The Girl-Problem. escrita por giovanacanedo


Capítulo 26
You're gonna miss me when I'm gone


Notas iniciais do capítulo

Amanda, pra ti esse aqui viu?
Bom gente eu sei que passaram meses, mas eu amo vcssss



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POV Hanna Dumbledore:

Eu nunca desejei amar, na verdade eu nunca desejei nada na vida, nem sequer uma família, amigos, ou qualquer coisa que uma garota deveria, por natureza, desejar. Eu sempre quis só uma coisa: Sobreviver. Eu queria sobreviver, queria vencer o mal que me cercava, queria vencer a própria má sorte que me acompanhou desde o ventre da minha mãe. E tenho o prazer de poder dizer que em anos, eu venho conseguindo vence-la, mas com muito esforço da minha parte, e por isso eu posso dizer que por conta da minha persistência em vencer tudo isso que me foi imposto sem eu ao menos poder escolher hoje eu tenho coisas que toda garota deveria desejar em seus sonhos mais comuns: Tenho um pai e tios(O que pode nem ser grande coisa mas, como eu disse, eu não os desejava, não queria uma família, queria minha mãe. Então ter um pai é quase os céus.), tenho amigos(Poucos, mas são o bastante para poder pegar um rádio velho e dançar uma música antiga animada, que todo mundo já esqueceu ou não dá a mínima por que é desagradável aos ouvidos.), e tenho um amor proibido que não me anima muito tê-lo(Mas sei que todos sonham em os ter, então, bom, eu deveria ficar feliz por isso, né(?). Talvez não, já que ele pode custar minha vida.).

A grande questão é, apesar de descobrir que o mundo pode ter cores mais bonitas que as cores das paredes de um orfanato sujo no qual eu era obrigada a viver sob custódia de um monstro disfarçado de pessoa, ainda não é tudo maravilhoso. Na verdade o conceito "maravilhoso" está longe de ser o que é isso aqui. Muito longe, infinitamente longe. O perigo de morte eminente é hospede nessa casa que é a minha vida e dessa vez não é diferente. Ele ainda está aqui, sobre minha vida e sobre a vida de todos que eu amo, eu consigo sentir ele se aproximando cada vez mais, consigo ver ele rodeando nossas vidas e vejo sinais dele por toda parte, tudo sempre começa com brigas e intrigas. E com amor. Um amor ardente.

Ele chega quebrando tudo, jogando tudo a baixo, queimando todas as barreiras e rasgando os papéis de documentos do impossível. Esse é o amor, um tipo de cachaça que nasce conosco e espera a pior hora possível para aparecer. E ele resolveu aparecer agora.

Como deixar quem eu amo se aproximar de mim? Como deixar quem eu amo se aproximar dele? Como deixar que as pessoas se apeguem a mim quando eu sei que sou um tipo de bomba em todos os sentidos? Como deixar tudo isso acontecer, ser vivido e sentido na intensidade que está acontecendo? Como me permitir queimar por dentro quando sei que a morte vem chegando para todos nós por conta de nossas escolhas? Como permitir? Eu escolho sentir falta. Muita falta.

– Você vai me agradecer um dia. - Eu disse a Kath com a minha voz fraca. Ela olhava para o chão, pensando em tudo poderia acontecer, ou talvez em tudo que aconteceu. Me pergunto se ela sentia raiva deles, ou de mim, mas era mais provável ela sentir raiva dela mesma, ou de nós duas, por termos sido tão ingênuas a esse ponto. Tão, mas tão ingênuas.

– Eu sei... - Disse Kath. Em seguida secou seus olhos que estavam banhados à lágrimas e sorriu, mesmo que falsamente. Seu sorriso era como um sinal de esperança pra mim. Eu o via e sabia que ainda tinham coisas pra acontecer, e falo de coisas boas. Toda vez que ela sorria queria que ela sorrisse de novo só pra mim poder tentar acreditar nos sentimentos que o sorriso da minha melhor amiga trazia. Mas eu sabia a vida que tinha, na primeira oportunidade, a vida tentaria me matar de novo. Por mais que o sorriso dela dissesse "Tudo vai ficar bem", eu sabia que a verdade era: "Prepare o seu caixão, prepare o seu enterro, você vai morrer!". - Por que eu tenho a impressão de que tudo anda silencioso entre todos daqui? Nós, sabe, nos envolvemos, e nenhum aluno percebeu, nem sequer nossos amigos. É como se todos estivessem ocupados demais com suas vidas, escondendo também algo.

