Zumbilândia - Matar ou Morrer. escrita por The Huntress


Capítulo 35
Ódio por Ódio, Katana por Katana.


Notas iniciais do capítulo

Hey cupcakes. Bem, eu demorei um pouco para postar porque eu estava sem tempo. Minha mãe passou por uma operação e eu ficava ajudando ela, enfim... Boa leitura :3



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Justin

Assim que saímos daquele lugar louco, nós fomos atrás do nosso carro. Aqueles filhos da puta largaram nosso carro bem, bem longe do portão de entrada. Kimberly estava quieta e de olhos fechados enquanto encostava a cabeça no meu peito, ela não demonstrava, mas eu sabia que sua coxa estava doendo muito. Tivemos que apressar o passo quando chegamos perto do nosso carro, pois milhões de zumbis apareceram e sem Kimberly as coisas iam ficar difíceis.

Eu comecei a correr e Drake e Erika ficavam me dando cobertura enquanto atiravam nos zumbis. Assim que eu cheguei perto do carro coloquei Kimberly deitada no banco de trás e entrei, deixando sua cabeça no meu colo. Drake entrou no banco do motorista e Erika entrou no banco do passageiro. Drake deu a partida logo em seguida.

–Como você está? - perguntei a Kimberly, que ainda estava de olhos fechados.

–Com dor - ela respondeu.

–Nós estamos tão perto... - suspirei.

–É melhor não ter esperanças de nada - Kimberly disse, abrindo os olhos. - Talvez o Stephen nem termine o soro.

Eu a encarei.

–Se ele não terminar esse soro, eu vou enfiar no cu dele. Desculpa Erika, mas a gente quase morreu pra conseguir isso e ele não terminar.

Erika deu de ombros e riu. Olhei novamente para Kimberly e nós ficamos nos encarando. Deus, como ela era linda!

–Ei, suas sardas estão aparecendo - falei. - Parece que você está com sarampo.

Drake gargalhou no banco da frente e Erika conteve um sorriso.

–Eu odeio você, Justin Walker. O-D-E-I-O!

Ela deu um soco no meu braço, se sentou no banco e ficou emburrada olhando pela janela. Eu ri, beijei sua bochecha e a puxei para o meu lado.

–Eu sei que você me ama, Kimberly - falei.

–Vai se foder, seu gay!

Eu, Erika e Drake rimos e Kimberly continuou emburrada. O resto da viagem nós continuamos em silêncio.

Kimberly

Minha perna estava latejando, mas graças a Deus o ferimento não estava mais sangrando. Eu já havia pensado na hipótese de arrancar aquele canivete dali, mas não tinha coragem. Eu ficava olhando para aquele ponto inchado na minha coxa e eu sentia vontade de voltar até aquele Diretor e trucidar o corpo dele.

–Acho que nós teremos que parar em um hospital - Erika disse. - Talvez eu possa ajudar você Kimberly.

–Hospital? - gemi em protesto me lembrando da minha última experiência em hospitais.

–Só se você quiser, claro - Erika disse.

–Bem, certo. Se você puder arrancar esse canivete sem amputar minha perna, nós paramos lá - falei.

Drake dirigiu por mais alguns quilômetros e eu já estava ficando entediada. Odeio não dirigir. Odeio ficar sem fazer nada. Talvez eu seja hiperativa demais, pois não consigo ficar quieta em um lugar por muito tempo. Comecei a tamborilar as pontas dos meus dedos na janela do carro enquanto olhava a paisagem lá fora. Alguns minutos depois, Drake parou o carro na frente de um prédio enorme cinza, lá estava escrito "Hospital de Monterrey, México"

Drake desligou o carro e nós esperamos um pouco para ver se nenhum zumbi saia dali. Quando vimos que tudo estava um pouco tranquilo, Justin desceu do carro, deu a volta e me pegou do outro lado. Já repararam o quanto é difícil depender de alguém? Nossa, como eu odeio isso! Sem falar que, com Justin me carregando, ficávamos ainda mais desprotegidos, pois nem eu e nem ele poderíamos fazer nada.

Erika foi andando na nossa frente e Drake foi atrás, Justin ainda carregava no ombro sua metralhadora e eu imaginei que ele daria um jeito de usar caso as coisas ficassem sérias. Assim que entramos no hospital, demos de cara com um grupo de zumbis. Eles nem reparariam na nossa presença se não fossem aquelas malditas portas elétricas que abriram sozinhas quando chegamos perto. Os zumbis voltaram a atenção para nós e Erika começou a atirar, Drake se juntou à ela segundos depois.

