Don't Hug Me, I'm Scared escrita por Creepy Girl


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oooi, meus amores. ♥
Eu sei que eu sumi, fiquei um tempão sem postar e tudo mais.
Mas agora eu voltei de verdade com a fic, vou continuar com ela até o fim. UAHSUHASHEAE'
Desculpem por ter sumido e pelo capítulo 5 não ter ficado tão bom assim. ):
Prometo caprichar mais no próximo.
Beijinhos. ♥

PS: Coloquei nesse capítulo um trecho de uma música muito linda, sugiro que vocês ouçam ela antes ou depois de ler.
https://www.youtube.com/watch?v=YW4-V0xQkTg



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Cerca de 10 horas depois

Alan estava comemorando por finalmente chegarem a uma cidadezinha qualquer. Estiveram andando durante todo o dia, como se fosse algo divertido e normal de se fazer. Deixaram suas coisas em um hotel que ficava numa rua extremamente silenciosa e se separaram para conhecer a cidade. Derek havia dito que faria uma reserva em um dos melhores restaurantes da cidade para o jantar. O lugar possuía todo o seu chão feito de pedras grandes e lisas, além do fato de que não havia carro nenhum ali. As ruas estavam cheias de famílias e grupos de adolescentes que andavam de um lado para o outro, sem saber para onde ir. Haviam postes pretos e baixos, que iluminavam o lugar com uma luz fraca e alaranjada. As lojas, restaurantes e bares possuíam placas de neon em suas entradas, como se disputassem a atenção dos visitantes. Alan teria gostado daquele lugar, se não estivesse morto de vontade de fumar alguma coisa, havia passado 10 horas grudado em Alícia, estava farto da voz fina e irritante da loira. Se afastou um pouco mais do hotel até chegar em uma fonte com uma estátua de Querubim. O pequeno anjo segurava um jarro de onde saía uma água cristalina. Ao olhar dentro da fonte, percebeu que haviam ali várias moedas. ‘’Que coisa mais boba...’’ – Pensou. As pessoas realmente iam até a fonte e jogavam seu dinheiro no lixo. Olhou para o céu, que agora estava repleto de estrelas e acendeu seu cigarro. Aquele cigarro de palha que estava entre seus lábios já não o acalmava mais como antes. Fechou os olhos e desejou estar em casa, junto com sua tia. Então lembrou-se de sua morte e durante um tempo teve vontade de chorar, até que uma música irrompeu em algum ponto do outro lado da fonte.

‘’Eu devia sorrir mais

Abraçar meus pais

Viajar o mundo e socializar

Nunca reclamar

Só agradecer

Tudo o que vier eu fiz por merecer’’

Se viu então chorando. Deu uma tragada longa no seu cigarro, enquanto tentava se livrar de todo o sofrimento que havia guardado desde a tal notícia. Sentia a falta de sua tia, sentia a falta de seus pais que nem sequer se lembrava mais dos rostos. Sentia falta de ter uma vida. As lágrimas quentes escorriam pelos cantos de seu rosto, enquanto ele evitava tirar os olhos das estrelas acima de si. Respirou fundo e voltou sua atenção novamente para a letra da música que uma voz tão encantadora cantava. Se levantou e atirou o cigarro no chão, pisoteando-o. Atravessou a fonte e voltou sua visão para uma banda de rua que cantava ali ao lado, uma case de violão estava no chão recoberta por notas altas de dinheiro. O que mais chamou a atenção de Alan não foi a música, muito menos a quantidade altíssima de dinheiro que havia ali, e sim a aparência do cantor. Os olhos, que provavelmente estavam avermelhados fitavam o rosto do homem em sua frente, que o respondeu com um sorriso e uma piscada. Alan arregalou os olhos e enrubesceu, sem saber se o homem havia feito o gesto para si. Obteve como resposta do desconhecido um riso debochado e um sinal com a cabeça. Abriu um mínimo sorriso e andou em passos largos até o outro lado da praça, aonde se sentou e assistiu a banda até que a pequena multidão que se formara ali se dissipasse. Fitou a tela de seu celular, vendo as mensagens que Derek lhe enviara, questionando aonde estava. Respondera apenas com um ‘’estou bem, te vejo mais tarde’’. E voltou a desligar o aparelho. Se perguntou se seu rosto já estava normal, e então resolveu recostar sua cabeça para trás, fechando os olhos.

.

.

.

Alan abriu seus olhos e respirou fundo. Havia dormido numa praça? Céus, que horas eram? Olhou para o lado e viu que sentado ali estava o vocalista da tal banda, com sua guitarra repousada ao seu lado, como se fosse uma pessoa assentada. O garoto estava de olhos fechados e não movia um músculo sequer, se perguntou por um segundo se ele estava realmente vivo e levou uma das mãos até seu pulso. O cantor moveu-se rapidamente, abrindo seus olhos e erguendo-se num único movimento. Alan se assustou e se afastou até o outro lado do banco de madeira, olhando para o moreno assustado. O mesmo riu e estendeu sua mão para o mais novo, que o observou cauteloso.

– Oi... Meu nome é Christopher Will Kyle. É um pouco grande, eu sei. Você pode me chamar de Chris.

– Oi... hm... Eu sou o Alan.

Alan tocou a mão de Christopher com cuidado, embora o garoto a segurasse com força e a balançasse para cima e para baixo.

– É... você precisa de alguma coisa?

O garoto estava preocupado com Derek, que provavelmente estava louco de ódio numa hora daquelas. O tal de ‘’Chris’’ apenas se apresentou e ficou ali em silêncio, sem dizer nada.

