Zumbilândia - Matar ou Morrer. escrita por The Huntress


Capítulo 9
Salvando os pais de Kate e mais três sobreviventes.


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, nono capítulo >.< boa leitura :3



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–Ei! Acorda Kimberly!

A voz de Justin me despertou. Abri os olhos devagar e encarei seus olhos castanhos.

–O que você ta fazendo aqui? – minha voz de sono me deixou com raiva.

–A gente vai atrás dos pais da Kate, lembra?

–Cala a boca, ela vai ouvir! – falei e levantei rapidamente e acabei batendo minha cabeça no beliche de cima. – Ai caralho!!!

–Ei. – Justin riu. – Ela já acordou faz tempo.

–Que bom. Seu idiota! Por que não me falou antes? – falei.

Eu olhei pra ele que estava me olhando com um sorriso nos lábios.

–Preciso tomar banho. – falei. – Sai do quarto!

–Hã... Te espero lá embaixo. – ele disse e saiu do quarto.

Respirei fundo e levantei do beliche. Caminhei até o banheiro, tomei um banho rápido e me vesti. Sai do quarto e escorreguei pelo corrimão da escada, fui até a cozinha e peguei uma maçã.

–Pronta? – ouvi a voz de Justin.

Olhei para ele e ele vestia uma calça jeans, uma blusa gola V cinza, uma jaqueta de couro preta e coturnos.

–Vamos! – falei. – Cadê as pessoas dessa casa?

–Kate e Lucy já acordaram e estão arrumando meus irmãos. – Justin disse.

–Vamos logo, antes que alguém venha impedir!

Eu e Justin saímos de casa e fomos na direção do carro de John que estava na garagem, eu entrei no banco do motorista e Justin ficou no banco do passageiro. O primeiro lugar onde fomos foi na casa de Kate, reviramos tudo, mas não achamos os pais dela. Eu fiquei um pouco triste porque tinha esperança de poder fazer as pazes com minha melhor amiga.

–Morreram. – concluí. – Vamos embora, Justin!

–Ei gatinha. – ele me chamou da cozinha.

Já disse que odeio quando ele me chama de “gatinha”. Eu não tinha dado intimidade pra ele! E nunca vou dar.

–Que é? – perguntei chegando onde Justin estava.

–Olha isso aqui. É um bilhete!

–Bilhete? O que tá escrito?

–“Filha, eu e seu pai fomos ao casamento da Lúcia.

Como sou madrinha, tive que ficar na casa dela uns dias,

Para ajudar, sabe como é né?

Assim que você chegar em casa e lê esse bilhete,

Vá até a geladeira que tem comida.

Não vamos demorar. Amamos você.”

Justin leu todo o bilhete e grudou de volta na geladeira.

–Esse bilhete deve ter sido escrito no dia que todo esse caos começou! Se eles saíram, com certeza trancaram a porta... Como você abriu o portão? – olhei para Justin com os olhos semicerrados.

–Eu... Hã... Eu arrombei. – ele disse.

–Você arrombou o portão? – perguntei.

–Pois é, foi o único jeito.

Revirei os olhos e sai da casa. Assim que coloquei o pé para fora de casa, paralisei. Estava vindo até a casa dos pais da Kate uma horda de zumbis, uns vinte e cinco no máximo.

–Justin. – chamei.

–Oi. – ele parou subitamente quando viu a mesma coisa que tinha visto. – O que vamos fazer?

–Eu trouxe apenas uma faca... Trouxe alguma coisa pra se defender?

–Sim, mas... – eu o interrompi.

–Mas o que Justin?

–Deixei minha metralhadora no carro.

–O QUE? E COMO VOCÊ ARROMBOU O PORTÃO?

–Estava sem cadeado, então apenas forcei o portão e ele abriu.

–Seu idiota! Vai até o carro, pega sua arma que eu te dou cobertura!

Justin assentiu e fomos em direção do carro. Eu consegui matar uns dez zumbis até chegar no carro, o resto Justin matou com sua metralhadora. Nós entramos no carro e Justin deu partida logo que vimos alguns zumbis chegando.

–Um dia, vou roubar essa belezinha de você. – falei e apontei para a metralhadora M4 que estava no banco de trás.

–Quando esse dia chegar, eu, provavelmente, estarei morto. – ele disse e deu um sorriso de lado. – Pra onde vamos agora?

–Até esse maldito casamento. – respondi.

–Sabe onde fica?

–Dirige e confia em mim, Justin.

–Você quem manda, gatinha.

Gatinha? De novo? Mas que merda esse garoto ta pensando? Me aconcheguei no banco do passageiro e ia dizendo a direção da casa da tal Lúcia, meia hora depois nós conseguimos chegar lá. Era uma mansão e estava toda enfeitada com coisas de casamento. Eca. Pra um casamento estava tudo muito calmo e desanimado. Mas se o casamento tinha sido, provavelmente, hoje, quer dizer que os zumbis ainda não tinham atacado naquela parte da cidade? Que estranho. Justin estacionou em um lugar que pudéssemos ter uma fácil fuga caso a porra ficasse séria. Nós caminhamos até o interior da casa e avistamos o porquê de estar tudo “calmo”. Metade dos convidados da festa haviam virado zumbis e a outra metade estava servindo de café da manhã pra eles.

–O que nós vamos fazer? – sussurrei para Justin.

–Não podemos chamar a atenção. – ele sussurrou de volta. – Vamos para o andar de cima da casa.

Nós subimos as escadas e fomos arrombando as portas. Até que chegamos em uma sala de artes marciais, pendurada na parede estava a coisa mais perfeita que eu já vi na minha vida.

–Aquilo é uma... Katana? – perguntei e corri para dentro da sala.

Eu peguei a katana e fiquei admirando ela enquanto fazia movimentos de golpes com a mesma.

–Não acredito que eles têm uma dessas! Que irado! - falei animada.

–Merda Kimberly! – Justin disse.

–Que foi?

–Você atraiu um bando de zumbis pra cá com seus gritos, sua imbecil!

–Imbecil é a sua avó. – falei e passei por Justin correndo. – Eu distraio eles e você procura sobreviventes.

Justin assentiu.

–AQUI SEUS FILHOS DA PUTA! VENHAM ME COMER! DUPLO SENTIDO DO CARALHO! – falei e corri na direção oposta a de Justin.

Justin

Eu já disse que odeio a Kimberly hoje? Não? Pois então lá vai: Eu a odeio! Por causa da porra de uma katana ela ferrou nossas vidas. Qual é o problema dessa garota? Ela não consegue ficar normal igual qualquer pessoa em um apocalipse zumbi?

Por mais raiva que eu estivesse daquela mimada, eu fiz o que ela disse. Corri para um lado e os zumbis seguiram Kimberly, espero que ela não morra. Não que eu me importe, é claro.

Eu procurei por algumas salas, quartos e banheiros, mas não achei ninguém. Estava indo na direção de onde Kimberly, provavelmente, estaria, mas fui parado no meio do caminho. Por uma criança. Uma garotinha de cabelos loiros, usando vestido e que ansiava arduamente pela minha preciosa carne. Que gay, Justin!

Eu lembrei da minha irmã, Jasmine. A garotinha zumbi parada na minha frente parecia ser um pouco mais nova que Jasmine, devia ter quatro ou cinco anos. Eu fiquei imóvel, como poderia matar uma menininha que poderia ser minha irmã?

Enquanto ela me olhava com raiva e rosnava, ouvi o barulho de tiro. Logo a pequenina caiu no chão e eu pude ver uma mulher segurando uma arma calibre 38, ela tremia, estava com os olhos arregalados e usava um vestido de noiva.

–Oi, você tá bem? – falei tentando acalma-la.

–Não chegue perto de mim. – ela disse e apontou a arma pra mim.

Um cara apareceu atrás da mulher e colocou as mãos em seu ombro, acho que era o marido, logo atrás do cara um garoto que aparentava ter uns dezessete anos apareceu também.

–Calma, eu não vim machucar. Eu tenho uma amiga aqui comigo e nós viemos buscar os pais da Kate Hale, por acaso eles estão com você?

–Minha filha? – uma mulher saiu correndo de trás da moça de vestido de noiva junto com um homem. – Ela está bem?

–Vocês são os pais da Kate? – perguntei.

Eles assentiram. Pude perceber que estavam tão assustados quanto à suposta noiva.

–A filha de vocês está bem e em segurança. Posso levá-los até ela.

–Ei seu gay! - olhei pra trás e vi que Kimberly falava comigo. - Me avise quando for pra um lugar quase impossível de achar! – a voz de Kimberly ecoou pelo corredor.

Percebi que estava no terceiro andar, ah qual é? Nem era tão difícil de achar.

–Kimberly? – o pai de Kate sorriu e logo depois a mãe também. – Que bom que está viva!

–Oi Sr. e Sra. Hale. – Kimberly disse com um meio sorriso. – Justin, nós temos que ir!

Kimberly virou de costas e caminhou até as escadas, os pais de Kate a seguiram e eu fiquei olhando para o casal que me olhavam com uma cara assustada.

–Kimberly. – falei.

Ela se virou pra mim.

–Não podemos deixá-los aqui! – apontei pro casal.

–Por quê? Eles são ricos! Devem ter milhões de carros, podem se virar sozinhos. – ela disse e voltou a caminhar.

–Eles estão assustados! E provavelmente não tem nenhuma experiência com zumbis.

–Foda-se. – ela disse simplesmente.

–Qual é seu problema, garota? – eu praticamente gritei e isso fez com que ela voltasse a me olhar. – Eles são sobreviventes como nós!

–Olha aqui, eu vim aqui pra salvar duas pessoas, que no caso já estão bem aqui comigo. Então, se você quiser dar uma de super-herói e sair salvando todo mundo que não for zumbi, é melhor que você ache outro carro e outra casa pra morar!

–Você não tem coração? Eles podiam ser da sua família!

–Mas não são. Então vamos embora Justin!

–Só vou se eles dois forem. – cruzei os braços.

–Ótimo, então fique e morra com eles.

Ela voltou a caminhar até as escadas. Eu não estava acreditando que ela estava fazendo aquilo! Por que ela tinha que ser assim?

–Nós não vamos dar trabalho. Por favor, nos ajude, estamos desesperados! – o homem disse. – Nosso filho é ótimo com computadores, quase um nerd, – o menino lançou um olhar mortal pro pai. – e pode servir pra algo algum dia, quem sabe.

Kimberly parou novamente de andar e suspirou.

–Se vocês derem um piu durante a viagem, corto suas cabeças. – Kimberly disse.

Sorri triunfante.

Os noivos e o filho deles caminharam até as escadas e eu fui atrás deles, só para garantir a segurança. Kimbely ia à frente de todos nós e os pais de Kate iam atrás dela, estávamos em uma fila indiana. Assim que chegamos a varanda mais zumbis brotaram de só Deus sabe da onde e vieram caminhando lentamente até a casa.

–Pensei que tivesse matado todos. – falei para Kimberly.

–E matei, sabe Deus da onde esses daí vieram. – ela disse.

–São nossos vizinhos. – a noiva disse e se escondeu atrás do marido.

Kimberly suspirou.

Kimberly

–É o seguinte negada. Eu e Justin já enfrentamos várias daquelas coisas... Não é fácil, mas também não é como matar um chefão de final de vídeo game. – falei. – Vão se esconder em qualquer lugar que eles demorem para achar vocês, vou procurar alguns equipamentos que podemos precisar e depois vou explicar a formação que vamos usar para sair lá fora.

–E você vai sozinha? Ainda podem ter zumbis aqui pela casa. – a Sra. Hale disse.

–É só pegar minha katana e ir cortando a cabeça deles... – falei em um tom de ironia.

–Você fala como se fosse a coisa mais normal do mundo. – a noiva disse.

–No novo jogo do... – o filho dos noivos começou a falar, mas eu o interrompi.

–Cala a boca garoto! Sua experiência em games, não nos ajuda em nada nessa hora. – fui grossa, fazendo Justin se encolher no lugar, pois havia sido por culpa dele que deixei essa família desconhecida entrar pra equipe.

Fui até um local da casa que ficava pelo menos uns quinhentos metros de onde nós estávamos. “Merda de casa grande!” – pensei. O lugar onde fui parecia um santuário de coisas de futebol e baseball. Por sorte, não encontrei nenhum zumbi no caminho e trouxe comigo cinco tacos de baseball e uma corda. Agora eu teria que desenhar para eles entenderem a formação.

–x-

–Entendi porra nenhuma... – o filho do casal disse.

Revirei os olhos.

–A gente vai sair em fila indiana, segurando a corda. Em momento algum se deve soltá-la. A formação é: eu, o nerd, a Sra. Hale, o Sr. Hale, a noiva, o marido e Justin. Eu vou cuidar da frente, se vier qualquer zumbi, estouro ele ali mesmo, o nerd vai cuidar da esquerda junto com o pai e a Sra. Hale. A noiva e o Sr. Hale cuidam da direita. Mas vocês cinco não vão fazer merda nenhuma, apenas avisar a mim e ao Justin se está vindo zumbis desses cantos. E o Justin vai acabar com qualquer zumbi que vier por trás. Entenderam agora?