–Justin, me deixa no chão - sussurrei.

–Você não pode ficar fazendo força com a perna, Kimberly. Só vai piorar as coisas.

–Eu prefiro ficar sem perna do que sem vida. Agora, me deixa no chão!

–Não! - ele fechou a cara.

–Que porra, Justin! Eu quero ficar no chão. Você não tem que decidir nada por mim!

Ele ficou me encarando e me colocou no chão, depois foi para o lado de Drake e Erika e começou a atirar. E eu fiquei ali, com o queixo chegando no pé. Ele é um idiota! Voltei mancando até o carro e peguei a minha katana, eu estava morrendo de raiva de Justin, voltei ainda mancando para dentro do hospital e cheguei a lado deles.

–Saiam da minha frente! - falei para os três e comecei a corta a cabeça dos zumbis.

–Ela é maluca? - Drake sussurrou.

–Eu escutei isso, seu idiota! - falei, cortando a cabeça do último zumbi.

Até que não foi tão difícil, pois os três já tinham se encarregado de matar a maioria dos zumbis. Coloquei minha katana na bainha da minha costa e manquei até Justin, fiquei na sua frente, de braços cruzados e com uma cara nada boa.

–Vai me carregar ou não? Se não for, fala logo que obrigo o Drake a me carregar - disse a Justin.

–Você é impossível, sabia? - ele disse, me carregando.

–Vou encarar isso como um elogio, se não corto sua cabeça... A de cima e a de baixo - sussurrei. Justin revirou os olhos.

Nós começamos a caminhar dentro do hospital e nós entramos dentro de uma sala onde havia uma maca. Percebi que Erika hesitou um pouco ao entrar, mas acabou entrando.

–Eu vou ficar aqui com a Kim, vocês dois podem ir atrás de medicamentos - Erika disse, quando Justin me colocou na maca.

Justin e Drake assentiram e saíram da sala. Erika se voltou para mim e começou a analisar meu ferimento.

Justin

Drake e eu não poderíamos contar com a sorte, então fomos andando cautelosamente, nos preparando para o caso de aparecer algum morto-vivo. Nós começamos a andar por vários corredores diferentes até que chegamos em uma sala, lá dentro havia uns três zumbis. Que ótimo! No corredor onde estávamos começou a aparecer alguns infectados, nós não poderíamos perder tempo.

Drake entrou na sala atirando nos zumbis enquanto eu fiquei na soleira da porta atirando nos zumbis que estavam do lado de fora. Quando os três zumbis já estavam mortos, eu entrei na sala e fechei a porta. Deixando os zumbis do lado de fora, rosnando.

–O que temos que pegar? - Drake me perguntou.

–Não sei... Talvez umas gazes, ataduras, álcool, esparadrapos, e aquelas coisas para costurar cortes - respondi.

Nós andamos pela sala e fomos pegando o que achamos que seria importante, até que Drake derrubou uma caixa no chão que se espatifou ao tocar no mesmo.

–Toma cuidado, cara - falei, olhando feio para Drake. - Ainda quero sair vivo daqui!

Drake deu de ombros e se abaixou para pegar o que havia caído da caixa. Eram algumas reportagens e assim que coloquei os olhos em uma delas, reconheci imediatamente o Diretor que ficou torturando Erika e Kimberly.

–Olha aqui, Drake - o chamei. Ele veio caminhando para o meu lado e olhou para a reportagem. O pedaço de jornal que eu estava segurando estava velho e amarelo, talvez por ter passado tanto tempo preso em uma caixa de madeira.

–O nome dele é... Adam Hill - Drake disse.

–Sim, e está dizendo aqui que ele perdeu a mulher para o vírus da AIDS e desde então ele vem tentando fazer um soro para a cura do vírus.

–Mas porque ele estava querendo fazer com que a vacina mexesse com o cérebro humano? - Drake perguntou, andando de um lado para o outro.

–Vem, vamos mostrar isso para a Kimberly e para a Erika.

Nós saímos da sala e eu coloquei a reportagem no bolso da minha casa jeans. No corredor havia alguns zumbis, mas nada que eu e Drake não déssemos conta. Descemos uma escada e dobramos em vários corredores, até chegar na sala que Erika estava com Kimberly. Assim que chagamos lá, trancamos a porta e deixamos tudo o que pegamos em uma mesinha para que Erika pudesse ter acesso.

