Zumbilândia - Matar ou Morrer. escrita por The Huntress


Capítulo 38
Tulsa, Oklahoma.


Notas iniciais do capítulo

HEY, quero que me desculpem por ter demorado tanto para atualizar a fanfic :c estou em semana de provas e como está quase no fim do ano tenho que manter as notas boas, não é? huehue enfim, espero que me desculpem por isso. Boa leitura, cupcakes



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"Talvez, a verdadeira felicidade esteja nas coisas simples, como um abraço, um sorriso ou um beijo. Só precisamos ser humildes o bastante para encontrá-la."

Kimberly

Eu, Justin, Drake e Erika descemos do carro com um sorriso sombrio no rosto. Estávamos com saudades de toda a adrenalina e de toda a satisfação de ver cabeças rolando. Empunhei minha katana e meu grupo empunhou suas armas. De qualquer maneira, eu estava feliz, pois, finalmente, estava saindo tudo bem com o plano. Estávamos com o soro e já estávamos indo entrega-lo ao governo americano. Era bom saber que, pela primeira vez, as coisas estavam saindo como o planejado.

–Prontos? - perguntei, olhando para cada um dos meus amigos.

Eles assentiram, sorrindo. Os mortos-vivos estavam vindo cambaleantes na nossa direção. Meu coração estava batendo forte, mas era de uma forma boa. Nós já estávamos tão perto.

Fui a primeira a correr em direção aos zumbis, logo atrás de mim veio Justin, depois Erika e por último Drake. Minhas mãos estavam firmes no punho da katana e eu não errava nenhum golpe. Conseguia ver algumas tentativas de sorrisos que Justin tentava lançar para mim, mas era sempre interrompido por algum zumbi. Os barulhos dos tiros eram como música para os meus ouvidos e eu estava adorando aquilo.

Em meses minha vida tinha se transformado. Eu tinha me transformado. É impressionante como podemos mudar em tão pouco tempo. Talvez a morte dos meus pais, Justin, Dallas, Katie, Eleanor... Todos que conheci tenham contribuído para que eu mudasse, mas, talvez, eu mudei só porque quis, porque precisava mudar.

Matar os zumbis havia sido tão fácil quanto respirar. Acho que já havia virado uma profissional nisso. Meu grupo e eu voltamos para o carro, suados e ofegantes, mas eu pisei fundo no acelerador, não estava cansada. Estava excitada, esperançosa e estava feliz. Justin colocou uma mão em cima de uma das minhas que estava no volante do carro, olhei para ele e vi um sorriso se abrir nos seus lábios. Seus olhos carregavam um brilho contagiante e seu sorriso era acolhedor. Percebi o quanto era sortuda por ter Justin ao meu lado. Sem ele eu já teria desabado há muito tempo. Não é frescura, nem clichê, mas Justin era o que me mantinha firme todo esse tempo. E, claro, que eu nunca admitiria isso para ele.

–x-

Depois que atravessamos a fronteira México-Estados Unidos, a viagem não demorou tanto. Parei algumas vezes para que pudéssemos fazer nossas necessidades, pegar alguns medicamentos para Dallas e furtar algo para comermos. Erika não parou de tagarelar sobre o quanto ela queria que seu pai tivesse vindo conosco (ela até chorou por alguns minutos). Ela conseguiu me estressar durante metade da viagem até que ela, graças a Deus, dormiu.

Tive que parar em uma pousada para que pudéssemos descansar por algumas horas e colocar gasolina no carro. Deixei o carro com Drake e Erika e eu e Justin saímos para checarmos se não tinha nenhum morto-vivo por ali. Dentro da pousada tinha uma loja de conveniência e um enorme saguão. Continuamos andando silenciosamente e acabamos encontrando uns cinco zumbis, mas eram os únicos em toda a pousada - o que era estranho.

Alguns minutos depois Drake e Erika adentraram o saguão da pousada e nós seguimos rumo a cozinha. Estava morrendo de fome e Erika, com seus dons culinários, salvaria minha vida. Sentei em cima de um balcão e Justin ficou entre as minhas pernas. Posso dizer que aquela coisa toda de romantismo não colava comigo então apenas dei um empurrão em Justin e fiquei de pernas cruzadas. Justin riu e sentou-se ao meu lado.

–Você podia ser um pouco mais fofa comigo, sabia? - Justin disse, encarando-me.

Dei uma risada.

–Tá de sacanagem com a minha cara? - perguntei.