O nerd e o Justin fizeram que sim com a cabeça, mas o resto parecia vegetal...

–Que se dane... Vocês cinco não façam nada e olhem para os lados que a Kimberly designou. Entenderam agora? – Justin disse para os cinco.

–Ah! Agora entendi! – eles falaram juntos.

–Cara... Como será que tá o mundo lá fora? - o nerd perguntou

–Você não vai querer saber. – falei.

Todos nós estávamos prontos, apenas nos preparando e repassando o plano para chegarmos ao carro, sãos e salvos. Quando terminei a frase, eu que estava na frente da fila, chutei a porta de vidro da casa, pronta para o que viesse.

–x-

Era a visão do inferno. Tinha mais zumbis do que eu esperava. As ruas fediam carne podre e o que não faltava no chão era sangue. Os zumbis estavam piores do que os que eu já tinha visto, seus dentes estavam arrebentados, partes do corpo de fora, alguns estavam sem membros... Ainda que fossemos devagar e cautelosos, um desgraçado veio para cima de mim, sem hesitar cortei a cabeça dele com minha mais nova espada. O sangue esguichou em quem estava a minha esquerda, o nerd, no pai dele a Sra. Hale.

–Merda... Agora vou ter que trocar de roupa! – o nerd falou.

–Para de falar seu débil mental! – falei, o nerd me amostrou o dedo do meio e eu cortei a cabeça de uns zumbis que vinham na minha frente e o sangue espirrava todo em mim. Justin, estava lá atrás apenas cuidando para que nenhum zumbi viesse para cima dos inúteis do meio.

Em um momento, não aguentei e comecei a rir, após ter acertado uma criança zumbi, era um menininho, não tinha mais que seis anos. Usava uma bermuda e blusa branca, que estava meio encardida. Quando essa criança apareceu, todos nós paramos de caminhar, provavelmente não sabiam se eu teria coragem suficiente para fazer aquilo. Enquanto todos pararam para observar, eu continuei andando, fazendo a corda se esticar. Mas eu não apenas soquei sua cabeça com o taco de baseball que havia pegado da mão do nerd, depois eu peguei minha katana e enfiei na cabeça do zumbizinho. Após isso, abri um sorriso de mostrar os dentes...

–Algo afiado como arma, é a melhor coisa que existe. – falei isso enquanto minha mão ainda segurava a katana presa na cabeça da criança zumbi, que quanto mais se debatia, mais sangue escorria pelo seu rosto e por suas roupas. Eu não a soltaria enquanto não parasse de gemer e suspirar.

–Já chega Kimberly! Já matou ele! – Justin havia soltado a corda e saído da formação.

–Não sei por que estão assustados com tudo isso. Vai dizer que vocês nunca mataram alguém?! - eu finalmente havia tirado minha katana da cabeça. Estava morto, as roupas não estava completamente sujas de sangue, mas eu tinha apertado tanto, que o sangue coagulado na cabeça, escorreu pelos ouvidos, narizes e olhos da criatura que agora estava jogada no chão como um inútil resto de lixo.

Sem que o pessoal percebesse, eu havia limpado toda a rua em frente a casa, sozinha e com uma katana. Agora nós já estávamos dentro do carro e nos dirigíamos para casa, o único lugar seguro até a agora. Justin foi dirigindo.

–Ele era só uma criança, Kimberly! – Justin quebrou o silêncio que tinha se instalado dentro do carro.

–Você ainda ta pensando nisso? – falei sem tirar os olhos da estrada.

–Era só uma criança... – ele disse.

–Que queria comer seu cérebro! Para de frescura e presta atenção na estrada! – minha voz saiu com mais raiva do que eu pretendia.

–Você não tem coração, não? – o nerd perguntou.

–Sinceramente? – olhei para ele que estava no banco de trás. – Não, não tenho coração. Agora fica quieto, porque espero que lembre o que eu disse se você ou sua família dessem um piu.

Ele bufou e ficou com cara fechada.


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Notas finais do capítulo

Cara, adorei esse capítulo! *-* o que vocês acharam? Comentem cupcakes



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