–Encontramos uma coisa - Drake disse, enquanto Erika examinava a coxa de Kimberly.

–O que? - Kimberly perguntou.

–Uma reportagem - falei, tirando o pedaço de papel de dentro do bolso.

Kimberly pegou o pedaço médio de jornal e o ficou analisando.

–Adam Hill? Interessante - ela disse.

Kimberly

Quando Justin e Drake saíram da sala para irem atrás de medicamentos, eu comecei a puxar conversar com Erika. Queria saber o que aquele Diretor havia feito com ela enquanto eu estava sendo espancada.

–O que aquele cara fez com você lá naquele laboratório, Erika?

Ela demorou alguns segundos para responder.

–Ele me fez varias perguntas, depois eu só lembro de ter acordado em uma maca. Ele havia mandado me infectar com sangue de zumbis - ela estremeceu.

–Mas você não me parece estar com vontade de comer carne humana - franzi a testa.

–Justin disse isso e aquele filho da puta disse que o sangue havia sido cientificamente modificado apenas para ter as mesmas funções. Ele estava fazendo testes comigo - ela apertou tanto a minha perna que eu soltei uma arfada de dor.

–Calma aí, Erika. Ele já está morto e minha perna tá doendo.

–Ah, desculpa - ela disse.

–Por isso você hesitou em entrar aqui? - perguntei.

–É, pois é.

–x-

Depois de alguns minutos os garotos voltaram e Justin me entregou um pedaço de jornal, onde havia uma manchete.

–Adam Hill? Interessante - falei.

Dizer que eu estava surpresa com aquela reportagem era pouco. Eu estava surpresa e confusa. Como é que um homem podia fazer o que fez com a própria família? No jornal dizia que antes da vacina ser colocada no mercado, Adam Hill deu uma coletiva de imprensa, falando sobre o suposto "fracasso" de Stephen Kiowa na produção da vacina e que ele mesmo a iria continuar, Adam até jurou para os filhos que não deixaria mais ninguém morrer por causa da AIDS. Mas em troca aquele filho da puta fez as pessoas viraram zumbis.

Eu queria poder entender o que o levara a mudar de ideia. Ambição, talvez? Raiva? Mas se ele estava tão determinado a achar uma solução para a AIDS por que produziu uma vacina que mexesse com a mente humana? Era um pouco contraditório.

Senti Erika puxando o canivete da minha coxa e eu reprimi um grito. Ainda estava com os olhos cravados na manchete, mas não estava nem um pouco a fim de gritar e chamar atenção de zumbis. Ela começou a limpar o ferimento e eu não pude mais me conter.

–Porra, Erika. Isso dói! - falei.

–Desculpe, mas tenho que fazer isso - ela disse. - E então, o que diz a manchete?

–Aqui diz que aquele Diretor lá da cede do governo, lembra? - Erika assentiu e eu continuei. - Ele se chama Adam Hill e que realmente estava disposto a fazer a cura para a AIDS, até prometeu aos filhos.

–Filhos? - ela franziu a testa. - Aquele cara tem filhos?

Entreguei a manchete do jornal para ela e Erika pousou os olhos em uma foto de dois adolescentes. Era uma menina e eu menino. Deviam ter uns catorze, quinze anos e os dois tinham os olhos negros e o cabelo loiro do pai.

–Que estranho - ela disse, me devolvendo o papel. - Por que ele mudou de ideia?

–Isso é o que eu quero saber - resmunguei.

–x-

Depois de muito xingamento e alguns palavrões vindos de mim, Erika finalmente terminou o meu curativo. Eu levantei da maca e suspirei aliviada ao ver que eu já podia caminhar normalmente, mesmo que eu não pudesse exagerar. Saímos da sala e começamos a andar para fora do hospital, assim que chegamos na rua, uma luz forte nos cegou. Eu empunhei minha katana e os outros empunharam suas armas. Será que nunca teríamos um pouco de paz?

–Larguem as armas.

A voz masculina foi firme e clara, mas nós não largamos. A luz que nos cegou foi diminuindo até desaparecer, na nossa frente haviam tantos homens que eu até me assustei e na frente deles haviam duas pessoas. Um garoto e uma garota. Os reconheci assim que coloquei os olhos neles. Eram os filhos do Adam. O garoto tinha uma metralhadora a tira colo e a menina empunhava uma katana, revirei os olhos pela nossa estranha coincidência de armas.