–Você devia dar valor em mim. Do jeito que as coisas estão, sou o único homem que pode aguentar você!

–Não tem problema, posso virar lésbica - dei de ombros. - Mato você e o Drake e fico com a Erika.

–Aham, e você iria trocar tudo isso aqui - Justin apontou para si mesmo. - para ficar com uma garota?

–Machista...

–...Que você ama.

Justin saiu da bancada no mesmo momento em que sai. Ele segurou minha cintura e colou nossos rosto. Estávamos tão próximos...

–Você é apenas meu objeto sexual. Não se iluda, Walker.

–Eu sei que o que você sente por mim vai bem mais além de apenas sexo, Mclean.

E então Justin selou nossos lábios, beijando-me de uma forma intensa e gentil. Nos afastamos quando o ar se tornou ausente. Maldito oxigênio. Erika nos chamou para que fossemos comer e caminhamos em direção da mesa que Drake ocupava com Erika. Estávamos em silêncio até Drake quebra-lo.

–Vocês já pararam para pensar se o soro falhar?

Por um momento ficamos todos encarando Drake. Mas ele tinha razão, não sabíamos se o soro surtiria efeito. De repente a sala onde estávamos ficou incrivelmente gelada e eu senti meu estômago revirar. Não conseguia imaginar o soro falhando depois de tudo o que fizemos para conseguir pegá-lo.

E então Dallas veio em minha mente. Estava agoniada para saber como meu irmão está. Estava rezando internamente para que o seu ferimento não fosse nada mais que algo superficial e que ele já estivesse se curando. Já estava me sentindo super arrependida de não ter ficado com ele em Tulsa.

–Kim, você está bem? - Justin apoiou sua mão em meu ombro.

–Só... Só estou pensando em Dallas.

–Ele está bem - Justin tentou ser confiante.

–Espero que sim - levantei-me da cadeira e ajeitei minha katana na bainha. - Acho que já podemos ir.

–Posso dirigir se você quiser, Kimberly - Erika disse.

–Certo - respondi, saindo da cozinha.

Estava sentada no banco traseiro do carro. Um sentimento ruim tomou conta de mim desde quando Drake mencionou a suposta falha do soro. Sem que eu percebesse estava chorando. Se o soro falhasse, tudo iria por água abaixo. Todas as promessas, esperanças... Tudo jogado no lixo. Essas são as piores coisas de se viver em meio ao apocalipse zumbi. Você até tentar ter esperanças, ficar feliz, mas em segundos tudo desmorona e você não sabe em que se agarrar, no que pensar ou no que esperar.

Uma das portas de trás do carro foi aberta e como eu estava encolhida em um canto, não me dei ao trabalho de olhar para ver quem era. Mas sabia que era Justin. Ele sempre aparecia quando eu mais precisava dele.

–Você não me parece nada bem - ele disse.

–É só o cansaço - respondi, olhando pela janela.

–Ninguém chora por cansaço, Kim.

Fiquei calada.

–Ei - ele veio para mais perto de mim e me deitou em seu peito. - Vai ficar tudo bem. Não se cobre tanto. Vai dar tudo certo.

Justin depositou um beijo em minha testa e eu me aconcheguei em seu abraço. Sentindo cada musculo de sua barriga e de seus braços se tencionarem cada vez que eu me mexia. Era isso. Justin estava ali. Sempre esteve. E eu precisava dele mais do que nunca.

Fechei os olhos, inspirando e expirando. Queria sentir Justin o máximo que eu podia, então fiquei quieta apenas sentindo o cheiro de sua pele. Não havia percebido o quanto estava cansada até aquele momento. E em minutos já estava dormindo.

–x-

Quando acordei já estava anoitecendo. Ainda estava nos braços de Justin e ele também estava dormindo. Sai dos braços de Justin o mais devagar que pude para que não o acordasse. Olhei pela janela e reconheci o centro de Tulsa. Meu coração deu um solto e abri um sorriso enorme. Olhei para Drake e Erika e percebi que eles conversavam algo inaudível.

–Já chegamos em Tulsa? - perguntei.

–Ah, a Bela Adormecida acordou - Drake disse, rindo.

Apenas mostrei o dedo do meio para ele. Garoto chato!

–Sim, já chegamos, Kim - Erika disse.

Acordei Justin rapidamente e perguntei onde era a localização de Dallas. Justin ficou um pouco atordoado por ter sido acordado tão bruscamente, mas logo disse onde meu irmão estava: Museu Gilcrease. Ótimo não estávamos tão longe.

