You Changed My Life - Katniss e Peeta escrita por Lih


Capítulo 27
Vale a pena


Notas iniciais do capítulo

Quero começar me desculpando pelo atraso que foi o meu maior até agora, de quase três dias. A semana foi complicada, meu professor de português exigiu que todos participassem de um concurso de redação da EPTV e meu tempo foi ocupado com isso e com os preparativos para minha festa junina, então faltou-me tempo. Também está sendo meio difícil colocar as ideias em "prática" aqui. O desânimo vence.
Esse capítulo é dedicado à volta da minha antiga leitora, Lizzie, a qual foi uma das primeiras a começar a ler minha fic e se ausentou um tempo, porém está de volta agora. Fiquei feliz demais! Esse vai para você, Lizzie!
O capítulo é agora na visão do Peeta e é uma continuação bem ligada ao último. Personagens voltando também.
Sem enrolar mais, Boa leitura e leiam as notas finais, sério, obrigada.



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–--(Peeta)---

–Peeta, tem certeza de que não ficou chateado? Nós podemos mudar se você quiser, nós... -não consigo evitar sorrir quando a ouço dizendo isso mais uma vez. Ela parece perceber. -Peeta?

–Meu amor, você me perguntou isso o caminho inteiro de volta pra casa e eu disse que não. Por mim está tudo bem... -respondo com sinceridade.

–Eu não queria ter decidido isso sozinha, não queria nem ter contado para a Dra., não era e pode não ser uma ideia certa, mas quando ela perguntou, eu s...

–Kat -deixo o pincel que estava usando no suporte do quadro e caminho até ela. -Eu pareço estar chateado? -ela me encara com os olhos cálidos e ansiosos enquanto balança a cabeça em negativa.

–Mas se você estivesse, você me falaria? -pergunta duvidosa, agora de pé em minha frente. Thor fica no nosso encalço abanando o rabo freneticamente.

–Não teria como eu estar.

–Mas se estivesse... -insiste.

–Ahhhn Katniss, sim, é isso que você quer ouvir? Eu falaria! -digo olhando em seus olhos. -Mas não estou chateado por você ter escolhido o nome sem discutirmos o assunto. Eu achei lindo. -seus olhos se focam nos meus, atentos, enquanto entrelaço nossos dedos. -Lindo o nome. Linda a homenagem que você quer fazer à sua irmã. Eu não teria pensado em algo mais perfeito. Eu adorei.

Vejo seus lábios, antes tensos, agora formarem um sorriso. Seus lábios colam nos meus por um instante e sua mão passa pelo meu braço e percebo quando para em minha nuca.

–Ei, -chama puxando meu pescoço para perto de sua boca. -Já posso ver sua pintura?

–O que eu disse sobre pinturas não concluídas?

–Que vê-las não concluídas estraga a surpresa de vê-las prontas... -diz decoradamente como se já estivesse cansada de relembrar. -Mas Peeta! É como me deixar com vontade de comer algo, mas está me deixando com vontade de ver algo. Não pode! -ela aponta para sua barriga tentando se expressar séria e me faz rir.

–Ei, você sabe que é bem diferente... Tocando no assunto, já faz um tempo que você não faz nenhum pedido especial... Um prato variado... Está tudo bem?

–Ah, não se preocupe. Só ando mais..enjoada. Mas o chá de ervas do Livro com descrições medicinais está me ajudando bastante.

–Bom, se houver algo errado você me fala, certo?

–Sim, Senhor Extremamente Preocupado -resmunga revirando os olhos.

–Ei! Não sou extremamente preocupado -retruco.

–Não não... Só está estampado em sua testa e gravado como seu sobrenome do meio... -conspira em meio a uma risada.

–Só quero seu bem. -sussuro não conseguindo evitar preocupação, mas que se dissipa quando ela sorri novamente.

–Tudo bem, tudo bem. Você não é extremamente preocupado, só um pouquinho... -seu tom de voz diminui a cada palavra enquanto se aproxima de mim o máximo possível que sua barriga permite. Meus lábios se juntam nos seus em um beijo antes que eu consega sentir sua respiração quente em meu rosto. Só a sinto quando nos afastamos para recuperar o ar.

–Mas eu sei quem vai sofrer com isso. -sussurra a poucos centímetros do meu rosto e vejo seus olhos se desviarem para baixo. -Aposto que se depender de você, Prim não sairá de casa.