– Eu vi você chorando e resolvi perguntar o motivo.

– Ah, eu não acho que isso seja da sua conta...

– Ah, eu não acho que você, um garotinho tão doce seja tão grosso assim.

Christopher piscou para Alan com um dos olhos, fazendo-o desviar o olhar para o chão e cruzar os braços.

– Só estou tentando conversar...

– Certo. Eu não estava chorando, só me sentei ali para pensar um pouco e...

– Sei, já entendi.

Os dois ficaram em silêncio durante alguns minutos que pareceram horas, até que Alan acendeu um cigarro e soprou a fumaça para cima.

– Você não tem cara de fumante, sabia?

– Garanto que você não foi o primeiro a dizer isso.

Alan então deu uma longa tragada e soltou toda a fumaça no rosto de Chris, que com uma careta, tirou o cigarro dos lábios do rapaz e colocou sobre os seus.

– Seria ruim se eu visse um garoto de menor fumando e não fizesse nada.

Alan piscou, incrédulo, por saber que alguém realmente achava que ele tinha menos de vinte e um anos. Olhou para as tatuagens que ficavam amostra e soltou um riso alto, enquanto cruzava os braços.

– E como, exatamente, você deduziu que eu era de menor?

– Um garoto mais velho não ficaria vermelho por eu apenas ter piscado ou sorrido para ele. A menos que ele fosse realmente muito virgem, o que não parece ser o seu caso.

Alan pensou no que dizer, mas preferiu ficar calado e soltar um riso de deboche, afim de não demonstrar que havia perdido todos os seus argumentos. Acendeu um novo cigarro e voltou seu olhar para Chris, reparando um pouco mais na aparência do rapaz. Viu que o mesmo agora havia dobrado sua blusa até o antebraço, exibindo uma tatuagem que mais parecia um samurai segundando uma bengala. Lembrou-se da última que havia feito e já queria fazer sua próxima, esse era um grande problema de se fazer tatuagens, você nunca está satisfeito. Levou a mão até o celular e viu que já passara das 23h e Derek havia mandado mais de 30 mensagens xingando-o por perder o jantar e sumir do nada. Não havia percebido o quanto estava com fome até ler a palavra ‘’jantar’’ no visor de sua tela. Se levantou com cuidado e murmurou em voz baixa.

– Eu preciso ir...

– Você não é daqui, né? Em qual hotel você está hospedado?

– Eu meio que não me lembro do nome... mas acho que vou comer algo antes de ir embora...

– Eu conheço um lugar ótimo, porque não vamos juntos?

Chris observava Alan com um sorriso, que acenou com a cabeça um pouco relutante. Havia conhecido um cara há menos de 30 minutos e agora estava indo com ele para um restaurante que não sabia onde era.

Ambos iam falando um pouco sobre si mesmos e Alan tragava seu cigarro lentamente. Descobriu que o pai de Chris que havia lhe ensinado tudo o que sabia sobre música, e que também não havia nascido naquela cidade, apenas estava de passagem por ali durante um tempo. E acredite se quiser, ele era artista de rua porque gostava daquilo, era formado em uma boa universidade, que Alan não se esforçou muito para guardar o nome. Ao chegar no tal restaurante, o mais novo se surpreendeu a notar que era uma espécie de Sushi bar, mas com mesas baixas e compridas. Ambos tiraram os tênis e se sentaram no chão em frente à uma das mesas. Christopher acabou por pedir o que ele gostava para Alan, que se envergonhou ao notar que não havia talheres ali, apenas um par de palitos longos de madeira para cada um. Chris, que apenas queria tentar se gentil com seu novo ‘amigo’ tentou ensinar-lhe o jeito certo, mas não conseguiu.

– Para um garoto de dezessete anos que fuma e tem tatuagens me surpreende você não saber comer usando palitinhos.

– Eu não tenho dezessete anos.

– Dezesseis?

Alan observou o homem ao seu lado fuzilando-o com o olhar, que apenas riu e levou uma espécie de bolinho doce até os lábios do garoto.

– Não seja tão grosseiro e irritado. Sabe, você ainda é bem novo, você devia...

– Sorrir mais? – Perguntou, com um sorriso melancólico nos lábios, se referindo à canção que ouvira Christopher cantar há algumas horas. O moreno pareceu um pouco confuso durante alguns segundos, e então apenas sorriu e continuou.

– Abraçar meus pais, viajar o mundo e socializar...

Alan riu daquela cena boba. Dois garotos crescidos sentados no chão de um sushi bar, sendo que um deles estava cantando de um jeito bobo e extremamente alto.

– Cale a boca, nós estamos no meio de um restaurante...

– Nunca reclamar, só agradecer... Tudo o que vier eu fiz por merecer...

– Sério, você tem muitos problemas.

– Eu sou uma pessoa feliz, só isso. – Chris se calara de repente ao notar que as pessoas do restaurante já voltavam a atenção para a música que cantava.

Um sino irrompeu no restaurante, anunciando que um novo cliente entrara ali. Apenas por curiosidade, Alan se virou, em tempo de ver Derek, Alícia e Layla entrarem pela porta.

CONTINUA~~


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado ao menos um pouquinho. :C
Fuiz~~

PS: Pra quem tiver curiosidades sobre como o Chris é:
https://scontent-b-mia.xx.fbcdn.net/hphotos-xap1/t1.0-9/1240455_650216891669460_367226441_n.jpg
Fiz ele baseado nesse carinha. Hihi C: