Zumbilândia - Matar ou Morrer. escrita por The Huntress


Capítulo 31
Uma chegada nada sutil.


Notas iniciais do capítulo

412 visualizações e ninguém comenta... Isso magoa ok?! Boa leitura!



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Justin

Quando Stephen terminou de dar todas as instruções, as brigas começaram. Drake e Kimberly não conseguiam se entender em momento algum, pareciam cão e gato.

–OLHA AQUI SUA VADIA... - Drake foi interrompido.

–VADIA É O CARALHO! ME ESCUTA PORRA! - Kimberly gritou.

–Não vou te escutar porra nenhuma! Você não vê que se entrarmos por aí vamos morrer, sua inútil?

Se entrarmos por onde você quer, aí é que vamos morrer. Para de frescura e escuta o que eu tenho que dizer! Inútil é a sua mãe.

Drake levantou da cadeira e jogou o mapa da cede do governo na parede.

–QUER SABER, MCLEAN? EU JÁ TO CANSADO DE VOCÊ SEMPRE QUERER TER A PORRA DA PALAVRA FINAL. EU SALVEI VOCÊ E O JUSTIN NO HOSPITAL E VOCÊS FICARAM NA MINHA CASA. SABE ONDE VOCÊS ESTARIAM SE EU E ERIKA NÃO TIVESSEMOS APARECIDO NAQUELA PORRA DE HOSPITAL? PROVAVELMENTE ESTARIAM EM DECOMPOSIÇÃO AGORA OU TINHAM VIRADO ZUMBIS! E VOCÊ É UMA FILHA DA PUTA MAL-AGRADECIDA QUE SÓ LIGA PRO PRÓPRIO UMBIGO. VOCÊ É EGOISTA, KIMBERLY! NÃO ME ADMIRA QUE VOCÊ NÃO TENHA CONSEGUIDO SALVAR SEUS PAIS... PROVAVELMENTE, ESTAVA OCUPADA DEMAIS PENSANDO EM VOCÊ MESMO E NO SEU MALDITO EGOCENTRISMO!

Por um momento pensei que Kimberly fosse gritar e socar Drake, mas ela apenas abaixou a cabeça, seus olhos estavam sombrios, e disse:

–Certo. Você está no comando, Drake. Faça o que achar melhor - ela disse, saindo e batendo a porta com força em seguida.

Drake desabou na cadeira e ficou respirando fundo. A sala ficou tomada por um silêncio assustado. Erika me encarou e balançou a cabeça na direção da porta, para que eu fosse atrás de Kimberly. E foi o que eu fiz, sai da sala e comecei a chamar por Kimberly, mas ela não respondeu. Subi para o andar de cima e entrei no quarto que Stephen designara para nós dois. Kimberly estava sentada na cama, estava segurando a boneca que fora de Eleanor.

–Ei, oi - falei, me aproximando.

–Hum, oi - ela disse, sem tirar os olhos da boneca.

Sentei ao seu lado. Ela se quer levantou os olhos para me olhar.

–Olha, não quero defender Drake, mas todos nós estamos de cabeça quente, todo esse negócio de ir buscar um soro na cede do governo... É muita pressão, não acha?

Ela suspirou, deixou a boneca em uma cômoda e me abraçou. Eu retribui o abraço, fazendo-a ficar um pouco mais confortável.

–Drake tem razão. Eu sou egocêntrica, egoísta e mal-agradecida.

–Egocêntrica e mal-agradecida pode ser, mas você não é egoísta. Quantas coisas boas você fez pelo nosso grupo? Salvou todos quando os zumbis invadiram nossa casa, se arriscou para ir atrás dos pais de Kate, salvou Christopher e seus pais, veio para essa viagem sem saber se poderia ou não voltar viva só porque achou que Drake poderia ter razão, salvou Eleanor... Não vejo egoísmo em nenhum desses atos.

Ela assentiu, levantou a cabeça e me beijou. De imediato eu fiquei um pouco surpreso, pois nunca esperaria isso de Kimberly, mas logo correspondi ao beijo com o mesmo entusiasmo. Kimberly começou a me deitar na cama e foi tirando a minha blusa enquanto eu desbotoava sua calça jeans. Quando estávamos apenas de roupa intimas, ela parou o beijo e disse:

–Acho que precisamos aliviar um pouco a tensão.

Eu ri.

–E como você pretende fazer isso?

Kimberly mordeu o lábios inferior, olhando para o volume que se formava na minha cueca.

–Acho que você sabe muito bem, Walker.

Eu voltei a beijá-la, dessa vez invertendo as posições, nos despimos e logo só dava para escutar nossos gemidos. Devo acrescentar que muitas vezes, no calor do momento, alguns casais esquecem de um detalhe importante quando estão prestes a fazer sexo e esse pequeno detalhe se chama: camisinha. E, bem, comigo e com Kimberly não foi diferente.

Kimberly

De manhã, eu acordei com Justin me chamando. Ele estava sentado na cama e me cutucava insistentemente. Que inferno! O mundo tá acabando mesmo, então eu posso dormir até tarde!

–Justin, vai se ferrar! - resmunguei.

–Vamos lá, Kim, você tem que acordar! - ele disse.

Bufei e tirei o edredom de cima de mim. Justin já estava completamente vestido e muito bem perfumado, me pergunto como uma pessoa pode se preocupar com essas coisas no meio de um apocalipse zumbi.

–Você vai acabar chamando atenção de alguma zumbi mal comida com tudo isso de perfume - falei, levantando da cama.

Ele deu de ombros.

–Nunca se sabe quem se pode encontrar... Vai que eu encontro aqueles peitos da Megan Fox e aquela bunda da Demi Lovato, tenho que estar, pelo menos, digno de uma foda bastante produtiva.

Dei um soco em seu braço e ele começou a rir. Antes que eu pudesse entrar no banheiro, Justin me deu um selinho e saiu do quarto. Ah, seu idiota! Já disse que o odeio?

Terminei meu banho e me vesti. Olhei no relógio e vi que eram seis da manhã, eu estava nervosa, estava com receio de não voltarmos vivos para entregar esse soro para Stephen. E eu sabia que os outros deviam estar do mesmo jeito, afinal nós só tínhamos 0,000000000001% de chance de conseguir fazer essa "missão" ter êxito. E eu ainda estava com muita, muita raiva de Drake!

Fui a última a descer, não estava com nenhum pingo de fome, de forma que só peguei a minha katana e sai da casa, não estava a fim de falar com ninguém principalmente Drake e Erika, entrei no banco do motorista do Dodge Nitro e fiquei esperando os outros. As ruas estavam desertas, haviam apenas carros e mais carros abandonados nas frentes das casas e no meio das ruas do condomínio, encostei minha cabeça no volante e fiquei pensando em como meu irmão estaria. Fazia dias que eu não tinha contato com ele.

A porta do passageiro foi aberta e eu levantei minha cabeça para ver quem era, Drake estava ali. Ele ficou olhando para a estrada por um tempo e depois olhou para mim.

–O que você quer? - perguntei, friamente.

–Como você sabe que eu quero alguma coisa?

–Você tá me olhando com essa sua cara de cu aí, queria que eu imaginasse o que?

–Certo - ele sorriu de lado. - Eu queria pedir desculpas por ter dito aquelas coisas pra você.

–Foda-se - falei. Drake me encarou. - Mas, tudo bem, nós vamos ter que trabalhar juntos agora, então... Eu te desculpo. Porém, se você gritar comigo daquele jeito de novo, eu enfio minha katana na sua garganta.

Ele assentiu, ainda sorrindo. Saiu do carro e foi para o banco de trás. Justin e Erika saíram da casa minutos depois, ela sentou no banco de trás e Justin veio no banco do passageiro. E eu dei partida no carro, e nós seguimos rumo a capital do México.

–x-

Meia hora depois, Drake (que estava dormindo) acordou com um pulo. Ele abaixou o vidro da janela e colocou a cabeça para fora, ficou bastante tempo lá e depois voltou com um sorriso nos lábios. Fiquei o encarando cochichar algo com Erika que iluminou o rosto minutos depois.

–Posso saber o que está acontecendo? - perguntei.

–Senti um cheiro forte de tacos - Drake respondeu.

–Sim, e daí? - Justin perguntou.

–E daí que se tem um cheiro tão intenso de tacos é porque estamos chegando perto de alguma fabrica... - eu interrompi Drake.

–E isso quer dizer que estamos perto da capital - falei.

–Sim! - Drake disse, animado.

Sabe o que é mais engraçado no México? O nome da capital, a pessoa que deu o nome à cidade foi tão criativa que colocou Cidade do México. Criativo, não?

Antes que eu pudesse acelerar o carro, nos deparamos com um grupo de zumbis impedindo nossa passagem. Deviam ter uns 17 ali. Ah, que dia feliz!

Saímos do carro e nos posicionamos na frente do mesmo.

–Drake vá para a direita, Justin para a esquerda e Erika fica aqui comigo - dei as instruções e nós fomos para nossas posições.

Os zumbis correram na nossa direção e nós não hesitamos em mata-los. Porém, dessa vez estava um pouco mais difícil, pois eles demoravam quase uma década para, finalmente, caírem mortos nos chão. Eu tentei acerta-los em lugares estratégicos, mas nenhum parecia ser o ponto fraco deles, então apenas continuei matando. Depois que todos os infectados caíram mortos (talvez o vírus nesses não tenham sofrido mutação com tanta rapidez como nos zumbis de Monterrey), nós voltamos para o carro. Estávamos suados e ofegantes, mas mantínhamos o foco.