Finalmente iria reencontrar meu irmão.

–x-

Alguns agoniantes minutos depois, Drake estacionou o carro na frente do museu. Saltei do carro rapidamente e avistei meu irmão e Katie na entrado do museu. Dallas estava apoiado em Katie e apartava um lado de seu abdômen. Nunca tinha o visto tão pálido. Seus olhos estavam cheios de olheiras e suas bochechas estavam fundas. Katie estava com roupas simples, seus olhos verdes estavam inchados como se não dormisse há dias e seus cabelos pretos estavam amarrados, mas, mesmo assim, ela estava sorrindo.

Dallas e Katie abriram um mínimo sorriso ao me ver. Corri até eles e os abracei tão fortemente que escutei Dallas saltar um gemido de dor. Só percebi que estava chorando quando senti o gosto salgado das lágrimas na minha boca. Acho que estou de TPM, não é possível que eu esteja tão deprimida a ponto de chorar por tudo.

–Estava morrendo de saudades de vocês! - falei, entre soluços.

–Eu também estava com saudades de você, delinquente - Dallas sussurrou.

–Como foi a viagem, Kim? - Katie perguntou. Nossa, como eu estava morrendo de saudades da voz dela!

Encerrei o abraço e limpei as lágrimas.

–Foi turbulenta. Mas, acho melhor contar lá dentro enquanto cuidamos desse ferimento do Dallas

Percebi que Drake, Erika e Justin estavam vindo atrás de mim. Tomei o lugar de Katie e fiquei apoiando Dallas, caminhamos para dentro do museu e assim que adentramos uma sala, dei de cara com John, Lucy, Jason e Jasmyn. As crianças abriram um largo sorriso ao me verem e correram para me abraçar. Percebi o quanto eles haviam crescido em todo o tempo que passei fora. John e Lucy abraçaram-se e sorriram. Humm, será que estou sentindo cheiro de romance?

–Sentimos tanto a sua falta, Kim - Jason disse.

–Nós sabíamos que você conseguiria! - Jasmyn disse.

Sorri e chamei Justin.

–Eu trouxe uma pessoa que está louca para ver vocês - falei.

Justin agachou-se e abriu os braços, as crianças correram e o abraçaram fortemente. Drake e Erika cumprimentaram todos e se acomodaram em um canto. Sentei-me ao lado de Katie e Dallas e verifiquei o ferimento do meu irmão.

–Isso está feio - comentei.

–As coisas estavam difíceis pra cá. Não tivemos nenhuma oportunidade de ir à cidade - Dallas disse.

–Você sempre foi durão, Dallas. Sabia que ia aguentar até que eu, seu anja da guarda, chegasse e te curasse - falei, rindo.

–Anja da guarda? - Dallas fez uma careta enquanto eu limpava seu ferimento.

–É, pode me agradecer depois.

Dallas riu e deitou sua cabeça no colo de Katie. Minha melhor amiga se curvou e deu um selinho nos lábios de Dallas.

–Oh-oh - Justin disse, sentando-se ao meu lado. - Está cheio de casais aqui?

–Vocês estão namorando? Por que não me falaram nada? - franzi a testa.

–Estávamos pensando em mandar um zumbi dar o recado para você. Ai, Kimberly! Porra, isso dói! - Dallas disse.

–Ai, desculpa. E pode parar de brincadeira, Dallas. Eu merecia saber que vocês estão namorando!

–Ficou sabendo agora, Kim - Katie disse, docemente.

Pisquei para minha amiga e voltei a me concentrar no ferimento de Dallas.

–Kimberly e eu também estamos namorando, né amorzinho? - Justin disse, fazendo biquinho na minha direção. Afastei seu rosto com uma mão.

–Ah, mas nem pensar! - falei. - Não namoro babacas!

Justin riu.

–Ela não vive sem mim, gente! - ele me abraçou e beijou rapidamente meus lábios.

–Justin, vou cortar teu pinto se tu fizer isso de novo! - falei.

Todos riram. E nesse momento percebi que estava, verdadeiramente, feliz. Afinal, mesmo com todo esse receio do soro não funcionar, do mundo inteiro ficar a mercê de zumbis, da população ser finalmente dizimada, eu estava feliz somente por estar com a minha família.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Eu, particularmente, gostei bastante desse capítulo.
A frase do início foi eu mesma quem criou. Créditos a mim mesma u.u
Bem, comentem, please :3



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