POV Edward
Eu olhei para Bella e vi seu olhar mortal.
– Eu só...
– Eu não quero saber, caramba! Você deveria ter olhos apenas para mim.
– Bella, deixe-me explicar... Eu...
– Edward, cale a maldita da sua boca. Eu já disse que não quero saber. – ela pegou uma revista que havia do seu lado e começou a folheá-la. – Homens! – bufou. – São sempre assim!
– Bella...
– Cale a sua boca, Edward!
Eu fiquei calado depois dessa. Imaginei-nos em um futuro mais distante onde Bella estaria com um barrigão e eu faria carinho no nosso pequeno.
Depois, me imaginei livre dessa maldita cadeira e correndo atrás de um pequenino que corria por todo o quintal com uma boneca de Clarinha.
Fiquei perdido em meio aos meus pensamentos e levei um susto quando nos chamaram. Para a minha sorte, Bella segurou em minha mão. Talvez ela já não estivesse tão brava assim.
Entramos na sala e a doutora começou a conversar com Bella sobre como ela estava se sentindo e há quanto tempo já sabia dessa maravilhosa notícia. Perguntou quantos anos tinha Clarisse, que estava no colo de Bella.
Ela mostrou os dedinhos para a doutora.
– Ah, mas você já é uma mocinha! Qual seu nome?
– Clarisse. Mas chama eu de Clarinha, eu gosto. – e abriu um sorriso para a doutora.
– E a Clarinha já está pronta para ver o seu irmãozinho?
– Sim! – ela deu um gritinho.
– Então vamos.
Bella me entregou nossa filha e foi se arrumar em cima da cama. A doutora levantou a sua blusa e passou um gel melequento em sua barriga. Clarisse olhou para mim, seus olhos alarmados.
– Está tudo bem, meu amor. – beijei a sua cabeça.
Bella segurou em minha mão e a apertou fortemente. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e eu sabia que era porque quando foi com Clarisse, ela não teve como curtir muito bem a gravidez. Ela não teve a ajuda de ninguém.
– Eu te amo e estou aqui. – falei para ela. Ela apenas assentiu.
A doutora começou a passar o aparelho por sua barriga procurando por nosso pequeno filho. Quando encontrou, ela falou:
– Estão vendo? É ele bem ali. – e apontou para um ponto preto na tela.
– Isso não parece um bebê. – Clarisse reclamou.
– É porque ele ainda está se desenvolvendo, filha.
– O que é...?
– Ele está crescendo ainda, meu amor. – falei e apoiei o meu queixo em sua cabecinha.
Vi quando os olhos de Bella se encheram de lágrimas. Eu apertei sua mão muito mais forte passando toda a confiança que eu sabia que ela estava precisando.
Quando eu barulho muito alto encheu o cômodo, vi as suas lágrimas caindo.
– Isso é...? – comecei a perguntar.
– Sim, o coração do bebê de vocês. – senti meus olhos encherem de lágrimas e as lágrimas descerem por meu rosto. Clarisse olhava de mim para a mãe enquanto nós dois estávamos chorando.
– Mamãe? Papai?
– Oi, meu amor. – Bella falou enxugando suas lágrimas.
– Pul quê vocês estão cholando?
– É choro de felicidade, meu amor. – ela passou a mão nas bochechas de Clarisse e olhou para mim. – Eu te amo.
– Eu também e você mais do que ninguém sabe disso. – ela assentiu.
Saímos da clínica e durante a viagem de carro, tentei me explicar novamente:
– Bella, sobre mais cedo...
– Eu fui uma idiota. É verdade. Eu sempre sou. É só que eu tenho tanto medo de te perder, Edward, que eu sou assim. Desculpe-me. – ela colocou a sua mão em minha coxa e sorriu para mim.
– Eu só queria te contar o que estava imaginando... Mas nem sei se você vai querer saber...
– Claro que quero! Conte-me. – olhei para ela e voltei a minha atenção para a estrada.
– Estava imaginando você com um barrigão. Eu estaria fazendo carinho no nosso garotão ou garotinha... E depois, quando ele estivesse maior, estaria correndo atrás dele no nosso quintal.
Eu vi quando a sua mão foi até o canto de seu olho e ela limpou a lágrima que estava descendo. Veio para mais perto de onde eu estava sentado e encostou a sua cabeça em meu ombro.
– Eu sei o que você está pensando, Edward, mas não se preocupe, sua situação vai mudar.
– Espero Bella... Queria tanto poder correr com nossos filhos, pular, brincar sem ter que ficar parado em um lugar e além de tudo eu quero está ao seu lado, de pé para poder te chamar de baixinha.. - ela me deu um tapinha.
– Você vai conseguir, meu amor, tudo isso, é só ter fé e persistência.
– O que eu mais queria, Bella, era apoder te esperar no altar em pé, dançar a valsa com você, te botar no colo e passarmos na soleira da porta como manda o figurino... Mas meu amor, o que eu mais quero é que nunca você ache
que acharei outra mulher mais bonita ou atraente que você. Você é perfeita para mim, eu sem você não sou nada, Bella, você que me sustenta o tempo todo, você é a minha vida.
– Edward...
– Shii! Não fala nada, apenas fique comigo... Para sempre.
Foi só o tempo de estacionar em casa e Bella se jogou em meus braços, seu choro silencioso, meros, baixos e emocionados soluços preenchiam o silêncio dentro do carro.
Olhei para Clarinha e ela dormia em sua cadeirinha, sorri, eu não poderia ser mais feliz.
– Eu te amo. - sussurrei.
– Eu amo mais. - respondeu.
– Agora deixe de choro que eu não gosto de ver minha rainha chorando, gosto dela dando o sorriso mais lindo do mundo.
– Para, Edward, assim eu fico com vergonha, - corou.
– A grávida mais linda do mundo e vergonhosa é minha .- continuei a provocar ela.
– Amor... - falou manhosa.
– Ta bom, a grávida mais linda do mundo, vergonosa e manhosa é minha.
Ela fez um biquinho.
– Como eu te amo, mulher!
Dei-lhe um beijo intenso para confirmar minhas palavras.
Eu, sem dúvida nenhuma, sou o homem mais sortudo e feliz do mundo.