Dirigi mais uns 100 metros e chegamos a frente de um muro enorme. Sim, nós havíamos chegado a capital do México, mas ela era completamente fechada, não tinha como adentrá-la de forma alguma! Saímos do carro e ficamos procurando alguma forma de entrar, não achamos nada. Não havia se quer uma brecha para passarmos. Soltei um grito frustrado e comecei a desferir golpes com a minha katana no muro metalizado, era inútil, mas eu estava com tanta raiva por termos chegado ali e termos morrido na praia que eu nem me importei. Eu continuei chocando minha katana contra o muro e continuava a gritar até que Justin me puxou, eu cambaleei para trás e fiquei ao seu lado.

Nós já estamos voltando para dentro do carro quando luzes se ascenderam e um alarme irritantemente alto começou a soar vindo do grande portão de ferro. Ele seria aberto! Talvez alguém fosse sair e nós, finalmente, poderíamos entrar, mas em todos os meses que passei em um apocalipse zumbi, aprendi a não contar com a sorte, então desembainhei minha katana e fiquei a posto.

O portão se abriu, dando passagem apenas para entrarmos. Nós entramos e vimos um paraíso. Tudo estava perfeitamente normal, crianças brincavam nos parques, adultos iam e vinham com seus carros, idosos faziam compras nos comércios, adolescentes iam para escolas. Era como se o vírus nunca tivesse se proliferado, e realmente não tinha. Mas a questão era: onde estava a cede do governo? Algumas pessoas não passavam perto de nós, talvez porque eu estava com a minha katana e os outros estavam com metralhadoras e no caso de Erika era apenas uma arma. Nós tentamos avançar, mas um guarda veio na nossa direção.

–Boa tarde. Vocês tem alguma legalização para portar armas de calibre tão alto e... - ele levantou uma sobrancelha encarando minha katana. - Espadas?

–Não - respondi.

–E com que decreto vocês andam em meio as ruas com tais objetos?

–Se você estivesse lá fora– apontei para os portões que se fechavam atrás de nós. - Não precisaria de porra nenhuma de decreto.

–Desculpe, mas vocês não podem entrar com essas armas - o guarda disse.

Justin, Drake usaram as alças que tinha na metralhadora para apoiá-las nos ombros, Erika colocou sua arma em uma bainha que ela deixava no lugar do cinto e eu coloquei minha katana em uma bainha que eu levava nas costas, Stephen se encarregou de me dar uma dessas.

–Nós só queremos ir a cede do governo, não vamos ficar aqui e nem vamos matar ninguém - falei.

–Sinto muito, mas vocês tem que marcar um horário, se não tiver horário, não entra. E mesmo se vocês tivessem um horário marcado, não iria deixar vocês entrarem na cede do governo com essas... Armas.

Eu desembainhei minha katana e em um movimento curto e rápido, cortei a garganta do homem, dizendo em seguida:

–Eu faço meus próprios horários.

O homem ficou lá caído no chão e sufocando até a morte. Quando o homem ficou sem vida, as pessoas começaram a se desesperar. A população corria de um lado para o outro e carros ficavam buzinando para saírem do local. Aquela rua estava um caos, tudo porque eles não deviam estar acostumados com uma simples morte.

–Qual é o teu problema Kimberly? - Justin perguntou alto, para abafar o som das buzinas frenéticas que soavam. - Não precisava matar o cara.

–Estamos fodidos! Vão nos matar! Estamos fodidos! Vão nos matar! - Erika ficava repetindo isso, enquanto andavam de um lado para o outro.

Enquanto os outros tinham uma reação negativa ao acontecido, fui a única a perceber a rua se esvaziar e o único barulho que podiam ser ouvido era som da conversa histérica de Erika, Drake e Justin. Eles se aquietaram quando ouviram o barulho de carros de policia se aproximando, ficamos em silêncio, pois não sabíamos de onde vinham, mas dava para perceber que eram muitos, e ficamos ainda mais preocupados.

Ficamos sem reação diante daquilo, ainda não dava para ver os policias, mas percebemos que estávamos cercados pelos barulhos de sirenes da policia, não havia se quer um beco que pudéssemos nos esgueirar até conseguirmos um bom lugar para nos esconder. Agora os carros já estavam visíveis, eram tantos que eu perdi a conta quando cheguei no trinta ou trinta e cinco, sei lá. Nós não tínhamos alternativa a não ser nos juntarmos em um aglomerado e esperar o que quer que fosse acontecer. E realmente aconteceu.

–Vocês cometeram um erro ao matar uma pessoa aqui - um dos policias disse, por um daqueles alto falantes que eles usam.

Não tivemos tempo de argumentar, pois cada um, começando por Justin e terminando por mim, fomos caindo no chão. Como fui a última, ainda tive a oportunidade de ver o que tinha nos acertado: dardos tranquilizantes. Que inferno! Senti minha visão ficar turva e logo estava desacordada igual o resto do meu grupo.


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Notas finais do capítulo

Hey, comentem, não vai cair o dedo, certo? Certo. :)



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