– Não acho que esse seja o caso. Ninguém teria motivos tão podres como nós para manter segredos, teria?

– Ai, não sou eu para dizer nada... Eu nãos os sei. Mas agora que o nosso já acabou, poderíamos ver o que eles devem estar fazendo, talvez eles também precisem desabafar, não é? - Kath me olhou com a cara mais próxima de vizinha rica e fofoqueira que ela conseguiu fazer. Eu ri incontrolavelmente, talvez fosse divertido cuidar da vida dos outros por um tempo, cansei da minha.

****

POV Charles Potter:

– Charlie, você está bem? - Perguntou minnie enquanto nós passávamos pelos corredores para a aula de astrologia. Eu não queria mentir, mas nessa situação era a melhor coisa a se fazer até eu saber o que fazer com a verdade que atormentava a minha cabeça desde o dia em que Kath quase foi morta. Eu não sabia o que fazer e nem o que dizer em relação a isso, eu era novo em mentiras e armações. Por isso não fui parar na slyntherin, não sei ser um diabo disfarçado de ser humano, não sei fingir que o mau não está entre nós, nem dentro de nós, que sai pela nossas bocas como um rio sujo e poluído, mas a sua poluição são mentiras e mal-dizeres. Eu simplesmente não sei fazer essas coisas, e não queria aprender: Mas eu tinha. Pela sanidade da Dory. E de certa forma, por um nós que pode vir a existir, talvez, quem sabe. Mas não se eu contar que sua irmã é um capiroto, claro. Em quem ela acreditaria, não é? Em mim ou na sua irmã mais nova? Em quem?

– Claro que eu estou! Que pergunta! - Respondi meio nervoso.

– Não é o que parece, você está branco, olhando pro nada. - Constatou.

– Eu estou admirando a paisagem!

– Das paredes? - Questionou.

– Er... Exatamente! Das paredes, nos vemos depois Dory! - Eu disse.

– Mas nós temos aula de astrologia!

– Eu... Vou estudar...

– É, vai mesmo, astrologia, Charlie! Não acha que me engana, pode até enganar a as meninas e o resto dos garotos, mas a mim não. O que está acontecendo? - Ela segurou o meu braço com tanta força que eu achei que teria que amputar ele mais tarde no meu horário livre. Pra uma garota, ela era forte como um marinheiro.

– Não é nada! Estou com sono, apenas isso.

– Eu devo ter cara de ingênua mesmo, não é possível! - Ela revirou os olhos - Vamos logo! Não faço mais perguntas, eu vou acabar sabendo pelos outros, pelo menos isso é o que essa sua cara de morto diz.

E o pior, era que eu sabia que ela tinha razão. O ataque da Kath foi só o primeiro, ainda vai ter mais, mais gente vai morrer, mais gente vai sofrer. Os nomes vão começar a entrar em destaque, o de Loretta vai acabar sendo o primeiro pela crueldade daquela garota de um metro e meio. Dory ia sofrer, era inevitável.

A diferença era que a escolha era minha: Seria pela minha boca ou pela boca dos outros?

****

POV Kaithlyn Button:

Eu não queria fingir que estava tudo bem dentro de mim, uma vez que a minha alma havia sido partida ao meio, mas era o que eu tinha que fazer. Quem sabe se eu mentisse muito bem para os outros, eu mesma não acreditasse? De fato, era isso que eu guardei dentro do meu coração: "Minta, até você mesma acreditar. Aliás, você está muito bem!" Mas não, eu não estava. Estava enlouquecendo aos poucos, como quando tem um buraco bem pequeno, quase imperceptível num balão. Eu ia enlouquecendo quase que minimamente, mas ninguém além de mim notava. Claro, eu não dissia: Ei, eu sendo uma mentirosa como todas as meninas dessa escola! E pior, eu até acredito nas mentiras delas, mas tenho que me perguntar se elas mesmo acreditam, por que eu estou nesse ponto, de mentir para mim mesma até eu acreditar.

