Zumbilândia - Matar ou Morrer. escrita por The Huntress


Capítulo 21
Infectada?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo 21 aí. Boa leitura, cupcakes :3



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/463384/chapter/21

Kimberly

Encarei meu rosto no espelho. Como eu estava mal! Meu cabelo parecia um ninho de pardal e minhas olheiras me deixavam com cara de panda, só que sem a fofura. Mas em uma coisa Justin tinha razão: eu realmente ficava bem de vermelho. Não que tudo isso significasse alguma coisa, eu estava lutando pela minha sobrevivência e só, aparência era o que me importava menos. Foi então que a percepção me atingiu: eu estava coberta de sangue de zumbi. SANGUE CONTAMINADO. Eu lembrei de quando eu e Justin estávamos no necrotério e aquele cadáver se levantou do nada, se o vírus, provavelmente, estava contaminando pelo ar, quem garante que o sangue não contaminava também? Tentei segurar o pânico e as lágrimas que se acumulavam em meus olhos. Será que depois de tanto tempo tentando me manter viva, um pequeno deslize acabaria com minha vida? Fazendo o possível para me manter calma, me despi e entrei embaixo do chuveiro, agradecendo pela forte pressão da água. Esfreguei todo meu corpo com força, como se aquilo pudesse eliminar qualquer resquício do vírus em mim, mas eu não sabia se seria o suficiente. Teoricamente, eu só seria contaminada caso houvesse algum tipo de troca de fluídos, aquele sangue precisaria penetrar por alguma ferida ou algo do tipo. Teoricamente. O quanto disso era confiável? O vírus já poderia ter se tornado mais resistente, não poderia? Abri o armário do banheiro e encontrei exatamente o que eu precisava: uma grande garrafa de álcool para higienização. Deus abençoe as mães frescas que desinfetam tudo que seus filhos tocam. Encharquei-me no liquido e rezei para que fosse suficiente, a qualquer momento eu poderia começar a manifestar a doença e acabar atacando alguém. Não alguém, eu acabaria atacando Justin, Drake ou Erika, e essa seria uma péssima forma de cumprir minha promessa. Droga!

Me vesti e caminhei até a sala, completamente sem apetite. Drake e Erika estavam na cozinha, eles estavam tentando cozinhar alguma coisa enquanto riam e se pegavam, pareciam tão felizes. Justin já dormia profundamente em um dos sofás, com o rosto tão calmo e inocente que me fez esquecer do quanto ele podia ser irritante quando queria. Eu precisava contar a eles o que aconteceu antes que fosse tarde, precisava dar a eles a chance de se salvarem de mim. O que eles fariam? Iriam fugir ou iriam me matar? Seja qual fosse a decisão deles, me preparei para o que poderia ser minha última noite como humana na companhia de alguém. Sentei-me no outro sofá, encarando o rosto daquele que, sem saber, poderia ter condenado a própria vida e de Drake e Erika salvando a minha.

Justin

Não é como se eu realmente tivesse conseguido dormir, já que os pesadelos não deixavam, mas assim que senti os olhos dela sobre mim, fiquei o mais imóvel que pude, tentando fazer aquele momento durar, como se ela estivesse ali pelo simples fato de gostar de me ver dormir. É claro que eu não consegui por muito tempo.

–Meu poder de sedução é tão grande que não te deixa dormir? - perguntei.

Silêncio. Kimberly não respondeu a uma provocação minha? Algo estava errado. Assim que abri os olhos, vi a expressão de enterro que provavelmente ficara no rosto dela durante o tempo todo. Ela não disse palavra alguma, e é claro que eu me preocupei. Nós nos conhecíamos a algum tempo, e eu já sabia que ela não era exatamente do tipo caladona.

–Kimberly, o que tá acontecendo? Isso é pela Eloisa? Não é como se fossemos assassinos, já que a gente já matou um monte deles por aí, ela estava tentando te matar e tudo mais.

Mais silêncio. Eu juro que eu estava ficando realmente assustado com aquele olhar vazio e comecei a desconfiar que talvez ela fosse algum tipo de psicopata que havia arrastado eu, Drake e Erika até ali para nos torturar até a morte e só estava pensando em como fazer isso. Kimberly deu um suspiro longo e virou o rosto, o que me deixou um pouco aliviado, ao menos ela se mexeu, então eu percebi uma lágrima escorrer de seus olhos e, vai saber por que, aquilo me incomodou.

–Kim, qual é o problema?

–Nada não, é só cansaço. Anda logo, a gente precisa continuar viagem.

–Mas são cinco da manhã!

–E nós precisamos sair assim que o sol nascer. Drake e Erika estão nos esperando.

