O Primeiro Beijo de um Dementador escrita por Laah Vida


Capítulo 1
O Primeiro Beijo de um Dementador


Notas iniciais do capítulo

Uma short pra vocês de como eu imagino o surgimento dos dementadores no mundo mágico ♡ Espero que gostem xxx



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Londres, Inglaterra. 1087 d.c.

– Está quase pronto. – ela disse olhando o caldeirão.

– Do que mais precisará? – ele perguntou.

– Penas e lagrimas de fênix. – ela lhe disse com seriedade.

– Penas e lagrimas de fênix? São quase impossíveis de se conseguir! – ele retrucou.

– Mas é o que falta. Com isso, até a morte poderá ser enganada.

– Tem certeza que quer fazer isso? – perguntou ele tenso.

Ela o encarou com um olhar ameaçador.

– Sou a bruxa mais poderosa de toda a Inglaterra, e estou prestes a me tornar a bruxa mais poderosa e temida de todo o mundo. Sim eu quero fazer isso. Esta é a poção da reencarnação! E criei o feitiço da imortalidade! O que mais se pode querer? – Demétria berrou para Scar. Ela sabia que tinham que fazer silêncio. Esta era uma época perigosa para bruxos. A igreja os estava caçando, e lá estava ela, em um pequeno quarto de uma pensão, preparando o feitiço mais poderoso de todos os tempos.

– Mas isso não é certo. Nunca existiu alguém que inventou a poção da imortalidade, nem da reencarnação. Os três feitiços imperdoáveis não podem ter uma contrafeitiço! Você não sabe o que pode acontecer! O feitiço pode não funcionar, minha dama.

– Você é um tolo, Scar... Seu irmão por outro lado...

Demétria sabia que havia tocado no ponto fraco de Scar. Seu irmão.

Seu irmão Zackary sempre fora o mais bonito e forte... E sempre fora o mais malvado. Isso era o que mais atraia Demétria. A maldade. Zackary sempre tivera maldade dentro de si. Mas ele não a libertava.

Que pena. Pensou Demétria. Terei de matar os dois irmãos.

– Meu irmão é um imprestável... Vou buscar as penas e as lagrimas de fênix. Estarei no beco diagonal se precisar.

Demétria sorriu para Scar que saiu da pequena sala da pensão.

– Ele já foi? – Perguntou Zackary, saindo do pequeno armário de guarda-pós.

– Já. – Disse Demétria com um olhar misterioso. Demétria sempre tivera esse olhar. Desde quando era criança, antes de saber que era uma bruxa, ela sempre carregara esse olhar consigo. Era sua marca. Não era hoje que iria deixar de tê-la.

Demétria arrumou seus longos cabelos negros e viu que Zackary a encarava.

– O que faremos agora, minha dama?

– Precisamos da varinha das varinhas, sem ela, o feitiço é inútil.

– Demétria, minha dama, tem certeza de que quer fazer isso? O ministério não pode receber sinais de magia por ora. Mas o que faremos quando o mesmo descobrir que estamos violando as leis?

Demétria encarou Zackary com seus olhos verdes. Zackary era alto e tinha cabelos negros de olhos azuis. Seu irmão Scar tinha cabelos loiros e olhos negros.

– Zackary, não confias em mim? – Perguntou Demétria, testando-o. Ela sabia que este era seu ponto fraco. Jamais o amou realmente. Nem ele nem ao seu irmão. Estes eram meros fantoches em seu pequeno teatro. Mas claro que ela tinha seu fantoche preferido. Zackary era o preferido.

– Sempre confiarei em você, minha Demétria, mas não sei se o que está fazendo é certo. – ele retirou sua varinha e apontou-a para Demétria. – Terei de matá-la minha dama. Mas a matarei por amor.

Demétria se assustou com isso, porem não se deixou levar por uma mera ameaça. Sempre fora ameaçada. E sempre matara seus ameaçadores. Hoje não seria diferente.

Demétria se aproximou de Zackary.

– Você tem duas opções: Me beije, ou me mate. O que vai ser Zackary? Ambos sabemos que você só é capaz de um...

Demétria empurrou Zackary para o chão, e foi para cima dele.

– Meu doce e inocente Zackary... – sussurrou ela em seu ouvido.

Ele se jogou em cima dela, apertou seu pescoço e fez algo que surpreendeu tanto a si mesmo quanto a ela.

Ele a beijou.