Não consego evitar sorrir quando imagino suas palavras se tornando realidade. Nossa filha crescida, seus cabelos no alncance das costas, suas feições de uma jovem menina. Claro que isso está distante, mas esse dia chegará. E quando chegar, eu estarei feliz. Nós estaremos.

–Peeta? E esse sorriso? -a voz de Katniss me traz de volta à realidade.

–Ah, desculpe, só estava imaginando a cena. -respondo vendo-a rir.

–Você realmente vai proibi-la de sair quando crescer? -pergunta em parte sorrindo, mas em parte com seriedade.

–Bem, não, mas quero proteger nossa princesa. -digo em resposta e ela me encara séria. Só então percebo o duplo significado que minhas palavras podem ter apresentado. -Não, não foi isso que eu quis dizer. Não há nada desse tipo que possa prejudica-la. Nada do que você está pensando que possa fazer mal a ela existe mais. Sobre proteger, eu estava me referindo particularmente aos garotos.

Sua expressão instantaneamente muda para mais aliviada, porém, ainda guardando um pouco de medo. Mesmo assim, ela se permite uma pequena risada quando repassa minha última frase em sua cabeça.
–Meu amor, você sabe que não poderá "prende-la" para sempre. -diz me fazendo morder meu lábio inferior.

–E você sabe que eu enlouqueço quando você me chama de ''meu amor''. -sussurro nos deixando mais próximos. Seus lábios chegam a tocar os meus mas se afastam rapidamente.

–Esqueci que quanto mais eu beijar você agora, mais vai demorar para esse quadro ficar pronto! -ela diz apoiando sua mão em meu peito para me empurrar levemente e não contenho a risada.

–Bom, se é assim, posso lhe fazer uma pergunta antes de continua-lo? -ela assente enquanto volto ao suporte da pintura. -Você a imagina?

Percebo que ela compreende minha pergunta quando desvio meus olhos para sua barriga. Ela faz o mesmo, ponderando sobre minhas palavras antes de responder.

–Já a imaginei... Várias vezes. -seus lábios se abrem em um pequeno sorriso. -Até mesmo antes de descobrir que estamos esperando uma menina. Desde hoje de manhã, minha mente anda criando todas as possibilidades, mas não consigo dizer a você algo que eu tenha certeza de que imagino ser.

Seus olhos encontram os meus mas as palavras somem da minha boca, porém, deixam um sorriso e meus olhos se fecham.

Isso é real. Real. Isso.É.Real

–E você? -ouço sua voz mais próxima. -Eu sei que imagina... Você está todo derretido por essa criança. -posso sentir o sorriso em suas palavras sussurradas. Antes que eu abra os olhos, sinto seus lábios nos meus. Estaria tudo perfeito se não faltasse algo. A insegurança é maior.

–Katniss.

–Diga.

–Isso é real?

Ela aparece ter sido pega de surpresa, me fazendo abrir os olhos quando sua mão descansa em meu pescoço.

–Sim. -diz olhando em meus olhos, assim percebo a preocupação em seus olhos cinzentos. -Por que isso agora? -sua voz é suave, porém, apreensiva. Explicar para ela que tudo parece um sonho de tão perfeito seria uma opção, mas ela percebe antes.

–Isso é real. -pronuncia com palavras reforçadas. -Eu te amo.

Ouvir suas palavras é como tornar tudo realidade. Tudo. Com uma mão em sua nuca, beijo-a delicadamente, meu coração descompassando-se.

–Eu te amo.

Vejo-a sorrir com os olhos brilhando. Um brilho de lágrimas.

–Está tudo bem. -sussurro e a beijo mais uma vez antes de voltar ao quadro.

A pintura está quase pronta quando olho para o relógio que marca 11:40.

–Kat, está perto da hora do almoço. Quer ir contar à sua mãe já?

–Hum.. Pode ser, vou ligar para ela para ver se está em casa -diz já a caminho do telefone. Começo a limpar os pincéis e cubro a tela com um pano branco, impedindo que seja vista.

–Não atende... -fala assim que passo por ela caminhando até a cozinha.

–Podemos ir até lá se quiser, só para confirmar. -vejo ela assentir enquanto lava as mãos.

–Vou trocar de roupa -diz colocando o aparelho no gancho.

