Zumbilândia - Matar ou Morrer. escrita por The Huntress


Capítulo 13
Saímos do supermercado e achamos uma casa.


Notas iniciais do capítulo

Anjos, décimo terceiro capítulo ae! Boa leitura :3



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O sol já estava desaparecendo no horizonte e já apareciam os primeiros zumbis da noite. Kimberly correu para dentro do supermercado e eu a segui. A sacola de compras não parecia nem um pouquinho pesada enquanto ela corria na direção do estacionamento. Estacionamento? O que aquela maluca estava pensando em fazer?

Quando chegamos ao estacionamento, não tinha zumbis lá, graças a Deus.

–O que você ta pensando em fazer? – perguntei.

–Pegar algum transporte seu imbecil. – ela disse nervosa.

Eu andei pelo estacionamento e encontrei uma Harley Davidson, ela estava estacionada em um canto do supermercado e a chave ainda estava na ignição. Eu subi em cima dela e liguei, o barulho que a moto fez chamou a atenção de Kimberly, fazendo com que ela viesse andando até mim.

–Moto? Legal. – ela disse.

–Sobe aí. – falei.

–Não vou há lugar nenhum com você. – ela disse e me deu as costas.

–Vamos Kim! Para de frescura!

Eu a vi dar um suspiro longo e caminhar até um carro. Garota orgulhosa! Que virasse comida de zumbi então. Para minha surpresa, ela me encarou e disse:

–Onde vou colocar essa comida toda em uma moto?

Sorri e desci da moto. Ajudei Kimberly a prender a comida em algum canto da moto e depois subimos na mesma. Eu acelerei e sai do da garagem, antes que algum canibal nos atacasse.

Kimberly

Eu juro que quando eu olhar para a cara daqueles filhos da puta, mal comidos que deixaram eu e Justin no supermercado, vou cortar a cabeça deles. Como a Kate pode fazer isso comigo? Ela é minha melhor amiga! Tudo bem que estamos brigadas, mas pensei que ela tivesse alguma consideração por eu e Justin termos trazido os pais dela vivos. E o Dallas? Meu próprio irmão! Sangue do meu sangue, me deixa para trás, para morrer sendo prato principal de zumbis! E Austin? Aquele viado é meu namorado! E até onde sei, namorados não deixam as namoradas para morrerem sendo comidas por zumbis!

Ainda bem que o Justin não é tão imbecil quanto eu imaginava, ele no último minuto fez uma curva e entrou em uma rua do subúrbio de Tulsa, fazendo a gente escapar de uma colisão com aquelas coisas canibais, e assim o resto do caminho foi tranquilo, ele só teve que desviar a moto de alguns carros destruídos e de alguns zumbis famintos que tentavam nos pegar com seus passos lentos, também tinha cadáveres destroçados, mas acho que eles não estavam mortos, pois as vezes eu via algum se mexer.

O caminho foi um pouco tranquilo me mantive agarrada na cintura de Justin, pelo pequeno e simples fator chamado medo, – sim, eu tenho medo de motos, não gosto de ficar olhando a rua sob meus pés e eu tinha a sensação que ia cair a qualquer momento. – e Justin abriu a boca para falar suas desagradáveis palavras.

–Kimberly, eu sei que você gosta muito de mim, mas dá para me soltar só um pouco?! Você já se aproveitou demais da minha beleza. – ele disse sério, porém logo soltou uma de suas gargalhadas, me deixando mais irritada.

–Eu já ia fazer isso seu bosta. – retruquei da maneira mais hostil possível e logo em seguida dei um murro no ombro dele o fazendo reclamar baixinho sobre como as mulheres são difíceis e que para o meu tamanho eu batia muito forte. Pera aí, ele me chamou de baixinha? Viado!

Ficamos em silêncio por um bom tempo até que ele resolve soltar mais uma de suas pérolas.

–Kimberly, aonde você quer que eu te deixe? – ele perguntou, me assustando. Como ele quer me deixar sozinha em qualquer lugar no meio desse caos todos? E eu nem bati tão forte nele naquela hora para ele querer me abandonar em qualquer canto.

Como eu não respondi, ele perguntou:

–Então, já decidiu aonde vai querer que eu te deixe? – ele perguntou, agora falando sério.

Eu juro por Deus que o Justin está me assustando, primeiro ele me ajuda a sair daquele supermercado e depois ele está simplesmente me mandando sair da moto que ele achou e me aventurar por aí sem nem um carro. Agora tenho absoluta certeza que o Justin é meio bipolar, porque quem em sã consciência salva alguém para depois ter a coragem de mandar esse alguém embora? Mas se ele acha que será tão fácil assim se livrar de mim, está completamente enganado.

