The Girl-Problem. escrita por giovanacanedo


Capítulo 16
My Trouble.


Notas iniciais do capítulo

Bom, aqui está a reação da Hanna a tudo o que aconteceu. Ai, ai, não me odeiem.



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POV Hanna Dumbledore:

Memórias... Uma palavra que quando se pensa parece ser tão fácil e irrelevante para a maioria das pessoas, mas infelizmente, não é nem fácil e muito menos irrelevante para mim. Eu não me lembro de muitas coisas.

Tudo que eu sei é que: Eu tive um acidente e a perdi. O homem que se diz meu pai não deixou ninguém me contar nada muito diferente com medo que eu surtasse, mas de fato, eu sentia que iria surtar de qualquer jeito. Estou me sentindo uma espécie de bomba relógio. Acho que eu sou uma, afinal, ninguém me conta nada, ninguém me avisa de nada, tudo que fazem é me tachar remédios mágicos e torcer para que eu melhore, coisa que eu não sei bem se quero. Na verdade eu não estou em condições de me colocar em nenhum lado agora. Nem no direito(Bom), nem no esquerdo(mau).

Não entendo como as coisas chegaram a esse ponto. Eu, pelas poucas memórias que tenho, pelos poucos flashes que eu consigo decodificar, não fui uma boa pessoa. Não fui tão feliz, nem tão adorável. Eu só lembro de coisas trágicas acontecendo como minhas saídas sorrateiras de uma casa branca. Na frente tinha uma placa que eu não conseguia lembrar o que era. Eu me lembro de sair de lá com medo e de dar de cara com pessoas vestidas de preto e com sorrisos sádicos no rosto. Não sei o que eu fiz depois, mas eu sei que a imagem da memória ficava descentralizada e quando voltava ao normal, eles estavam caídos e eu correndo desesperadamente e chorando.

Mas tive tempo de ver coisas boas. Como uma certa loira que eu nem sei o nome, na verdade eu só sei o meu nome. Hanna Grindelwald. Esse nome me faz ter arrepios involuntários e eu nem faço ideia do que seja. Estranho, porém, nada divertido como as coisas estranhas costumam ser. Eu me lembro dela me ajudando quando eu chorava, mas eu não comentei nada, eu me lembro dela rindo com uma menina morena ao lado. Eu me lembro de entrar em um castelo e sentir um chapéu em mim, fora isso... Mais nada.

Mais nada se não for ele.

Ele, um menino de cabelos castanhos escuros lindos e olhos verdes frios. Eu sentia medo dele. Eu gostava dele, mas ao mesmo tempo o queria longe de mim. E lembro de cruciá-lo, dele me cruciar, eu lembro de brigas, de tapas que eu dei nele. E lembro de uma banheiro, onde eu o beijei e depois corri. Eu não tenho ideia do que seja. E essa é a única memória que eu queria que nunca tivesse aparecido ou sumisse da minha cabeça. Ela me deixa com raiva e triste. Ela consegue me deixar feliz também, mas eu evito essa parte.

Senti alguém me observando, pensei em abrir os olhos. O cheiro era de um homem, e eu reconhecia o cheiro, na verdade, eu amava aquele maldito cheiro. Ele se levantou e eu abri os olhos. Era aquele garoto. Contra minha própria vontade eu peguei em seu braço e o segurei. Ele se virou abruptamente e me olhou furioso, mas logo relaxou e sorriu de uma forma que me assustou.

– Você, você mesmo, eu me lembro de você! - Eu falava sem pensar. E se ele não quisesse? E se ele também me odiasse? E se ele não me odiasse?

– Claro que lembra... - Ele sussurrou. Tive a leve impressão que não era pra mim, era para ele mesmo. Eu também percebi que ele não queria que eu lembrasse, então soltei seu braço e ele me olhou curioso.

– E o motivo seria...? -Perguntei firmemente a ele. Ele me olhou curioso e puxou um banquinho onde começou a batucar seus dedos de forma frenética e irritante. Ele parecia levemente intrigado e também, assustado. Então eu deixei passar o tique nervoso dele de batucar.