–Katniss! -grito antes que seja tarde e ala aparece na porta da cozinha antes de subir. -Não espie o quadro! -pisco para ela e ganho como resposta uma revirada de olhos, mas acompanhada de um sorriso. Um sorriso que sempre compensa tudo.

–--

–É... Nada. -diz apoiando-se na porta. -Realmente deve estar de plantão em pleno domingo...

Viemos confirmar a ausência da Sra. Everdeen e não a encontramos em casa, então combinamos de deixar para outro dia.

Assim que nos viramos para ir embora, vejo uma movimentação estranha perto da casa de Haymitch. Katniss percebe assim que para ao meu lado, focando os olhos na mesma localização dos meus, mesmo com a claridade intensa do sol atrapalhando.

–Quem são? -pergunta. Logo consigo focar minha visão e reconheço as quatro pessoas conversando, quatro adultos, na verdade três, considerando que identifico uma criança.

–Annie! Annie com John e conversando com Effie e Haymitch! -digo sem conter um sorriso. -Vamos Kat!

Ao digerir minhas palavras, Katniss agarra minha mão nos fazendo caminhar apressadamente em direção à eles. Quando nos aproximamos mais, consigo perceber a felicidade estampada no rosto de Annie e o quão animada ela conversa com Haymitch e Effie. Cruza meus pensamentos a ideia do quão difícil foi para ela voltar a sorrir depois de tudo o que passou.

–E olha quem se aproxima! -pronuncia Haymitch assim que os alcançamos. -Os amantes desafortunados do 12 e futuros pais!

Pais. Sempre que ouço essa palavra, uma ansiedade se exalta em meu corpo instantaneamente. É incrivelmente surreal imaginar um dos grandes sonhos daquele garoto apaixonado se realizando, considerando que parecia impossível.

–Annie! Que bom ver você aqui! -Katniss cumprimenta abraçando-a. Faço o mesmo até com John, que com apenas cinco anos, não é nada tímido.

–Bom ver vocês também! Consegui arranjar tempo e meios de vim visita-los. Fiquei muito feliz quando descobri. -Annie diz se referindo à gravidez -É uma experiência muito boa, Katniss. Você vai gostar! -as duas sorriem. -Você também, Peeta.

–Peeta já está amando, todo derretido e encantado. -diz Katniss arrancando risadas de todos.

–Pode ter certeza que sim. -digo pegando John e o colocando sentado em meu pescoço. -Não é garotão?

John solta uma risada alegre como se estivesse entendendo completamente nossa conversa. Os fios loiros de seu cabelo brilham na luz do sol, lembrando exatamente Finnick.

–Vamos todos entrar em casa assim podemos colocar a conversa em dia -sugere Effie não escondendo sua felicidade.

A passos curtos seguimos até a casa deles.

–--

–Peeta baba tanto por essa criança que sorri o dia inteiro e quase não vai mais à padaria -ouço da cozinha onde estou ajudando Effie com um bolo que decidimos fazer. Ela começa a despejar a calda e assim encerrando, volto para a sala.

–Bom, não gosto de deixar vocês sozinhas.

–Você não precisa se preocupar com isso. -ela revira os olhos. -Eu sei me virar, não estou encapacitada.

A única reação que consigo expressar é rir junto aos outros pelo modo divertido de como ela reclamou.

–Katniss sendo Katniss, nunca conseguindo ficar parada... -comenta Haymitch recebendo em seguida um olhar fulminante dela.

–Katniss, é sempre bom descansar e não fazer muito esforço. -comenta Annie e Katniss assente.

–Mas agora -diz se virando para mim -Tenho Annie, Effie e Haymitch aqui. Você pode para a padaria se quiser.
–Bom, tudo bem. Vou resolver algumas coisas pendentes de lá, não demoro. -beijo-a e me despeço de todos. Pego minha jaqueta e vou até a porta com Thor no meu encalço. Estou quase saindo quando percebo outra coisa em minha perna.

–Tio Peetaaaaaa! Não vai embola! -é John quem me chama me arrancando um sorriso.

–Eu já volto, garotão.

–Deixa eu ir? -pergunta com os olhos verdes pidões.

–Annie?

–Claro, pode leva-lo se não for te atrapalhar. -ela sorri. -Comporte-se filho!

Carrego John em meu pescoço novamente, simulando um cavalo, e sigo caminho até a padaria.

–--

–Olha quem apareceu! -brinca Rosy.

–Sentiram saudades? -provoco em resposta.