Não foi um beijo de paixão, foi um beijo frio cheio de ódio. Parecia que não havia mais felicidade no mundo. Mas não era Zackary que provocava esta sensação. Era Demétria. Ela sugava sua felicidade. Ela estava mudando. Zackary podia perceber isso. Demétria já não era mais a mesma garota inocente e pura que Zackary se apaixonou em sua infância. Essa nova Demétria carregava algo maquiavélico em si.

Ela não o ama. Dizia uma voz em sua mente. Nunca amou, você é apenas um fantoche inútil que ira morrer.

Demétria interrompeu o beijo e empurrou-o para a parede. Antes de Zackary se dar conta do que estava acontecendo, Demétria gritou para ele, apontando sua varinha.

Avada Kedavra!

Zackary só conseguiu ver um lampejo verde como um raio indo a sua direção sem poder escapar e ouviu também o rumorejo da morte se aproximando.

O corpo de Zackary caiu no chão fazendo um baque surdo.

Ela havia feito. Usara a ultima maldição imperdoável. O pior era que Demétria não sentia nenhum arrependimento ou tristeza. Sentia apenas uma sensação de desprezo por Zackary.

Scar entrou no quarto.

– Minha dama, achei as penas e as lagrimas de fênix. Foi difícil achar as lagrimas, mas no beco... – a voz de Scar ficou no ar. Ele encarava o corpo jazido de seu irmão ao chão.

– O que você fez? – ele perguntou com uma voz triste e baixa para Demétria.

– Eu o matei. – disse Demétria com naturalidade. – E é exatamente o que farei com você agora.

– Ele a amava. Eu a amava. E você nos usou esse tempo todo? – berrou Scar para Demétria com o coração partido.

– Sem nem piscar. – disse ela com desprezo. – Agora é a sua vez, Scar... Avada...

Demétria olhou para trás após ouvir a porta caindo. Scar ainda estava ao chão, mas também olhou para saber o que estava acontecendo.

Scar segurava o corpo de seu irmão no colo e lamentava.

– Fiquem parados! Policia de Londres! Vocês estão presos por praticar buxaria!

– Posso perguntar como apenas você e três guardas pretendem prender dois buxos que estão com suas varinhas?

– Do mesmo modo que você fez com meu irmão! – disse Scar se levantando e apontando sua varinha a Demétria. – Estupefaça! – ele berrou para a bruxa. O feitiço passando a centímetros dela.

Demétria cambaleou para trás, percebendo que o feitiço não a atingira mas que ainda assim fora suficiente para deixá-la atordoada e viu que os guardas se aproximavam para levá-la.

Sua varinha ainda estava em sua mão.

– Não vou deixar você escapar vivo dessa Scar! – apontou sua varinha para Scar e disse com ódio. – Avada Kedavra.

A ultima coisa que se lembra antes de ser levada foi ver o corpo de Scar caindo ao lado do corpo de seu irmão.

Os guardas conseguiram tirar a varinha de sua mão.

– Você está presa.

Demétria soltou um riso maquiavélico.

– E o que pretendem fazer comigo, posso saber?

– A senhorita será queimada em praça publica. O que é uma pena para alguém tão jovem e bela como você.

Demétria olhou o guarda com desprezo.

– Vão, queimem o meu corpo. Mas saibam que cada um de vocês irá morrer quando menos esperar. – ela encarou todos os guardas que a cercavam – Ainda existirá um lorde das trevas que irá levar medo e tristeza a todos. – disse Demétria para os guardas que a levavam para a carruagem.

– Vamos. Chega de falação. Você será queimada hoje à tarde na praça.

– Após o almoço?

– Por que quer saber?

– Porque se for após, vou querer fazer minha ultima refeição. – demétria olhou o segurança. Os outros três foram á frente, deixando apenas o que a capturou com ela.

Era um homem bem forte e jovem. Era loiro e possuía olhos azuis.

– Você não é um pouco jovem para ser um guarda? – ela perguntou á ele, o encarando.

– Sim, eu sou.

Demétria riu.

– O que vão fazer comigo e com a minha varinha?

– Após você ser queimada, penduraremos você no centro da praça e colocaremos sua varinha queimada ao seu lado. – o guarda a encarou esperando algum tipo de reação, mas quando Demétria nada fez, ele a perguntou. – Você não parece apreensiva com a sua morte.

– Porque não estou. Morrer só me deixará mais forte. Eu e a morte andamos de mão dadas.

Demétria disse isso como se fosse a coisa mais normal do mundo, porem o guarda estremeceu ao seu lado.

– Qual é seu nome?

