um momento.

― Ah sim, ele saiu muito apressado após um telefonema muito suspeito. Deve ter esquecido isso aqui. Do que se trata? – ela quis saber, endireitando-se sobre o sofá, olhando fixo para o envelope.

― É sobre isso que eu também gostaria de saber. – voltei meus olhos para o envelope, a luz matinal entrando pelas janelas, iluminando toda a sala de estar. ― Mas não é certo abrir o que não é nosso.

Virei o envelope pra cima, de frente, e vi que nele estava escrito dois nomes completamente desconhecidos pra mim, em uma caligrafia muito bonita, bem desenha e certinha. Bem no centro do envelope.

Tatiana e Matias Arósio.

Quem eram esses? E porque mandavam tantos envelope para o Vicente? Do que eles se tratavam? O que eles queriam com o meu pai? Porque tanto mistério? Quem eram aquelas pessoas, afinal?

Muitas perguntas. Nenhuma resposta.

Por enquanto.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que vocês me dizem? O que vocês imaginam? Para o próximo capítulo tem duas surpresas do Bernardo para a Clarissa. Aguardem. Beijos!



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