POV Hanna Dumbledore:

Eu já estava sendo liberada da enfermaria. Hoje seria meu último dia e eu recebi duas vezes mais visitas do que eu realmente gostaria. Na verdade as únicas pessoas que eu realmente gostava de ver enquanto eu estava aqui eram Kath, Minnie, Dory, Charlie, Sept, meu pai e meu tio Alph. Fora isso, mais ninguém que eu gostasse.

Ou pelo menos quisesse admitir em meus próprios pensamentos.

– Hannie, você está acordada? - Perguntou uma voz masculina. Charlie. Ele tremia como se tivesse visto o monstro da Sly. Seus olhos passavam-se terror, medo, tristeza e, de certa fora - mesmo ele odiando - ódio corria por lá. Sabia que seria um segredo pois sua boca estava fechada e seus dentes trincando.

– Bem, agora estou. - Tudo que eu disse.

– Eu... Ah, por favor, não irá contar para Dory? - Segredos...

– Não.

– Jure.

– Eu juro.

– Eu vi a irmã dela matando uma nascida trouxa hoje. - E foi um tapa na cara. A irmã de Dory, do terceiro ano, aquela que foi para Sly, que Dory tentou salvar e não conseguiu. Aquela que o nome era proibido no grupo. Aquela que amava Tom Riddle.

– Meu... Merlin...!

– Por favor, Hannie, não conte pra Dory, ela pode acabar fazendo uma loucura com todos, até mesmo se metendo com Riddle, e você sabe que Dory já não é aceita na Slytherin... Sabe que a fama dela de traidora de sangue pode mata-la, principalmente agora. Me prometa, Hannie... Me prometa. Ninguém além de eu e você saberemos disso. - Falou.

– Eu... Vamos fazer o que? Mentir? Guardar segredos e mais segredos dos nossos amigos? Vamos fingir que nunca vimos a menina nascida-trouxa morrer pela mão de uma Black? Vamos fingir que tudo nunca aconteceu? Charlus Potter, você perdeu o juízo? Dorea têm que saber! Ela precisa! Ela precisa sair desse ninho de cobras antes que ela A) Vire uma ou B) Morra por elas. Não posso simplesmente olhar para a cara dela todos os dias e sorrir, não posso ouvir meu pai lamentando na frente de toda Hogwarts mais uma fatalidade. Não posso olhar para o Diretor e fingir que nunca ouvi isso saindo da sua boca... Charlus, não podemos ser tão frios!

– Podemos sim. Podemos pela sanidade de Dorea. - Foi o bastante.

– Pela Dory.

– Pela Dory. - Ele respondeu.

*******

– Nem acredito que você está aqui, finalmente saiu daquele lugar! - Gritou agitada Dory. Eu apenas sorri. Eu iria ter que esconder. Mentir. Mas era por ela, era pela vida dela. Se ela soubesse, ela obviamente tentaria se vingar e iria tentar acabar com o responsável ela mudança de caráter de sua irmãzinha. Mas, diferente de Dory, que tinha coração, pulmão e alma envolvidos nessa história o bastante para cegá-la, eu e Charlus sabíamos que a menina fez por prazer e nada mais. Matar, para os amiguinhos - Ou comensais - de Riddle era legal. Era quase como sair com amigos para dançar.

Eu odiava mentir para Dory, odiava olhar em seus olhos e fingir que não sei de nada, odiava vê-la serena e saber que, um dia, mesmo eu mantendo essa mentira enorme agora, mas ela vai descobrir, eu sei que vai, mas agora era só torcer para que isso fosse só depois que nos formássemos. Por enquanto, mentir era a única saída.

– Nossa, como você está estranha! - Ela falou. Minnie bateu a mão na testa.

– É claro que ela está estranha, Dorea! Ela foi obliviada pelo serpentão! - Estranhamente, aquele apelido me fez rir. Talvez pelo fato de se encaixar direitinho em Tom Riddle e sua amada Slytherin, talvez por ele ser mesmo um fanático por cobras... Enfim... Talvez.

– Cada dia mais grossa, Minnie. Tem que arrumar um namorado. - Opa, essa ofendeu realmente a Minnie.

– Eu não preciso de um namorado! Eu sou inteligente, eu tenho carisma, eu sou esperta, sou ótima duelista e serei uma incrível professora também. Eu tenho beleza, mas isso não é tudo. Eu não preciso de homem nenhum...

– Foi o que a minha tia que ficou pra titia dizia... - Comentou Charlie.