– Jones. David Jones. E qual seria o seu, minha cara? Vou precisar saber seu nome para anunciá-lo á cidade quando fostes queimada.

–Demétria. Demétria Smith.

– Muita bem, senhorita Smith. Você será acusada de praticar buxaria e de assassinar dois homens.

– Que seja.

– Não se importa em ser morta?

– Não. A vida não presta mesmo. Sem falar que eu sei que vou voltar. E quando eu voltar, você será o primeiro que eu vou matar.

– Chega de falação, isso é um desperdiço do meu tempo. Discutir com uma bruxa.

Demétria apenas o encarou e disse com uma voz baixa e rouca.

– Cuidado com a lua cheia.

***

Demétria já estava amarrada á fogueira, pronta para ser queimada.

Jones segurava em uma mão a tocha que queimaria Demétria e uma folha, com as acusações em outra.

– Demétria Smith, você está sendo acusada de praticar bruxaria, e matar dois homens. Você nega tal acusação?

Jones estava lendo as acusações de Demétria de frente para toda a praça. Todos da cidade estavam ali para assistir Demétria sendo queimada. No entanto, o rosto de Demétria não transparecia preocupações, apenas mostrava a todos o desprezo de estar ali.

– Não, por que negaria? - ela disse com um leve sorriso nos lábios.

Jones ficou pasmo por um segundo com a naturalidade que aquela mulher dizia estas palavras. Ele nunca fora de acreditar em bruxarias, até aquele dia. Mas mesmo após tudo o que viu, ainda não se convencera de que aquelas coisas reais, para ele tudo não passava de um mero truque de ilusões.

Quando Jones viu o lampejo de luz verde saindo da varinha de Demétria, ele ainda não podia acreditar, mas o que ele não aceitava, era que dois homens precisaram morrer para que aquela bruxa fosse pega. Ela matou Scarlos Wicktimore e seu irmão Zackary Wicktimore.

– Como punição por tais atos, você será queimada em praça publica, e que isto sirva de lição a todos que queiram praticar bruxaria. As punições são de morte. Enforcamento ou queima de tal.

Todos da praça encaravam boquiabertos a reação da bruxa. Ela não gritava nem pedia perdão como os outros que queimados ali eram.

Demétria recusava-se a se entregar. Jamais se entregaria. Ela sabia que iria voltar.

Demétria lançou um ultimo olhar a Jones antes de se virar para toda a praça e dizer.

– Ouçam, todos vocês! Serei queimada hoje, com um manto negro sobre meu corpo. Mas saibam que o luar alimenta os fantasmas, pois á noite não se ouvem risadas, ouçam com temor as gritarias de crianças inocentes, quando fantasmas puxarem correntes. Posso morrer hoje, mas irei voltar. Cuidado com a lua cheia, ela pode me ajudar. Quando eu retornar o pânico vou espalhar, e a felicidade de cada um eu terei o prazer de sugar, deixando como rastro apenas um frio intenso, sem tranqüilidade e atormentador.

Soltando uma risada maquiavélica no final, Demétria permaneceu ali, escutando os cidadãos gritarem.

– Queimem a bruxa! – gritou um.

– Queimem-na! – outro gritou

Jones sentiu a maldade que transparecia em Demétria.

Ele se aproximou da fogueira, e tacou fogo.

– Morra. – ele disse asperosamente.

– Uau! Pensei que estávamos nos dando tão bem! – disse Demétria sarcasticamente.

– Queime nas profundezas do inferno.

– Vou queimar, mas não fique triste, logo eu volto e terei o prazer de fazer a você o dobro do mal que fez á mim.

Estas foram as ultimas palavras de Demétria, pois o manto negro caiu sobre sua cabeça, cobrindo todo seu corpo, como um capuz. O capuz da morte. E ali ela ficou. Imóvel. Sem fazer nenhum som até estar morta.

***

Jones não conseguia dormir. As palavras daquela bruxa ainda soavam em sua mente. Ela disse algo sobre lua cheia. Para se ter cuidado. Hoje era noite de lua cheia.

Ele estava frustrado. Precisava sair. Pegar um ar.

Resolveu sair de casa e dar um volta pela praça. Pegou seu casaco e saiu. O luar refletia seu olhar na luz da meia noite. Não se escutava nada na rua. Ela estava deserta, ninguém saia de casa durante á noite desde quando á um mês antes as palavras da bruxa Demétria soaram naquela praça. Seu corpo ainda estava lá, coberto pelo pano negro que nela jazia durante sua morte.