–Meu irmão disse para vocês largarem as armas! - a menina disse. Pela sua expressão de raiva, eu podia jurar que ela era mais velha que ele.

–Ninguém manda em mim, pirralha – falei.

Ela rangeu os dentes.

–Quem são vocês? - Drake perguntou. Tinha como ele ser mais idiota? Estava na cara a identidade daqueles dois.

–Somos os filhos daquele que essa ruiva desgraçada matou. Somos filhos de Adam Hill - o garoto disse.

Espera aí, ele me chamou de ruiva desgraçada? Filho da puta!

–Eu já matei tanto... O pai de vocês foi apenas mais um para encabeçar a minha lista - dei de ombros, indiferente.

–Você vai se arrepender de tais palavras, ruiva - a menina disse. Eles falavam como se fossem bem mais velhos do que aparentavam.

–Arrependimento não é uma palavra que combina comigo, pirralha - falei.

Ela apertou mais o punho de sua katana e disse:

–Larguem essas armas ou serei obrigada a matar cada um de vocês!

Eu gargalhei, fazendo meu grupo me olhar como se eu fosse louca. E, talvez, eu realmente fosse louca.

–Já disse, ninguém manda em mim! - falei.

Com um aceno de mão da menina, os homens que estava com eles empunharam metralhadoras de calibres altíssimos. Senti os pelos da minha nuca se eriçarem. Troquei um olhar com Justin e apertei o punho da minha katana. Eu não queria fazer o que aquela pirralha mandou, mas eu também não queria colocar o meu grupo na forca então coloquei minha katana na bainha que eu levava nas costas. O resto do grupo fez o mesmo, guardando suas armas.

A menina deu um sorriso perverso e estalou os dedos. Os dardos tranquilizantes se alojaram na nossa pele em tempo recorde. E, mais uma vez, eu e meu grupo nos vimos desmaiando.

–x-

Acordei com a minha cabeça latejando, sentia o crepitar do carro na estrada e isso não ajudava nem um pouco. Tentei falar alguma coisa, mas uma mão acertou meu rosto com força, abri os olhos para ver quem tinha feito aquilo.

–Que bom que acordou, ruiva.

A voz da menina entrou na minha cabeça como um aviso que diz: Perigo! Fique longe!
Ela deixou seu corpo deslizar para o assento ao meu lado e ficou me encarando, eu queria poder quebrar a cara daquela pirralha do inferno!

–Eu me chamo Olívia e meu irmão se chama Andy. Acho que você já sabe de quem somos filhos.

–Como foi que vocês nos acharam? - perguntei.

–Nós seguimos vocês. Não foi tão difícil. Americanos são burros.

–E vocês não são americanos por um acaso?

Ela riu.

–Óbvio que não, sua idiota. Somos Alemães.

Por isso a aparência deles era tão diferente. Mas eles nem tinham sotaque ou coisa parecida, pareciam puros americanos.

–O que você e seu irmão querem com a gente? - perguntei. Dei uma rápida olhada para o banco de trás, Erika, Justin e Drake ainda estava desacordados.

–Vingança - ela disse, passando a mão pela lança de sua katana. - Você matou meu pai. Eu irie matar você.

–Seu pai era louco - resmunguei.

–CALA A BOCA! - ela disse, encostando a lança da katana no meu pescoço.

Revirei os olhos por estar achando aquela cena toda idiota. Uma menina de quinze anos estava encostando a lança de uma katana no meu pescoço? Deus, me leva!

–Você tem ódio de mim, eu tenho ódio do seu pai - dei de ombros. - Estamos quites.

–Não estamos quites, ruiva - ele me olhou e eu vi a raiva passando por seus olhos. - Eu tenho uma katana e você tem uma katana.

–O que quer dizer? - perguntei, a encarando.

–Ódio por Ódio, Katana por Katana. - ela sorriu e voltou a se encostar no encosto do banco.

Aquela pirralha estava querendo duelar comigo? Espero que ela esteja pronta para perder, pois eu não ia perder para uma garota com aparência de criança. Não ia mesmo!


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Notas finais do capítulo

Hey. Kimberly, Justin, Drake e Erika só se metem em confusão, não? Haha, comentem :3



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