–Hum... Magina... -agora é Henry quem diz. -E quem é o garotão? -pergunta sorrindo.

–John, filho da Annie.

–Ahhh bom. -Tony aparece na porta de passagem para a cozinha. -Achei que já era o seu. -brinca.

–No caso vai ser a minha.

–É uma menina? -Rosy parece encantada. -Que coisa fofa!

–Sim! Descobrimos hoje de manhã no exame...

–Se é uma menina Peeta vai ter cuidado redobrado, eu aposto! -brinca Kara, minha funcionária que trabalha como caixa e que também acabou virando minha amiga, assim como de todos.

–Você é a segunda pessoa que me diz isso hoje...

Vou até a geladeira de guloseimas que ficam expostas aos clientes, pego um cupcake e entrego para John. Seus olhos brilham ao ver a cobertura azul com confetes coloridos do pequeno bolinho que lhe entrego.

Obigado tio Peeta. -diz ele com um sorriso.

–Bom, vamos ao trabalho pessoal!

Desde os mais novos até aos mais antigos sorriem assim como os clientes. Levo John para a cozinha comigo e começo com os pães de queijo com os pensamentos pairando sobre minha cabeça. Ver Annie aqui, estável e aparentemente feliz, traz-me uma felicidade tanto por ela como por todos. Se a comparasse com a garota assustada e fora de si, que sofreu ao meu lado na Capital, perdeu o marido na Revolução, descobriu que estava grávida e criou seu filho praticamente sozinha, ninguém diria que são a mesma pessoa. Annie sofreu, passou por muitas dificuldades das piores maneiras possíveis, e agora está aqui, nos visitando, bem. Não só de humor e psicológico mas também de aparência, pois isso também foi danificado. É perceptível que ninguém sai de uma situação dessas sem cicatrizes, tanto literalmente quanto psicológicas, mas sempre é possível superar parte das coisas de algum modo.

Katniss, por exemplo, me mostrou ser um grande exemplo disso. Não considerava de modo algum a possibilidade de ter seus filhos, construir uma família, mas se descobriu grávida. Passa por dificuldades praticamente todos os dias. Tem seus enjoos, dores e estresses hormonais, mas sempre está estavelmente feliz, rindo e sorrindo bastante como fez hoje, aproveitando mais, principalmente essa fase. É uma experiência nova tanto para ela quanto para mim, mas é uma experiência muito boa. Seu medo de que algo ruim possa acontecer não sumiu, e acho que nunca sumirá, mesmo não tendo mais ameaças, mas isso é um dos motivos dos quais justificam por que ela vai ser uma ótima mãe. Seu instinto protetor e cuidadoso com as pessoas que ama a define.

Hoje, o dia foi completamente exemplar de que a felicidade pode ser alcançada. De que tudo o que aconteceu possa ter valido a pena para estarmos vivendo o agora. De que vale a pena ter esperança e lutar pelas coisas justas. De que vale a pena querer ser feliz.


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Notas finais do capítulo

Sobre o capítulo: Não tem como tirar a melosidade pessoal, estamos tratando de uma criança c: . Peeta vai ser um Papai coruja hahaha.
Quero agradecer muito, muito mesmo, a todas as minhas leitoras (leitor se no caso tiver algum) por sempre comentarem nos capítulos! Gabi, Thatah Everllark, Lissa Broedel, Estrela Everdeen, Mockingjay, Nadi Monteiro, Sugar Cube, Camilla Morgenstern, patipavao, Sweet Potterhead, Luna Petrova... Sempre vejo vocês comentando e amo muito todo esse incentivo! Muito obrigada a vocês e a todas que comentam, me desculpem se esqueci de alguém.
Aos fantasminhas: APAREÇAM! Tenho mais de 110 leitores e quero ver todos comentando... Sem medo, pessoal! Não custa vocês deixarem suas opiniões. Poxa, por favor :c
Avisando: quinta-feira começa minha trágica semana de provas então já sabem... Juro que vou tentar não atrasar, até porque já sei as ideias do próximo capítulo, mas a semana está complicada... Também tem minha festa junina, tals.
Enfim: Espero que o capítulo esteja à altura das minhas lindas e espetaculares leitoras. Comentem, favoritem, acompanhem e RECOMENDEM! Estou com saudade das recomendações :c não mereço gente? Façam uma escritora mais feliz!
Beijão :* té logo.