Por alguma razão ele riu. Era a coisa mais idiota de se temer. Qual era o problema dele? Com medo de um cadáver que estava apodrecendo em praça pública? Esse não era o Sr. Jones que toda Londres conhecia. Ele era conhecido justamente por não temer a nada, não importando o que quer que fosse e lá estava ele, no meio da praça com medo de um cadáver de uma bruxa morta. Ele nunca acreditara nessa coisa de bruxa, nunca, e não seria agora que iria acreditar.

Ele estava dando meia volta e escutou algo. Virou-se novamente e viu um vulto na escuridão, e viu um corvo negro. Era o maior corvo que já vira em toda sua vida. O corvo repousou-se sobre o corpo de Demétria. Jones apenas encarava aquela cena abismado. Resolveu que era hora de sair dali. Sentiu algo o encarando, como se a própria morte estivesse a espreita, esperando uma chance para levá-lo deste mundo ao outro.

Jones correu, correu como nunca correra em sua vida. Algo o estava seguindo, algo maquiavélico e ruim. Ele sentiu a temperatura do ar ficando cada vez mais baixa, como se o tempo em sua volta congelasse.

Ele parou, arfando, cansado de fugir e teve a coragem de olhar para trás e foi então que viu. Era um ser coberto por um manto negro, que o encarava de forma estranha. O ser flutuava, não mantinha os pés no chão, era como se nem os tivesse. Seu manto negro parecia ser feito pelas sombras. As sombras de um abismo sem fim. E então a criatura se aproximou dele e ele sentiu. Sentiu como se a felicidade que havia dentro dele não existisse mais, sentiu como e o mundo não fizesse mais sentido. Sua felicidade estava sendo sugada de seu corpo, assim como sua alma. E então antes de sua alma deixar seu corpo por completo, ele escutou uma risada baixa, rouca e familiar.

– Eu lhe disse que seria o primeiro Jones, mas não se preocupe, você não será o ultimo.

E então sua alma foi sugada de seu corpo por um ser tão mal que era feito só de trevas e que nunca haveria de mostrar nem se quer uma ponta de luz.

***

A cidade inteira não podia acreditar no que estavam vendo. No centro da praça onde o corpo de Demétria Smith deveria estar, estava o corpo do policial David Jones, com um bilhete cravado junto a uma estaca em seu coração.

Eu avisei que iria voltar. Vocês me subestimaram, mas agora temerão a mim. Jones foi o primeiro que matei, mas não será o ultimo. Todos aqueles que foram contra mim terão este mesmo fim. Fiquem atentos, pois o frio pode matar.

Houveram muitos murmúrios de medo na cidade. Todos temiam aos bruxos, para eles, os bruxos serviam as trevas e precisavam ser detidos, mas nem todo bruxo serve as trevas. Na verdade, a maior parte dos bruxos eram bons e se misturavam no meio de trouxas.

Em um beco escuro e deserto, Demétria observava as pessoas na praça abismadas com um sorriso cruel em seu rosto. Como as sombras estavam do seu lado, ela conseguia ganhar sua forma humana novamente, mas não conseguia sair á luz do sol assim, mas também as pessoas não poderiam ver sua forma real. Demétria estava lá, quieta, pensando em um nome para o ser que se tornara agora.

– Hum... Vejamos... Deixei Jones um pouco demente antes de sugar sua alma por inteiro então... Dementador. Isso! Nome perfeito esse. – disse ela contente consigo mesma.

Agora só precisava achar sua próxima vitima. Teria que ser alguém que a conhecesse e soubesse do que ela fosse capaz, mas não iria fazer a essa pessoa o mesmo que fez a Jones. Ela tinha outros planos em sua mente. Ela não queria ser a única a ser um Dementador. Queria outros. Como um exército. Mas claro, apenas ela conseguiria voltar á forma humana.

Estava na hora de ela fazer um feitiço, mas primeiro, precisaria esperar o cair da noite e por seu plano inicial em ação.

– Londres mal sabe o que a espera... – Disse ela, falando consigo mesma. – Uma nova era se inicia e nem Godrig Griffindor pode me empedir agora, pois hoje seres inacreditáveis nascerão das profundezas das trevas. Hoje os dementadores irão reinar.

E com um riso maquiavélico Demétria vestiu seu manto preto e se foi. Por onde passava tudo se congelava e a felicidade no mundo já parecia não existir.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? Mereço reviews, recomendações? Espero que sim haha' ♡



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