– EU NÃO VOU FICAR PRA TITIA POTTER! - Minnie bateu as mãos na mesa com tal fúria que eu me recusei a me meter. Minnie estava nervosa. Não entendo o motivo, não via problema em nunca casar, afinal, quem queria? Ser submissa de um homem que não está nem ai pra você, só para seu sangue e sobrenome, só está ai para um filho homem que você vai dar a ele e depois te joga fora e te traí com outra qualquer. Não vejo problema em ser solteirona a ter que aturar isso durante toda a minha vida que já não é relativamente boa.

– Minerva, todo mundo tá olhando! - Falou Kath, vermelha.

– Ah, que seja, vou pra aula. - E depois disso ela se afastou.

– O que deu nela? - Perguntei e todos olharam para Sept. Ele bufou e saiu. - Isso deve ou não responder minha pergunta?

– Vamos. Você ficou muito burra! - Falou Kath.

*****

POV Minnie:

Eu não acredito que o Weasley tinha me dito isso. Justo ele, meu amigo, meu melhor amigo, o primeiro menino que eu deixei chegar perto, o meu companheiro... E foi justamente por ele que eu fui me apaixonar, justo por Sept. Eu admito, poderia ser pior, poderia ser por Malfoy... Mas se apaixonar pelo melhor amigo, foi, de fato, a maior estupidez que eu poderia ter feito.

" Eu a amo, Minnie. Amo Ellie, e preciso da sua ajuda... Já que você nem gosta de namorar e nem quer... Poderia me ajudar, não é?"

Não, Septimus, não é.

Mas o que eu disse foi apenas um

" Não é problema meu."

E ele não olha para a minha cara desde então. E eu não o culpo, amigos ajudariam, amigos adorariam ajudar, mas isso me mataria. Com toda certeza me mataria. E eu amo Sept, sei que Ellie não o ama, mas eu sim...

E muito.

Mas ele é meu amigo e isso não é problema meu. A vida é dele. E agora, eu, a idiota aqui, estou de baixo de uma escada particularmente fedida chorando litros por alguém que ama outra. Quer outra. E me vê apenas como amiga. E pior, ainda me disse que eu vou ficar para titia.

– Minnie...? - Me chamaram duas vozes.

– Oi. - Disse limpando o rosto.

– Sabemos que está apaixonada por Sept. - Falou Hannie. Kath deu um soco em seu braço.

– Que foi, a verdade antes de tudo, não é? - Respondeu Hannie.

– É, mas não assim! - Frisou Kath. - Vai nos contar o que aconteceu?

– Eu... Ele... Ellie. Ele ama Ellie.

– ELLIE JOHNSON? AQUELA PIRUA? - Berrou Kath. Hannie olhou pra ela com as sobrancelhas arqueadas e ela levantou as mãos em sinal de rendição.

– Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço.

– Belo ideal, vai usar com seus filhos, é? - Perguntou Hannie e eu fechei a cara.- Ai, desculpa Minnie, não quis... Ofender.

– Eu sei. - Foi tudo o que eu disse. - E o que eu faço?

– Vamos atrapalhar tudo. - Disse Dorea. De onde ela surgiu?

– De onde você surgiu? - Perguntou Kath, espantada.

– Vocês não sabem que esse lugar é o refúgio das meninas de coração partido? Essa escada até se chama "Escada da reflexão" e também tem outras coisas que acontecem aqui que eu não gostaria de falar....

– Tá, tá. Chega. E eu não vou atrapalhar o namorico dele com aquela loira falsa! E ele é, antes de tudo, meu amigo, e não se traí um amigo...

– Ah, por favor, Minnie. Esse seu discurso de Gryffindor cheia de valores irrita qualquer um! Pare com isso. E outra, em amor, atração e namoro, não se existe amizade e traição. Vale tudo pelo coração do cara. - Dory às vezes assustava com esse seu caráter duvidoso, mas o que se esperar de uma Black?

– Não, Dory... Eu vou pedir desculpas e ajuda-lo!

– Ah, ta bom... Você gosta de sofrer, Minnie.

E assim, ela e arrastou Hannie com ela.

– Sabe... Eu sei que Dory foi malvada... Mas ela está triste. Irmã dela...

– Tá, e onde eu tenho culpa nisso? Me diga?

– Em nada. - Admitiu Kath. - Mas ela está sofrendo. Muito.

– Todos estamos.

– E essa, é nossa ruína. - Falou ela, por final, se levantando e saindo da escadaria até a aula. Eu tinha me decidido, eu ajudaria o Weasley ser de outra. Eu me contentaria em ser apenas a amiga. Eu faria tudo isso por ele.