The Girl-Problem. escrita por giovanacanedo


Capítulo 22
Boa Sorte.


Notas iniciais do capítulo

Não tô com cabeça sequer pra viver. Desculpem.



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POV Hanna Dumbledore:

– Riddle? Responda-me! - Berrei. Tom Riddle ainda continuava com aquela cara de tonto que em outros casos eu nunca cogitaria a possibilidade dele ficar daquele jeito. Como um doente mental que está preso em um sonho. Seu olhar avaliava várias possibilidades e isso me deixava nervosa. Uma sensação muito esperimentada entre eu e Riddle em várias situações. Ele era frio como gelo, e quente como uma chama. Ele era calmo como a briza da manhã e explosivo como uma bomba. Ele era ele. E ele me dava medo.

Eu não entendia como eu podia querer ficar perto de uma pessoa tão perturbada e nervosa. Eu não entendia como eu poderia me sentir tão segura e tão ameaçada perto de uma pessoa e não entendia meu desejo por ele. Eu não entendia nada e talvez nem devesse. O nome dele já era um jeito de me tirar a paz, como um assunto mal acabado de anos, o que era estranho por que pelo que eu entendi, eu e ele nos conhecemos há poucos meses. E eu já me sentia particular dele. E eu cogitava milhões de ideias na minha cabeça com medo. E ele apenas sorria como um idiota para o nada até que ele piscou e pareceu desabar. Ele caiu ajoelhado no chão e eu senti que o muro de titânio que nos separava acabara de se romper. E sem pensar, eu corri para ajuda-lo. Ele parecia ter se dado conta de algo e estar sofrendo por isso.

– Eu... Não acredito. - Ele disse. E depois começou a chorar. Eu não entendi nada e nem sei se realmente devia. Eu queria chorar. Eu queria deitar e fechar os olhos e nunca mais abri-los. Mas eu não conseguia. A dor era muito forte. E eu sabia. Eu sentia. A dor era dele. E ela estava em mim. - Não pode ser... Não você!

– Não eu o que, Riddle? - Perguntei. Ele balançou a cabeça em negativa e começou a chorar. E eu senti que eu deveria ser forte por mim e por ele naquele momento. Mesmo o jeito dele ter dito "Você" referente a mim tivesse me matado por dentro, eu senti que ia desabar. Mas eu deveria aguentar. Ele talvez nem fizesse o mesmo por mim se fosse ao contrário, mas eu quis fazer. Quis mesmo.

– Eu... Não, não. Por que justo você entre milhões de pessoas no mundo? - Ele disse com raiva. E eu notei que ele não falava com nojo, com ódio ou com irritação. Ele tinha medo, ele tinha dúvida e ele tinha tristeza. Mas não por ele mesmo, por mim. Eu não entendia o que acontecia mas eu fingi que entendi por via das dúvidas. - Minha vida toda eu tentei me esconder desse tipo de coisa, e do nada, você aparece e leva tudo o que eu acreditei pra longe e me prova sem ao menos tentar. Me diga, por que? Qual é o propósito? Qual é a verdade?

– Eu realmente gostaria de saber do que está falando... - Eu olhei para baixo. Eu realmente não entendia como eu estava me sentindo culpada por algo. Ele conseguia mexer comigo de uma forma que eu não sabia tomar o controle, talvez por que eu gostava de ser controlada daquela forma. Eu sei que parte era culpa minha, por que eu deixei que outro alguém me dominasse daquela forma intensa e ridícula. Era como se eu estivesse no meu corpo mas concordasse com cada sensação, cada palavra e cada ato que eu fazia quando ele estava me controlando. Eu respirei fundo. Achei que teria coragem de encarar seus grandes olhos verdes quando eu fizesse isso, mas me enganei. Talvez eu não tivesse coragem. E não era obrigada a ter, não era uma Gryffindor. Mas então eu vi: Isso era ridículo. Levantei minha cabeça e o encarei. Ele tinha olhos grandes, lindos e molhados por lágrimas. E eu não sabia o que eu faria, mas tinha certeza que não seria algo que me agradaria.