Se eu acreditei na explicação dela? É claro que não, mas o que eu poderia fazer? Abrir a cabeça dela e arrancar a verdade à força? Não acho que ela sobre sobreviveria ao processo. O melhor que pude fazer foi concordar e torcer para descobrir o que estava acontecendo.

Kimberly

Eu estava com o nível de concentração de uma mosca, então deixei Justin dirigir. Drake e Erika alegavam estar cansados demais para dirigir e eu não tirava a razão deles, devem ter passado a noite se pegando em um dos quartos. Seu eu fui uma covarde por não contar a ninguém a verdade? É, me chame de egoísta, mas eu não estava preparada para ficar sozinha, ainda mais depois de ver aquela expressão preocupada de Justin. Eu definitivamente não me senti capaz de contar a eles. Só passei o tempo calada, rezando em silêncio para que, caso eu realmente estivesse infectada, Justin, Drake e Erika fossem rápidos o bastante para se salvarem.

Não tenho certeza se acabei pegando no sono ou se eu só estava realmente muito distraída, sei que me pareceu ter passado muito tempo quando senti o carro frear bruscamente, fazendo com eu quase batesse minha cabeça no vidro e Drake e Erika serem jogados para frente.

–Mas que merda, Justin, tá fazendo o que? - perguntei.

Ele desceu do carro, abriu a minha porta e me puxou para fora. Deduzi que ele finalmente tinha percebido o risco que eu tinha me tornado e decidira me deixar ali mesmo, ou quem sabe ele me mataria de uma vez, mas tudo o que ele fez foi andar de um lado para o outro na estrada. Drake e Erika também saíram do carro.

–Você vai me dizer agora mesmo o que está acontecendo, Kimberly Mclean, e vai ser agora.

–Mas hein? - perguntei.

Drake e Erika olhavam para nós dois confusos.

–Você sabe o que eu quero dizer. Você não disse uma palavra que fizesse sentindo desde ontem, passou a noite me encarando e quer que eu ache que não há nada errado? Se nós vamos continuar juntos nessa missão, eu, Drake e Erika precisamos saber a verdade.

–Missão? Uau, me senti um personagem de filme de guerra, agora.

–Não muda de assunto, porra.

Então ele não tinha percebido ainda. No fundo me senti aliviada que ele não estivesse me jogando fora, ao menos não ainda. Mas era um beco sem saída, minha tentativa de esconder fora totalmente frustrada e agora eu precisava ser sincera. Olhei para Justin, Erika e Drake e suspirei.

–Acho melhor vocês sentarem - falei.

–Nós estamos bem, só diz logo o que é - Justin disse.

–Acho que fui contaminada.

–O QUE? - eles perguntaram juntos.

Expliquei a eles como eu havia chegado aquela conclusão e como isso podia ser perigoso, e eles simplesmente me encararam o tempo todo, sem me interromper em nenhum momento.

–Então é isso, se quiserem me matar, agora é a chance de vocês, só sejam rápidos, por favor.

–O que faz você pensar que vamos te matar, Kimberly? - Erika perguntou, docemente.

–O vírus pode começar a se manifestar a qualquer instante, é a coisa mais segura a se fazer.

–Eu não vou te matar, Kim - Justin disse.

–Eu também não - Drake disse. Erika assentiu.

–Por que não? É arriscado demais!

– Simplesmente por que nós não temos certeza! Você pode estar contaminada, eu não vou acabar com a sua vida por causa de uma possibilidade. Além do mais, eu prefiro ver sua cara ficando vermelha cada vez que eu te passo uma cantada a tentar encontrar alguma rádio que pegue, e eu detesto viajar sozinho - Justin disse.

–Você não ia viajar sozinho. Eu e Erika estaríamos junto com você - Drake disse. Justin olhou feio para ele.

–E se eu atacar vocês? - perguntei.

Se você nos atacar, eu pensarei em alguma coisa, agora me faça o favor de voltar a agir como uma pessoa normal para podermos seguir viagem.

Eu esperava qualquer reação, menos aquela. Justin contornou o carro e voltou para o banco do motorista, me deixando ali com a boca aberta. Drake e Erika também entraram novamente no carro. Tudo que eu fui capaz de fazer foi rir, assim, como uma maluca tendo um ataque de riso. Ouvi a janela do carona abrir e vi Justin colocar a cabeça para fora.

– Perdi alguma piada ou soltaram gás do riso por aqui? - ele perguntou.

– Acho que eu só estou aliviada - respondi.

– Ok, então, Bozo, entra logo e vamos embora daqui - Justin disse e Erika e Drake riram.

Entrei no carro e usei todo o otimismo que eu pude, torcendo para que fosse suficiente e eu realmente não estivesse condenada, fingindo que as palavras dele não significaram muito mais do que deixei transparecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Capítulo 21 foi tão awwwwn :3 bem, comentem



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Zumbilândia - Matar ou Morrer." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.