Quinn corria pelos corredores do hospital sem um destino certo, enquanto lagrimas escorriam pelo seu rosto.

Não conseguia acreditar que estava condenada a morte.

Sentou em um banco e respirou fundo.

Nem mesmo tinha deixado o medico terminar de falar antes de sair correndo. As palavras “sopro no coração”, “insuficiência mitral” e “doença cardíaca” a deixaram apavorada. A frase “menos de um ano de vida” foi a gota d’água.

Quinn sabia que seus pais a estavam procurando, e sabia também que Russel ouviria tudo o que o medico tinha a dizer. Mas ela não queria ouvir. Não queria saber.

Olhou em volta e deu um riso forçado.

– Você esta rindo de mim agora, não? – gritou – Isso se você existe! E, se existe, me diga, por que comigo? – ela limpou a lagrima silenciosa que escorreu por seu rosto, ainda encarando a imagem na pequena capela do hospital – Eu tinha uma vida planejada. Eu tinha um futuro! Por que tirar isso de mim? – as lagrimas voltaram com força, e ela caiu de joelho, escondendo o rosto entre as mãos – Por que só mais um ano?

– Deus escreve certo por linhas tortas. – ela ouviu uma voz atrás de si e virou assustada.

– Quem é você?

– Você tem um ano de vida? Aproveite ele.

– Como... Como você...

– Você acabou de falar. – o homem sorriu e sentou no ultimo banco da capela – Eu já vi vários tipos de casos aqui. E varias conseqüências. Às vezes, ate a pior doença pode ter cura. É só saber onde procurar.

Quinn viu o homem levantar e andar ate a porta, antes de virar e lhe disser, serio:

– Aproveite sua vida do jeito que você quer Quinn.

Antes que a garota percebesse que o homem sabia seu nome, ele já tinha saído da capela.

Quinn ficou ali por mais alguns minutos e saiu para procurar seus pais.

Não, ela não tinha percebido que o homem sabia seu nome, muito menos processado o que tinha acabado de acontecer.

– Quinn. – ela se sentiu sufocada pelo abraço dos pais – Vai ficar tudo bem.

– Vamos embora. – ela se afastou.

– Q...

– Agora não mãe.

Tudo o que se passava pela cabeça da loira era “se eu tenho um ano de vida, vou vivê-lo de verdade.”