– Eu estou aqui parado me perguntando por que eu te escolhi. - Ele disse e depois eu por um impulso que veio. Mas eu realmente acho que tenha vindo dos céus, pois eu não sei de onde me veio coragem de fazer. Eu o beijei. Eu o beijei e me entreguei completamente no segundo que senti seus lábios. Eu soube que estaria perdida em um lugar que eu não tinha certeza se eu iria querer voltar. Foi algo tão doce e inocente que eu não imaginava ser dele. Eu senti como se pertencesse a ele em toda minha vida. Eu tinha medos, mas não naquele momento. Eu e ele éramos um só, e eu podia sentir que era completamente verdadeiro. Não um delírio causado por remédios ou coisa assim.

Ele era delicado, como se não quisesse me machucar, e eu era quente, e o queimava a cada toque. Mas não queríamos parar, e não iriamos. Até o relógio ao lado da minha cama tocar. 22:30. Eu sabia que não deveria estar naquela sala naquele momento. E eu sabia que beijar Riddle era errado. Era o meu maior erro. O meu pecado. A minha condenação. Mas eu não me importava. Eu sentia que por ele eu iria até o inferno e morreria ali mesmo. Eu passaria por qualquer coisa, eu seria qualquer coisa: Seria herói ou vilão, eu seria mal ou bem, eu seria a salvação ou a condenação. Eu seria pela primeira vez, eu.

Eu amava, pela primeira vez.

E não sei o que será disso.

– Eu tenho... Que ir... - Ele disse antes de abrir os olhos.

– Eu também. - Respondi. Ele me olhou de forma estranha. Eu apenas passei por ele de forma rude e ele segurou meu pulso.

– Não somos estranhos um para o outro, Hanna. Onde você vai? - Ele parecia nervoso. E talvez, com medo.

– Eu sinceramente não sei. - Respondi e soltei meu braço dele. E sai correndo sem rumo. Eu só sabia que era 22:30 e que algo infinitamente ruim iria acontecer a alguém de sangue impuro. Eu não sabia quem, nem onde. Eu só sabia que o grupo de Riddle era responsável. E eu não sei se eu o perdoaria por aquilo, nem sei se eu deveria me envolver. Nem sei se eu teria que perdoar. Eu não sabia de nada.

Um grito,

Uma luz.

E,

um sentimento:

Medo.

POV Charlie Potter:

– Ela está perto da Slytherin, pelo menos isso nós sabemos. - Falou Minnie tentando ser positiva. Eu não olhei para Dory, nem deveria. Ela estava calada o que significa a morte de quem ousar mexer com ela ou com algo que ela ame. E eu sabia que ela iria fazer o inferno essa noite. Ela estava com raiva, ela estava com ódio e ela queria ver sangue. Isso se via em seus olhos. Ela passava conosco correndo pelo castelo e avaliando tudo. Ela queria achar Kath, mas acima de tudo, sua irmã. Para o que, era minha dúvida e meu maior medo.

Um grito. Uma voz conhecida: Kath.

– Pela Esquerda! - Gritei e apertei minha varinha. Eu não sabia do que eu seria capaz e isso me assustava de uma forma infinitamente louca. Eu sempre soube meus limites, meus medos, meus temores, minhas alegrias e minhas tristezas. Eu sempre medi a minha atitude. Mas agora eu não sabia do que seria capaz. Eu queria explodir tudo e todos, eu deveria explodir tudo e todos. Mas eu já não sabia se eu era capaz de fazer isso com tanta facilidade e depois não sentir culpa. Eu sabia que fosse quem fosse que eu matasse, eu iria me culpar pelo resto da minha vida infeliz. E eu sabia que eles mereciam morrer. Mas eu tinha medo.

Kath era mais importante. De fato. Eu faria de tudo para ela sair com vida. Tudo.

Corremos até o corredor do sétimo andar de onde veio o grito. E ao chegarmos lá vimos Hanna chegando eufórica, descabelada e com lágrimas revoltadas nos olhos. E paramos todos na parede onde se lia:

Vocês querem a amiguinha sangue-ruim?

Pois bem, o jogo começou.

Boa sorte.

Que a morte esteja sempre ao lado de vocês.

– Não! - Gritou Hannie.


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