–Justin Walker, não ouse me deixar em qualquer lugar agora, eu não mandei você me trazer até aqui, então se conforme com a minha presença e fique sabendo que se você falar nesse assunto de novo te jogarei para essas coisas que estão na rua a procura de carne humana! – falei da forma mais autoritária possível e do jeito mais ameaçador que consegui.

Não demorou muito e o Justin falou:

–Calma Kimberly Mclean, eu não vou te deixar em qualquer lugar, mas acho que você não precisava fazer esse discurso todo e nem mesmo ter quase implorado para ficar comigo, mas fique sabendo que eu só mudei de ideia porque sou um cara muito legal, que pensa no bem do próximo, senão eu já teria te deixado em qualquer lugar. Então se eu fosse você, trataria melhor a minha respeitosa pessoa. – ele disse rindo enquanto desviava e um zumbi sem braço. – E como você sabe meu sobrenome?

–Cala a boca Justin, e para você saber eu não implorei coisa nenhuma, apenas argumentei. Seu tio chamou seus irmãos de “pequenos Walker” e eu deduzi que era seu sobrenome. E como você sabe o meu?

–Sou um assassino profissional e fui pago para matar uma Kimberly Mclean assim que tivesse a oportunidade. Deduzi que fosse você. – ele disse e eu percebi que segurou o riso.

–Pago por quem? Por um zumbi? – bufei e revirei os olhos. – Você é patético! Agora quer fazer o favor de me dizer aonde estamos indo?

–Nossa Kimberly, eu te salvei e te deixei ficar comigo nesse caos e é assim que você me trata?! Acho que deveria tratar melhor seu anjo salvador. – ele disse fingindo estar magoado, enquanto eu fuzilava sua nuca com o olhar.

–Eu te salvei no supermercado, estamos quites. – falei ainda fuzilando a nuca dele.

–Mclean, é muito feio ficar fuzilando a nuca dos outros com o olhar, ainda mais se esse outro for quem te salvou.

–Tentei mudar de assunto repetindo minha pergunta anterior sobre o lugar que ele estava nos levando, mas Justin novamente não respondeu me deixando curiosa para saber aonde ele estaria pensando em ficar.

–x-

As ruas estavam tranquilas, não tinha nenhum zumbi vagando por ali, a lua brilhava intensamente no céu e dava a cidade um aspecto de abandono. O vento estava gelado e eu me arrependi amargamente de não ter colocado uma jaqueta. Uma dor se formava na minha cabeça, pelo simples fato de que eu não comia havia dias. Simplesmente porque eu me esquecera, ou estava estressada demais para lembrar de comer. O ar frio fazia os pelos do meu braço ficarem eriçados e eu me encostei em Justin na tentativa de me aquecer no moletom que ele usava, abracei a mim mesma para tentar parar de bater os dentes.

–Você está bem? – ouvi a voz de Justin, mas parecia algo distante. -Vou parar em algum lugar, para podermos descansar. – ele disse e pude ouvir um pouco de preocupação em sua voz.

Assenti novamente.

Eu estava de olhos fechado e tão perto de Justin que parecia que meu corpo ia se fundir com o dele. Percebi que Justin virou a moto em uma rua e depois entrou em algum lugar, pois ouvi o motor da moto ser desligado.

–Você pode ficar aqui por alguns minutos? Tenho que ver se tem alguém dentro da casa. – ele disse.

Abri meus olhos e minha cabeça latejava. Assenti para Justin e ele saiu da moto entrando logo em seguida dentro da casa.

Percebi que estava na garagem de uma casa, desci da moto e desamarrei as compras, a sacola parecia incrivelmente pesada em comparação quando eu a carregava no supermercado. Me encostei na parede e respirei fundo tentando me manter em pé e tentando, inutilmente, deixar de lado a vertigem que já tomava conta de mim.

Vi uma silhueta sair da porta da casa e deduzi ser Justin, pois tirou a sacola das minhas mãos e me segurou para que eu não caísse. Minha visão estava turva e eu mal conseguia me mover deixando todo meu peso para Justin suportar. Ele contornou a varanda da casa comigo e nós entramos na casa, me acomodei no sofá da sala e Justin jogou a sacola com a comida no chão e me encarou.

–O que você tem? – ele perguntou me analisando.

–Cansaço, frio, fome... – falei me deitando no sofá.

–Toma, vista isso. – ele tirou a camisa deixando a mostra um corpo que dizia “passo muito tempo malhando em uma academia”, músculos rígidos se contraíram enquanto ele se dobrou para me ajudar a sentar.

Eu peguei o moletom de Justin e o vesti rapidamente.

–Mas e quanto a você? – perguntei me deitando novamente no sofá. – Está frio demais.

–Aqui tem roupas masculinas, eu vou achar uma. Vou ficar bem. – ele sorriu. – Durma um pouco, quando você acordar vai poder comer algo.

