POV Donna

Pearson Specter está completamente vazia a não ser por mim e Harvey. Eu estava em minha mesa concentrada no computador. E é quando Harvey passa pelo corredor indo em direção a sua sala, mas para quando eu o chamo.

— Harvey, cadê todo mundo? — Pergunto mesmo já sabendo a resposta.

— Estão numa comemoração da empresa. — Responde Harvey.

— E por que você não está lá?

— Eu estou indo pra lá. Você não sabia da festa?

— Sabia.

— Então por que perguntou onde estavam todos?

Eu olho pra ele balançando os ombros.

— Você me confunde, sabia?

— Achei que ninguém podia fazer isso. — Digo enquanto arrumo alguns papéis de minha mesa.

— Só você.

Ele entra em sua sala e eu o sigo.

— Você não vai à festa? — Pergunta Harvey olhando a vista lá fora.

— Não estou muito no espírito de comemoração hoje. — Digo e caminho até ficar ao lado dele. Olhando pelo vidro, pra rua.

— Só ir pra beber já não basta? — Diz Harvey me olhando de soslaio.

— Agora você está falando como um verdadeiro bêbado. — Digo rindo.

— Quer saber? Se você não vai, eu também não vou. — Diz ele e senta em sua cadeira olhando pra mim. — Vou ficar aqui com você.

— E o que te faz pensar que eu vou ficar aqui?

— Talvez porque você ainda está aqui. E você também não negaria o prazer da minha companhia.

— Oh, uau. Estou indo. — Digo indo em direção a porta. “Sempre se achando, típico Harvey.” Penso. Escuto a cadeira que ele estava fazer barulho e instantes depois sinto sua mão em meu ombro. Eu me viro.

— E eu não quero ficar sem o prazer da sua companhia. — Diz ele sorrindo. Eu sorrio também.

— Espere aqui. — Digo e saio da sala. Vou até a minha mesa. Abro um “mini armário” que ficava debaixo dela e pego uma garrafa de vinho e dois copos, que estavam ali escondidos a um bom tempo. Eu volto pra sala.

Harvey pega a garrafa e enche os copos, nós brindamos e bebemos enquanto conversamos.

— Não precisa ir a uma festa pra beber. Está aqui bebendo e com uma companhia mais agradável que muitas pessoas. — Digo e esvazio meu copo. Harvey faz o mesmo e os enche novamente e dessa vez bebemos tudo de uma vez só.

— Essa empresa tão grande e agora tão vazia. — Diz Harvey se aproximando de mim. Eu desvio dele caminhando na direção oposta e me encosto na parede.

— O que você quer dizer com isso? — Pergunto observando a rua.

— Nada.

Eu volto a prestar atenção nele. Ele enchia seu copo mais uma vez e vinha em minha direção. Dessa vez continuei parada. E ele parou de frente pra mim.

— Você é a melhor... — Ele para pensando.

— A melhor pessoa que você já conheceu? E por melhor você quer dizer genial? Sim, eu sou. — Digo sorrindo.

Ele abre a boca pra falar, mas antes que possa um barulho do lado de fora da sala chama a nossa atenção, fazendo Harvey levar um susto e acabar derrubando vinho em minha blusa. O que nos faz parar de pensar o que podia ser aquele barulho.

— Olha o que você fez! — Digo o empurrando pra frente e rindo. Claramente já estava um pouco alterada por causa da bebida.

— Desculpa. — Diz ele rindo. — Eu posso endireitar isso. — Diz ele pegando um lenço de seu bolso e passando sobre a mancha.

— Você realmente vai continuar passando a mão aí? — Pergunto rindo. O vinho tinha sujado a blusa na parte um pouco acima do meu seio. E a mão de Harvey estava... — Para. — Digo rindo puxando o lenço da mão dele. E foi aí que reparei que ele não tirava os olhos do meu rosto nem por um segundo. Parecia examinar cada traço da minha face. — Não precisa limpar ta tudo bem.

— Você sabia que você é linda? — Diz Harvey sorrindo e faz um carinho no meu rosto. Sorrio de volta sem falar nada.

Meu coração acelera quando sinto Harvey chegar mais perto de mim. Ele me pega pela nuca me puxando pra um beijo. Um beijo doce e profundo. Uma sensação indescritível. Passo minhas mãos por suas costas a acariciando. Ele me empurra contra parede, me beijando vorazmente. Meu corpo pedia por algo a mais. Harvey passa a mão na minha perna, e eu sinto um arrepio subir por meu corpo, mas esse clima acaba assim que escutamos uma voz ao lado de fora, que faz a gente se separar abruptamente. Indo cada um pra um canto da sala.

— Tem alguém aí? — Era a voz de Mike lá fora. Ele chega a sala.

— O que está fazendo aqui? — Pergunta Harvey claramente impaciente.

— Você pediu pra eu te encontrar aqui. Disse que queria que eu levasse alguns arquivos pra casa. — Diz Mike olhando de mim pra Harvey até a garrafa de vinho na mesa.

— Droga. Tinha esquecido. — Diz Harvey.

— Hora errada? — Pergunta Mike se referindo a mim e Harvey ali sozinhos.

— Não, não. — Disfarço saindo da sala. — Eu já vou. — Digo e pego minha bolsa. Olho rapidamente pra Harvey, ele também me olha. Um momento perdido. Algo que nunca acontecerá de novo. Mas uma lembrança que nunca será esquecida, nem por mim, nem por ele. Penso enquanto caminho até o elevador e vou embora dali.