– Eu pedi para você lembrar.

Foi o bastante para eu conseguir lembrar. A batalha, aquele homem que eu abominava. Ele que há anos fez com que eu acabasse assim. Lembrei de uma mulher e de aquele homem discutindo e eu chorando. Lembrei de um duelo e dela cair no chão morta e de eu explodir a casa e correr para o mais longe possível. Lembrei da pedra. Do garoto que agora estava parado olhando para mim e batucando nervosamente. Lembrei do Obliviate.

– Filho da puta! - Um ódio me corroeu. Ele me olhou estranhamente e notou que eu havia me lembrado de algo importante. Eu olhei para ele como se perguntasse o motivo dele estar assim. EU deveria estar assim.

– Lembrou de algo? - Ele perguntou friamente. Eu bufei.

– De alguém.

– Quem? - Ele perguntou novamente.

– Por quê eu deveria confiar em você? - Rebati. Ele bufou dessa vez.

– Talvez porquê eu arrisquei a minha vida pra salvar a sua. - Ele disse em uma mistura engraçada de ironia e irritação. Aprendi que aquele garoto não gostava de jogar. Mas eu sim.

– E olha onde estamos! - Eu falei com uma falsa alegria. Ele me fuzilou com os olhos e eu revirei os meus. - E eu não pedi pra ser salva. - Murmurei.

– Acho que você se esqueceu que nunca mandou em mim também. - Ele disse como se fosse uma piada. Eu o olhei cortante. Ele me encarou e a porta se abriu revelando aquela menina loira.

– Hanna!!!!!!!!!! - Ela chorava. E ao lado dela tinha a menina morena, a castanha, um outro moreno e um ruivo. Eu não sabia o motivo mas eu sentia um apego enorme por eles. A loira se jogou em cima de mim e começou a chorar, eu não aguentei e chorei ao lado dela. As meninas fizeram o mesmo. Riddle ficou olhando tudo como se fosse tolice. Eu senti uma vontade voraz de jogar algum feitiço proibido nele.

– Eu pensei... Que esqueceria de mim... De todos nós! - Ela era sensível, isso eu percebi de primeira. E eu senti que por minha conta ela e talvez todos eles haviam sofrido muito. Uma culpa enorme deu um tapa em minha cara.

– Eu não sei os seus nomes. Mas lembro de algumas coisas. - Falei.

– Ah, então não terá que ir até o St. mungus! - Comemorou Minnie. Todos olharam para ela. - Oh, bem, Riddle estava aqui por conta de... Enfim, eu fui promovida como monitora-chefe até ele sair e ouvi Dippet sugerir isso para seu pai, Hannie. Bem, seu pai não reagiu muito bem. Dippet teve que azará-lo para conseguir se acalmar. Enfim... Sinto muito por toda essa avalanche de notícias.

– Ela só atrai confusão. - Resmungou Riddle.

– Se meteu porque quis! - Rebati.

– Mal agradecida.

– Olha aqui seu...

– PAREM! Meu deus, achei que iriam superar essa fase.

– Você se ilude demais Minnie... - Falou o ruivo

– Preciso de nomes gente, e eu preciso... Ficar sozinha com a loira... Tenho que conversar com ela. - Eu olhei para ela. Todos assentiram e saíram. - E agora, vai me explicar tudo? - Ela suspirou. Secou as lágrimas e respirou fundo.

– Seu nome é Hanna Grindelwald Dumbledore. Você tem dezessete anos e é orfã de mãe. Seu tio é Gellert Grindelwald, um bruxo das trevas e ele te quer de qualquer jeito desde muito nova. Você perdeu tudo e foi parar no mesmo orfanato que eu e Riddle.

