Royals escrita por Brave
Ele a ignorou por uma semana novamente. Nada mais poderia tê-la deixado mais irritada. Entretanto, na manhã do sábado seguinte havia dez lugares vagos na mesa do café da manhã. As Selecionadas trocaram olhares assustados, especialmente porque a família real inteira estava agindo estranho nos últimos dias. A rainha, com uma feição abatida e assustada, anunciou que na semana seguinte as famílias das que restaram estavam convidadas para passar o dia no Palácio. Valentina tentou encontrar o olhar de Zachary, mas ele não tirava os olhos do prato. As jovens foram dispensadas mais cedo e, como sempre, foram ao Salão das Mulheres.
O assunto era tentar desvendar porque as eliminadas haviam sido eliminadas. Não chegaram a nenhuma conclusão, já que as que pareciam mais próximas do príncipe foram as mandadas embora. Estavam todas ansiosas para a segunda feira, quando chegariam as revistas, com todos os detalhes e opiniões do ocorrido. Entretanto, o foco logo se tornou outro quando Rainha e filha entraram no Salão, e muito dispostas a conversar. Assim que conseguiu uma brecha da mãe, Aurora puxou Valentina num canto e tentou conversar normal.
– Eu espero muito que seu plano funcione - Suspirou tentando disfarçar o nervosismo.
– Meus planos sempre dão certo. - Retrucou ofendida.
– E aquela vez que você tentou ganhar a competição de-
– Aquilo era errado, claro que não ia dar certo.
– Tudo o que você faz é errado.
– Querida, quer ajuda ou não?
– Não tenho escolhas... - Deu os ombros, um pouco mais cabisbaixa.
Aurora se afastou logo em seguida, voltando para junto da mãe. A Rainha conversou um pouco com cada garota, mas vez ou outra olhava para Valentina com uma expressão especial.
– Você é a cara da sua mãe. - A mais velha disse sorrindo assim que teve uma chance. - Fomos amigas, sabia?
– Ela deve ter comentado. - Valentina forçou um sorriso, cada vez mais curiosa com a estadia de sua mãe no Palácio.
– Imagino que não. Fiquei sabendo sobre o seu pai, meus pêsames. Não cheguei a conhecê-lo, mas estou certa de que era um homem maravilhoso.
Valentina sentiu todo alimento ingerido naquele dia voltar.
– Sim, era.
Kriss percebeu o desconforto da garota e se afastou, com um ultimo sorriso. Entretanto, ela já havia plantado a semente da dor em Valentina. As omissões de sua mãe, a saudade de seu pai, as dúvidas sobre o relacionamento deles, tudo a deixava tonta. Um nó se formou em sua garganta e achou melhor sair para tomar um ar. Localizou-se rapidamente e tentou manter a pose, andando com pressa em direção ao jardim principal. Assim que sentiu a lufada de ar no rosto, a primeira lágrima caiu. Junto a ela, os joelhos fraquejaram e cederam. E outra lágrima se uniu a ele.
Não soube dizer quantas lágrimas ou quanto tempo ficara ali na grama. Mal sabia dizer qual o motivo. Estava angustiada, entupida. Além de todos os pensamentos sobre o passado que resolveram assombrá-la desde que chegara ao Palácio, ainda tinha os problemas do irmão, saudade e ódio de Zachary, que mesmo na situação que se encontrava, dava um jeito que humilhá-la, deixá-la em segundo plano.
Voltou à realidade apenas ao ouvir a voz máscula chamando-a. Ou chamando por sua mãe.
– Querida? Méri? - O dono da voz se ajoelhou ao seu lado e chegou a tocar seus cabelos por uma fração de segundo.
Entretanto, Valentina já havia se levantado num salto, assustada com o recém-chegado. Ao perceber o que acontecera, os olhos do Rei brilharam e reconhecimento e por um momento, sua expressão foi dolorida. Não durou muito, logo ele já exibia sua carranca habitual e se levantava, recuperado do devaneio.
– Perdão. - Limpou a garganta. - Devo tê-la confundido.
– Com a minha mãe. - A garota completou.
– Escute aqui, menina. Não sei o que ouviu sobre mim e realmente não me importo, mas se fizer qualquer gracinha que prejudique ao Reino ou ao meu filho, exílio será uma piada perto do que acontecerá a você. Não vou tolerar outra America neste Palácio. - O rosto de Maxon permanecia imóvel enquanto ele falava, mas sua boca deformava de maneira estranha a cada palavra, como se estivesse sendo torturado para falar tudo aqui.
– Acontece que o nome dela é Valentina. - Zachary apareceu atrás da silhueta do pai, com a mãe enlaçada no braço. - E como sou eu quem decide quem fica ou sai deste Palácio, sugiro que pare de gastar a sua saliva, pai.
– Maxon. - A mulher chamou num tom firme, soltando o filho e oferecendo o braço ao marido, que o aceitou relutante.
Zachary acompanhou os pais com o olhar até os mesmos sumirem de vista. E após isto, continuou encarando as portas do Palácio, sem saber o que falar. Valentina também estava atônita. Paralisada. As palavras do Rei ressoavam pela sua cabeça a atingindo de todas as maneiras possíveis.
– Ei. - O rapaz se virou para a amiga e acariciou seu rosto. - Não chore, docinho. Não é você, ele anda perturbado com tudo ultimamente. E com perturbado, eu quero dizer louco.
A ruiva se sentiu puxada de volta à realidade e limpou o rosto rapidamente.
– Não está chorando por causa dele, né? - Ele suspirou, a puxando para um abraço.
Valentina abriu a boca para respondeu, mas foi aí que fraquejou de novo. Entretanto, ela não precisou responder. Zachary entendeu o que ela sentia quando olhou em seus olhos.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ok, mereço este sentimento de ódio que aflora em seus pequenos e puros coraçõezinhos. Sou um monstro, eu sei. Fui reler a história, os reviews e não entendi o porquê do meu bloqueio criativo. Então, quando vi que vai sair um livro sobre a filha da Meri (A Herdeira), caí na real. E aí está.
(Vou tentar postar ou sexta ou segunda de novo).
Beijo, mamãe ama vocês.