Caminhando pra aula de astrologia me recordei do primeiro segundo onde eu percebi que eu amava Malfoy. Quando minha vida estava por uma porcaria de um fio: Parece que o amor aparece nas piores horas, e de fato é. Eu realmente não esperava ama-lo só por que ele me disse que me amava, mas foi. Todo o ódio que eu nutri por ele minha vida toda praticamente, como mágica se tornou um amor quase que totalmente destrutivo, dizem que é assim que acontece nos livros, mas eu sempre fui do tipo que não se iludia com essas realidades perfeitas dos livros, por que minha vida sempre foi meio dura.

O castelo estava lindo, como sempre. Via pessoas de idades variadas andando, todas em grupos, separadas. E eu imaginava de alguma delas amava, ou, se amava, amava alguém impossível. Cheguei a conclusão é que eu não poderia julga-las, apesar de tudo, o amor é sempre complicado. Entendamos, as coisas são complicadas demais para todo mundo, e, eu não fazia questão de entende-las. E, juro que estava desistindo de vive-las.

– Posso falar com você? - Me perguntou uma voz, que logo em seguida me puxou pra uma sala vazia antes de eu sequer poder gritar. Fechei meus olhos: Pronto, agora que eu ia morrer. Legal, assim, sem nenhum show? Da última vez que tentaram foi melhor... - Pode abrir. - Reconheci a voz, Abraxas. Agora que eu não abriria os olhos mesmo. Eu estava sem condições de encará-lo de novo, face-a-face e ouvir tudo o que ele tinha a me dizer: Mais mentiras do que as que saiam da minha própria boca todos os dias.

– Não quero. - Respondi. Tenho certeza que ele revirou os olhos, por que ele riu. Eu sei que é infantil, mas como eu disse: Mandei minha sanidade pro lixo, e junto foi minha maturidade também.

– Você é muito criança, sabia?

– E quem liga pra sua opinião aqui? - Rebati.

– Mente muito bem. - Ele disse e eu não o respondi. Não por que eu não queria, não. Por que eu não conseguia. De verdade, eu não aguentaria falar com ele sem despejar toda a verdade: Que eu me importava, sim. Que eu amava, sim. Que eu me odiava por isso, sim. E que, sim, ele me ganhou em apenas um dia. É, um dia. Que moça difícil! - Kath... Eu entendo o que acha de mim, sei que me acha um mentiroso, sei que acha que eu sou covarde, mas eu juro que eu tento fazer tudo certo, eu tento agir de um modo que te honre. Mas eu não... Não consigo. Eu sou um idiota, mas... Não vá, não deixe que isso nós impeça de viver o que temos! Não acabe com isso! Não... Por favor. Eu, de verdade, não ligo pro seu sangue, nem pra nada disso, eu... Eu te amo, Kath.

Não, eu não ia aguentar isso.

– Me ama a ponto de largar tudo isso por mim? - Perguntei.

– Kath... É complicado. - Eu sabia!

– O que é complicado? Sua família te odiaria? Seus amigos virariam a cara para você? Pois é, a minha família nem existe, deve ser fácil pra mim, não é? E eu sou sempre muito independente né? Pois não, eu não sou! Eu amo meus amigos e me importo com a opinião deles e eles te odeiam! E a minha sanidade, ela importa pra você? Claro que não, ela é um lixo, não é? E as mentiras que cercam esse casinho inconsequente? Quantas vidas vai custar se ele for a tona? as suas? Não, as minhas! Meus amigos, minha vida. Eu serei afetada. Você nem sequer vê não é? Eu poderia amar você, mas você é muito egoísta pra ser amado! - Eu ia abrir a porta quando...

– Kath! - Ele me chamou. - Você quer ir e me abandonar?

– Tudo que eu mais quero. - Minto.

– Você vai sentir minha falta quando eu me for. - Eu o olho pela última vez, esse é o nosso adeus. E por fim, o ouço dizer:

– Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Olha eu aquiiiiiiiiiiiii



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