Assenti e os passos de Justin se afastando de mim foram as ultimas coisas que ouvi antes de apagar.

Justin

Eu estava na cozinha, fazendo miojo para Kimberly – já havia arranjado um suéter para passar a noite. – comer quando meu celular tocou. O peguei rapidamente no bolso de trás da minha calça jeans. Olhei o visor e vi o número de John. Hesitei em atender, mas queria saber o motivo que tinha levado ele e os outros terem deixado eu e Kimberly para trás.

–Alô? – falei.

–Justin? Meu Deus, você está bem? E Kimberly?

–Nós estamos bem, não graças a vocês. – falei sarcástico.

–Me desculpe, nós recebemos uma ligação urgente da Lucy dizendo que o Jason e a Jasmine estavam passando super mal e que era pra gente passar urgente em uma farmácia. Eu fiquei gritando por você e pela Kimberly, mas a Lucy estava histérica do outro lado da linha e não pude esperar por vocês.

–Nossa, valeu. Obrigado pela consideração. – falei.

–Sem graças, Justin. – ouve uma pausa. – Vou passar o telefone para o Austin, ele quer saber da Kimberly.

Revirei os olhos.

–Cadê minha namorada? – a voz de Austin praticamente rasgou meus tímpanos.

–Os zumbis comeram. – falei.

O que? Como você deixou que isso acontecesse, seu imbecil? – sua voz estava falhando como se estivesse prestes a chorar.

–Você é um idiota mesmo! Ela está bem e segura, e graças a quem? Graças a mim porque o cara que se diz namorado dela a deixou para trás. – sorri.

–SE VOCÊ ENCOSTAR UM DEDO NELA, JURO QUE TE MATO!

–Não garanto nada. – falei e sorri.

–Cadê ela? Quero falar com ela!

–Ela está dormindo. Não vou acordá-la, amanhã você liga.

Percebi que o Austin tinha devolvido o celular para John, pois logo a voz dele entrou em meus ouvidos.

–Então vocês estão bem, certo?

–Estamos seguros, quentes, com comida e temos uma casa com lareira. Se não estamos bem, vamos ficar! – falei.

–Nós nunca estamos seguros daquelas pragas. – a voz de John tinha ficado firme.

–Por hoje, estamos bem. – fiz uma pausa. – Se for só isso... Preciso desligar agora. A ligação está ruim.

–Tudo bem. – ele suspirou. – Voltem amanhã de manhã para casa, por favor, se protejam. Todos aqui amam vocês.

–Vamos pular essa parte do “a gente se preocupa com vocês” e vamos logo para o “boa noite”.

–Boa noite, Justin. De boa noite para Kimberly também. Tchau.

–Boa noite, tchau. – falei e a ligação caiu antes que pudesse desligar.

Coloquei de volta meu celular no bolso da calça e coloquei a comida de Kimberly em uma bandeja. Quando cheguei na sala, vi que ela já estava acordada e estava olhando pela janela.

–Ei. – a chamei.

Ela me olhou e um sorriso brotou em seus lábios. Nós sentamos no chão e ela comeu o miojo.

–Suéter legal. – ela disse apontando para o suéter cor cinza que eu havia achado.

–Você achou? Achei ele por aí. – falei. – John me ligou.

Ela se engasgou com a comida e franziu a testa.

–O que esse canalha, cretino queria?

–Ele disse que recebeu uma ligação urgente da Lucy dizendo que os meus irmãos estavam passando mal e que não deu pra esperar a gente porque tinham que passar em uma farmácia. – respondi.

–Não acredito. – ela disse limpando a boca.

–E você acredita em algo?

–Não. – ela disse e bocejou em seguida. – Acho que vou dormir por aqui mesmo...

–Eu fico vigiando, qualquer coisa só me chamar.

Ela se deitou no tapete da sala e antes de dormir, disse:

–Justin?

–Sim. – me virei para encará-la.

–Obrigada... Por tudo. Boa noite. – ela sorriu e fechou os olhos.

Eu não quis ligar a lareira para a fumaça que provavelmente sairia da chaminé não chamar a atenção de zumbis, mas para minha eterna gratidão o aquecedor da casa ainda funcionava. Eu sentei no sofá e fiquei observando Kimberly dormir, em alguns momentos ela dava um leve sorriso. Talvez estivesse sonhando. Sorri ao imaginar que talvez ela pudesse estar sonhando comigo... Ou com Austin. Senti enjoou só de imaginar que ela pudesse estar sonhando com o insuportável do Austin. Suspirei e deitei no sofá. O teto havia virado meu amigo, pois ficava olhando pra ele o tempo todo, até que acabei pegando no sono. Não estava mais aguentando, estava exausto.


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Notas finais do capítulo

Momentos Jusberly são tão: awwwwn comentem :3



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