" Tom Marvolo Riddle... Alguém muito complicado para se explicar. Mas acho que eu consigo. Bem, vocês nunca foram com a cara um do outro, viviam brigando, se batendo, se azarando, por onde passavam e se encontravam, era briga na certa. Seu pai não gosta dele, o único professor que não é encantado pelo santo Riddle. O único a saber e desconfiar de quem ele é. O herdeiro de Slytherin. E não, eu não tenho provas Hannie... Mas pense... Ele é maldoso e frio. Ele seria capaz de matar uma pessoa. E acho que você sabe coisas sobre ele que ninguém mais sabia. Você me contou uma delas uma noite no Orfanato. Você estava se recusando a aceitar a ordem de seu pai de pedir desculpas para a sua ex-diretora do seu ex-Orfanato. Sra. Evans. E você me disse que ele não era quem parecia ser. Disse que ele não era sangue-puro... Disse a verdade. "

" Septimus Weasley é o ruivo. Você o conheceu aqui em Hogwarts. Ele é inteligente e carismático, mas se recusa a passar por cima de alguém para vencer na vida e não tem coragem de matar pessoas que não merecem. Enfim, ele era, ou é como um irmão para você. Vocês eram a alma do grupo, mesmo você sendo várias vezes melancólica, com Sept, você mudava, você ficava feliz, você se esquecia de tudo e de todos... Você era você. "

" Dorea Black é a morena de olhos mel. Ela é muito maldosa quando quer e é muito divertida. Uma Slytherin por que pediu. Ela na época tinha muito medo da família, ela tinha acabado de ver o irmão de sete anos ser queimado por ser um aborto e por isso ela evitou que muitos soubessem da nossa amizade. Mas depois ela aprendeu a se defender e saiu de casa. Agora ela mora com Sept. Você e ela eram muito ligadas... Lembro que se entendiam como nunca. Dory amava você, Hannie. Amava muito e ainda ama. Ela está sem chão. "

" Charlus Potter... Ah, Charlie! Outro palhaço que você amava... Nossa, vocês riam de tudo juntos e eram muito maldosos com os Sly. Lembro de você sempre separando as brigas de Dory e Charlie. Em uma semana eles conseguiram brigas 35 vezes... E nós separando. Ele realmente a ama, e você sabe disso... ( claro que eu sei... - pensei.) E você os ama também. Os dois. Acho que para Charlie você era tipo a melhor amiga. Uma prima, sei lá... Ele é o leão mais confuso que eu já conheci. E é adepto a apostas... Se é que me entende. "

" Minnie tem um nome complicado demais. Minerva Mcgonnagooel, ou seja lá como se fala ele, minha dicção não é lá essas coisas, sabe? Enfim. Minnie é completamente psicótica por estudar. Vocês mais iam na biblioteca do que respiravam. Éramos muito unidas. As Quatro. Você e ela eram tão loucas juntas... Minnie é toda pomposa e você toda Eufórica. Quem diria que daria tão certo? Eu não! Minnie quase nunca tem paciência e ela compete muito com Riddle. Você também competia... E muito. Enfim, você era quase que uma "filha" para ela. "

Ela suspirou e deixou cair várias lágrimas de seus olhos que agora estavam distantes. Ela me olhou tristemente e perguntou:

– Não lembra mesmo quem sou eu, Hannie? Tem certeza.

– Eu lembro de você... Mas não de seu nome...

– Meu nome é Kaithlyn Button. Me conheceu no Orfanato e se tornou a minha melhor amiga e a minha irmã. Se tornou a minha única família. Se tornou uma das únicas pessoas por quem eu daria a vida, por quem eu arriscaria tudo, por quem eu jogaria tudo para o alto para salvar. Você me amava. Eu sei que amava. Você matou por mim, você machucou por mim... E agora você é que está machucada... E eu não sei o que fazer... Eu me sinto fraca só por não estar tendo estômago o bastante para proteger você, Hannie! - Um tapa na cara feito por palavras, foi o que bastou para ambas chorarem.

– Eu sinto muito Kath! Eu deveria ter... Ah, meu deus... - Ela me abraçou e ali ficamos horas e mais horas chorando. E no final daquela tarde quando eu dormi, me lembrei de uma noite estranha... Onde eu estava sobre uma pia e eu beijava Tom Riddle.

Eu queria poder dizer que foi apenas um sonho.

Mas eu sei que não.

E mentir não é a melhor escolha.

Não aqui, nem agora.

Tom Riddle sempre seria o meu problema.


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